sexta-feira, 28 de maio de 2021

POVO DO OPARÁ 8


Literatura de Cordel


Autor: Nhenety


Parte 8



A original cerâmica utilitária

Durante séculos de contato

Desses indígenas de Colégio

Muito além da panela e prato

Vendem ou trocam produtos

Em larga escala bem barato .


Atrás a casa do velho Gringo

Existindo o forno de queimar

Comporta cerca 120 objetos 

Com ele e as índias arrumar

Colocava toda lenha no fogo

Após longa rodada no fumar .


Logo estava tudo pronto

Estava na hora de vender

Colocava potes na canoa

Com os brancos entender 

O Sr. Demézio e Marietinha

Junto a elas compreender .


Muitas vezes subiam no rio

Canoas passavam semanas

Vendia tudo nas povoações

Trocavam potes por bananas

Traziam as galinhas e farinha

Até mesmo feixes de canas .


No som "Canoa dos Portos "

Consiste o grito da criança

Que ficavam num barranco

Chegava trazia a esperança

Os indígenas estão voltando

Com alimento da bonança .


Das mulheres ceramistas

Lembramos de Luíza Binga

Júlia Pires , Laudilina , além

Dona Lurdes e Maria Tinga 

Com sua produção vendida 

Perto no povoado Azaninga .


Numa tradição dos barcos

As mercadorias era levada

Seria de Propriá ao Penedo

Por ser economia aprovada

A canoa Canindé foi a maior

Neste rio ela já comprovada .


Cidade na Estação o Trem

Chegava em Colégio ficava 

Havia o Armazém Carnaúba 

Que estivador alí trabalhava

A Maria Fumaça buzinando

Onde todo mundo escutava .


Bastante comum no Colégio

Vários grupos de seresteiros

O ano 1966 nas ruas a cantar

Com cavaquinho os violeiros

Junto a André e Lú de Queiroz

Zé Costa seus companheiros .


Desde 1967 as ferry-boats

Transporte de passageiros

Rede RFFSA trem de carga

Trazia minérios e mineiros

Para Porto Real do Colégio

Chegando até estrangeiros .


O Serviço de Auto-falante 

Ano 1968 pirulito da praça

Programa Domingo Jovem

Ouvimos músicas de graça

Zé Luiz que animava o povo

Com sua voz o povo abraça .


A antiga Fábrica de Arroz

Agora estava desativada 

O Sr. Ilário Veiga seu dono

Essa era Empresa Privada

Logo após a Mário Barreto

Quando ficou abandonada .


Ano 1970 chega COENG.S/A 

De Engenharia e Construção

Na sede o prédio da Fábrica

Terra planagem em produção

Para pavimentação a BR 101

Seria aos índios boa solução .


A construção de uma ponte

Rodovia passando a cidade

Balsas atravessando carros

No São Francisco a facilidade

Comércio que cresceu tanto

O povo com tanta felicidade .


Colégio o Porto de Baixo

Os caminhões chegando

Subindo naquelas balsas

Com pessoas negociando

Havendo grande palhoção

Toda hora música tocando .


Empresa Andrade Gutierrez

Índios na profissionalização

Muitos Trabalham na BR 101

Ponte enfim teve finalização

O dia 2 de dezembro de 1972

Foi uma festa a inauguração .


O acontecimento marcante

Abrangendo o nível nacional

Fervilhando carros na ponte

Tocando o nosso emocional

Ponte sobre o São Francisco

Mudou transporte tradicional .


Nas velhas canoas do rio

Transportava passageiros

Substituídas embarcações

Com motor de engenheiros

Tupã, Tupi e Tupigy nestas

Lanchas esses marinheiros .


A Nordeste e Iraci Tononé

Lanchas o índio Zé Gatinho

A canoa do Cacique Cícero

O povo tinha muito carinho

Aqui é para da certo a rima

Ficando no verso direitinho .


O período no mesmo ano

Rua dos Índios reformada

A FUNAI rebocando casas

Antigas de barro arruinada 

Chefiando o posto Ademir

Queria habitação rebocada .


O Porto Real do Colégio

Na Era da Comunicação

A TV na década de 1970

Com os jogos da seleção

No Barzinho Sr. Américo

Brasil na comemoração .


Cine Veneza de Propriá

Em Colégio tinha sessão 

Na casa Salão Paroquial 

Filme Hércules e Sansão

O povo enchendo a sala

Como séries de televisão .



Continua




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