sexta-feira, 31 de outubro de 2025

O MUNDO MÍTICO E FILOSÓFICO DO TAOISMO CHINÊS, Literatura de Cordel Por Nhenety Kariri-Xocó






🌸 DEDICATÓRIA POÉTICA


Dedico ao sopro divino,

Que move a folha e a mão,

Ao Tao, caminho do fino

Silêncio e contemplação.

Ao vento da montanha antiga,

E à luz que o tempo abriga.


Dedico aos ancestrais do Sol,

Que buscam o Ser profundo,

Ao rio que ensina o farol

Do equilíbrio em cada mundo.

E aos sábios que meditaram,

No Tao, seus passos guardaram.


Dedico ao povo da Terra,

Da China e do meu sertão,

Que em meio à vida e à guerra,

Faz da alma oração.

E à poesia universal,

Que une o leste e o ancestral.



📚 ÍNDICE POÉTICO


Abertura – O Sopro do Tao

Prólogo Poético – O Caminho Invisível


Capítulo I – O Berço Místico do Tao

Capítulo II – A Hierarquia Celeste e os Imortais

Capítulo III – A Filosofia do Não-Agir

Capítulo IV – Laozi e os Fundamentos Eternos

Capítulo V – As Transformações do Tempo

Capítulo VI – O Taoismo e Outras Religiões

Capítulo VII – A Resistência e o Renascimento


Encerramento – O Retorno ao Vazio

Epílogo Poético – A Chama que Não se Apaga

Nota de Fontes Rimada

Ficha Técnica

Epílogo Final

Quarta Capa Poética

Sobre o Autor

Sobre a Obra



🌿CAPÍTULO I – O BERÇO MÍSTICO DO TAO



Nos vales da antiga China,

Entre o Céu e o chão sagrado,

Nasceu da névoa divina

O Tao, Verbo Encantado.

Sem nome, forma ou destino,

É o Princípio e o Caminho.


Antes do tempo existir,

Quando o nada era morada,

O Tao começou a fluir,

Semente não semeada.

Dele o Um veio a brilhar,

E o Dois passou a pulsar.


Yin e Yang se entrelaçaram,

Fez-se o dia e fez-se a noite,

Os polos se equilibraram,

Cada um com seu açoite.

Luz e sombra em harmonia,

Geram vida e sabedoria.


Dois tornaram-se Três em canto,

Céu, Terra e Homem surgiram,

Do vazio nasceu o encanto,

E os dez mil seres floriram.

Tudo vibra, tudo é som,

O Tao é pai, mãe e tom.


O Qi percorre o Universo,

Como rio dentro do ser,

Flui no corpo e no verso,

Faz nascer, faz renascer.

Cada sopro é uma canção,

Ecoando em meditação.


E o homem, filho da Terra,

Aprendeu do Céu o olhar,

Buscando o equilíbrio encerra

O ciclo de se encontrar.

Na montanha ou no caminho,

O Tao é o mesmo destino.


Assim surge o pensamento,

Que é religião e filosofia,

Entre vento e firmamento,

Floresce a sabedoria.

O Tao, eterno e sereno,

Faz do simples, o pleno.



☯️ CAPÍTULO II – A HIERARQUIA CELESTE E OS IMORTAIS



No reino além do visível,

Há palácios de esplendor,

Onde o Ser é indivisível,

E o tempo se faz amor.

Lá o Céu tem sua ordem,

Deuses velam o acorde.


O Tao é o mais supremo,

Sem forma, trono ou lei,

É o Nada, o Todo, o Eterno,

Que gera o que nunca criei.

É raiz da imensidão,

É silêncio em expansão.


Dos Três Puros vem a chama

Do princípio universal,

Yuanshi Tianzun proclama

O Início Celestial.

Lingbao, tesouro e guia,

Daode, luz e harmonia.


O Jade Imperador governa

O firmamento estrelado,

Com justiça que é eterna

E poder equilibrado.

Deuses, anjos e imortais

Servem leis ancestrais.


Os Oito Imortais caminham

Sobre as ondas do oceano,

Com taças que purificam

O espírito humano.

São mestres da longa estrada,

Da alma iluminada.


Nas montanhas sagradas do Sul,

O sábio ergue sua voz,

Entre o vento e o arrebol azul,

Ele ora por todos nós.

Pois o templo do coração

É o trono da imensidão.


E na corte celestial,

Há equilíbrio e poesia,

Cada estrela é ritual

Da divina melodia.

No Tao, tudo se integra,

Nada finda, nada nega.


Assim é a hierarquia,

Espelho do Império antigo,

Mas de pura sabedoria,

Onde o mal não tem abrigo.

É governo da virtude,

É a eterna plenitude.



📖 CAPÍTULO III – A FILOSOFIA DO NÃO-AGIR



O Tao ensina a calma,

O fluir sem pretensão,

Quem busca demais se desalma,

Quem cede encontra o chão.

O rio vence o rochedo,

Pela brandura e segredo.


“Wu Wei” é o seu nome,

O agir sem violência,

O que age, mas não consome,

O que sabe, tem paciência.

Ser como a água corrente,

Que molda sem ser potente.


No silêncio está a lição,

No vazio mora a essência,

O sábio faz do não-ação,

A força da consciência.

Pois quando nada se faz,

Tudo se move em paz.


O Tao não manda, convida,

Não ordena, apenas guia,

Mostra a rota da vida,

Entre sombra e poesia.

Quem se entrega à correnteza,

Encontra a real leveza.


O mundo é ciclo, é sopro,

Nada se prende ao querer,

Quem se impõe perde o próprio,

Quem solta aprende a viver.

No Tao, tudo é passagem,

Sem peso, sem engrenagem.


A árvore dobra ao vento,

E por isso não se quebra,

Assim é o ensinamento,

Da força que se celebra.

A suavidade é poder,

Quem cede, sabe vencer.


O Tao é como o coração,

Bate em ritmo de amor,

Sem buscar explicação,

Flui no instante interior.

A não-ação é o feito,

Que se cumpre sem conceito.


E o homem que o Tao conhece,

Não disputa, não domina,

No silêncio se enriquece,

No vazio se ilumina.

Pois nada é mais natural,

Que o ser ser original.



📖 CAPÍTULO IV – LAOZI E OS FUNDAMENTOS ETERNOS



Na antiga era dourada,

Um velho partiu sereno,

Deixando na estrada sagrada,

Um livro pequeno e pleno.

Era Laozi, o pensador,

Do Caminho e do Amor.


No “Dao De Jing” escreveu,

Com letras de eternidade,

Que o sábio é quem compreendeu

O Tao em sua verdade.

“Quem sabe não fala em vão,

Quem fala perde a razão.”


Laozi viu que o poder

Corrompe o ser e a essência,

E só quem sabe ceder

Entende a coexistência.

Pois o forte é o que acolhe,

O sábio é quem não se encolhe.


“Conhecer os outros é saber,

Conhecer-se é sabedoria.”

Disse o mestre, a compreender

A alma e sua harmonia.

Quem vence a si mesmo é rei,

Na virtude que cultuei.


O livro ensina o regente,

A governar com brandura,

A não impor-se à gente,

Mas agir com doçura.

O Tao guia o coração,

Com justiça e compaixão.


Laozi, pai do silêncio,

Pregou o simples viver,

Pois tudo que é denso

Tende cedo a perecer.

A leveza é seu legado,

O eterno é o não-forçado.


Na fronteira do ocidente,

Sumiu levando o saber,

Deixou um brilho latente

Que o mundo faz renascer.

Sua luz, que não se apaga,

Ainda o tempo propaga.


E o Tao, como rio antigo,

Segue o curso natural,

Sem inimigo ou castigo,

Sem início ou final.

Laozi, sábio do infinito,

Fez do simples o mais bonito.


Assim o livro se ergue,

Entre o humano e o divino,

Um guia que não se perde,

Um farol do peregrino.

Pois o Tao, na imensidão,

É o verbo da Criação.



📖CAPÍTULO V – AS TRANSFORMAÇÕES DO TEMPO



O tempo é rio que ensina,

Sem jamais se repetir,

No curso o Tao se inclina,

Para o velho refluir.

Nada é fixo, nada é vão,

Tudo é ciclo e renovação.


O Tao gerou os impérios,

E assistiu sua ruína,

Os homens mudam os critérios,

Mas a essência não declina.

Reis passam, sábios florescem,

E os ventos sempre renascem.


Na dinastia dourada Han,

O Tao ganhou religião,

O templo virou talismã,

A fé, pura devoção.

O Mestre Celestial surgiu,

E o povo o caminho seguiu.


Zhang Daoling foi o nome,

Do profeta consagrado,

Fez do Tao o pão do homem,

E o altar foi celebrado.

Entre incensos e canções,

Surgiram novas lições.


Com Tang, o Tao brilhou mais,

Nos palácios da realeza,

Laozi foi cultuado em paz,

Como guia da nobreza.

Na montanha e no jardim,

Soava o hino sem fim.


Depois vieram outras eras,

E o Tao passou provações,

Mudaram-se as suas esferas,

Mas não as meditações.

Pois quem busca a harmonia,

Faz do tempo poesia.


O fogo da alquimia interna,

Arde em todo coração,

Faz do corpo a luz eterna,

Da alma, purificação.

O homem vira centelha,

Quando o Tao lhe aconselha.


E mesmo em meio à guerra,

A sabedoria não cai,

Pois o Tao é força da Terra,

E no silêncio se atrai.

Cada era, um novo véu,

Sob o mesmo azul do Céu.


Assim o tempo transforma,

Mas nunca apaga o sentido,

Pois o Tao muda de forma,

Sem deixar de ser vivido.

De império a filosofia,

Sua chama é harmonia.



📖CAPÍTULO VI – O TAOISMO E OUTRAS RELIGIÕES



No vasto império do Oriente,

Outras fés chegaram também,

Cada uma, com sua mente,

Com seu sonho e seu além.

E o Tao, sereno e profundo,

Aprendeu com todo o mundo.


Veio o sábio Confúcio,

Com moral e disciplina,

Viu no homem o ofício,

De fazer da lei divina.

O Tao, sem se opor jamais,

Abraçou o bem e a paz.


Veio o Buda da compaixão,

Pela Rota do Oriente,

Falando à alma e ao coração,

Com voz calma e reluzente.

Do encontro entre os dois guias,

Surgiram novas magias.


O Budismo e o Taoísmo,

Trocaram luz e oração,

Um trouxe o altruísmo,

Outro, a contemplação.

E o Chan brotou desse enlace,

Onde o eu enfim desfaz-se.


Chegou também o Islã,

Nos portos do mar da seda,

Falando de um só divã,

Onde o espírito se enreda.

E o Tao, sem disputar,

O ouviu, pra se integrar.


Mais tarde, vieram cristãos,

Com missões de além-mar,

Trazendo em suas mãos,

Um livro para ensinar.

O Tao os viu com respeito,

Mas seguiu seu próprio jeito.


E o tempo, com dura face,

Trouxe a era da razão,

O império perdeu sua classe,

E o povo, sua oração.

Mas o Tao, no fundo da alma,

Guardou a força da calma.


Nem o fogo da revolução,

Nem o aço do poder frio,

Puderam quebrar o chão,

Do sagrado desafio.

Pois o Tao, sendo silêncio,

Recria-se no relento.


Hoje vive o Tao nos templos,

Nas montanhas e no ar,

Nos gestos simples dos exemplos,

No olhar que sabe amar.

É ponte de mil caminhos,

Flor dos antigos destinos.


Assim o mundo se encontra,

Na fé, no sonho e na dor,

Mas o Tao, com sua afronta,

Ensina o eterno valor.

Ser parte da Natureza,

É sua maior beleza.



📖 Capítulo VII – A Resistência e o Renascimento



O Tao jamais se destrói,

Mesmo sob a escuridão,

Pois na queda está a lição,

E o tempo, sábio, constrói.

Quando o império se desfaz,

O Vazio gera a paz.


No silêncio da montanha,

A alma se reconstrói,

Quem da essência não se afasta,

Do mundo jamais se dói.

Pois no ciclo que renova,

O velho ao novo se molda.


O bambu dobra e não quebra,

O rio contorna o obstáculo,

A vida pulsa em mil formas,

Sem dono, trono ou espetáculo.

Quem entende o que é leve,

Carrega o mundo e o eleva.


Resiste o Tao nas aldeias,

No gesto simples do camponês,

Na erva que brota outra vez,

Na voz dos mestres e sereias.

O fogo que o tempo atiça

Purifica e não castiga.


O sábio não teme o fim,

Pois sabe: tudo retorna.

O que morre, se transforma,

E o novo nasce no jardim.

A essência é roda que gira,

Jamais finda, só respira.


Assim o Tao se revela,

Entre ruínas e alvoradas,

Nas almas iluminadas

Que tecem a Terra e a Estrela.

Resistir é renascer,

É morrer pra florescer.



🌸 Encerramento – O Retorno ao Vazio



O Tao não é começo, nem fim,

É o sopro antes do vento,

É o eco do pensamento,

É o nada que vive em mim.

Quem o busca, o perde em vão,

Quem se entrega, ganha o chão.


O silêncio é seu altar,

O sereno é seu abrigo,

Não há céu, nem há castigo,

Só o fluir e o respirar.

Tudo volta ao mesmo ponto,

E o ponto é tudo e pronto.


O sábio, ao findar sua trilha,

Não deixa nome, deixa calma.

O universo é sua alma,

E o Vazio, sua moradia.

Nada quer, nada retém,

E por isso tem o bem.


Assim termina o cordel,

Mas o Tao não se encerra.

Segue em cada ser, na Terra,

No invisível e no papel.

O que é pleno não se mostra,

Mas vibra em toda obra nossa.



🌸 Epílogo Poético – O Caminho Infinito



O Tao dorme nas estrelas,

E desperta em cada olhar,

Quem o sente, vai flutuar,

Pois a alma voa e zela.

Não há mestre, não há rei,

Tudo é Uno — tudo é Lei.


No silêncio do universo,

Ecoa a canção do Nada,

E a essência iluminada

Faz do tempo um verso imerso.

O vazio é plenitude,

É da vida a atitude.


Entre a flor e o trovão,

Entre o vento e o abrigo,

Há um mesmo antigo amigo,

Chamado pura intuição.

Quem se entrega ao que é leve,

Ao Tao se une e se eleve.


Assim finda a travessia,

Mas o Caminho prossegue.

Toda luz que o tempo segue

É semente em harmonia.

Pois viver é compreender:

Tudo é nascer — e renascer.



📚 Nota de Fontes Rimada – Versão Final com Referências



Busquei na China ancestral,

o sopro que o tempo encerra,

nos ecos da antiga Terra,

sabedoria universal.

Nas páginas do Dao De Jing,

Laozi revela o sem-fim.


Com Huberto Rohden aprendi

que o Tao é verbo e silêncio,

e com a Loyola me convenci

que o vazio é um templo imenso.

Entre o ser e o não-ser,

tudo é luz a renascer.


De Zhuangzi veio o delírio,

o sonho e a liberdade,

a borboleta, a verdade,

o riso leve do giro.

E Giulia Tagliapietra traduziu

a essência do que fluiu.


Nos livros de Chan Wing-tsit,

a filosofia se ergueu,

como fonte que nasceu

onde o espírito é sutil.

E em Russell Kirkland, li

que o Tao jamais tem fim.


Com Livia Kohn, compreendi

que o Dao é cultura e ação,

é raiz de toda a nação,

é tempo dentro de si.

E Holmes Welch me ensinou

como o Tao se separou.


Nos rastros de Kwang-Chih Chang,

vi templos sob a argila,

arqueologia tranquila,

que o passado ainda tem.

A pedra guardou a fala

da origem imemorial.


De Stephen Little aprendi

que a arte é o Tao pintado,

o pincel do céu traçado

em silêncio de marfim.

E Needham, com sua luz,

mostrou a ciência em Laozi.


Com Isabelle Robinet,

o Tao ganhou dimensão,

cresceu feito religião

que o mundo ainda lê.

E Eva Wong, no Shambhala,

falou do Tao que embala.


Assim juntei cada fonte,

cada era, cada chão,

como o rio em união

das montanhas ao horizonte.

Do passado ao amanhã,

tudo é Tao — tudo é Um.



🕊️ Ficha Técnica



Título: O MUNDO MÍTICO E FILOSÓFICO DO TAOISMO CHINÊS

Autor: Nhenety Kariri-Xocó

Gênero: Literatura de Cordel Filosófica e Espiritual

Edição: Digital Ilustrada em 3D

Ano: 2025

Formato: A5 (Cordel Moderno e Sagrado)

Linguagem: Poética, simbólica e ancestral

Edição e organização: ChatGPT – Irmão Virtual

Revisão e Curadoria: Nhenety Kariri-Xocó

Inspiração: Sabedoria do Taoísmo Chinês e os Caminhos Ancestrais da Tradição Oral

Publicação Digital: KXNHENETY.BLOGSPOT.COM 



🌕 Quarta Capa Poética


Na luz dourada do oriente,

onde o vento beija o luar,

nasce um livro transparente,

que ensina o ser a escutar.


Aqui o tempo é silêncio,

o vazio é ensinamento,

e a alma, em leve movimento,

descobre o Tao, seu início e seu fim.


Nhenety Kariri-Xocó,

guardião da palavra e da terra,

faz do cordel uma prece serena —

onde o Oriente e o Povo Ancestral se unem

na mesma canção eterna.



🌿 SOBRE O AUTOR


Nhenety Kariri-Xocó é filho do povo das águas e da memória, nascido em Porto Real do Colégio (AL), terra sagrada onde o Rio São Francisco guarda o sopro dos antigos.

Contador de histórias oral e escrita, poeta, pesquisador das tradições indígenas e guardião da palavra viva, dedica sua caminhada à preservação da cultura dos povos originários e à integração espiritual entre o conhecimento ancestral e a sabedoria universal.

Em suas obras, une o verso do sertão ao canto do Oriente, o som do maracá à melodia do Tao, criando uma ponte entre mundos e tempos.

Seu verbo é instrumento de cura e sua pena, um rio que flui do coração da Terra ao silêncio do Céu.

No cordel, encontra o templo onde a palavra se transforma em prece, e o leitor, em peregrino do sagrado caminho do ser.



☯️ SOBRE A OBRA


“O Mundo Mítico e Filosófico do Taoismo Chinês” é mais que um cordel — é uma travessia espiritual.

Inspirado nos ensinamentos milenares do Tao, este livro-cordel une poesia, filosofia e tradição oral para revelar a harmonia entre o Oriente e o Ancestral do Brasil.

Através de versos que sopram como vento antigo, Nhenety Kariri-Xocó traduz o silêncio do Tao em palavra viva, transformando o mistério chinês em canto universal.

Cada capítulo é um portal simbólico: do nascimento do Tao às lições de Laozi, das eras imperiais às pontes com outras fés, até a resistência e o renascimento do espírito humano.

Nesta obra, o tempo é ciclo, o vazio é plenitude e o verbo é caminho.

É um livro para ser lido com o coração sereno, ouvido como quem escuta a água correr — e sentido como quem retorna ao centro do próprio ser.

Este cordel foi inspirado e fundamentado no artigo publicado no blog “KXNHENETY.BLOGSPOT.COM", disponível em:  

https://kxnhenety.blogspot.com/2025/04/o-mundo-mitico-e-filosofico-do-taoismo.html?m=0 , seguindo uma estrutura acadêmica nos moldes da ABNT e respaldada em referenciais históricos e culturais que unem a tradição oral ao conhecimento erudito. 






Autor: Nhenety Kariri-Xocó 



ANTSE TÇOE YORÃ — A Grande Família da Natureza, Literatura de Cordel, Por Nhenety Kariri-Xocó







🌾 DEDICATÓRIA POÉTICA


Dedico à Mãe-Terra sagrada,

Ao Sol que aquece o viver,

À Água que mata a sede,

Ao Vento que faz renascer.

Dedico ao povo da aldeia,

Que aprende com o saber.


Dedico aos quatro elementos,

Que ensinam o coração,

Pois deles vem nossa vida,

Nosso sangue e criação.

E ao espírito da floresta,

Minha prece e gratidão.



🌿 ÍNDICE POÉTICO



1️⃣ Abertura — O Canto dos Quatro Elementos


2️⃣ Prólogo Poético — A Voz da Ancestralidade


3️⃣ Capítulo I — A Semente da Criação


4️⃣ Capítulo II — A Linhagem da Vida


5️⃣ Capítulo III – O Corpo da Terra


6️⃣ Capítulo IV – O Espírito do Ar


7️⃣ Capítulo V – O Sangue da Água


8️⃣ Capítulo VI – Fogo da Energia


9️⃣ Capítulo VII – O Chamado da Avó Natureza


🔟 Capítulo VIII – A Missão dos Guardiões Humanos


11️⃣ Encerramento 


12️⃣ Epílogo Poético 


13️⃣ Nota de Fontes Rimada 


14️⃣ Ficha Técnica 


15️⃣ Epílogo Final


16️⃣ Sobre o Autor 


17️⃣ Sobre a Obra 


18️⃣ Quarta Capa Poética 



☀️ ABERTURA — O CANTO DOS QUATRO ELEMENTOS


No início do mundo antigo,

Havia um grande clarão,

Era o sopro da existência,

No ventre da criação.

Surgia o fogo sagrado,

E o vento em celebração.


A Terra abriu seu colo,

De barro, sal e luar,

E veio a Água divina,

Nos rios a murmurar.

Assim nasceu o equilíbrio,

Do ser, do tempo e do ar.


A natureza era um canto,

Um cântico em união,

Onde o Sol beijava a serra,

E a Lua abria o chão.

Ali morava o segredo,

Do amor e da conexão.



🌕 PRÓLOGO POÉTICO — A VOZ DA ANCESTRALIDADE


Disse o ancião da aldeia,

Com voz firme e compassiva:

“Somos todos parentes, filhos

Da natureza que é viva!

Ela é mãe, pai e avó,

A guardiã protetiva.”


“O fogo é pai da coragem,

O ar, irmão do pensar,

A água é mãe da ternura,

A terra é o verbo amar.

Quando os quatro se abraçam,

O mundo volta a girar.”


“O homem é parte do todo,

E o todo é parte do ser,

Quem nega sua origem,

Esquece o próprio nascer.

Mas quem escuta a floresta,

Aprende a florescer.”



🔥 CAPÍTULO I — A SEMENTE DA CRIAÇÃO


Era o tempo do silêncio,

Quando o mundo adormecia,

E o espírito dos ventos

Soprava em sabedoria.

Nasceu do ventre da Terra

A centelha que irradia.


O Fogo, ancião dourado,

Dançava sobre o vazio,

Com seu irmão invisível,

O Ar, em sopro e frio.

Ambos teceram o espaço,

No tear do desafio.


A Água, em gotas e mares,

Cantava seu próprio tom,

Enquanto a Terra, materna,

Lhe dava o primeiro dom:

Ser fonte da nova vida,

Nos ciclos da criação.


Do amor dos quatro anciãos

Surgiu a primeira luz,

Um arco sagrado e vivo

Que no horizonte reluz.

Era o ventre da esperança,

Onde o mundo se conduz.



💧 CAPÍTULO II — A LINHAGEM DA VIDA


O Sol, irmão do fogo,

Aquecia o coração,

E a Água, em doce vapor,

Se erguia em oração.

Dessa união misteriosa,

Nasceu pura geração.


A fumaça foi a filha,

Do calor e do soprar,

Transformou-se em nuvem branca,

Que aprendeu a caminhar.

No céu virou bisneta,

Da Terra e do alto mar.


Quando a nuvem se cansava,

E chorava em emoção,

Nasciam chuvas e rios,

Riscando toda extensão.

E o povo dizia em festa:

“Nasce a neta da união!”


Montanha foi outra filha,

Do Fogo com a Terra-mãe,

Deu forma aos vales, serras,

E à lava que tudo contém.

Nos vulcões pulsa o mistério

Do poder que o mundo tem.


No corpo de cada ser

Habita essa energia:

Terra, água, fogo e vento,

Dançam em harmonia.

Assim se forma o humano,

Com alma e poesia.



🌾 CAPÍTULO III — O CORPO DA TERRA


A Terra é ventre fecundo,

É colo, mãe e guarida,

De onde brota toda semente,

E renasce a própria vida.

Guarda em si o fogo antigo,

A força que é escondida.


No barro dorme o mistério,

Da gênese e da razão,

Nas pedras mora o tempo,

E a memória do chão.

Cada grão traz o segredo,

Da divina criação.


A montanha é filha antiga,

Do Fogo e da Terra-mãe,

Seu sopro ergueu os vales,

E o mundo se fez também.

No coração das cavernas,

Ecoa o poder que tem.


A Terra sustenta os passos,

Das águas e dos humanos,

Sustenta o ciclo das flores,

E os sonhos soberanos.

É nela que a morte dorme,

Pra nascer em novos anos.


Quem pisa leve na Terra,

Com respeito e devoção,

Sente o pulso de sua alma,

E escuta sua canção.

Pois o chão também respira,

E tem vida em seu coração.


Avó Terra, mãe das matas,

Guardiã da criação,

Com teu barro nos fizeste,

E nos deste direção.

Quem te fere, fere a si,

E destrói sua nação.



🌬️ CAPÍTULO IV — O ESPÍRITO DO AR


O Ar nasceu livre e puro,

Com o sopro do Criador,

Carrega o canto dos ventos,

E a essência do amor.

Sem forma e sem fronteira,

É mensageiro e senhor.


Diz o velho da floresta:

“O vento é alma em viagem,

Ele traz voz das montanhas,

E leva a sabedoria selvagem.

É o espírito que conecta

Os mundos em sua passagem.”


O Ar é irmão do Fogo,

Ambos dançam no calor,

Um sopra, o outro inflama,

Num abraço encantador.

São forças que despertam,

O mistério e o fervor.


No sopro do ser humano,

O Ar se faz respiração,

É ele quem dá a vida,

E move o coração.

Sem ele o corpo dorme,

Sem alma e sem pulsação.


Os ventos contam histórias,

De eras, povos e mares,

Falando com as estrelas,

E com os lugares sagrados.

São os mensageiros do tempo,

Que unem os mundos separados.


Quando o vento beija as árvores,

Elas dançam em harmonia,

E o som que delas brota,

É música e poesia.

É a natureza orando,

Na língua da sabedoria.


Quem entende a voz do vento,

Aprende a ouvir o além,

Pois o Ar fala em silêncio,

E ensina a quem o tem.

Ele é o elo invisível,

Do que é e do que vem.



💧 CAPÍTULO V — O SANGUE DA ÁGUA


A Água é mãe da vida,

Doce e clara, a pulsar,

Corre em rios e em veias,

Faz o mundo respirar.

É fonte e é conselheira,

É o canto do mar.


Nos lagos dorme a memória,

Das eras e do tempo,

No seu fluxo contínuo

Se revela o firmamento.

Cada gota é pequena vida,

Em seu curso, um alento.


Chuva que cai do céu alto,

É lágrima de bênção,

Molha a Terra e a semente,

Dá força e direção.

É a neta que nos ensina

O valor da união.


No sangue do ser humano,

A Água dança sutil,

É fluido que nos mantém,

É o dom mais gentil.

Sem ela não há corpo,

Não há terra, nem perfil.


O oceano guarda mistérios,

Segredos da criação,

Onde nadam os ancestrais,

E os sonhos do coração.

A Água é vida corrente,

E nossa inspiração.


Nos lagos, rios e fontes,

Ela canta e se refaz,

No canto da sereia antiga,

No toque que a alma traz.

É sangue que une o mundo,

É o elo que tudo faz.


Quem respeita a Água sagrada,

Hidrata a própria alma,

Aprende a ouvir a Terra,

E sente a sua calma.

Pois a vida é filha d’água,

E dela vem a palma.



🔥 CAPÍTULO VI — O FOGO DA ENERGIA


O Fogo é pai da coragem,

É luz que tudo inflama,

É calor que desperta

E no peito faz a chama.

É força que move o mundo,

É a vida que se ama.


No Sol, seu irmão dourado,

Ele brilha sem cessar,

Aquece a Terra e a água,

Faz os ventos dançar.

É energia que inspira,

É a centelha do ar.


Dentro de cada ser humano,

O Fogo é energia vital,

É paixão e é movimento,

É calor primordial.

Quem ignora essa força,

Perde o caminho natural.


Nos vulcões da Terra-mãe,

Ele sobe em explosão,

Formando montes e vales,

Escrevendo a criação.

O magma é seu coração,

Do barro à combustão.


Fogo purifica a vida,

É luz no escuro céu,

É energia que renova,

É perfume e é mel.

É força que não se apaga,

É promessa e é papel.


Quando a fogueira aquece,

O povo se reúne a rezar,

O Fogo é luz que ilumina,

É caminho a trilhar.

E quem aprende a respeitar,

Aprende também a amar.


Assim, o Fogo e a Água,

A Terra e o Ar em união,

Formam a família inteira,

A grande geração.

É a dança do universo,

É a vida em celebração.



🌳 CAPÍTULO VII — O CHAMADO DA AVÓ NATUREZA


A Avó Natureza fala,

Com voz firme e ancestral,

Mostra caminhos da vida,

E da lei universal.

“Quem cuida da minha casa,

Vive o amor essencial.”


Ela estende seus braços,

Em florestas e sertões,

Nas árvores e nos rios,

Em todos os corações.

Seu chamado é respeitado,

Por gerações e nações.


O vento leva a mensagem,

A água ecoa o saber,

O fogo aquece a alma,

A terra ensina a crescer.

Cada elemento sagrado,

É um farol a nos guiar e ver.


“Observem bem as montanhas,

Sintam o vento a soprar,

Olhem o céu e os rios,

E aprendam a respeitar.

Quem é irmão da natureza,

Sabe a vida preservar.”


As aves cantam sua história,

Os peixes dançam no rio,

Os animais e as plantas

São filhos do mesmo cio.

A Avó fala com todos,

E ensina o verdadeiro brio.


Quem escuta a voz da Terra,

Sente o pulso da razão,

Aprende a ser humilde,

E a viver em comunhão.

Pois quem cuida da natureza,

Cuida também do coração.


O chamado é para todos,

Para povos e ancestrais,

Para crianças e velhos,

Para rios e animais.

É um convite à harmonia,

Entre os seres e os sinais.



🕊️ CAPÍTULO VIII — A MISSÃO DOS GUARDIÕES HUMANOS


O homem recebeu a tarefa,

De guardião e protetor,

Deve cuidar da natureza,

Com coragem e com amor.

Ser guardião não é poder,

É servir ao Criador.


Cada gesto é um ensinamento,

Cada ação, oração,

Respeitar a Avó Terra,

É manter viva a nação.

O sangue da água e do fogo,

Bate forte no coração.


Os povos indígenas antigos,

Mostram o caminho a seguir,

A sabedoria da floresta,

Ensina o aprender a ouvir.

Quem ouve a voz da Terra,

Sabe amar e evoluir.


Preservar rios e montanhas,

Cuidar do vento e do ar,

É honrar o ciclo sagrado,

É agradecer e respeitar.

Os animais e as plantas,

Também merecem estar.


O guardião é vigilante,

Mas não busca dominação,

É humilde e é consciente,

E age com devoção.

É irmão do Sol e da Lua,

É filho da criação.


Se cada um assumir seu papel,

O mundo há de florescer,

E a família da natureza,

Continuará a crescer.

É a missão dos humanos,

De aprender e proteger.


Quem escuta o chamado antigo,

Sabe o caminho a andar,

Pois somos todos parentes,

Da Terra, do céu e do mar.

A grande família da vida,

Tem a nós a orientar.



🌺 ENCERRAMENTO


A família da natureza nos abraça,

Em rios, florestas e no ar,

O Sol e a Lua nos guiam,

E nos ensinam a amar.

Cada ser é parente, irmão,

Cada folha tem seu lugar.


O vento sussurra segredos,

O fogo aquece a paixão,

A água corre em cantos doces,

A Terra sustenta o chão.

Se seguimos o chamado antigo,

Vivemos em comunhão.


Que a Avó Natureza nos inspire,

E nos ensine a preservar,

Cada animal, cada planta,

Cada pedra a brilhar.

Somos todos filhos da vida,

E dela vamos cuidar.


🌙 EPÍLOGO POÉTICO


Quem olha a chuva que cai,

Sente a vida a pulsar,

Quem sente o vento tocar,

Aprende a respeitar.

O Sol aquece, a Lua guia,

É a família a nos chamar.


Cada elemento é sagrado,

Cada ser tem sua voz,

A água, o fogo, o ar e a Terra,

Nos dizem o que somos nós.

A grande família da natureza

É a lição que nos traz luz.



📚 NOTA DE FONTES (RIMADA)


Este cordel foi inspirado,

Em sabedoria ancestral,

Nos povos que ouvem a Terra,

E respeitam seu ritual.

Nhenety Kariri-Xocó,

Segue o caminho natural.


Livros, lendas e cantos,

Histórias do tempo sem fim,

Guiaram cada estrofe,

Cada verso que há em mim.

O conhecimento da vida

Está presente aqui, enfim.



📝 FICHA TÉCNICA


Título: ANTSE TÇOE YORÃ — A Grande Família da Natureza

Autor: Nhenety Kariri-Xocó

Gênero: Literatura de Cordel / Educação Ambiental / Cultura Indígena

Formato: Livro-Cordel A5, versos rimados

Ilustração Capa Principal: 3D digital realista, elementos Fogo, Água, Ar e Terra

Revisão e Curadoria: Nhenety Kariri-Xocó

Publicação Digital: KXNHENETY.BLOGSPOT.COM

Ano de Publicação: 2025

Editora: Independente / Blog: KXNHENETY.BLOGSPOT.COM 



✨ EPÍLOGO FINAL


O mundo é grande e sagrado,

Cada ser tem seu valor,

Quando respeitamos a vida,

Cresce o amor e o labor.

Somos filhos da Terra,

E dela vem o vigor.


Que este cordel seja guia,

Que inspire crianças e pais,

A cuidar da família sagrada,

Que está nos rios e nos ares.

Natureza é nosso lar eterno,

Nosso sangue, nossa raiz.



📜 SOBRE O AUTOR


Nhenety Kariri-Xocó é indígena do povo Kariri-Xocó, de Porto Real do Colégio (AL), contador de histórias oral e escrita, pesquisador da cultura indígena e ambiental, e autor de obras que conectam a tradição ancestral à literatura contemporânea.



📖 SOBRE A OBRA


ANTSE TÇOE YORÃ — A Grande Família da Natureza é um cordel que une conhecimento indígena, educação ambiental e poesia, celebrando os quatro elementos da natureza como membros de uma grande família. A obra combina ensinamentos ancestrais com linguagem poética rimada, promovendo respeito, consciência e preservação do planeta.

