terça-feira, 5 de agosto de 2025

RENA BUKÉ ETÇAMYÁ, A Rena e o Cervo são Parentes






A Fábula da Menina e o Cervo


Numa manhã dourada, quando o Sol dançava entre as folhas e o cheiro da terra fresca encantava os sentidos, um grupo de crianças brincava nos campos abertos de uma aldeia alegre. Entre elas estava Nemoã, menina de olhos curiosos como a Lua cheia.


De repente, no meio da vegetação alta, surgiu um imponente Cervo-do-Pantanal, com galhadas que pareciam tocar o céu.


Nemoã apontou animada:


— Olhem! É Cometa, a rena de Papai Noel! Ela veio visitar o Brasil!


As crianças correram até o animal e, com sorrisos nos olhos, perguntaram:


— Você é Cometa, a rena veloz que voa no trenó?


O cervo sorriu com doçura e respondeu com voz calma como o vento da tarde:


— Não, pequenos. Sou um Cervo-do-Pantanal. Vivo aqui, no coração do Brasil. Habito os campos e matas do Centro-Oeste, Norte e Nordeste, nas regiões da Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica.


As crianças se entreolharam, surpresas.


— Mas você se parece tanto com a rena que vimos na televisão! — disse Anauá, menino sábio de poucas palavras.


O cervo assentiu com a cabeça:


— Sim, meus pequenos. As renas e os cervos são parentes próximos. Carregamos em nossos corpos a mesma dança da natureza. Elas vivem longe daqui, nas terras frias da Groenlândia, Escandinávia, Rússia, Alasca e Canadá. Mas, nas noites de Natal, as renas ganham asas na imaginação e viajam pelo mundo com Papai Noel, inclusive aqui, onde os corações acreditam no espírito natalino universal.


As crianças se encantaram com a sabedoria do cervo.


— Então somos todos parentes também, não é? — perguntou Nemoã.


— Exatamente — respondeu o cervo. — Se nos reconhecermos como parte da mesma família da Terra, nunca estaremos sós.


E assim, o cervo partiu mansamente, deixando pegadas de sabedoria e respeito na alma de cada criança.


✨ Moral da Fábula:


Mesmo distantes na geografia, todos os seres que compartilham a Terra carregam laços de ancestralidade e respeito. Conhecer e valorizar nossas diferenças é celebrar o parentesco universal da vida.




Autor: Nhenety Kariri-Xocó 




Nenhum comentário: