Conexão Cultural com os Tupi
O Baixo São Francisco ainda existia vários agrupamentos indígenas, no período do Brasil Colônia, desde a sua foz até a cachoeira de Paulo Afonso. Esta região de ambas as margens direita do lado de Sergipe, quanto da parte esquerda do Velho Chico, uma área geográfica dominada pelas tribos Tupís, por ser mais próximas do litoral atlântico.
A guerra movida contra os caetés e outros povos, na faixa litorânea no meados do século XVI, muitos povos subiram para o sertão, fugindo do extermínio e a escravidão; os que sobreviveram aos massacres foram evangelizados por jesuítas ou capuchinhos nas missões religiosas até o final do século XIX.
Nas missões religiosas foram reunidos vários grupos étnicos, de línguas independentes, culturas diferentes, mas mesmo assim os nativos deixaram sua marca cultural nos costumes, na cultura, sua língua na fauna, flora, nomes de rios, serras e na culinária, nomes de heróis indígenas ficam na memória destes povos que desde o princípio mantiveram suas aldeias conectadas umas com as outras por partilharem uma cultura e espiritualidade comum.
1 ) - TAROBÁ, o chefe tribal Natú que recebeu Américo Vespúcio, na foz do Opará, neste dia 4 de outubro de 1501, o rio recebeu o nome de Rio São Francisco.
2 ) - OPARÁ, o nome significa "rio mar", passou a denominar-se de Rio São Francisco, pelo geógrafo e navegador Américo Vespúcio, em 4 de outubro de 1501, por ser dia de São Francisco de Assis.
2 ) - ÇAMARABÓYA, o conto da cobra de olhos maligno, que mata suas vítimas com apenas seu olhar penetrante, aqueles que não respeitam os seres da floresta.
3 ) - TANAJURA, a rainha das formigas saúvas, aparecem no mês de abril, cada tanajura voa para formar um novo formigueiro, também era utilizada na culinária indígena.
4 ) - CIARA, a cigarra a mãe do dia, o besouro que canta anunciando o fim do verão, para dar o início do inverno a chegada das chuvas.
5 ) - NAMBÚ DA CAIPORA, a ave transformada na Caipora, imune as armas de fogo, castiga os caçadores que não respeitam o silêncio da floresta.
6 ) - JAPARATUBA, o cacique caeté,
irmão de Pacatuba. Enfrentou
as tropas de Cristóvão de Barros, ao lado do irmão, sendo ambos vencidos. (Século XVI).
7 ) - PIRAPOTI, o conto de um enorme peixe, no Baixo São Francisco que engoliu um pote, consequentemente morreu de fome, toda a comida que comia ia para o pote.
8 ) YARA, a mãe dágua, mora nas margens do Rio São Francisco, não é uma mais várias yaras desde a nascente do Opará até sua foz.
9 ) - JURUMBÁ, o índio Natú pai de Camaná, pescador de caniço, líder das pescadoras do Rio São Francisco, também o chefe tribal.
10 ) - COIVARA, a atividade agrícola da queima da madeira cortada, geralmente seca, faz parte da preparação da terra, nessa prática tradicional indígena, ainda utilizada pelos Kariri-Xocó.
11 ) - PAJÉ, o chefe espiritual da tribo, o curandeiro, líder do ritual do Ouricuri em Kariri-Xocó, nessa comunidade indígena ainda tem essa autoridade tradicional desde os tempos imemoriais.
12 ) - TUXÁ, o cacique líder social tradicional, no intercâmbio com a sociedade nacional, responsável pela defesa da tribo, diplomacia nos períodos de tensão grupal.
13 ) - GIRÓ, a bebida alcoólica dos brancos, segundo o linguajar indígena, introduzida desde os tempos da colonização da região.
14 ) - MUIRÁ, o sobrenome de família indígena Kariri-Xocó que significa arco ou madeira, sua origem vem de Muiraubi, o chefe indígena que teve como esposa Jaciara índia Xocó, daí vem seus descendentes.
15 ) - MAROMBA, o sobrenome de família que significa jangada ou curral flutuante, do tronco de João Maromba índio de Pacatuba, migrou para Xocó e daí para Colégio no início do século XIX.
16 ) - NIDÉ, sobrenome de família que significa penas azuis, tem origem do nome Canindé chefe que liderou os Cariris no Nordeste no século XVII, há uma família em Kariri-Xocó com este sobrenome.
17 ) - PAHANKÓ, o sobrenome de família que significa estrondo das águas no barranco do rio, em Kariri-Xocó tem uma família com este sobrenome, originária do Morro do Aracaré em Sergipe.
18 ) - POYTÉ, o sobrenome de família que significa âncora de pedra dos pescadores, em Kariri-Xocó há uma família com este sobrenome.
19 ) - GIRÍÇÁ, o sobrenome de família, de Pankararu com Giripanco, que vivem em Kariri-Xocó, o nome significa " o que chama as chuvas".
20 ) - EMURÁ, o sobrenome de família indígena de Kariri-Xocó, significa " o que faz balaio de cipó", nome de origem Xocó.
21 ) - IREÇÊ, o sobrenome de família Kariri-Xocó, significa " mel verdadeiro, puro", nome de origem Xocó que vieram da Ilha de São Pedro, Sergipe.
22 ) - IBÁ, o sobrenome de família Kariri-Xocó, o nome significa "Canoeiro", tem origem em ambas as etnias de Kariri e Xocó.
23 ) - IRAMINÕN, o sobrenome de família Xocó, que significa " mel especial de virtudes além", os criadores de abelhas especiais .
24 ) - BAKA, sobrenome de família Kariri-Xocó, que significa "povo da flecha", aquelas pessoas que confeccionam as flechas.
25 ) - BOTÓ, sobrenome de família Kariri-Xocó, o nome significa "besouro que fere a pele com borbulha", nome de família, vem da origem potó do Tupi.
26 ) - TEIPÓ, o sobrenome de família Kariri-Xocó, significa "Veneno" , aqueles que produzem os venenos, tanto para pescar como guerrear.
27 ) - TIBIRIÇÁ, o sobrenome de família Kariri-Xocó, que significa "desconfiada formiga", uma família que vieram de Pankararu, comedores de tanajuras.
28 ) - TINGA, o sobrenome de família de origem Xocó, o nome significa "Cor branca, alva, puro", esta família diz a história que migraram de Pacatuba para São Pedro e daí para Colégio.
29 ) - TONONÉ, o sobrenome de família Xocó, significa "Abraço da criação", aqueles que abraçam quem estar chegando na tribo.
30 ) - SUIRÉ, o sobrenome de família Kariri-Xocó, significa "cabelo de milho" ou "cabelos queimado ao sol", os que plantam milho, agricultores.
31 ) - SUÍRA, o sobrenome de família Kariri, significa "os que curam pelo sopro", uma família da tribo Kariri-Xocó, de onde originou vários pajés.
32 ) - TARÉ, o sobrenome de família Kariri-Xocó, significa "fogo quente sagrado", as histórias que saem do fogo são sagradas.
33 ) - PIRIGIPE, o sobrenome de família, significa " os nadadores como peixe", tem origem em Piragibe, chefe indígena do São Francisco, migrou para outra região, mas ficou seus parentes.
34 ) - SÓYA, o sobrenome de família, significa "Peixe diferente", tem sua origem do povo Xocó que imigrou para a Aldeia de Colégio em 1882.
35 ) - SUAKY, sobrenome de família, significa "os dardos do sopro", aqueles que utilizam as zarabatanas, uma família que vieram dos Xocós.
36 ) - JUREMA, a planta Jurema branca (Mimosa verrucosa), que faz a bebida sagrada indígena, na etimologia vem do tupi yú-r-ema – espinheiro.
37 ) - ITIÚBA, o nome significa " rio da canoa", a várzea inundáveis de Porto Real do Colégio, numa superfície de 1300 hectares, atualmente um projeto de irrigação, supervisionado pela CODEVASF.
38 ) - CAIÇARA, a cerca que protege a Taba ( aldeia ), de origem Tupi, também um local onde ficava a Aldeia Aramurú, próxima a Ilha de São Pedro, Porto da Folha, Sergipe.
39 ) - TABA, o nome da aldeia em Tupi, significa o local onde habita o povo indígena, ta = fogo + aba = povo, o fogo do povo reunido.
40 ) - JURUPARI, o nome significa segredo da boca, do ritual do ouricuri na língua Aramurú e Xocó, segundo a tradição dos mais velhos da tribo.