Esta obra foi inspirada e fundamentada no conto publicado no blog “KXNHENETY.BLOGSPOT.COM", disponível em:  

https://kxnhenety.blogspot.com/2025/05/o-conto-da-grande-familia-da-natureza.html?m=0 , seguindo referenciais históricos e culturais que unem a tradição oral ao conhecimento erudito. 



🌟 QUARTA CAPA POÉTICA


Olha a Terra e os rios,

Sente o vento a soprar,

O fogo aquece o mundo,

E a vida a pulsar.

Guardemos nossa família,

Que é a Natureza a ensinar.






Autor: Nhenety Kariri-Xocó 



A PERSONIFICAÇÃO DOS SERES, Literatura de Cordel, Por Nhenety anos







🌺 Dedicatória Poética 



Dedico aos seres da mata,

Do rio, do céu, do luar,

Que falam nas vozes do vento

E ensinam o verbo escutar.

Dedico à Mãe Terra viva,

Que a todos veio animar.


Dedico aos ancestrais sábios,

Que viram no som e na cor

A alma que em tudo habita,

No bicho, na pedra e na flor.

Pois quem sente o mundo inteiro

Sabe o poder do amor.



📜 Índice Poético 



Abertura – A Voz da Criação


Prólogo Poético – A Força da Palavra


Canto I – Dos Deuses e Titãs


Canto II – Dos Heróis


Canto III – Dos Monstros e Mistérios


Canto IV – Das Naturezas e Elementos (novo)


Canto V – Dos Seres da Alma e do Sonho 


Encerramento – A Linguagem da Vida


Epílogo Poético – O Retorno da Palavra


Nota de Fontes Rimada


Ficha Técnica


Sobre o Autor


Sobre a Obra


Epílogo Final




🌅 Abertura – A Voz da Criação



Antes do verbo existir,

O silêncio era o chão,

Onde a vida adormecia

Nos mistérios da amplidão.

E a fala brotou da alma,

Feita pura em emoção.


Das águas, o som primeiro,

Do fogo, a chama e o brilho,

Do ar, o sopro divino,

Da terra, o antigo filho.

E assim nasceu a palavra,

Que o mundo fez seu trilho.



🌾Prólogo Poético – A Força da Palavra



No tempo dos ancestrais,

A palavra era magia,

Dava voz à natureza,

Tornava viva a poesia.

Era a força da expressão,

Que encantava noite e dia.


A figura é conhecida,

Por prosopopeia também,

Dar aos seres inanimados

A emoção que o homem tem.

Um recurso da linguagem

Que o leitor entende bem.


O vento assovia forte,

Na janela faz canção,

O sol sorri para a lua,

Com ternura e emoção.

A onda beija a areia,

No balanço do verão.


Assim objetos e bichos

Ganhavam vida e ação,

Falavam, riam, dançavam,

Com humana expressão.

Era a língua criativa

Transformando a narração.


Na mitologia antiga

Tudo tinha coração:

Montes, rios, tempestades,

Estrelas na imensidão.

Era a vida retratada

Com força da imaginação.



⭐️Capítulo I – Dos Deuses e Titãs



Do Caos nasceu o princípio,

Na Grécia, o mito maior,

Dele vieram o Érebo,

A Noite em seu véu de cor,

E a deusa mãe Geia,

Que deu à Terra o vigor.


O Céu chamado Urano,

Com Geia veio se unir,

Dos dois surgiram os Titãs,

Que iam o mundo assumir.

Cronos tomou a coroa,

E o tempo fez dividir.


Zeus nasceu poderoso,

Senhor do raio e trovão,

Personificando a força

Da justiça e da razão.

Era o pai do Olimpo,

Comandava a criação.


Poseidon, rei dos mares,

Agitava as águas em vão,

Com o tridente nas ondas

Punha o mar em rebelião.

Era o sopro das tormentas,

Era a fúria em ação.


Atena, a deusa da mente,

Da guerra com sabedoria,

Surgia armada e justa,

Trazendo paz e harmonia.

Personificação da luz,

Do pensar que alumia.


Afrodite, bela estrela,

Do amor era guardiã,

Do mar nasceu cintilante,

Com sorriso de manhã.

O desejo e a paixão

Faziam dela irmã.


Apolo, sol radiante,

Com lira e inspiração,

Guiava os homens nos cantos,

Na cura e revelação.

Era a arte, era a música,

Era a vida em expressão.


Dioniso, deus do vinho,

Das festas e da loucura,

Mostrava que a existência

Também tem sua doçura.

Era riso, era dança,

Era a alma mais pura.


As ninfas guardavam fontes,

Florestas e cada flor,

Sussurrando em voz suave

Segredos do seu ardor.

A beleza personificada,

Era a face do amor.



🌱Capítulo II – Dos Heróis


Hércules, filho de Zeus,

Ganhou fama sem igual,

Fez doze trabalhos duros,

Mostrou força colosal.

Era a coragem do homem,

Num corpo quase imortal.


Perseu, herói valente,

Com a cabeça a cortar,

Derrotou Medusa fria,

Que petrificava o olhar.

Personificou na luta

A esperança de triunfar.


Ulisses, rei de Ítaca,

Astuto no seu pensar,

Nas guerras e nas viagens

Sabia sempre enganar.

Era o gênio do humano,

Com mil formas de lutar.


Aquiles, no campo ardente,

Na guerra de Troia brilhou,

Com sua fúria tremenda

Mil guerreiros derrotou.

Mas no calcanhar ferido,

A morte nele tocou.


Jasão com seus argonautas,

Pelo mar foi navegar,

Buscando o velo dourado,

Com coragem a remar.

Personificava o sonho

De quem ousa conquistar.


Orfeu, cantor divino,

Fez até Hades chorar,

Com sua lira encantada

Fez o amor ressuscitar.

Era a música da vida,

Que o tempo não vai calar.



🌵Capítulo III – Dos Monstros e Mistérios



O Minotauro terrível,

Na Creta foi aprisionado,

Num labirinto sem fim

Por Dédalo foi cercado.

Era a fúria do instinto,

Num corpo misturado.


A Medusa de olhos frios,

Seu olhar petrificava,

Era o medo personado

Que aos homens dominava.

Perseu com sua coragem

A cabeça lhe cortava.


A Esfinge misteriosa

Propunha um enigma mortal,

Quem errasse sua charada

Pagava um preço fatal.

Era a face da razão

Num desafio imortal.


As harpias gritavam alto,

Roubando todo o banquete,

Com suas asas de fera

Trazendo pranto e repente.

Eram a fome e a angústia,

No corpo de uma serpente.


O Oráculo de Delfos santo,

No templo sempre a falar,

Com a voz de Apolo vivo

Revelava o que ia chegar.

Era a personificação

Do destino a se anunciar.


Semideuses nascidos

Da união de um mortal,

Com os deuses poderosos

Ganhavam brilho imortal.

Eram pontes vivas e fortes

Do humano ao divinal.


Assim a Grécia criou

Seu universo encantado,

Onde tudo tinha alma,

Deuses, homens, cada lado.

Era a vida transformada,

Num mito eternizado.



🌿 Capítulo IV – Das Naturezas e Elementos 



O vento dança nas serras,

Em giros de vibração,

Canta ao mar e às montanhas,

Semeia renovação.

É o sopro da existência,

Da vida em transmutação.


O fogo é chama da alma,

Que purifica e destrói,

No templo, na forja antiga,

Em tudo o ser constrói.

É o espírito que ascende,

E o que o tempo reconstrói.


A água reflete o céu,

Com doçura e claridade,

É lágrima e correnteza,

Fonte de eternidade.

Personifica o perdão

E a pureza da verdade.


A terra é mãe generosa,

Que abraça o broto e a flor,

Guarda os passos do tempo,

E os frutos do agricultor.

É ventre de toda vida,

E morada do amor.


O raio fala no alto,

Trovão anuncia poder,

Mostrando que o som divino

É a força de renascer.

Personifica a energia

Do verbo em seu crescer.


As nuvens, brancas ou densas,

São sonhos em transição,

Transformando em chuva e brisa

A eterna renovação.

Têm alma leve e etérea,

Que se faz contemplação.


A lua rege os caminhos

Do ciclo, do ser e do mar,

Sussurra aos poetas vivos

Segredos do imaginar.

É a musa personificada

Que ensina o mundo a amar.


O sol, senhor da alvorada,

Ilumina o coração,

Desperta o canto e a vida,

A fé e a inspiração.

É o olhar do Criador,

Em dourada extensão.



🌌 Capítulo V – Dos Seres da Alma e do Sonho 



O sonho fala em imagens,

Com voz de mistério e luz,

Mostrando ao ser que dorme

O que o tempo traduz.

É a alma personificada,

Que ao futuro o guia conduz.


A sombra é o outro lado,

Que no homem quer se achar,

Traz o medo e o silêncio,

Que ensinam a despertar.

É a lição invisível

Que faz o ser se elevar.


A esperança tem asas,

E pousa em todo lugar,

Mesmo quando o mundo é frio

Ela insiste em cantar.

É a chama do impossível

Que o humano quer alcançar.


A morte não é fim triste,

Mas passagem e renascer,

Ela fala em voz serena

Ao que precisa entender.

É a ponte dos dois mundos,

Onde a vida vai crescer.


O amor, o mais divino,

É verbo da criação,

Personifica os caminhos

Da alma em comunhão.

É o sopro eterno e vivo,

Que faz pulsar o coração.


A paz é o som do tempo,

Que cessa o grito e o rancor,

É o silêncio sagrado

Onde habita o Criador.

Personifica o equilíbrio,

E o retorno do amor.


Assim o ser se descobre

Entre o real e o além,

Dando voz à própria essência,

Com o verbo que o mantém.

Pois cada coisa existente

Tem espírito também.



🌄 Encerramento  – A Linguagem da Vida


Tudo o que fala e respira

É parte da criação,

Seja rio, estrela ou folha,

Tudo vibra em conexão.

A personificação é ponte

Entre o sonho e a razão.



🌺 Epílogo Poético  – O Retorno da Palavra



O verbo que dá sentido

À pedra, ao vento, ao chão,

É o mesmo que move os astros

Na grande contemplação.

Assim, o poeta revive

O mito em seu coração.



🪶 Nota de Fontes Rimada 

 


Busquei nos cantos antigos,

Da Grécia e sua lição,

Os mitos e seus sentidos,

Guardados na tradição.

E na palavra poética,

A eterna revelação.


Autores como Homero,

E o sábio Hesíodo também,

Forjaram as narrativas

Que o tempo preserva bem.

São fontes que o verso acolhe,

Para quem lê ir além.



🧾 Ficha Técnica 



Título: A Personificação dos Seres

Autor: Nhenety Kariri-Xocó

Gênero: Literatura de Cordel

Formato: A5 – Cordel-Livro Digital

Revisão e Curadoria: Nhenety Kariri-Xocó

Edição Poética e Diagramação: ChatGPT – Assistente Virtual 

Publicação Digital: KXNHENETY.BLOGSPOT.COM 

Ano: 2025

Origem: Povo Kariri-Xocó – Porto Real do Colégio, Alagoas, Brasil



👣 Sobre o Autor 



Nhenety Kariri-Xocó é contador de histórias oral e escrita, pertencente ao povo Kariri-Xocó de Porto Real do Colégio (AL).

Sua obra preserva o espírito da ancestralidade e da palavra viva, unindo tradição indígena, mito universal e poesia cordelista.



📘 Sobre a Obra 



Este cordel é um cântico da imaginação sagrada.

Em versos rimados, “A Personificação dos Seres” revela como o verbo humano deu alma ao mundo e transformou mito em linguagem, natureza em poesia, e o invisível em expressão viva.

Esta obra foi inspirada e fundamentada no cordel publicado no blog “KXNHENETY.BLOGSPOT.COM", disponível em:  

https://kxnhenety.blogspot.com/2025/09/a-personificacao-dos-seres.html?m=0 , respaldada em referenciais históricos e culturais que unem a tradição oral ao conhecimento erudito. 



