No século XVII, o vale do São Francisco estava ocupado por vários grupos indígenas: No Baixo São
Francisco estavam os Natu, Caxagó, Kariri, Aconan, Karapotó e Xocó. No Médio São Francisco estavam os Abacatiara, Vouvé, Romariz e Prakió. No
Alto São Francisco, Xacriabá, Tuxá, Rodela, Pankararú e outros. As
tribos foram quase dizimadas pelos curraleiros, criadores de gado,
fazendeiros e bandeirantes, que ocuparam o Rio São Francisco em
território indígena, para fazer propriedades. Na falta da mão-de-obra colonial, os indígenas foram utilizados nos engenhos de
cana-de-açúcar no trabalho escravo, inicialmente no litoral. No sertão
do São Francisco os indígenas foram servir aos fazendeiros na criação de
gado, trabalhando como vaqueiros e boiadeiros. Muitas tribos foram
dizimadas pelos bandeirantes por resistência do indígena à exploração,
teve grupos que fugiram para o Norte. Outras tribos foram obrigadas a
aceitar essa nova condição de vida ou a miscigenação, transformando
aldeias em povoados, vilas, que já na época da república passaram a ser
cidade. As tribos sobreviventes estão no sangue brasileiro.
Tradicionalmente a tribo abria na floresta uma clareira para construção
da aldeia ou plantar suas roças comunitárias, usavam artefatos naturais
com sua marca cultural. Com a instalação portuguesa no Brasil, uma série
de instrumentos, objetos da cultura européia foi introduzida entre as
tribos. Muitos objetos substituíram os já usados pelos índios há
milênios . O cocar pelo chapéu, a tanga de palha pela calça de pano, o
arco e flecha pela espingarda, o colar de dentes e sementes pelo de
metal. A maloca coletiva pela casa privada para um só casal, a rede de
dormir ou esteira pela cama, a lasca de pedra pelo machado de ferro, o
espelho de reflexo d água por um espelho de vidro. Aos poucos com o
capitalismo vieram produtos industrializados, o mel das abelhas pelo
açúcar de cana, a canoa utilizada pelos índios foi trocada pelo carro de
boi. Foram incorporados nos elementos da cultura européia, o café, o
moinho de cereais substitui o pilão, o baú no lugar dos balaios de cipó,
a enxada no lugar de cavadores de madeira. Outras vezes as atividades
tradicionalmente mudaram de sistema, porque foi destruídas as florestas,
de onde vinha todos os produtos da cultura indígena.Nhenety
Kariri-Xocó.
http://www.thydewa.org/livros/memoria/kariri-xoco/
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