( Grupo de Estudos da Língua Kariri )
*A palavra /kie/ a vogal /e/ só surge no Dzubukuá, no Kipeá ela vira /a/ e no Sabuyá /o/, isso quer dizer a palavra/ kie/ não significa *não* ,semanticamente não faz muito sentido ter uma negação na palavra. Como diz nosso parente Valdhivino "no Dzubukuá tem dois sufixo para não".
Ari Loussant concordando sim, esse fenômeno é a reduplicação, ele ocorre em várias línguas do mundo com propósitos diferentes, mas normalmente serve para ênfase ou pluralização. munhaquiekie icangrite dihoholi kuboa = 'saõ fermosos *mancebos*, muy differentes de nòs' .
Segundo Valdhivino no Dzubukuá tem dois sufixo para não -kie e -di . Ari Loussant menciona que é nessa frase -kie e -di que surge a reduplicação com o propósito de pluralização.
Segundo Valdhivino no catecismo Nantes chama a atenção para distanciamento do Dzubukuá e do Kipeá.
O Dzubukuá tem um padrão
V - O - S ou V - S - O
V - Verbo
O - Objeto
S - Sujeito
O Kipeá a formação das fases é muito próximo do padrão que a parente Idiane vem utilizando .
Veja a frase:
Morè sitè caraì do hipadzu
Logo vem o branco meu amo
Morè - logo
Sitè - veio , vem
Caraì - homem branco
Do - preposição (o)
Hipadzu - meu pai, aqui meu amo, senhor
Na opinião de Ari Loussant : Mamiani explicou que algumas preposições vem antes dos verbos no catecismo e parece que a maioria das frases também seguem o padrão Verbo inicial .
Valdhivino destacando que pode ser um requisito da Proto língua, esse padrão .
Ari Loussant concordando, já que o padrão existe em duas línguas, isso implica que ele surgiu no proto-Kariri, e tal regra se aplicaria ao outros dialetos que temos poucos registros como o Sabuyá, Kamurú e Katembri, sugerindo uma mudança na nomenclatura da língua.
os indígenas das nações Kariris se chamavam de Nhihó/Niho como vemos no texto que Mamiani fala sobre os indígenas da Natuba .
Valdhivino diz que Katembri (Atualmente os Kiriri) têm dois dialetos .
Já Nantes denomina Chuminis .
Ari Loussant diz que o termo Niho também surge nos dialetos Sabuyá e Kamurú, o que implica que esse era o etnônimo destas nações .
Valdhivino informa que tem muitos grupos, um exemplo NATUBA PODE VIM DE Natu. O povo Natu na lista de palavras se relaciona com o Xokó . Na lista da língua Natu, creio que o que registraram ali era uma língua diferente, apenas duas palavras batem com o Kariri (krazó e bazé), o resto, até mesmo as palavras mais básicas como fogo são de outras línguas .
Ari Loussant conseguiu separar os do catecismo, eles estão escritos com a ortografia de Mamiani quando há excessos como um h no final da palavra ou trígrafos e quadrígrafos como tsch e sch, percebe-se que é do dialeto Kamurú . ali temos colus - poponghi, que é claramente de Mamiani, por causa do gh italiano .
Autores: Grupo de Estudos Kariri, Ari e Valdhivino
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