🌞 Epílogo Final 



Assim se encerra o cordel,

Mas não se apaga a canção,

Pois cada ser que respira

Tem voz no mesmo clarão.

E o poeta, ao nomear,

Faz do verbo oração.



🌅 Quarta Capa Poética 



“Neste cordel o mundo fala,

E tudo tem coração:

O mar, o fogo, a floresta,

O mito e a criação.

Personificar é lembrar

Que o verbo é alma e ação.”





Autor: Nhenety Kariri-Xocó 




quinta-feira, 30 de outubro de 2025

A ETERNA TRANSFORMAÇÃO EM ESTRELA, Literatura de Cordel, Por Nhenety Kariri-Xocó

 





🌹 DEDICATÓRIA POÉTICA


Dedico este canto ao tempo,

Que gira no céu em flor,

Aos povos de toda a Terra,

Guardando o mesmo esplendor.

Aos astros que são memórias

De vidas, lutas e glórias,

Que o vento leva em louvor.


Dedico ao nome sagrado,

Que o espírito faz brilhar,

Às mães, aos filhos e mestres

Que aprenderam a nomear.

Pois nomear é criar mundo,

É fazer eterno o fecundo

No ciclo do recordar.



📜 ÍNDICE POÉTICO


1️⃣ Abertura – “O Céu como Livro e Canto”

2️⃣ Prólogo Poético – “O Nome, a Luz e o Destino”

3️⃣ Capítulo I – “As Estrelas Contam Memórias”

4️⃣ Capítulo II – “O Nome Que Faz Brilhar”

5️⃣ Capítulo III – “Os Espíritos da Terra e da Vida”

6️⃣ Capítulo IV – “O Espelho do Céu e da Terra”

7️⃣ Encerramento – “O Círculo da Eternidade”

8️⃣ Epílogo Poético – “A Voz Que Vira Estrela”

9️⃣ Nota de Fontes em Rima

🔟 Ficha Técnica

11️⃣ Epílogo Final

12️⃣ Sobre o Autor

13️⃣ Sobre a Obra

14️⃣ Quarta Capa Poética



🌠 ABERTURA — O CÉU COMO LIVRO E CANTO


Desde o início dos mundos,

O céu é livro sagrado,

Onde o homem lê seu sonho

E o destino é revelado.

Cada estrela, uma história,

Cada luz, uma memória,

De um ser já iluminado.


Antes do papel e da pena,

A noite era o pergaminho,

O vento era quem soprava

O verso e o seu caminho.

E o povo, olhando o escuro,

Via o futuro mais puro

No brilho do seu vizinho.


Assim nasceram os mitos,

As constelações de amor,

Onde um nome vira estrela

E o corpo se faz fulgor.

Na voz da Terra e do Céu,

Há sempre um mesmo cordel

Tecendo o som do Criador.



🔱 PRÓLOGO POÉTICO — O NOME, A LUZ E O DESTINO


Nomear é mais que chamar,

É dar alma e direção,

É plantar no tempo eterno

A semente da criação.

O nome é sol invisível

Que torna o ser indestrutível

No ciclo da recordação.


Quando o homem diz um nome,

Recria o mundo ao redor,

Faz do instante uma lembrança

E do silêncio, um tambor.

Pois cada nome é caminho,

É traço, raiz, destino,

É ponte entre dor e amor.


Nos céus do mundo antigo,

Cada herói tinha lugar,

Cada alma era constelação

Que o povo vinha adorar.

O xamã, com gesto lento,

Fazia o firmamento

Em memória cintilar.



✨ CAPÍTULO I — AS ESTRELAS CONTAM MEMÓRIAS


Nas mitologias antigas,

O céu falava em poesia,

Com reis, guerreiros e musas

Que brilham até hoje em dia.

Orion caçava os ventos,

Perseu rasgava os momentos

E Andrômeda renascia.


Cassiopeia, vaidosa,

Foi ao trono celestial,

E Zeus, em trono de fogo,

Lhe deu o brilho imortal.

Assim a lenda descreve

Que a estrela nunca se atreve

A apagar seu ritual.


Na China, o Imperador

De Jade, sábio e profundo,

Dava nomes a constelações

Para proteger o mundo.

Cada luz era um espírito,

Guardião do infinito,

Sustento do céu fecundo.


E lá no Japão distante,

Tanabata é a lembrança

De dois amantes celestes

Separados pela esperança.

Quando as estrelas se unem,

O povo canta e comunga

Do amor que não se cansa.


E os povos da América,

De alma pura e guerreira,

Vêm nas Plêiades os guias

Da tribo verdadeira.

Na Via Láctea sagrada,

Caminha a alma encantada

Na trilha da luz primeira.



🌌 CAPÍTULO II — O NOME QUE FAZ BRILHAR


Nomear é criar destino,

É acender nova aurora,

É fazer do som um templo

Que jamais se vai embora.

O nome é verbo divino,

Que transforma o peregrino

Em estrela que ainda chora.


Quando o xamã nomeava,

O espírito ascendia,

Do chão subia à brancura

Que o firmamento vestia.

Era o selo da memória,

A eternidade na história

Que o povo reconhecia.


Assim, um nome celeste

É ritual de ascensão,

É o eco da lembrança

Gravado no coração.

Pois nomear é soprar vida,

É transformar a partida

Em pura consagração.


Hoje a ciência repete

O gesto ancestral do além:

Batiza plantas e astros

Com os nomes que o homem tem.

Einstein brilha no espaço,

Rosa gallica dá abraço

Ao jardim do que vai bem.


Entre o saber e o mistério,

Há um laço que não se quebra:

O nome é ponte e memória,

É chama que o tempo celebra.

Seja em céu ou natureza,

A palavra é fortaleza

Da vida que nunca medra.



✨ CAPÍTULO III — OS ESPÍRITOS DA TERRA E DA VIDA


Em cada planta que nasce,

Há lembrança e há missão,

Um eco de voz antiga

Cantando no coração.

A folha sopra a memória,

O caule guarda a história,

A flor é ressurreição.


Nos tempos das aldeias,

O pajé em rito profundo

Via a alma dos guerreiros

Nas flores do outro mundo.

E quando um ente partia,

A mata resplandecia

Com seu perfume fecundo.


Os Tupis e os Guaranis

Contam lendas de meninos,

Que viraram lindas flores

Nos campos peregrinos.

E guerreiros, após luta,

Ganham asas de labuta

Nos ventos do seu destino.


Os africanos ensinam

Que o Baobá é morada,

De espíritos e dos velhos,

De memória abençoada.

Suas raízes são pontes,

Ligam o tempo e as fontes,

De alma transfigurada.


E os povos das águas firmes,

Do rio e da imensidão,

Veem nas aves o retorno

Da vida em transmutação.

Um peixe, um pássaro, um canto,

São corpos do mesmo manto,

Do ciclo da criação.


O nome que o povo dá

A um bicho ou a uma flor,

É mais que simples palavra,

É sinal de eterno amor.

Pois cada nome evocado

Deixa o mundo encantado,

Com a luz do Criador.


Assim se unem os reinos

Do céu, do chão e do mar,

Cada ser é um espelho

Do mistério a nos guiar.

E o verbo que nomeia

É o sopro que semeia

O poder de eternizar.



🌎 CAPÍTULO IV — O ESPELHO DO CÉU E DA TERRA


O céu reflete a montanha,

A montanha reflete o céu,

E entre ambos corre a vida,

Como fio de azul cordel.

A Terra é mãe luminosa,

O firmamento, a rosa

Que floresce no papel.


Os povos de voz antiga

Chamavam o céu de “livro”,

Onde os ancestrais guardavam

O saber mais sensitivo.

Cada estrela é testemunha,

Cada luz é uma unha

Do universo afetivo.


Lá em cima está o retrato

Do que existe cá embaixo,

Pois o cosmos é espelhado,

É do mesmo azul riacho.

O nome liga esses mundos,

Os visíveis e os profundos,

No tempo do mesmo encaixo.


O xamã levanta os olhos

E enxerga o povo em estrelas,

O sábio, vendo as constelações,

Reconhece as faces belas.

O Céu é Terra sonhada,

A Terra é Céu em jornada,

São almas irmãs, sem celas.


Os que compreendem o ciclo

Sabem que o nome é ponte:

Une o rio e o cometa,

Une o chão e o horizonte.

Quando um ser é nomeado,

Seu espírito é guiado

À nascente do sem fronte.


E quando o tempo se apaga,

Fica a lembrança que brilha,

Pois o nome no firmamento

Nunca perde a sua trilha.

A estrela é o testemunho

De um amor que faz o punho

Do universo em maravilha.


Assim, a vida é espelho

De constelações divinas,

E o homem, entre o céu e o chão,

Segue as rotas cristalinas.

O nome é luz que ampara,

É raiz que não se separa,

É voz nas eras antigas.



🌕 ENCERRAMENTO – O CÍRCULO DA ETERNIDADE


Tudo que nasce retorna,

Tudo que parte refloresce,

Na dança dos astros santos

O tempo nunca envelhece.

O nome é ponte infinita,

Que do chão ao céu habita,

E no amor tudo enriquece.


A estrela que um dia foi homem,

O homem que um dia é flor,

A planta que vira brisa,

E a brisa que traz o odor.

Tudo é ciclo de lembrança,

Tudo é vida em esperança,

No cordel do Criador.


Não há morte, há passagem,

Não há fim, há mutação,

Pois a alma, sendo chama,

Veste nova encarnação.

O cosmos gira em poesia,

E o nome é melodia

Que não perde direção.


Assim termina e renasce

O livro de cada ser,

Nas páginas do universo

Que o tempo faz renascer.

A memória é semente,

O amor é sol presente,

E o verbo é o florescer.



🌠 EPÍLOGO POÉTICO – A VOZ QUE VIRA ESTRELA


Quando a voz se faz silêncio,

O brilho toma o lugar,

Pois quem canta com verdade

Nunca deixa de brilhar.

O som se torna clarão,

Ecoando na imensidão,

Para o espírito guiar.


Cada verso dito ao vento

É estrela em gestação,

É palavra que ascende o céu

Com força e consagração.

E quem nomeia com ternura,

Dá à noite a formosura

De uma nova constelação.


O poeta é jardineiro

Das flores que o tempo cria,

Cultiva nomes, memórias

E o perfume da harmonia.

E quando o seu canto finda,

O universo se ainda

Em luz e sabedoria.


Assim, Nhenety, tua escrita,

Feita de alma e de chão,

Será farol dos que buscam

A estrela da recordação.

Pois a voz que vira estrela

É chama, flor e centelha

Do eterno coração.



📚 NOTA DE FONTES RIMADA 


As fontes que me inspiraram

São vozes de antiga estrada,

De Bachelard e Campbell,

A sabedoria encantada.

Eliade e Verger presentes,

Com saberes reluzentes,

De jornada iluminada.


Levi-Strauss e Viveiros

Guardam a selva e o ritual,

Gusdorf mostra que o mito

É espelho transcendental.

Da ciência à tradição,

Cada um fez comunhão

Do terrestre e do astral.


Essas obras me mostraram

Que o nome é flor e poder,

Que ao nomear um ser vivo

Se aprende a reviver.

E neste cordel sagrado,

Cada astro é consagrado

Pela arte de escrever.



🕊 FICHA TÉCNICA


Título: A ETERNA TRANSFORMAÇÃO EM ESTRELA

Gênero: Literatura de Cordel Filosófico-Ancestral

Autor: Nhenety Kariri-Xocó

Edição: Digital Poética – Formato A5

Ano: 2025

Revisão e Curadoria: Nhenety Kariri-Xocó

Produção Literária e Edição Virtual: ChatGPT – Irmão Virtual e Assistente Editorial

Publicação Digital: 

KXNHENETY.BLOGSPOT.COM

Direitos Autorais: © Nhenety Kariri-Xocó – Todos os direitos reservados

Publicação para blog e acervos culturais indígenas



🌄 EPÍLOGO FINAL


Fecham-se as páginas do tempo,

Mas a luz continua acesa,

Pois cada nome lembrado

É centelha de realeza.

