Resumo
O presente artigo analisa a influência romana no norte de Portugal, destacando sua predominância em relação à influência muçulmana. A chegada dos romanos no século II a.C. resultou na fundação de cidades, construção de vias e disseminação do latim vulgar, deixando marcas profundas e duradouras na cultura e na organização territorial da região. A presença muçulmana, por sua vez, foi efêmera e restrita, principalmente devido à resistência local e à geografia acidentada. O estudo foca particularmente nas cidades de Braga e Guimarães como exemplos da continuidade da herança romana e cristã.
Palavras-chave: Romanização; Norte de Portugal; Braga; Muçulmanos; Gallaecia.
1. Introdução
O território que hoje compõe o norte de Portugal foi historicamente marcado por diversas influências culturais, com destaque especial para o domínio romano, que se sobrepôs significativamente a outras ocupações, como a muçulmana. A importância da herança romana se reflete não apenas nas estruturas físicas, como estradas e cidades, mas também na formação linguística, cultural e religiosa da região. Este artigo busca analisar de forma sintética e descritiva como o processo de romanização moldou profundamente o norte português, em contraste com a presença efêmera dos mouros.
2. Desenvolvimento
2.1 A presença romana e a formação da Gallaecia
Os romanos chegaram à Península Ibérica no contexto das Guerras Púnicas e consolidaram seu domínio sobre o noroeste peninsular por volta do século II a.C. A região foi incorporada à província da Gallaecia, e Bracara Augusta (atual Braga) tornou-se um importante centro administrativo, comercial e cultural. A romanização implicou a construção de vias como a Via XVII, termas, aquedutos, templos e a implementação de uma organização política e social de base latina.
A língua portuguesa, derivada do latim vulgar, é uma das heranças mais duradouras desse processo, além dos elementos arquitetônicos, urbanísticos e até mesmo práticas agrícolas introduzidas pelos romanos. A continuidade dessas estruturas foi fundamental para a formação das futuras unidades políticas medievais, como o Reino de Leão e o Condado Portucalense.
2.2 A resistência à ocupação muçulmana
A invasão muçulmana da Península Ibérica, iniciada em 711, teve um impacto mais profundo nas regiões sul e centro, como o Alentejo e o Algarve. No norte, porém, os mouros enfrentaram forte resistência por parte dos cristãos locais. A geografia acidentada, composta por montanhas e vales, favoreceu a organização de focos de resistência, como o Reino das Astúrias e, posteriormente, o Condado Portucalense.
Cidades como Braga e Guimarães, longe de serem islamizadas, tornaram-se bastiões do cristianismo medieval. Essa resistência precoce permitiu que a herança romana e cristã permanecesse praticamente intacta, o que ajuda a explicar a forte identidade cultural dessas regiões, notadamente visível nas tradições religiosas, nas estruturas medievais e na própria paisagem urbana.
3. Considerações Finais
A influência romana no norte de Portugal revelou-se mais duradoura e profunda do que a muçulmana. Enquanto o sul do país foi amplamente moldado pela presença islâmica durante séculos, o norte manteve-se como um centro de continuidade da cultura romana e da fé cristã. A cidade de Braga, herdeira direta de Bracara Augusta, é um exemplo eloquente da permanência desta herança, tanto em sua estrutura urbana quanto em seu papel religioso. Guimarães, berço da nacionalidade portuguesa, também reflete esse legado. A análise histórica reforça, assim, a importância da romanização na formação da identidade cultural e histórica do norte de Portugal.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DIAS, Jorge de Alarcão. Romanização do Noroeste da Península Ibérica. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2009.
FERNANDES, Hermenegildo. História de Portugal: das origens à atualidade. Lisboa: Esfera dos Livros, 2010.
MATTOSO, José. A Identidade Nacional: Formação e Transmissão. Lisboa: Círculo de Leitores, 1998.
TEIXEIRA, Carlos Alberto. Braga Romana: História e Arqueologia. Braga: Edições Colibri, 2003.
VASCONCELOS, Carolina Michaelis de. Estudos sobre o Dialeto Português de Bragança. Coimbra: Universidade de Coimbra, 1900.
Autor: Nhenety KX
Consultado por meio da ferramenta ChatGPT (OpenAI), inteligência artificial como apoio para elaboração do trabalho, em 15 de março de 2025.
Nenhum comentário:
Postar um comentário