41 ) - URUBU-MIRIM, a aldeia formada por jesuítas, na Missão de Colégio, onde reuniram Kariri, Karapotós, Aconãs e Tupinambás.
42 ) - ÇOCÉ, o nome de Deus na Aldeia de Colégio, significa " o que estar acima", no alto, segundo falava os pajés de nossa tribo.
43 ) - COITÉ, o fruto da cuieira que se faz o maracá, instrumentos de ritmo do Toré, também o nome de uma lagoa, na Terra Indígena Kariri-Xocó.
44 ) - PIRÁ, o nome do peixe em Tupi, piaba, piranha, pirambeba, piau, niquim, piramutaba, entre outros pacomõ, surubim, mandim, crumatá, traíra, bambá, curimã, e muito mais.
45 ) - MUTIRÃO, a instituição social nativa, vem do Tupi que significa "ajuda mútua", trabalho coletivo entre os membros de uma comunidade, o dono do serviço convida o povo ao trabalho.
46 ) - MARABA, a serra que fica ao Nordeste da Terra Indígena Kariri-Xocó, o nome vem do Tupi, significa "povo do mar", faz divisa em vários municípios com Porto Real do Colégio.
47 ) - APEACRA, a serra que fica ao Norte, da Terra Indígena Kariri-Xocó, o nome vem do Tupi, significa " o caminho da flecha", a serra que tem o cume parecido como uma ponta de flecha.
48 ) - TUPINAMBÁ, o grupo moravam ao redor da embocadura do Rio São Francisco, no lado sergipano, em 1557, encontrados em Colégio por Thomaz de Bom-fim Espíndola ( 1781, p. 248 ).
49 ) - NATÚ, o grupo indígena morava na embocadura do Rio São Francisco no ano 1746, Carlos Estevão encontrou os sobreviventes seus ao redor do Colégio em 1937.
50 ) - PRAKIÓ, os índios mencionados brevemente por Carlos Estevão, que declara que descendentes deste grupo aborígene moravam em Colégio até 1937.
51 ) - ABACATIARA, ou (Abacatuara, Obacatiara, Obacoatiara, Dzubucua-Cariri), moravam na ilhas do Rio São Francisco, os Kariri de Porto Real do Colégio são considerado deste grupo dialetal.
52 ) - CARAPOTÓ, o início catequizados na Serra de Cumanati, Pernambuco, entre 1681 e 1685 e depois na Aldeia da Alagoa Comprida,Termo da Vila do Penedo, pelos anos de 1749 e 1761.
53 ) - ARAMURÚ, o grupo indígena que moravam na Ilha de São Pedro, Porto da Folha, Sergipe desde 1630 na época da Guerra Holandesa.
54 ) - CAXAGÓ ou (COYJAJOU), o grupo moravam em Pacatuba no século XVII, localizados em Porto Real do Colégio, Alagoas, no século XXI.
55 ) - ROMARÍS ou (Omarís), a tribo do baixo Rio São Francisco pelo ano de 1759, anteriormente, moravam na Serra do Pão de Açúcar, Alagoas, mais tarde se estabeleceram em Propriá e São Pedro, em Sergipe.
56 ) - ACONÃS, (Acconans, Iakóna, Jaconans, Nacônã, Uacona, Wakóna),
localizados no baixo São Francisco em 1746, no distrito de Lagoa Comprida e Pôrto Real do Colégio lá por 1937.
57 ) - XOCÓ, a Aldeia Xocó criada em 1688 nas margens do Rio Ipanema, Águas Belas, Pernambuco. Dos grupos migraram, parte deles para a Aldeia Jaciobá, Pão de Açúcar e o outro grupo para a Aldeia de Colégio, Alagoas a partir de 1713.
58 ) - JACIARA, a história da índia Xocó, a esposa de Muirá Ubi ( Arco Verde ) índio Tabajara, que liderou os índigenas na Guerra de Palmares em 1695.
59 ) - MARUANDA, o indígena da Aldeia de Colégio, vigilante de sua tribo Kariri, fora surpreendido pelos jesuítas, em 1661 todos os índios desceram para a Missão de Nossa Senhora da Conceição.
60 ) - CAMANÁ, a filha do índio Jurumbá dos Natú, menina que quebrava o caniço na pescaria tradicional das mulheres, no Rio São Francisco, mencionada no canto do Toré.