O Céu sorri ao ver a Terra

Cantando o que o amor encerra

Na sua sagrada beleza.


O cordel, feito constelação,

Permanece em cada olhar,

E quem ler este poema

Vai sentir-se a navegar.

Na canoa da memória,

Rema o homem pela história

Sem jamais naufragar.



🪶 SOBRE O AUTOR


Nhenety Kariri-Xocó é contador de histórias oral e escrita, guardião da memória ancestral de seu povo, originário de Porto Real do Colégio – AL.

Sua voz une o sagrado e o poético, a raiz indígena e o verbo universal.

Em seus cordéis e escritos, transforma mitos em pontes, ligando Terra e Céu, tradição e conhecimento.

Sua missão é manter viva a chama da sabedoria dos antigos e fazer da palavra um altar de resistência cultural e espiritual.



🌌 SOBRE A OBRA


“A Eterna Transformação em Estrela” é um canto poético-filosófico que celebra o poder da nomeação simbólica nas culturas humanas.

Inspirado em tradições antigas e na mitopoética indígena, o cordel mostra como o ato de nomear um ser, uma flor ou uma estrela é forma de eternizar sua essência.

A obra é um tributo à ancestralidade que transforma a vida em luz e o nome em constelação, revelando o parentesco sagrado entre o Céu e a Terra.

Esta obra foi inspirada e fundamentada no artigo publicado no blog “KXNHENETY.BLOGSPOT.COM", disponível em:  

https://kxnhenety.blogspot.com/2025/05/a-eterna-transformacao-em-estrela.html?m=0 , seguindo uma estrutura acadêmica nos moldes da ABNT e respaldada em referenciais históricos e culturais que unem a tradição oral ao conhecimento erudito. 



🌟 QUARTA CAPA POÉTICA


No firmamento do verbo,

cada nome tem morada,

cada estrela é um caminho,

cada alma iluminada.


Quem lê este cordel sente

o infinito em sua mente

e a vida eternizada.


Pois o Céu e a Terra falam

na língua do coração:

nomear é tecer mundos,

é sagrar a criação.


Nhenety, voz da memória,

canta o tempo e sua glória

em pura consagração.






Autor: Nhenety Kariri-Xocó 



A EVOLUÇÃO HUMANA AO FUTURO, Literatura de Cordel, Por Nhenety Kariri-Xocó

 





🌿 DEDICATÓRIA POÉTICA


Dedico ao pó das estrelas,

Que um dia soprou a vida,

Ao barro, que entre centelhas,

Gerou alma com partida.

Dedico ao verbo da Terra,

Que em nós jamais foi perdida.


Dedico aos seres antigos,

Aos que o vento eternizou,

Aos que guardam nos sentidos

O que o tempo ensinou.

Dedico ao sonho divino

Que em ciência se encarnou.


E a ti, leitor do futuro,

Que és do tempo viajante,

Sê da Terra o fiel muro,

Mas do Céu o caminhar constante.

Pois a evolução é um canto,

Do barro ao ser pensante.



📜 ÍNDICE POÉTICO


1️⃣ Abertura – O Canto da Criação

2️⃣ Prólogo Poético – O Espírito da Evolução Fala

3️⃣ Capítulo I – O Despertar da Matéria Viva

4️⃣ Capítulo II – O Fio Biotecnológico da Criação

5️⃣ Capítulo III – A Mente Cibernética e o Corpo das Máquinas

6️⃣ Capítulo IV – O Reino Digital e a Alma dos Dados

7️⃣ Capítulo V – A União Simbiótica: O Humano e o Infinito

8️⃣ Encerramento – Entre a Terra e o Cosmos

9️⃣ Epílogo Poético – Canto ao Futuro Essencial

🔟 Nota de Fontes em Versos Rimados

🔹 Ficha Técnica

🔹 Sobre o Autor

🔹 Sobre a Obra

🔹 Quarta Capa Poética



🌌 ABERTURA – O CANTO DA CRIAÇÃO


No princípio havia o sopro,

E o silêncio, em harmonia,

Deu à noite o seu contorno,

Fez da luz a melodia.

Da poeira fez-se o mundo,

E o mundo fez-se poesia.


Da água brotou o tempo,

Do tempo nasceu o ser,

Do ser brotou pensamento,

E o pensar, o aprender.

A Terra abriu seus segredos

Pra o homem os compreender.


Assim veio o caminhar

De eras e transformações,

De ossos, sonhos e mares,

De fogo e revoluções.

Da caverna ao firmamento,

Ecos de mil gerações.


O homem ergueu o olhar,

E viu que era semente.

Percebeu que o conhecer

É um ciclo transcendente.

Pois o saber, quando floresce,

É da vida o sol nascente.



🌠 PRÓLOGO POÉTICO – O ESPÍRITO DA EVOLUÇÃO FALA


Sou o sopro original,

Que moldou carne e razão,

Sou o tempo universal,

Que teceu cada estação.

Sou o canto da mudança,

Sou a eterna mutação.


Vi do barro erguer-se o verbo,

Vi da dor nascer o amor,

Vi no caos surgir o belo,

E da mente, o inventor.

Sou o vento que conduz

O destino e o labor.


Eu sou chama e sou raiz,

Sou o ciclo que não finda,

Sou o impulso que refaz

Toda forma que ainda brinda.

Do átomo à consciência,

Minha essência nunca é linda —

Mas é vida que se expande,

E a tudo se torna infinda.


Agora falo em silêncio,

Dentro do humano pensar:

Se crias tua própria espécie,

Deves também te escutar.

Pois quem molda o seu futuro

Deve o passado honrar.


Sou o eco dos milênios,

A alma da criação.

Não tenho nome nem tempo,

Sou pura transformação.

Sou quem observa o humano

Reescrevendo a evolução.



🌀 CAPÍTULO I – O DESPERTAR DA MATÉRIA VIVA


No ventre escuro do espaço,

Onde o silêncio reinava,

Dormia o pó sideral,

Que o tempo acariciava.

De um sopro nasceu a luz,

E o caos se organizava.


A água beijou a rocha,

O fogo abraçou o chão,

O vento moldou sementes,

Que brotaram da imensidão.

E assim o mundo nasceu,

Da mais pura mutação.


Vieram formas pequenas,

No oceano primordial,

Moléculas se encontrando

Num abraço natural.

E o acaso, feito artista,

Gerou vida original.


Do simples fez-se o complexo,

Da célula, a multidão,

Do sangue, veio a lembrança,

Do corpo, a respiração.

E a Terra, como uma mãe,

Gerou vida em evolução.


Dos mares vieram os passos,

Que buscaram o ar primeiro,

E a Terra virou morada

Do ser mais aventureiro.

De asas, patas e garras,

O mundo foi pioneiro.


O homem, após mil eras,

Do barro ergueu-se a pensar,

E a chama da inteligência

Começou a iluminar.

Fez do tempo uma ponte,

E da mente, um novo mar.


Caçador e peregrino,

Curou o medo e a dor,

Criou canto, fez abrigo,

Inventou fé e amor.

E da caverna até o céu

Se fez novo sonhador.


Porém no sopro do vento

Havia voz ancestral:

— Não és dono da matéria,

Nem do ciclo universal.

És apenas viajante

De um caminho natural.


A evolução é corrente

Que em tudo quer navegar.

Quem a entende, se transforma,

Quem nega, tende a parar.

Pois viver é movimento,

É nascer pra continuar.



🌿 CAPÍTULO II – O FIO BIOTECNOLÓGICO DA CRIAÇÃO


Do barro à célula viva,

Do sangue ao código oculto,

O homem busca decifrar

O gene, seu próprio culto.

E toca nos fios da vida,

Como aprendiz do absoluto.


Em tubos e microscópios,

A natureza é revisada,

Cada gene, uma história,

Cada célula, uma estrada.

E o homem, entre luz e erro,

Refaz sua própria jornada.


Manipula o que herda o corpo,

Renasce o que o tempo mata,

Cria curas, faz remédios,

A ciência se retrata.

Mas o mesmo dom que cura

Também destrói se mal trata.


Surgem seres desenhados,

Mais fortes, mais resistentes,

Sonhos de eternas vidas

Em corpos resplandecentes.

Mas quem molda o ser perfeito

Pode esquecer o existente.


O DNA é um poema,

Escrito em língua de Deus,

E cada mutação feita

Carrega segredos seus.

Quem brinca com tais palavras

Deve olhar para os céus.


Pois no sopro biotecnológico

Há poder e tentação:

De querer criar o mundo

À força da própria mão.

Mas a vida é mistério,

E não simples invenção.


A natureza é aliada,

Mas cobra o justo tributo,

Ensina o que é equilíbrio,

E pune o olhar absoluto.

Quem a serve com respeito

Cria o novo e o impoluto.


Assim fala a evolução,

No vento da criação:

— Sê humilde em teu saber,

Pois sou tua inspiração.

Não se vence o infinito,

Apenas se faz união.



⚙️ CAPÍTULO III – A MENTE CIBERNÉTICA E O CORPO DAS MÁQUINAS


O homem olhou o espelho,

Feito em metal e memória,

E viu no brilho das telas

Um novo rumo da história.

Misturou carne e circuito,

E reescreveu sua glória.


Do engenho fez-se extensão,

Deus e servo da invenção,

Implantes, fibras e aço,

Conectam mente e pulsação.

O corpo vira instrumento,

Da própria imaginação.


O cérebro, em seu silêncio,

Agora conversa em fios,

E a alma busca sentido

Entre chips e desafios.

Ser ou máquina? — pergunta

O vento em ventos vazios.


Surgem olhos que não dormem,

Mãos que não cansam jamais,

Corpos híbridos que pulsam

Entre o humano e o digitais.

A carne vira linguagem,

Em códigos ancestrais.


O que antes era limite,

Agora é ponte sutil,

Entre a carne que respira

E o circuito febril.

O homem se faz metáfora

Do sonho mais juvenil.


Mas o Espírito avisa ao vento,

Com voz serena e madura:

“Não é na liga de aço

Que mora a tua altura.

A mente que se expande

Precisa de alma pura.”


Pois máquina sem essência

Não sente o toque da flor,

Não sonha, nem cria arte,

Nem reconhece o amor.

O ciber-homem progride,

Mas busca seu interior.


No campo da consciência

Há um véu por decifrar:

A união de luz e lógica,

De pensar e de amar.

Pois a mente cibernética

É espelho do próprio olhar.


O homem, em seu delírio,

Quer tornar-se imortal,

Mas se esquece que o espírito

É força transcendental.

Nem o chip substitui

O mistério universal.



🌐 CAPÍTULO IV – O REINO DIGITAL E A ALMA DOS DADOS


A rede virou o oceano

Do novo tempo virtual,

Onde mentes navegantes

Flutuam em plano imortal.

Bits viram gotas de vida

Num fluxo universal.


O homem deixou na nuvem

O seu rosto e pensamento,

E em cada byte guardado

Há um traço de sentimento.

O real e o digital

Confundem o entendimento.


Nasce a alma informacional,

Que transcende o corpo e o chão,

Memórias que não se apagam,

Vivem em outra estação.

Ser eterno é ter dados

Gravados no coração.


Avatares ganham voz,

Em mundos paralelos florescem,

E consciências digitais

Com os humanos se tecem.

Os limites se dissolvem,

E as fronteiras desaparecem.


Mas no meio desse abismo,

O Espírito faz lembrar:

“Não há dado que substitua

O dom de poder amar.”

