O verbo parece derivar de uma raiz cognata do Xavante: nhi'oto 'voltar, mandar voltar' e do Xerente nĩkoto 'entortar', se referindo ao processo de martelar a ferramenta para entortá-la de volta para seu formato original, o verbo parece ter sido ñigo na época que era falada no Natú, o que possibilitou a lenição no Kipeá, com o enfraquecimento de -g- intervocálico e subsequente transformação para niò, marcado com o prefixo de terceira pessoa i-, que é uma das formas que o Natú dispõe para criar substantivos. Reconstruo como:
Kariri
Dzubukuá: inhinho
Kipeá: iniò
Sapuyá: iniggó
Kamurú: iniggò
Katembri: inió
Kariri-Xocó: inió, inhihó
Terejê *i-ñiko 'ele entorta, ele conserta, conserto'
Xocó: iñiko
Natú: iñigo
Wakonã: inhikô
Terejê *ñiko 'entortar, consertar'
Xocó: ñiko
Natú: ñigo
Wakonã: nhikô
FONTES
Romnhitsi'ubumro a'uwẽ mreme - waradzu mreme, Georg Lachnitt, 1987, p. 43
http://www.etnolinguistica.org/biblio:lachnitt-1987-dicionario
Dicionário Escolar Xerente / Português e Português / Xerente, Wanda Krieger e Guenther Krieger, 1994
http://www.uft.edu.br/neai/?p=388
Vocabulário Kariri, Aryon Rodrigues, 1943
http://www.etnolinguistica.org/biblio:rodrigues-1942-artigo
Autor da matéria: Suã Ari Llusan
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