terça-feira, 1 de abril de 2025

CONQUISTA ROMANA NA PENÍNSULA IBÉRICA






Resumo 



A conquista romana da Península Ibérica foi um processo longo e complexo que se estendeu de 218 a.C. a 19 a.C., iniciado durante a Segunda Guerra Púnica contra os cartagineses e concluído sob o imperador Augusto. O domínio romano impôs mudanças profundas aos diversos povos que habitavam a região, como os íberos, celtas, celtiberos, lusitanos e outros, resultando na gradual romanização do território. O presente estudo descreve as etapas da conquista, os principais focos de resistência e o impacto cultural da dominação romana. A análise evidencia a importância estratégica e simbólica da Península Ibérica para o Império Romano e as transformações políticas, sociais e culturais provocadas pela integração da região à esfera romana.


Palavras-chave: Península Ibérica; conquista romana; povos ibéricos; romanização; Império Romano.



Introdução 


A Península Ibérica, situada no extremo ocidental da Europa, foi cenário de intensas disputas e ocupações ao longo da Antiguidade. Antes da chegada dos romanos, o território era habitado por uma diversidade de povos autóctones, como íberos, celtas, celtiberos, lusitanos e vascones, além da presença de fenícios e cartagineses em colônias comerciais. A intervenção romana teve início em 218 a.C., durante o confronto com Cartago na Segunda Guerra Púnica, e prosseguiu por quase dois séculos até a consolidação do domínio sob Augusto. Este trabalho tem como objetivo apresentar um panorama cronológico e descritivo da conquista romana da Península Ibérica, destacando os principais eventos, os povos envolvidos e o processo de romanização que moldou a identidade cultural da região. A partir da análise de fontes antigas e estudos historiográficos, busca-se compreender as estratégias militares romanas e a resistência oferecida pelos povos locais frente à expansão imperial.



Domínio Romano Sobre os Povos Ibéricos 


Os romanos dominaram a Península Ibérica através de uma longa série de campanhas militares iniciadas durante a Segunda Guerra Púnica (218 a.C. – 201 a.C.), quando Roma enfrentou Cartago. A conquista completa da península só foi consolidada no tempo do imperador Augusto, por volta de 19 a.C.



Principais povos dominados antes de Cristo:


Antes da chegada dos romanos, a Península Ibérica era habitada por diversos povos com culturas distintas, muitos organizados em aldeias e pequenos reinos tribais. Alguns dos principais grupos eram:


1. Íberos – Habitavam o leste e o sul da península. Eram organizados em comunidades tribais e tinham contato comercial com fenícios, gregos e cartagineses.


2. Celtas – Povo de origem indo-europeia, habitavam o norte e o centro-oeste. Viviam em castros (aldeias fortificadas) e tinham uma cultura guerreira.


3. Celtiberos – Resultado da fusão entre celtas e íberos. Ocupavam o centro da península e resistiram fortemente à invasão romana (como os lusitanos).


4. Lusitanos – Povo guerreiro que habitava a região onde hoje está Portugal e parte da Espanha ocidental. Resistiram à dominação romana sob a liderança de Viriato.


5. Vascones – Antepassados dos bascos, habitavam o norte da península e mantiveram relativa independência.


6. Tartessos – Civilização do sul da península, conhecida por sua riqueza e ligações comerciais com os fenícios.


O reino de Tartessos, localizado na atual Andaluzia (sul da Espanha), é considerado a primeira civilização ibérica. Era um centro de comércio e metalurgia (ouro, prata e estanho) e manteve relações com fenícios e gregos.


Além disso, os fenícios e cartagineses estabeleceram colônias comerciais ao longo da costa mediterrânea, como Gades (Cádis) e Cartago Nova (Cartagena), influenciando as culturas locais antes da chegada dos romanos.


Os romanos, ao dominarem esses povos, impuseram sua cultura, língua (latim) e instituições, levando à romanização da Península Ibérica, processo que resultaria, séculos depois, nas bases das línguas e culturas da Espanha e Portugal.


A conquista romana da Península Ibérica foi um processo longo, que começou em 218 a.C., durante a Segunda Guerra Púnica, e terminou apenas em 19 a.C., sob o imperador Augusto. Aqui estão as principais fases e os anos aproximados da conquista dos povos mencionados:



1. Cartagineses (218–206 a.C.)



218 a.C. – Início da conquista romana, quando desembarcam na Península Ibérica para enfrentar os cartagineses.


209 a.C. – Tomada de Cartago Nova (Cartagena) por Públio Cornélio Cipião.


206 a.C. – Derrota final dos cartagineses na Batalha de Ilipa, consolidando o domínio romano no sul.



2. Celtiberos (181–133 a.C.)


181 a.C. – Primeiras campanhas romanas contra os celtiberos.


153–133 a.C. – Guerras Celtibéricas, com resistência feroz em cidades como Numância.


133 a.C. – Queda de Numância, após longo cerco liderado por Cipião Emiliano.



3. Lusitanos (155–139 a.C.)


155 a.C. – Início da resistência dos lusitanos contra Roma.


147–139 a.C. – Liderança de Viriato, que derrota os romanos diversas vezes.


139 a.C. – Assassinato de Viriato por traição, marcando o declínio da resistência lusitana.


4. Cántabros e Astures (29–19 a.C.)


29–19 a.C. – Guerras Cántabras, sob o imperador Augusto.


19 a.C. – Derrota final dos cántabros e astures, encerrando a conquista romana da península.


Portanto, os romanos levaram quase 200 anos (218 a.C. – 19 a.C.) para dominar toda a Península Ibérica, enfrentando forte resistência dos povos locais.



Considerações Finais 



A conquista romana da Península Ibérica foi um dos episódios mais prolongados e desafiadores do expansionismo romano, exigindo sucessivas campanhas militares e enfrentando a resistência de povos determinados a manter sua autonomia. A vitória romana não apenas garantiu o controle político e militar da região, como também resultou na difusão da língua latina, da administração romana e da integração econômica com o restante do império. A romanização deixou marcas profundas e duradouras na cultura, na religião e nas estruturas sociais da península, que se refletem até os dias atuais nas línguas, tradições e instituições da Espanha e de Portugal. O estudo da conquista da Hispânia revela, portanto, a complexidade do processo imperial romano e a capacidade de transformação das sociedades submetidas.




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 



Livros



FERNÁNDEZ, Luis Suárez. Historia de España Antigua y Media. Madrid: Ediciones Rialp, 1983.


GARCÍA MORENO, Luis A. Historia de España Antigua. Madrid: Cátedra, 1989.


ALMEIDA, Carlos Fabião. A Conquista da Hispânia pelos Romanos. Lisboa: Edições Colibri, 2006.



Artigos e capítulos de livros



ALARCÃO, Jorge. "A romanização da Hispânia". In: VILLAVERDE, Valentín (Org.). Arqueologia da Península Ibérica: Pré-história e Proto-história. Lisboa: Círculo de Leitores, 1997, p. 273-290.


SCHULTEN, Adolf. Numancia. Madrid: Espasa-Calpe, 1962.



Artigos científicos



BLÁZQUEZ, José María. "La conquista romana de Hispania y su impacto cultural". Revista de Historia Antigua, Madrid, v. 8, n. 2, p. 135-162, 1995.



Fontes antigas



TITO LÍVIO. Ab Urbe Condita (História de Roma). Trad. Manuel Rabelo. São Paulo: Editora Unesp, 2015.


APPIANO. Historia Romana: Ibérica. Trad. Antonio Ramírez de Verger. Madrid: Alianza Editorial, 2000.




Autor: Nhenety KX




Utilizando a ferramenta Gemini ( Google ), inteligência artificial para análise da temática e Consultado por meio da ferramenta ChatGPT (OpenAI), inteligência artificial como apoio para elaboração do trabalho, em 30 de março de 2025 e a capa do artigo dia 28 de abril de 2025.









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