61 ) - KARIRI DZUBUKUÁ, os Kariri de Porto Real do Colégio, podem ser considerados como membros do grupo dialetal Dzubukuá, segundo Max H. Boudin ( BOUDIN: 1949, pág. 73 ).
62 ) - KARIRI DE COLEGIO, constituem vários grupos tribais com línguas independentes: Kariri, Pankuru, Funio e Chucurú ( Xucurú, Chocó ). O SPI com sede em Recife, os considera sob o denominativo genérico de índios Kariri ( SPI: 1940, p. 14 ).
63 ) - CANIÇO, a pesca tradicional de jereré, na mata ciliar do rio São Francisco, com dois grupos de homem e mulheres, fazendo o cerco do peixe em semi-circulo até às margens, essa pesca coletiva encerrou em 1980.
64 ) - BATIM, a pescaria tradicional de mergulho, no Rio São Francisco, com arpão de mão, na captura de peixes de couro, nas águas profundas.
65 ) - CUVÚ, a pescaria com artifício cônico, feito de vara para capturar peixes na lagoa, nas águas rasas, geralmente utilizados pelos homens.
66 ) - PINDÁ, a pescaria praticada com vara de taquara, anzol e chumbada, na captura de peixes como: piaus, piaba, piranha, traíra, cará e pirambeba, no rio São Francisco ou nas lagoas.
67 ) - ARATACA, a armadilha feita de tábuas, para capturar preás, cavando um pequeno buraco e colocando o objetivo em forma alçapão, o roedor caindo não poderá sair.
68 ) - ARAPUCA, a armadilha feita de vara ou arame com malhas, serve para capturar pássaros comestíveis, rolinha, marreca, nambu e afins, geralmente feita pelos jovens da aldeia.
69 ) JIQUI, a armadilha afunilada feita de vara ou arame para capturar tatu, peba e teiús, colocando o objeto com a boca na entrada da toca do animal, fincando tornos para ficar seguro, vai no outro dia olhar se o bicho caiu na armadilha.
70 ) - BADOQUE, o arco feito com dois cordões e um couro no meio, serve para atirar pedras, na caça tradicional dos antigos Kariri-Xocós, utilizado antes do uso da espingarda pelos nativos.
71 ) - TOCAIA, a pequena choupana de folhas para esperar a caça, essa tática era feita por caçadores, que esperava os animais vir beber água no poço ou lagoa, utilizando badoque até a espingarda, assim atingir o objetivo.
72 ) - CAJU, o fruto do cajueiro (Anacardium occidentale), na etimologia vem da língua tupi, acaiu (caju) significa noz que se produz.
73 ) - UMARI, a árvore que produz o fruto comestível, utilizada pelos Kariri-Xocó na alimentação em tempo de crise, a época da frutificação é no mês de fevereiro, com flores amarelas.
74 ) - BOBÓ, o caramujo cozido ou assado na brasa, era utilizado como alimentação pelos Kariri-Xocó, no período de escassês de peixes nas lagoas.
75 ) - MOQUECA, o cozido de pequenos peixes de espécies diferentes, em panela de barro com pouco caldo, na culinária Kariri-Xocó, cada povo tem sua moqueca de seu jeito.
76 ) - CANJICA, o mingau de milho verde ralado, com açúcar, manteiga e leite, utilizada no período junino, nas festas de São João e São Pedro, preparada na panela grande para toda família e convidados.
77 ) - MANJOGOME, um comida de acompanhamento do prato principal, utilizando o beldroegão, cozido com água ou no leite de coco, na culinária Kariri-Xocó.
78 ) - PIRACEMA, a reprodução dos peixes, onde eles se deslocam no rio para desovar, inicia no dia 1° de novembro e vai até o dia 28 de fevereiro do ano seguinte, não devemos pescar.
79 ) - CUPIM, a história do Cupim da Terra, que mora na floresta, com a destruição das matas, os animais migraram para a cidade, inclusive os cupins causando a destruição dos móveis nas casas.
80 ) - CAMURUPIM, a história do peixe grande dono do rio, mora no fundo das águas, com as hidrelétricas no São Francisco, os peixes estão desaparecendo, inclusive o Camurupim.
81 ) - CIPÓ, a história das lagoas do São Francisco, foram represadas pelos colonizadores, proibindo o nativo de pescar; assim o índio em represália colocou o cipó cururu, a lagoa passou sete anos sem entrar peixes do rio.
