( Estudos Kariri Ari Loussant )
*Sugestões para as palavras velho e novo*
Existem duas palavras dentro dessas línguas cujo facilmente podem ter a função de velho, uma da qual já é muito provavelmente a palavra para velho, porém eu decidi criar sinônimos para poder aumento a lista de palavras dessas línguas, portanto vamos direto ao ponto:
RU: Essa palavra surge em dois contextos: rute 'mulher velha' e como o sufixo -ru que denota *costume*, portanto kotiru 'ladrão que costuma furtar' seria literalmente 'roubar-velho', portanto ru é reconstruído como *ru 'velho'.
TO: Essa deriva da palavra Kariri para 'avô', a conexão semântica entre 'velho' e 'avô' é extremamente óbvia, portanto creio que não há necessidade de explicar como essa palavra pode ter uma função similar à palavra mencionada acima, por exemplo: rubate e tobate significariam 'moradia/casa velha'.
Indo para a palavra para novo:
ORA / ERÃ ~ AERÃ / ARA: Para as palavras ERÃ e AERÃ do Kipeá, apesar de Mamiani ter separado essa palavra em duas, elas claramente estão conectadas e significam 'folha, verde, amarelo', as cores derivam dos estágios de vida de uma folha. Para explicar o porquê da utilização dessa palavra para 'novo, jovem', basta olhar para a utilização de verde em outras línguas como o Inglês, Húngaro, Alemão e etc... Cujo sempre usam essa palavra no sentido figurado para se referir a algo 'novo, imaturo, inexperiente' por associação a essa cor com frutos não amadurecidos, portanto segui essa mesma lógica e estendi o significado dela para 'novo, jovem, imaturo', um exemplo seria orapatte / arapatti / erãbate / arabate, significando 'moradia/casa nova'
Nota: ORA deriva do Sabuyá, já ARA é uma reconstrução desta palavra para os dialetos Dzubukuá e Kamurú, já que nenhum dos dois teve essa palavra registrada.
*A palavra real para casa é monossilábica*
Boa tarde à todos, como o título desse post implica, eu estive estudando sobre o significado de erá/anra 'casa', hoje percebi que essa palavra se conecta diretamente à ambu 'tocaia (uma espécie de casa rústica pequena usada como armadilha)', percebi que ambas carregam uma vogal inicial, cujo reconstruo baseado no fato de que aparece como "e" e "an" como *ə 'casa'.
A reconstrução bate diretamente com seu possível cognato distante no Proto-Tupi *əK 'casa', cujo deu origem à nossa palavra oca.
Autor : Ari Loussant
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