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sexta-feira, 18 de abril de 2025

AS TRÊS LINHAGENS PÓS DILUVIANAS E A FORMAÇÃO DAS NAÇÕES





Um Panorama Histórico e Bíblico



Resumo



Este artigo propõe uma análise histórico-bíblica das três linhagens humanas originadas dos filhos de Noé – Sem, Cam e Jafé – após o Dilúvio descrito no livro de Gênesis. A partir de uma abordagem descritiva e cronológica, examina-se como essas linhagens deram origem a diferentes povos e civilizações da Antiguidade, influenciando o cenário cultural, religioso e político até os dias atuais. A linhagem semita contribuiu com as grandes religiões monoteístas e impérios do Oriente Médio; a linhagem camita originou civilizações africanas e povos do norte da África; e a linhagem jafetita está ligada ao desenvolvimento da Europa e de culturas indo-europeias. A pesquisa destaca o papel dessas tradições na formação das nações e seu impacto na história mundial.


Introdução


Segundo a narrativa bíblica do livro do Gênesis, após o Dilúvio Universal, a humanidade foi repovoada pelos descendentes dos três filhos de Noé: Sem, Cam e Jafé. A dispersão desses povos ocorreu após o episódio da Torre de Babel (Gn 11), quando Deus confundiu as línguas da humanidade, forçando os grupos humanos a se espalharem pela Terra. Essa tradição marca a origem de grandes civilizações e linhagens étnicas que influenciaram significativamente o desenvolvimento da história mundial.


Neste artigo, propõe-se uma análise descritiva e cronológica das linhagens semita, camita e jafetita, identificando seus povos descendentes, seus impérios e reinos ao longo da Antiguidade, e suas manifestações até o mundo contemporâneo. Também se busca compreender o legado cultural e religioso dessas nações em diversas regiões do planeta.


1. A Linhagem de Sem – Povos Semitas


Os semitas são tradicionalmente identificados como os povos do Oriente Médio e de partes da Ásia que contribuíram fortemente para a formação das religiões monoteístas. Entre os descendentes de Sem estão Elão, Assur, Arfaxade (pai dos hebreus), Lud e Arã (Gn 10:22).


Durante o segundo milênio a.C., os semitas formaram povos como os hebreus (futuros israelitas), os arameus e os babilônios. Os assírios estabeleceram um dos primeiros impérios militares da história, enquanto os babilônios ficaram conhecidos por seus avanços em astronomia e literatura, como o "Épico de Gilgamesh".


No primeiro milênio a.C., o Reino de Israel se destacou pela fé em um Deus único e pelo legado profético. Posteriormente, os árabes, também descendentes de Sem, formaram o Império Islâmico a partir do século VII d.C., estendendo-se do Oriente Médio ao norte da África, Península Ibérica e Ásia Central.


Na atualidade, os descendentes semitas incluem os povos árabes, os judeus, os arameus (em pequena escala), e os assírios modernos, vivendo em países como Israel, Palestina, Jordânia, Síria, Líbano, Arábia Saudita, Iémen, entre outros.


2. A Linhagem de Cam – Povos Camitas


Cam, o segundo filho de Noé, teve como filhos Cuxe, Mizraim, Pute e Canaã (Gn 10:6). A tradição bíblica associa seus descendentes ao norte e ao centro da África e ao sul do Oriente Médio.


A linhagem camita produziu civilizações de extraordinária importância. O Egito Antigo, descendente de Mizraim, surgiu por volta de 3.100 a.C. com a unificação do Alto e Baixo Egito, permanecendo como potência até a conquista persa e, depois, greco-romana. Os cuxitas formaram os reinos da Núbia e de Axum (atual Etiópia), que tiveram papel central no comércio, no cristianismo africano e na diplomacia com Roma e Bizâncio.


Os cananeus, também camitas, habitavam a região hoje conhecida como Israel e Palestina antes da conquista israelita. Já os fenícios – também considerados descendentes de Canaã – destacaram-se como navegadores e comerciantes, fundando colônias como Cartago, no norte da África.


