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Criação de Gado e Agricultura |
A
política do Governo Imperial e da República, regularizando a situação
de invasores do território indígena através da venda de lotes, porque
suas áreas foram transformadas em terras públicas. Ordena que sejam
demarcadas as terras devolutas com vista a formação de propriedades para
exploração agrícola. A população indígena de Alagoas perde os direitos
de donos do território. O processo de expropriação reduziu a população
indígena á condição de vender sua força de trabalho aos proprietários da
região. A exploração levou ao longo dos anos, a população indígena a se
fixar numa rua da periferia da cidade de Porto Real do Colégio. Levando
o peso da discriminação este espaço urbano ficou conhecido como “Rua
dos Caboclos”, pela população da cidade. Anos depois o prefeito local
deu nome de “Rua São Vicente”, nos registros oficiais. Após o
reconhecimento da população indígena pelo S.P.I. a rua passou a ser
chamada ” Rua dos Índios ” .O Governo Federal ordena a demarcação das ”
Terras Devolutas ” de Porto Real do Colégio e São Brás, cedido em acordo
pelo Estado de Alagoas a parti de 1914. Regulariza venda de “lotes “, a
invasão de patrimônio do estado para instalar um Centro Agrícola, que
deveria orientar os agricultores. As terras loteadas e vendidas aos
posseiros já instalados na região. Terras da antiga aldeia indígena
localizada nos municípios de Porto Real do Colégio e São Brás,
totalizando 6000 hectares do que resta. Legaliza antigas posses, de
invasões em diferentes épocas, do território indígena. A regulamentação
de posses, por pagamentos pelas leis promulgadas em 21 de abril de 1923,
que cria o Serviço do Algodão ou Plantas Texteis. Em 1931 as leis
regulamenta as últimas terras para os posseiros de Porto Real do Colégio
e São Brás. Complementa a expropriação dos índios por critérios raciais
foram expulsos da terra, ficam só a condição de meeiros ou alugados
trabalhando em propriedades alheias. Os posseiros foram cercando as
terras com arame, só ficando para os índios o local da Mata do Ouricuri,
do ritual sagrado com aproximadamente 200 hectares. A expropriação
reduziu os índios de Porto Real do Colégio a ter de vender sua força de
trabalho aos proprietários da região. Os pequenos produtores de
algodão,arroz, milho, cana e criadores de gado, que compraram lotes de
maior extensão. Mas os indígenas vão se tornar mão-de-obra barata aos
grandes produtores fora da aldeia, em outros municípios e até em outros
estados. Em 1933, os trabalhadores indígenas, vão trabalhar de alugados
na limpa ou colheita do algodão, para as fazendas e propriedade dos
posseiros. Em 1936 índios de Colégio trabalham na olaria na confecção de
tijolos e telhas para a construção da Fábrica de Beneficiamento de
Arroz na ” Rua dos Caboclos”, já que são a mão-de-obra barata. Em 1941,
os indígenas trabalhavam na Fazenda Federal Fomento Agrícola, na limpa
do algodão e milho, como também na colheita da produção. Em 1951, os
indíos de Colégio iriam trabalhar na Fazenda São Bento do Sr.Ilário
Veiga, na limpa de algodão. Na “Rua dos Índios”, em 1954, o dono da
Fábrica de Beneficamento de Arroz e Algodão, contrata o serviço dos
indígenas no transporte da produção. Em 1962 cerca de 50 índios de porto
Real do Colégio vão trabalhar na Fazenda Lagoa Grande no Estado de
Sergipe. O serviço era arrancar touco de mameleiro de mão, numa região
infestada de cascavéis. Por falta de trabalho parte dos índios foram
chamados para a Fazenda Capiatã da Usina Coruripe no município de
Junqueiro-Al., em 1965. O serviço era a limpa de cana, faixa de
fogo,coivara, roço e terra planagem . Nhenety Kariri-Xocó.
http://www.thydewa.org/livros/memoria/kariri-xoco/
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