quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

ESCOLA INDÍGENA PAJÉ SUIRA



Escola atual na Aldeia Kariri-Xocó
   A criação do Posto Indígena Padre Alfredo Damaso pelo S.P.I. ( Serviço de Proteção aos Índios ), em 1944, melhorou as condições de vida dos Kariri-Xocó, tanto no ponto de vista agrário, educacional e jurídico, porque esta comunidade vivia espalhada na cidade de Porto Real do Colégio-AL, outros morando na Mata do Ouricurii por falta de espaço como moradia. O prédio da escola foi construído na Rua dos Índios neste mesmo período da criação do posto, mas enquanto na concluia a obra foi ussada como escola uma casa de taipa vizinha ao local. Os primeiros alunos da escola foi Paulo Nunes, Júlio Suíra, Maria do Carmo, Cícero, António Nunes, etc... grande quantidade de crianças meninos e meninas. Receberam fardamento, aprenderam a cantar o Hino do Brasil, a rezar, vacinação, o ensino era para integrar o índio a sociedade nacional. O professor foi o Sr. Wilson que ensinava tabuada, língua portuguesa, estudos sociais, história e geografia. Naquele tempo dizia Maria Véia : " nós apanhava de palmatória para aprender ", muitas crianças abondonava a sala de aula, preferiam trabalhar ajudando seus pais, na agricultura, as meninas ficava com as mães na ceramica que dava mais resultado. O que aprendiam reprimia o índio cada vez mais esquecer suas tradições. Os Kariri-Xocó utilizava mais o prédio da escola para  fazer suas atividades sócios culturais, casamentos, canto de toré a noite até amnhecer o dia, na época da colheita do milho em São João. Os índios da Colonia viam também nas festas dançar o Toré na escola, o Velho Zé de Ouro puxava o canto com Antonio Tinha e Mané Preto, os outros acompanhava, homens, mulheres e crianças. O  S.P.I. contratou  uma não índia Terezinha Wanderley da cidade de Porto Real do Colégio, como professora dos índios Kariri-Xocó, trabalhou na Rua dos Índios até a extinção do órgão de Serviço de Proteção ao Índio em 1967, onde foi aposentada tempo de trabalho. Em 1975 a escola passou a denominar Escola Sertanísta Gilberto Pinto Figueredo Costa, ja no tempo da FUNAI . Também lecionou nesta escola as professoras da cidade Dona Silva, Norma, Dona Fina, também foram contratadas depois destas as indígenas Marly Pimentel Fuln-o, Contunília Iracema de Mendonça proveniente de Xucuru-Kariri, Maria do Carmo de Rodelas, Maria Amélia Militão Fulni-o professora de Corte e Costura. As últimas professoras não índias da FUNAI  foi Dona Lurdes e Ivone todas da cidade. Com a mudança da Aldeia para a Sementeira, mesmo assim a Escola continuou na Rua dos Índios, porque todos os prédios da antiga fazenda  ocupada pelos índios estava sendo ussada como moradia pelas famílias. No período da professora Terezinha Wanderley tinha alfabetização ABC, catecismo, estudos sociais, matemática com tabuada, palmatória para os alunos que esquecia da lição, castigo com caroço de milho no joelho. A professora Dona Norma, lembro muito bem das cantigas de Ciranda e Cirandinha no recreio. A professora Dona Fina aprendemos muito sobre educação física. Contunília introduziu o Teatro, Quadrilha Junina, Jogo de Voley Bol, isso na década de 70. Os indígenas por si só faziam sua própria educação de seu jeito, com cantos, história na beira da fogueira que era acessa na frente do prédio, assando milho verde colhido da roça cantada nos multirões no meses anteriores. O tempo foi passando fomos abrindo os olhos que nem tudo que vinha de fora podia fazer bem a nós. Porque as coisas ia acontecendo sentimos na experiencia de vida dos efeitos dos ensinamentos da escola de branco. Até hoje é um grande desafio ter uma Educação Indígena, falta muita coisa, é necessário que nós mesmos busque o caminho, valorizando nossas histórias, algumas palavras da língua aqui e ali soltas na fauna, flora, acidentes geográficos, na culinária, costumes e tradições, buscando nosso referencial indígena com a étno-pedagogia. Todos nós morando as margens do Rio São Francisco nossos pais ensinavam a nadar, aprendemos os artifícios de pescar, brincadeiras de canoinhas e muito mais .Nhenety Kariri-Xocó.
































































































Nenhum comentário: