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Mandioca ( Origem do oeste do Brasil (sudoeste da Amazônia) . |
Iniciamos os trabalhos agrícolas, logo no mês de fevereiro, na
arrancação de tocos, vem março para preparação da terra. O termo "
Mandiocada para Farinhada ", vem da atividade da roça de arrancar a
mandioca, para fazer a
farinha de forma tradicioanal. Mandiocada começa no arrancamento da
planta até o raspamento da raíz. Da moagem , prenssagem, mexer a massa
chama-se farinhada. Quando vem as chuvas no terceiro mês, plantamos
milho, feijão e mandioca. Colhemos milho, feijão em junho e julho,
ficando na roça só a mandioca para arranca-la em dezembro. Os índios
criam porco, galinha ou bode, para comer na farinhada, no dia de
arrancar a mandioca, vai muita gente participar. Na roça homens arranca
mandioca a mão, outros de enxada em punho, escava o chão, os rapazes
pegam as raízes, levam para as mulheres raspar. enquanto isto na casa de
farinha, é rodado o caititú, espreme a massa na prensa, enxuta colocam
no forno, aquele que mexe não para, fogo acesso faz torrar, a farinha
estar pronta. Agora vai ensacando a farinha quentinha, no final da
farinhada faz beijú, bolo ou tapioca. Quando a mandioca é muita, leva
uns três dias mais ou menos, para terminar a farinhada. Alí parece
festa, todos trabalhando no que mais gosta de fazer, naquilo que sempre
viu, desde ao nascer. A farinhada é uma atividade muito cansativa, os
homens trabalham em turnos, quem fica mexendo a massa e os que ficam no
forno. Os que saíram para descansar, vai comer carne de porco, com
feijão e farinha, a prova do bom gosto. Terminando a farinhada
geralmente os indígenas faz um toré, comemorando a fartura, porque com
farinha na mão, a fome vai embora da tribo. Em nossa aldeia tinha uma
casa de farinha na Colonia Indígena construída pelo S.P.I. Serviço de
Proteção ao Índio em 1960 desativada em 1993. Na Colonia o velho Zé
Quirino era a pessoa que mais fazia farinha, os seus filhos e netos
arracava a mandioca e transportava a produção até a casa de farinha,
começava a raspar a raiz retirando a casca, logo depois era triturada no
caititú, prensada e torrada no forno de lenha. Agora para fazer farinha
os índios Kariri-Xocó vai até os brancos no Povoado Sampaio município
de São Brás, temos que dar alguma coisa ao dono da casa para ter nosso
produto tão essencial na alientação indígena . O ideal era ter uma casa
de farinha na Terra Indígena para não sair á grande distancia na fazer
esse trabalho de farinhada.
http://www.indiosonline.net/mandiocada_para_farinhada/ .
Nhenety Kariri-Xocó.
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