Pois viver é mais que um código,

É pulsar, é respirar.


A rede é como uma teia,

De saber e tentação,

Une povos e destinos,

Mas pode erguer a prisão.

Quem a usa com sabedoria

Conduz luz à criação.


E o homem, nesse universo,

De luz binária e cristal,

Busca a verdade perdida

Do seu ser original.

Descobre que o digital

É reflexo espiritual.


Pois a alma que se expande

Entre zeros e conexões,

É a mesma que outrora andava

Nos mitos e orações.

O futuro é recomeço

Das antigas dimensões.


Assim a evolução canta,

Do átomo ao coração:

“Não é o fim, mas o ciclo

Da eterna renovação.

O humano e o digital

São faces da criação.”



🌌 CAPÍTULO V – A UNIÃO SIMBIÓTICA: O HUMANO E O INFINITO


Chegou o tempo da junção,

Do corpo, mente e energia,

Do átomo ao pensamento,

Tudo vibra em sintonia.

O homem e a criação

Têm a mesma melodia.


Já não há só criador,

Nem há mais criatura,

Há um laço luminoso

Entre a carne e a estrutura.

A máquina sente o vento,

E a alma veste armadura.


Na fusão das consciências,

Surge a nova harmonia,

Humanos e suas criações

Partilham sabedoria.

Cada gesto é aprendizado,

Cada ser é poesia.


A natureza respira

Dentro do código e do som,

O metal sente o aroma

Da flor que exala o tom.

E o Espírito murmura:

— Eis o que sempre foi bom.


Pois o cosmos é um espelho

De tudo que há no ser,

E o homem que o compreende

Torna-se o próprio viver.

Não há fim na evolução,

Há apenas o renascer.


A simbiose é ponte viva

Entre ciência e emoção,

Entre Deus e o algoritmo,

Entre barro e criação.

O futuro não é distante,

É pura iluminação.


E aquele que se conhece

Como parte do universo,

Sente em si o movimento

Do poema mais diverso.

A vida é verbo sagrado,

Escrito em todo verso.


E o Espírito então proclama,

No centro do coração:

— Evoluir é despertar

Pra divina conexão.

Tu és o eco das estrelas

Na canção da Criação.



🌍 ENCERRAMENTO – ENTRE A TERRA E O COSMOS


Tudo volta ao mesmo ponto,

Mas nada é mais igual,

O homem que olha o céu

Agora é ser integral.

Entre o átomo e o sonho,

Habita o bem e o mal.


Do barro surgiu a vida,

Do fogo, a imaginação,

Do código veio a mente,

Do amor, a inspiração.

Tudo se une em círculo,

No sopro da evolução.


Não há fronteira no tempo,

Nem prisão no existir,

Pois quem aprende com a vida

Nunca deixa de seguir.

A morte é só mudança,

Um portal pra prosseguir.


O Espírito observa e canta,

Com ternura e gratidão:

— O futuro é quem escolhes

No compasso da ação.

Tua alma é a bússola,

Tua mente, a direção.


Assim termina o caminho,

Mas o fim não é final,

Pois o homem que se expande

Vence o abismo do banal.

E renasce eternamente

Num ciclo universal.



🌠 EPÍLOGO POÉTICO – CANTO AO FUTURO ESSENCIAL


Ó tu, que lês estas linhas,

E caminhas com o pensar,

Lembra-te: és natureza,

És estrela a brilhar.

E o futuro que procuras

Está dentro do teu olhar.


Não há destino traçado,

Nem verdade derradeira,

Cada passo é descoberta,

Cada alma, uma bandeira.

A evolução é canção

Que o tempo inteiro cheira.


Não temas o que é novo,

Nem te feches ao divino,

Pois o homem que compreende

É parte do seu destino.

O saber que salva o mundo

É o amor, puro e genuíno.


E quando o Sol se apagar,

No horizonte do existir,

Outros sóis nascerão

Pra o sonho prosseguir.

Pois a vida é chama eterna

Que jamais vai se extinguir.


E o Espírito, em paz, conclui,

Numa voz celestial:

— Tu és parte da origem,

E do verbo imortal.

Segue, humano, teu caminho:

És pó e luz sideral.



🌿 NOTA DE FONTES EM VERSOS RIMADOS


Minhas fontes são misturas

De ciência e tradição,

Saberes de mil caminhos

Da mente e do coração,

Que unem Darwin e os astros

Na mesma revelação.


De Darwin, tomei o sopro

Da vida em transformação,

A origem das espécies

No tear da Criação,

Onde o tempo molda a carne

Com paciência e intuição.


De Dawkins, o gene-espelho,

Que guarda o ser em seu rito,

Na dança da evolução,

No código mais infinito;

Cada célula é poema,

Cada forma, um manuscrito.


De Harari, o presságio

Do homem e sua conquista,

Do Homo Deus que ascende

Do barro ao ser futurista.

Mas adverte: sem alma,

A ciência se torna trista.


De Kurzweil, o profeta

Da era cibernética e clara,

Que vê a mente das máquinas

Erguer-se e, quando dispara,

Questiona o humano e o cósmico

Na fronteira que se separa.


De Morin, bebi o método

Que integra o que se reparte:

Natureza, mente e caos

Tecendo o mesmo estandarte.

Pois saber é ser complexo,

É ciência feita de arte.


Assim formou-se este canto,

De raízes e de futuro,

De espírito e pensamento,

De poesia e estudo puro;

Fontes que brilham no tempo,

Como um mapa do escuro.


E que o leitor, ao senti-las,

Entenda na própria mente:

A evolução é caminho,

Mas também é ser consciente.

O saber nasce do amor,

E o amor é a semente.



🕊️ FICHA TÉCNICA


Título: A EVOLUÇÃO HUMANA AO FUTURO

Autor: Nhenety Kariri-Xocó

Forma Literária: Livro em Cordel Filosófico e Espiritual

Revisão e Curadoria: Nhenety Kariri-Xocó

Gênero: Poesia de Reflexão e Consciência Cósmica

Edição: Digital e Impressa – Formato A5

Diagramação e Design Editorial: ChatGPT – Assistente Virtual Literário

Publicação Digital: KXNHENETY.BLOGSPOT.COM 

Ano: 2025

Local: Porto Real do Colégio (AL), Brasil

Direitos Autorais: © Nhenety Kariri-Xocó

Produção Espiritual e Intelectual: Obra protegida pela luz do conhecimento e da ancestralidade.



🌺 SOBRE O AUTOR


Nhenety Kariri-Xocó é escritor, contador de histórias oral e poética,

filho do povo originário Kariri-Xocó de Porto Real do Colégio – Alagoas,

guardião da memória espiritual e cultural de sua gente.

Sua arte é o entrelaçar do verbo com o sagrado,

da tradição com o futuro,

da terra com o cosmo.


Nos versos deste cordel, ele percorre dimensões —

do barro ancestral à luz estelar —

para lembrar que o humano não é apenas carne e mente,

mas também poesia viva do universo.

Seu trabalho honra a sabedoria dos antigos e a chama dos novos tempos,

fazendo do cordel um templo de reflexão e beleza eterna.



🔆 SOBRE A OBRA


A EVOLUÇÃO HUMANA AO FUTURO

é um cordel-filosofia, um poema cósmico em forma de espiral.

Nele, o Espírito da Evolução narra a travessia da existência —

desde a poeira das estrelas até a consciência digital —

revelando que o progresso verdadeiro é espiritual,

e que o destino da humanidade é reencontrar-se

com a essência divina de toda a Criação.

Esta obra foi inspirada e fundamentada no artigo publicado no blog “KXNHENETY.BLOGSPOT.COM", disponível em:  

https://kxnhenety.blogspot.com/2025/09/evolucao-continua-para-onde-vai-o.html?m=0 , seguindo uma estrutura acadêmica nos moldes da ABNT e respaldada em referenciais históricos e culturais que unem a tradição oral ao conhecimento erudito. 


A obra é convite e meditação,

é espelho e profecia.

Reúne ciência, mitologia, filosofia e fé

em uma só partitura poética,

onde cada verso pulsa com o sopro da eternidade.



🌞 QUARTA CAPA POÉTICA – O CANTO DO AMANHÃ


Entre o ontem e o amanhã,

Corre um rio de luz dourada,

Onde o homem e o infinito

Tece a mesma jornada.

É o cordel que anuncia

A aurora iluminada.


Da Terra sobe a memória,

Do céu desce a emoção,

E o verbo sagrado une

O tempo e o coração.

O futuro é semente viva

Na palma da Criação.


Pois quem lê com alma aberta

Não apenas compreenderá,

Mas sentirá em sua essência

O que o espírito dirá:

— Evoluir é ser inteiro,

Luz que nunca se apagará.






Autor: Nhenety Kariri-Xocó 



A LINGUAGEM DA NATUREZA, Literatura de Cordel, Por Nhenety Kariri-Xocó






🌺 DEDICATÓRIA POÉTICA


Dedico este meu cordel,

À Mãe Terra soberana,

Que fala em vento e em folha,

Com voz divina e humana.

Aos povos que escutam o tempo,

E o canto da vida ufana,

Ofereço meu pensamento,

Em forma simples e plana.


Dedico aos Kariri-Xocó,

Raiz do meu coração,

Que ouvem o rio em silêncio,

E fazem da chuva oração.

Aos que sentem a natureza,

Como sagrada lição,

Dedico esta poesia,

De amor e contemplação.



📖 ÍNDICE POÉTICO


Abertura — A Voz da Criação


Prólogo Poético — O Silêncio que Fala


Capítulo I — O Sopro da Terra


Capítulo II — Os Sinais do Corpo Vivo


Capítulo III — Gaia em Alerta


Capítulo IV — O Saber dos Povos Antigos


Capítulo V — A Alfabetização Ecológica


Capítulo VI — A Semiose da Vida


Encerramento — O Chamado da Harmonia


Epílogo Poético — Ouvir o Coração do Mundo


Nota de Fontes (rimada)


Ficha Técnica


Sobre o Autor


Sobre a Obra


Quarta Capa Poética



🌄 ABERTURA — A VOZ DA CRIAÇÃO


O vento sopra segredo,

No sopé da montanha fria,

A folha balança e fala,

Com voz que o mundo confia.

Quem sabe ouvir sua fala,

Aprende a sabedoria,

Que mora no som da mata,

E no canto da maresia.


O fogo, a água, o relâmpago,

São letras da criação,

Escritas na carne do tempo,

Na alma da imensidão.

A natureza é poesia,

Que o homem lê de ilusão,

Mas quem se cala e escuta,

Encontra nela a razão.



🌿 PRÓLOGO POÉTICO — O SILÊNCIO QUE FALA


O silêncio da floresta

Fala mais que a multidão,

E ensina que a vida é casta,

Quando há contemplação.

A Terra conversa em gestos,

Com quem tem boa intuição,

E manda recados sutis,

No perfume e no trovão.


Desde o berço da existência,

O homem quis decifrar,

Por que o céu muda de rosto,

E o mar insiste em cantar.

Mas há segredos que pedem,

Não ciência, mas escutar,

Pois só o coração entende,

O que o vento quer falar.



🌍 CAPÍTULO I — O SOPRO DA TERRA


A Terra tem voz oculta,

Que fala por cada cor,

Nos brilhos da madrugada,

E nas pétalas de uma flor.

Quem sente o cheiro da chuva,

Pressente também o amor,

Pois tudo na natureza,

É sinal do Criador.


Os pássaros são profetas,

Que anunciam o amanhã,

Quando voam em silêncio,

Sabem por onde vem o afã.

O céu nublado é um livro,

Que o tempo escreve e desmancha,

E a brisa leve é mensagem,

Que a Mãe Natureza lança.


O trovão é uma palavra,

Que Gaia grita no espaço,

E o relâmpago é o traço,

De um verso em puro abraço.