82 ) - PIRABÓIA, a história do índio pescador, que transformou os peixes em cobras, para defender-se do civilizado curioso que não respeitou a arte nativa.
83 ) - ARICURI OU OURICURI, a aldeia tradicional Kariri-Xocó, na floresta original dos rituais nativos, fica 5 Km distante da Aldeia Urbana próximo a cidade, neste local os indígenas se deslocam quinzenalmente.
84 ) - TAUÁ, na cerâmica utilitária são utilizados dois tipos de argila, o tauá-branco e o tauá-amarelo, na pintura dos potes, com as mulheres fazendo desenhos florais.
85 ) - ZARABATANA, o instrumento de sopro para lançamento de dardos, feito de taboca, com dardos de espinho de mandacaru ou setas de madeira fina perfurante com penugem de aves.
86 ) - JUCÁ, o porrete ou cacete de madeira, tipo de tacape, também uma espécie de árvore, vegetal conhecido por pau-ferro, na língua Tupi.
87 ) - OCA, a casa coletiva tradicional, feita de capim taboa, de sape ou palha de ouricuri, na aldeia original era com 4 grandes malocas.
88 ) - XANDUCA, o cachimbo de madeira do angico, utilizado para fumar no dia a dia, pode ser usado por homem ou mulher, um costume tradicional Kariri-Xocó, também confeccionado para venda.
89 ) - MANJUBA, a técnica tradicional de colocar galhos com folhas verdes no rio, coloca alimentos para os peixes e depois pescar grandes cardumes de peixes.
90 ) - TORÉ, o conjunto de cantos e danças indígenas, o nome significa "som sagrado", os rituais de agradecimento as divindades pelas graças alcançadas, no nascimento, colheitas e despedidas.
91 ) - MOROBA, a carne de animal doméstico comestível morto inesperadamente, os civilizados doavam o bicho aos índios, por esse costume os nativos eram chamados caboclos carniceiros.
92 ) - PIRÃO, a papa viscosa de farinha de mandioca, com calde quente de carne de gado, de galinha ou de peixe, com tempero, apreciado pelos Kariri-Xocó.
93 ) - CAETÉS, o Combate aos Caetés no litoral alagoano, Jerônimo de Albuquerque em 1557, as tribos refugiaram-se no rio São Francisco em 1563.
94 ) - COVO, a armadilha de pesca cilíndrica feito de taboca, para capturar pequenos peixes e camarões, muito utilizada no Baixo São Francisco.
95 ) - PUÇÁ, a pesca de jereré com cabo, para capturar pequenos peixes e crustáceos, utilizados também no Baixo São Francisco.
96 ) - JERERÉ, a rede de pesca com arco de juá-mirim, utilizado tanto por homens ou mulheres, na pescaria tradicional do caniço.
97 ) - MURIM, o pequeno bairro da cidade de Porto Real do Colégio, local onde havia os pequeninos mosquitos maruim.
98 ) - BOITATÁ, a divindade feminina das águas doces, na forma de uma cobra-de-fogo, vive nas praias de mar e de rio, protege os campos contra incêndios, em Colégio é conhecido como Fogo Corredor.
99 ) - CAIPORA, a divindade feminina protetora dos animais, nas matas Kariri-Xocó mora uma Caapora, ela pune os caçadores deixando-os perdidos na floresta.
100 ) - MUIRÁUBI ou UIRAUBI, o chefe indígena Antônio Pessoa Arco Verde, governou os índios xocós e caetés e foi aliado dos portugueses na "Guerra dos Palmares ".
101 ) - PINDAÍBA, Principal caete, sua aldeia ficava na região da atual Porto da Folha, Sergipe, os Aramurú da Ilha de São Pedro.
102 ) - PIRAJIBE (Braço de Peixe) - Cacique tabajara das ribeiras do São Francisco. Migrou para a Paraíba, acossado pelos portugueses por haver morto alguns deles.
103 ) - CARAPOTO, o cacique cariri do
século XVII, batizado com o nome de Antônio Gonçalves, na Aldeia Lagoa Serra do Cumunati, Pernambuco, migrou para Sergipe em Pacatuba.
104 ) - PACATUBA, o cacique caeté, atuava na região do mesmo nome, em Sergipe, lutou contra as tropas de Cristóvão de Barros. Era irmão de Japaratuba.
