segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

TERRA DIVIDIDA E VENDIDA



Criação de Gado e Agricultura
    A política do Governo Imperial e da República, regularizando a situação de invasores do território indígena através da venda de lotes, porque suas áreas foram transformadas em terras públicas. Ordena que sejam demarcadas as terras devolutas com vista a formação de propriedades para exploração agrícola. A população indígena de Alagoas perde os direitos de donos do território. O processo de expropriação reduziu a população indígena á condição de vender sua força de trabalho aos proprietários da região. A exploração levou ao longo dos anos, a população indígena a se fixar numa rua da periferia da cidade de Porto Real do Colégio. Levando o peso da discriminação este espaço urbano ficou conhecido como “Rua dos Caboclos”, pela população da cidade. Anos depois o prefeito local deu nome de “Rua São Vicente”, nos registros oficiais. Após o reconhecimento da população indígena pelo S.P.I. a rua passou a ser chamada ” Rua dos Índios ” .O Governo Federal ordena a demarcação das ” Terras Devolutas ” de Porto Real do Colégio e São Brás, cedido em acordo pelo Estado de Alagoas a parti de 1914. Regulariza venda de “lotes “, a invasão de patrimônio do estado para instalar um Centro Agrícola, que deveria orientar os agricultores. As terras loteadas e vendidas aos posseiros já instalados na região. Terras da antiga aldeia indígena localizada nos municípios de Porto Real do Colégio e São Brás, totalizando 6000 hectares do que resta. Legaliza antigas posses, de invasões em diferentes épocas, do território indígena. A regulamentação de posses, por pagamentos pelas leis promulgadas em 21 de abril de 1923, que cria o Serviço do Algodão ou Plantas Texteis. Em 1931 as leis regulamenta as últimas terras para os posseiros de Porto Real do Colégio e São Brás. Complementa a expropriação dos índios por critérios raciais foram expulsos da terra, ficam só a condição de meeiros ou alugados trabalhando em propriedades alheias. Os posseiros foram cercando as terras com arame, só ficando para os índios o local da Mata do Ouricuri, do ritual sagrado com aproximadamente 200 hectares. A expropriação reduziu os índios de Porto Real do Colégio a ter de vender sua força de trabalho aos proprietários da região. Os pequenos produtores de algodão,arroz, milho, cana e criadores de gado, que compraram lotes de maior extensão. Mas os indígenas vão se tornar mão-de-obra barata aos grandes produtores fora da aldeia, em outros municípios e até em outros estados. Em 1933, os trabalhadores indígenas, vão trabalhar de alugados na limpa ou colheita do algodão, para as fazendas e propriedade dos posseiros. Em 1936 índios de Colégio trabalham na olaria na confecção de tijolos e telhas para a construção da Fábrica de Beneficiamento de Arroz na ” Rua dos Caboclos”, já que são a mão-de-obra barata. Em 1941, os indígenas trabalhavam na Fazenda Federal Fomento Agrícola, na limpa do algodão e milho, como também na colheita da produção. Em 1951, os indíos de Colégio iriam trabalhar na Fazenda São Bento do Sr.Ilário Veiga, na limpa de algodão. Na “Rua dos Índios”, em 1954, o dono da Fábrica de Beneficamento de Arroz e Algodão, contrata o serviço dos indígenas no transporte da produção. Em 1962 cerca de 50 índios de porto Real do Colégio vão trabalhar na Fazenda Lagoa Grande no Estado de Sergipe. O serviço era arrancar touco de mameleiro de mão, numa região infestada de cascavéis. Por falta de trabalho parte dos índios foram chamados para a Fazenda Capiatã da Usina Coruripe no município de Junqueiro-Al., em 1965. O serviço era a limpa de cana, faixa de fogo,coivara, roço e terra planagem .  Nhenety Kariri-Xocó.

http://www.thydewa.org/livros/memoria/kariri-xoco/








































































































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