Na contemporaneidade, os camitas estão representados pelos povos africanos ao sul do Saara, egípcios, etíopes, sudaneses, somalis, berberes e afrodescendentes nas Américas, herdeiros das diásporas forçadas pela escravidão colonial.


3. A Linhagem de Jafé – Povos Jafetitas


Jafé, o filho mais velho de Noé, teve sete filhos segundo Gênesis 10:2 – entre eles Gomer, Magogue, Madai, Javã, Tubal, Meseque e Tiras. Estes nomes são associados a povos que habitaram a Europa, a Ásia Central e partes da Índia.


No mundo antigo, os jafetitas formaram povos como os gregos (Javã), medos e persas (Madai), citas e eslavos (Magogue, Gomer), e os povos indo-europeus. A Grécia Antiga lançou as bases da filosofia ocidental e das artes, enquanto Roma estruturou sistemas jurídicos e administrativos que influenciam até hoje.


Com o passar dos séculos, os jafetitas se expandiram por meio de impérios coloniais europeus (Portugal, Espanha, França, Inglaterra), levando seus idiomas, culturas e sistemas de poder às Américas, África e Ásia.


Na atualidade, os jafetitas estão representados pelos povos europeus, russos, iranianos, indianos (especialmente no norte), norte-americanos, canadenses, australianos e latino-americanos descendentes de colonizadores europeus.


Conclusão


A divisão pós-diluviana dos povos em três grandes linhagens – Sem, Cam e Jafé – delineou as bases para a formação das civilizações do mundo antigo e seus desdobramentos até o presente. Embora a ciência moderna apresente outras abordagens sobre a origem dos povos, essa perspectiva bíblica oferece uma rica compreensão simbólica e histórica do desenvolvimento das nações.


Os semitas trouxeram a fé e os livros sagrados; os camitas, as civilizações africanas e a cultura ancestral; os jafetitas, as estruturas filosóficas e imperiais que moldaram o Ocidente. O encontro, o conflito e a fusão entre esses povos geraram o mundo plural que conhecemos hoje.


Considerações Finais


A divisão da humanidade em três linhagens após o Dilúvio, conforme narrado na Bíblia, fornece um quadro simbólico e interpretativo poderoso sobre a origem dos povos e das culturas. Ainda que não constitua uma explicação científica nos moldes contemporâneos, essa perspectiva milenar apresenta uma leitura teológica e histórica que influenciou profundamente a tradição judaico-cristã e a construção de identidades étnicas e culturais ao longo dos séculos. O estudo dessas linhagens nos permite reconhecer tanto a diversidade da experiência humana quanto os pontos de contato entre civilizações que, embora distintas, compartilham origens narrativas comuns. Ao refletir sobre essas conexões, somos convidados a compreender a humanidade como uma grande família em movimento, marcada por encontros, conflitos e contínuas transformações.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 



BÍBLIA. Gênesis, capítulos 9 a 11. Tradução João Ferreira de Almeida. Sociedade Bíblica do Brasil, 2011.


JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus. Trad. Vicente Pedroso. São Paulo: CPAD, 1999.


KELLER, Werner. E a Bíblia Tinha Razão. Rio de Janeiro: Melhoramentos, 2001.


FRIEDMAN, Richard Elliott. Quem escreveu a Bíblia? São Paulo: Ediouro, 2001.


MALONE, Edward. Atlas Histórico da Bíblia. São Paulo: Geográfica, 2013.


YOUNG, Davis. O Dilúvio de Gênesis e a Ciência. São Paulo: Cultura Cristã, 2001.




Autor: Nhenety KX



Consultado por meio da ferramenta ChatGPT (OpenAI), inteligência artificial como apoio para elaboração do trabalho, em 15 de abril de 2025 e a capa do artigo dia 10 de maio de 2025.






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