Canoa atual agora é motorizada |
Sarapó peixe nativo do São Francisco |
Mamãe acordava para fazer o café da manhã e eu ia olhar os peixes. Tinha piranha, aragú, curumatá, dourado, sarapó, curvina, bagre, niquin, piau. A sala estava repleta de peixe. Após o café, meu pai pegava um balaio cheio. Ia vender pelas ruas da cidade. Quando acabava ele retornava para casa, para levar outro carrego. O peixe que ficava e não era vendido seco, era tratado e salgado em gamelas para vender aos matutos do interior que vinham à cidade para a feira, na sexta.
Na quinta-feira, papai matava porco para vender na estação ferroviária aos funcionários da Rede e para receber quando saísse o pagamento. Nossa casa tinha fartura; papai sempre andava com dinheiro no bolso e não deixava nada faltar: o alimento, a roupa, o remédio, tudo que uma casa precisava e a sua família.
Nhenety Kariri-Xoco
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