quinta-feira, 17 de abril de 2025

MUNDO BÍBLICO APÓS-DILUVIANO SEGUNDO A TRADIÇÃO BÍBLICA





Uma Leitura Genealógica e Histórica dos Povos Semitas, Camitas e Jaféticos



Resumo



O presente artigo apresenta uma análise descritiva e cronológica das origens dos povos segundo a tradição bíblica, baseada no relato pós-diluviano dos filhos de Noé — Sem, Cam e Jafé — e sua dispersão geográfica e étnica. A partir da Tabela das Nações (Gênesis 10), traça-se um paralelo com as civilizações históricas do Oriente Médio, norte da África, Europa e Ásia Central, destacando as contribuições de cada grupo para a formação das culturas antigas. O estudo relaciona os dados bíblicos com fontes históricas e arqueológicas, evidenciando a interseção entre fé, memória histórica e ciência.


Palavras-chave: Bíblia, Noé, Sem, Cam, Jafé, civilizações antigas, Tabela das Nações, pós-dilúvio.


Introdução


O capítulo 10 do livro de Gênesis, conhecido como a Tabela das Nações, oferece uma genealogia dos descendentes de Noé e a formação dos povos após o Dilúvio. Esta tradição tem sido amplamente estudada sob a perspectiva teológica, histórica e antropológica. A partir dessa matriz, muitos estudiosos buscaram relacionar as figuras bíblicas a povos históricos e culturas da Antiguidade, investigando suas contribuições para a constituição da civilização humana em diferentes regiões do mundo.


O presente artigo propõe uma análise técnica e descritiva do legado de Sem, Cam e Jafé, destacando os povos que deles teriam descido, sua localização geográfica e os períodos aproximados de seu florescimento. Esta abordagem busca integrar a narrativa bíblica com os achados arqueológicos e registros históricos conhecidos.


Desenvolvimento


A Tabela das Nações: Estrutura Genealógica


Após o Dilúvio, Noé e seus filhos — Sem, Cam e Jafé — teriam repovoado a Terra. A tradição bíblica associa cada um deles a uma grande linhagem de povos:


Jafé: ancestral dos povos indo-europeus, incluindo medos, gregos, citas e tribos do norte e ocidente da Ásia e da Europa.


Cam: ligado aos povos africanos e semito-africanos, como egípcios, núbios, cananeus e líbios.


Sem: progenitor dos povos semitas, como hebreus, arameus, assírios e elamitas.


Jafé e os Povos do Norte


Jafé é associado a sete filhos: Gomer, Magogue, Madai, Javã, Tubal, Meseque e Tiras. Seus descendentes ocuparam regiões ao norte da Mesopotâmia:


Gomer: ligado aos cimérios e citas da região do mar Negro.


Magogue: associado a tribos da Ásia Central.


Madai: ancestral dos medos, povos iranianos que mais tarde se unificaram aos persas.


Javã: identificado com os jônios e demais povos gregos.


Tubal e Meseque: associados a tribos da Anatólia oriental (atual Turquia).


Tiras: relacionado aos trácios dos Bálcãs.


A influência jafética é notável a partir do segundo milênio a.C., com destaque para a Grécia e, mais tarde, para Roma, que apesar de não ser citada na Tabela das Nações, é tradicionalmente associada a Tiras.


Cam e os Povos Afroasiáticos


Cam teve quatro filhos: Cuxe, Mizraim, Pute e Canaã. Seus descendentes ocuparam a África e o Levante:


Cuxe: originou os povos núbios e etíopes. O Reino de Cuxe se estabeleceu por volta de 2000 a.C.


Mizraim: identificado com o Egito Antigo, cuja unificação ocorreu cerca de 3100 a.C.


Pute: associado aos povos líbios do norte da África.


Canaã: ancestral dos cananeus, sidônios e jebuseus, ocupando a região de Israel e Líbano.


Esses povos camitas fundaram algumas das civilizações mais antigas do mundo, como o Egito e a Fenícia.


Sem e os Povos Semitas


Sem teve cinco filhos: Elão, Assur, Arfaxade, Lud e Arã. Seus descendentes habitaram a Mesopotâmia e o Oriente Médio:


Elão: fundador do reino de Elão, no atual Irã, ativo entre 2000 e 640 a.C.


Assur: ancestral dos assírios, que dominaram vastas regiões entre 1900 e 612 a.C.


Arfaxade: ligado aos caldeus e, posteriormente, aos hebreus.


Lud: identificado com os lídios da Anatólia ocidental.


Arã: pai dos arameus, cuja língua se espalhou como língua franca regional por séculos.


Destaca-se nessa linhagem a tradição hebraica, que origina Abraão, Isaque, Jacó e as doze tribos de Israel.


Considerações Finais


A narrativa bíblica sobre os descendentes de Noé oferece uma estrutura simbólica e histórica sobre a diversidade étnica da humanidade. Apesar de sua origem teológica, a Tabela das Nações revela paralelos relevantes com os dados da história e arqueologia, demonstrando como povos ancestrais se organizaram em torno de centros culturais, tecnológicos e religiosos.


As linhagens de Sem, Cam e Jafé representam não apenas a origem de povos específicos, mas também a forma como a tradição hebraica organizou sua visão de mundo. A conexão entre fé, memória oral e documentos históricos permite uma análise mais ampla da formação dos povos, sua dispersão e os legados que ainda hoje são perceptíveis.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 



BÍBLIA. Gênesis 10 e 11. Tradução João Ferreira de Almeida. Sociedade Bíblica do Brasil.


JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus. São Paulo: CPAD, 1999.


KELLER, Werner. E a Bíblia Tinha Razão. 25. ed. São Paulo: Melhoramentos, 2001.


MATTHEWS, Victor H.; BENJAMIN, Don C. História Antiga de Israel. São Paulo: Paulinas, 2012.


SNELL, Daniel C. Civilizações do Antigo Oriente Próximo. São Paulo: Contexto, 2020.


YOUNG, Davis A. Cristianismo e os Primórdios da Terra. São Paulo: Cultura Cristã, 2005.



Autor: Nhenety KX



Consultado por meio da ferramenta ChatGPT (OpenAI), inteligência artificial como apoio para elaboração do trabalho, em 14 de abril de 2025 e a capa do artigo dia 9 de maio de 2025.






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