105 ) - ARAPUÁ, a abelha sem ferrão brasileira, (Trigona spinipes), derivado do tupi eírapu'a ("mel redondo"), sua cera muito utilizada pelos Kariri-Xocó na confecção do artesanato.
106 ) - TIBIRÍ, uma palavra do tupi Tibir-y ou Tibi-r-y, que em português significa "rio do sepultado" (ou "da sepultura"), também nome do povoado, município de São Brás, Alagoas.
107 ) - JIRAU, o estrado de varas sobre forquilhas cravadas no chão e que serve para guardar utensílios, também o nome de povoado no município de Porto Real do Colégio, Alagoas.
108 ) - TIMBAÚBA, a árvore (Enterolobium timbouva), vem do Tupi ( Tim = claro, branco + Úba = Canoa ) árvore clara que se faz canoa.
109 ) - ITÃ, o nome indígena do mexilhão, a espécie de concha bivalve encontrada nas areias dos rios, também encontrada no rio São Francisco.
110 ) - TABANGA, a serra no estado de Sergipe, na margem esquerda do rio
São Francisco, em tupi-guarani significa literalmente "pedra torta", ou ¨pedra virada ¨. (itá-banga).
111 ) - PETECA, o brinquedo de base arredondada, feito de couro e penas, lançado ao ar, o nome vem do tupi e significa "esbofetear, golpear com a mão espalmada".
112 ) - BEIJÚ, o bolo de goma ('polvilho') ou de massa de mandioca assada, no forno, faz parte da culinária na maioria dos povos indígenas.
113 ) - TAPERA, a aldeia ou povoação indígena abandonada, também o nome de um povoado, no município de Porto Real do Colégio, Alagoas.
114 ) - IGAÇABA, a urna funerária de barro, pote grande de boca larga, o vasilhame onde enterrava os mortos, em posição de cocoras, com as frente virada ao nascente.
115 ) - POITA, a âncora de pedra amarrada com uma corda, geralmente prendia a canoa contra as correntezas do rio ou do mar, na língua Tupi.
116 ) - PUCUMÃ, a teia de aranha enegrecida pela fumaça, geralmente presente na cozinha da casa indígena, com fogo de lenha encontrado no canto da residência.
117 ) - TUPÃ, o Deus das águas, o nome vem do Tupi ( Tu = som + pã = expansão ), o dono do trovão, o que trás as chuvas.
118 ) - SAPÉ, o capim que cobria o telhado da ocas , derivam do termo tupi ssa'pé, "o que alumia". O nome científico (Imperata brasiliensis).
119 ) - URUPEMA, o trançado feito de palha ou outra fibra vegetal usado para peneirar o milho, o arroz, a farinha etc. Na etimologia do tupi urupéma.
120 ) - KICÉ ou QUICÉ, a faca velha e desgastada, sem cabo ou com a lâmina partida, na etimologia vem do (tupi ki'se).
121 ) - TORÓ, a pancada de chuva forte momentânea, está palavra que na etimologia vem do tupi e significa "jorro d'água".
122 ) - SAMBURÁ, o cesto de cipó ou de taquara para guardar iscas, petrechos de pesca e o que foi pescado, também significa a borra amarela da cera de arapuá.
123 ) - EMBUÁ, os animais artrópodes miriápodes, na etimologia vem do tupi ambu'a que significa "rodilha", o animal que faz rodilha.
124 ) - MUSSURANA, a cobra-preta (nome científico: Clelia clelia), origina-se do termo tupi muçu-rana, que significa "semelhante ao muçu".
125 ) - MARACÁ, o instrumento musical indígena, espécie de chocalho vegetal, na etimológia da palavra oriunda do tupi mbara'ká .
126 ) - PANEMA ou IPANEMA, a junção de 'y, que significa "água", e panema, que significa "imprestável", ou “água ruim, rio sem peixes”.
127 ) - MUCUNÃ, a semente de planta trapaceira, conhecida entre os indígenas como olho-de-boi, em Kariri-Xocó esta semente serve para alisar a cerâmica.
128 ) - BOA CICA, o rio afluente do Rio São Francisco, no município de Porto Real do Colégio, a junção de mboya' que significa "cobra" e ci' de "mãe" como ca' do Tupi "plantas".