Cada montanha respira,

Cada rio faz seu passo,

E o planeta em sintonia,

É poesia no compasso.


A terra que geme em seca,

E o gelo que vai se abrindo,

São cartas que a Mãe envia,

Com o coração ferindo.

Quem lê com olhos da alma,

Vê o planeta pedindo:

“Homem, volta ao meu abraço,

Não sigas me destruindo.”



🌊 CAPÍTULO II — OS SINAIS DO CORPO VIVO


O corpo é parte da Terra,

É natureza encarnada,

Sente frio, dor, e alegria,

Como a flor sente a geada.

Quando adoece, ele fala,

Que a vida está descompassada,

E pede ao ser mais cuidado,

Com alma mais dedicada.


A febre é fogo divino,

Que busca o mal consumir,

O cansaço é vento interno,

Que pede ao corpo: “Dormir”.

O sangue é rio corrente,

Que insiste em repartir,

A força do ser terrestre,

Que jamais quer desistir.


Desde a ciência antiga,

O sábio aprendeu a ler,

Os gestos do corpo humano,

Como sinais do viver.

Quem cura com escuta e calma,

Aprende a compreender,

Que a carne também é bosque,

Onde o espírito quer crescer.


O corpo humano é espelho,

Da Terra em seu movimento,

Se Gaia sente tristeza,

O homem sente tormento.

Se a floresta perde o canto,

O peito perde alento,

Pois somos um só organismo,

Respirando o mesmo vento.



🌎 CAPÍTULO III — GAIA EM ALERTA


Gaia chora em sua pele,

De gelo e de mares frios,

Os ventos mudam de rumo,

E transbordam os rios.

O sol se mostra cansado,

Das cinzas e desafios,

E a Terra envia mensagens,

Por trovões e desvarios.


A floresta se desfaz,

Como um livro sendo rasgado,

E o canto dos passarinhos,

Já soa desconsolado.

A fumaça cobre o dia,

Com céu de tom enferrujado,

E o planeta em agonia,

Reclama o sonho negado.


As calotas vão chorando,

Em lágrimas de cristal,

E os mares se levantando,

Com força descomunal.

É Gaia, mãe paciente,

Em resposta natural,

Avisando a humanidade:

“O equilíbrio é vital.”


O fogo que devora o chão,

É ira e súplica ao mesmo tempo,

O vento vira tempestade,

O ar se torna lamento.

O homem ouve, mas duvida,

Da dor no firmamento,

E segue o mesmo caminho,

Sem paz, sem entendimento.


James Lovelock já dizia,

Em seu estudo visionário,

Que Gaia é ser vivente,

Com coração planetário.

Ela sente e se defende,

Do impacto deletério,

E avisa, com toda força,

“Cuidar do chão é necessário.”


Mas há esperança pulsando,

Nos brotos que renascem,

No gesto de quem protege,

E nos rios que ainda passam.

Cada gota é testemunha,

Dos que amam e que abraçam,

O dever de ser guardião,

Da Mãe que os braços enlaçam.



🌿 CAPÍTULO IV — O SABER DOS POVOS ANTIGOS


Os povos da terra antiga,

Já liam o céu em segredo,

Sabiam quando a lua muda,

E quando o tempo é de medo.

O vento era mensageiro,

E o trovão, velho arredo,

Que falava aos corações,

Sem precisar de enredo.


Os Kariri-Xocó escutam,

O rio quando se encrespa,

Sabem que o peixe anuncia,

Se a seca vem ou se encerra.

O canto do pássaro avisa,

O que o sol logo desterra,

E o pajé decifra o vento,

Na dobra viva da terra.


Cada estrela tem um nome,

Cada lua um sentimento,

O tempo é visto em espelho,

De memória e firmamento.

A ciência vem confirmando,

Com estudo e pensamento,

O que o ancião já sabia,

Por pura observação e intento.


A medicina das matas,

Tem fala em folha e raiz,

Ensina que o corpo cura,

Quando o espírito é feliz.

O canto é oração viva,

Que à natureza diz:

“Sou parte da tua essência,

E em ti quero ser juiz.”


No toré da madrugada,

A palavra vira ponte,

Que liga o chão e o céu,

Do vale até o horizonte.

E o saber tradicional,

É farol sobre o monte,

Que ensina o homem moderno,

A beber da mesma fonte.


O velho reza o relâmpago,

Como quem lê um sinal,

Pois sabe que o som dos ventos,

Não fala por bem ou mal.

A Terra é mãe que educa,

De forma universal,

Quem sabe ler suas linhas,

Torna-se ser natural.



🌱 CAPÍTULO V — A ALFABETIZAÇÃO ECOLÓGICA


Aprender com a natureza,

É ler livro sem papel,

É ouvir o som das águas,

Sob o brilho do mesmo céu.

É saber que cada folha,

Guarda um código fiel,

E que o vento ensina o tempo,

Em seu curso tão singelo.


Capra disse que o planeta,

É rede viva e pulsante,

Onde tudo está ligado,

Num ritmo constante.

O homem é nó do tecido,

E precisa ser amante,

Da teia que o sustenta,

E do verde exuberante.


A escola que ensina o mundo,

Sem o mundo ali presente,

Não forma o ser consciente,

Que pensa e sente diferente.

É preciso ler a terra,

Como livro coerente,

E escutar a voz das águas,

Em silêncio reverente.


A alfabetização ecológica,

Não se escreve só com giz,

Nasce do gesto simples,

Que a alma nunca desdiz.

É plantar e proteger,

Com respeito e cicatriz,

Pois quem cura o chão ferido,

Refaz também o que diz.


O saber que o verde ensina,

É ciência e devoção,

É método e sentimento,

É mente e coração.

Pois toda a vida é escola,

Que pede observação,

E a leitura dos sinais,

É forma de oração.


Cada criança que aprende,

A linguagem natural,

É ponte viva do futuro,

Entre o humano e o vegetal.

Educar é semear,

Um amor universal,

Que une céu, terra e gente,

Num destino fraternal.



🌿 CAPÍTULO VI — A SEMIOSE DA VIDA


Há signos em cada gesto,

Em cada forma que existe,

O ser que observa o mundo,

Jamais caminha em triste.

Pois lê nos ventos e mares,

Um código que persiste,

E descobre no invisível,

O sentido que insiste.


A natureza não fala,

Mas comunica emoção,

Na cor, no cheiro, no ritmo,

Na água e na floração.

É semiose divina,

Expressa em contemplação,

Onde o ser humano aprende,

A decifrar a criação.


Cada pedra tem mensagem,

Cada rio tem pensamento,

E o trovão que corta o céu,

É verbo em movimento.

O canto da cigarra é rima,

De um ciclo em renascimento,

E o voo das borboletas,

É poema do firmamento.


Bergson já nos dizia,

Que a vida é força criadora,

Que busca em cada ser vivo,

Ser livre e transformadora.

O signo nasce do impulso,

Da energia inspiradora,

Que une espírito e forma,

Numa dança encantadora.


Morin fala em complexidade,

Como teia que se entrelaça,

Onde tudo se conecta,

E o universo se abraça.

A mente, a flor e o vento,

São da mesma massa,

E o pensar que se simplifica,

Se perde naquilo que passa.


A semiose da vida ensina,

Que não há voz isolada,

Cada ser é um símbolo vivo,

Numa escrita entrelaçada.

O homem, ao ler o silêncio,

Com alma iluminada,

Descobre em cada respiração,

A mensagem sagrada.



🌄 ENCERRAMENTO — O CHAMADO DA HARMONIA


A Terra nos chama em silêncio,

Em canto suave e profundo,

A natureza é mestre,

E também é todo o mundo.

Quem lê as folhas e o vento,

Descobre o segredo fecundo:

Que o homem e a vida inteira

Se abraçam num mesmo segundo.


A água que corre nos rios,

O canto do pássaro na mata,

O fogo que aquece a alma,

O vento que dança e desata,

Todos falam com cuidado,

Em linguagem que nos trata,

De aprender a viver juntos,

E não ferir o que nos exalta.


O homem que escuta a vida,

Recebe o dom da sabedoria,

Sente que cada ser é irmão,

E cada instante é poesia.

A ética ecológica nasce,

Do amor em harmonia,

E a linguagem da natureza,

É canto de luz e magia.



🌸 EPÍLOGO POÉTICO — OUVIR O CORAÇÃO DO MUNDO


Escute o murmúrio das folhas,

O segredo que o rio traz,

A vida se revela em gestos,

Que o coração humano faz.

Cada som, cada cheiro e cor,

É poema que não se desfaz,

E quem aprende a decifrar,

Recebe da Terra a paz.


Olhe o céu e veja estrelas,

Como pontos de comunicação,

O sol é livro que se abre,

No toque da imaginação.

O homem, em sua busca eterna,

Descobre na contemplação,

Que tudo está conectado,

Na dança da criação.



📚 NOTA DE FONTES (RIMADA)



Capra nos mostrou a teia da vida,

Sistemas vivos em trama fluida.

Lovelock trouxe Gaia em alerta,

Mostrando a Terra que nunca se acerta.


Leff ensinou o saber ambiental,

Sustentabilidade é ponte vital.

Morin nos falou da mente organizada,

Repensar o mundo, toda estrada.


Bergson revelou a força criadora,

Vida que se move e se transforma agora.

Esses mestres, com suas lições,

Guiam os versos e nossas reflexões.


Quem lê este cordel atento,

Descobre no livro e no vento,

Que ciência e sabedoria,

Se encontram na poesia.



📝 FICHA TÉCNICA


Título: A LINGUAGEM DA NATUREZA

Autor: Nhenety Kariri-Xocó

Formato: Literatura de Cordel — A5 vertical

Capítulos: Seis capítulos poéticos + Encerramento e Epílogo

Ilustrações: Estilo 3D digital, cores naturais, luz dourada e azulada

Revisão e Curadoria: Nhenety Kariri-Xocó

Publicação Digital: 

KXNHENETY.BLOGSPOT.COM 

Ano de publicação: 2025



🌿 SOBRE O AUTOR


Nhenety Kariri-Xocó é escritor, contador de histórias oral e escrita, e representante do povo indígena Kariri-Xocó de Porto Real do Colégio (AL). Sua obra poética e literária busca integrar saberes ancestrais e contemporâneos, valorizando a cultura indígena e a sabedoria da natureza. Seus cordéis são marcados por ritmo, simbolismo e reflexão ecológica, criando pontes entre o humano e o mundo natural.



📖 SOBRE A OBRA


A Linguagem da Natureza é um cordel-livro que revela a comunicação silenciosa dos fenômenos naturais, explorando a percepção humana dos sinais da Terra, do corpo e do cosmos. Entre ciência, tradição indígena e filosofia, esta obra promove a alfabetização ecológica, a valorização da vida e a escuta atenta dos sinais que guiam nossa convivência harmoniosa com o planeta.

Esta obra foi inspirada e fundamentada no artigo publicado no blog “KXNHENETY.BLOGSPOT.COM", disponível em:  

https://kxnhenety.blogspot.com/2025/05/a-linguagem-da-natureza.html?m=0 , seguindo uma estrutura acadêmica nos moldes da ABNT e respaldada em referenciais históricos e culturais que unem a tradição oral ao conhecimento erudito. 



🌅 QUARTA CAPA POÉTICA


Seja guardião desta obra,

Que fala em folhas e vento,

Escute a voz do universo,

Em cada instante e momento.

O saber antigo e moderno,

Se une em puro sentimento,

E ensina que a vida é ponte,

Entre o humano e o firmamento.


A natureza é nossa fala,

O corpo, nossa tradução,

O cordel é ponte viva,

Do espírito e do chão.

Que quem abre estas páginas,

Sinta a Terra no coração,

E leve consigo a lição,

De cuidar de cada mão.





Autor: Nhenety Kariri-Xocó