129 ) - UIRÁ, o nome de pássaro na etimologia Tupi, aqui na Aldeia Kariri-Xocó tem várias aves: sabiá, zabelê, socó, nhambú, nhancupé, anun, cauã, peitica e muito mais.
130 ) - MBOYA, a cobra que na etimologia Tupi significa "cobra", aqui em Kariri-Xocó conhecemos: gibóia, giricuá, jararaca, jaracuçú, mussurana, caninana, salamanta e muito mais.
131 ) - KUÁ, o nome de animais no Tupi, em Kariri-Xocó tem vários: guaxinim, jacaré, capivara, teiú, tamanduá, peba, preá, sagui, cágado, jabuti, iguana, cururu, e muito mais.
132 ) - TAPIOCA, a fécula da mandioca, preparada em forma granulada, na etimologia vem do termo tupi tïpï'og, "sedimento, coágulo".
133 ) - PIRIPIRI, o junco aquático dos rios, os indígenas utilizam para confeccionar esteiras de dormir, com grande importância cultural.
134 ) - UBÁ ou IGARA, a canoa de pesca dos indígenas Tupi, o transporte principal dos rios e mar, eram feitas de casca de jatobá ou madeira de mulungú.
135 ) - PAMONHA, o quitute da culinária indígena, na etimologia "pamonha" vem da palavra tupi pa'muñã, que significa "pegajoso".
136 ) - PIPOCA, o milho-pipoca (Zea mays everta), na etimologia do tupi pï'poka, "estalando a pele", formado pela junção de pira (pele) e poka (estourar).
137 - MOQUÉM, a grelha de madeira usada para defumar carne ou peixe, na etimologia do nome vem do tupi antigo moka'ẽ.
138 ) - IBIRISSÚ, a embira grande, na etimologia "Ibiraçu" significa “pau gigante” em tupi-guarani, o nome do povoado de São Brás, Alagoas.
139 ) - SUCUPIRA, a árvore de várias espécies entre elas (Bowdichia virgilioides), na etimologia do tupi suku'pira, o nome de povoado de São Brás, Alagoas.
140 ) - TUCUM, a palmeira (Bactris setosa), de fibra resistente, na etimologia procedem do tupi tu'kum, o nome do povoado de Porto Real do Colégio, Alagoas.
141 ) - ANGICO, a árvore de várias espécies, entre elas o Angico vermelho (Anadenanthera macrocarpa ), do Tupi espírito que joga sementes, nome do povoado de Colégio, Alagoas.
142 ) - URUBU, a ave de rapina da família Carthartidae, na etimologia do nome que vem do Tupi-Guarani uru - ave grande; bu - negro.
143 ) - MIRIM, o nome que tem significado de "pequeno", na etimologia da palavra que vem do Tupi MI’RI, “de tamanho reduzido”.
144 ) - PAÇOCA, o prato típico da culinária de origem indígena, com farinha de mandioca e carne seca, do tupi pa'soka, na junção de paba, terminar, com soka, socar.
145 ) - MINGAU ou PAPA, o alimento cremoso, feito de água, amido de milho, adoçado com açúcar, do tupi minga'u, "o que alguém empapa", da junção de emi (partícula de objeto) e ka'u (empapar).
146 ) - CURUMIM, a criança indígena, no tupi original era kunumim "criança"), evoluiu na língua geral e no nheengatu, para kurumim e coromim.
147 ) - PARÁ, o nome do rio, na etimologia vem do termo pa'ra, que na língua tupi-guaraní significa "rio-mar" ou "rio do tamanho do mar".
148 ) - OBACOATIARA, o grupo Abacatiara na etimologia vem do Tupi aba' o "povo" e coati' os "listrados", como 'ara mais "claros", segundo alguns autores são os Dzubukuá-Kariri.
149 ) - PERAU, o canal profundo do rio ou do mar, abismo aquático, local de fortes correntezas, onde mora os grandes peixes.
150 ) - VOÇOROCA, o buraco causado pela erosão da água da chuva, vem da etimologia no tupi mboso'róka, gerúndio de mboso'rog: 'romper' .
FONTE BIBLIOGRÁFICA:
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- KARIRI-XOCÓ, N. kxnhenety. 30 Jul. 2008 a 19 Dez. 2022 [online]. Nhenety Kariri-Xocó. Disponível
em: <http://kxnhenety.blogspot.com/2008-2022.html>, Acesso em
05/12/2022.
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