quarta-feira, 3 de setembro de 2025

ROCK: Origem, Difusão Mundial e Influência na Música Brasileira






Introdução



O rock surgiu nos Estados Unidos no final da década de 1940 e início da década de 1950, como resultado da fusão de diferentes gêneros musicais, tais como o rhythm and blues (R&B), o country, o gospel e o jazz. Caracterizado pelo uso marcante da guitarra elétrica, da bateria e do contrabaixo, o estilo rapidamente se tornou símbolo de uma atitude enérgica, juvenil e contestadora. Desde seu nascimento, o rock não apenas transformou a música popular, mas também deu origem a uma série de subgêneros que influenciaram culturas em escala global, chegando inclusive ao Brasil, onde se misturou com estilos locais.


Desenvolvimento Cronológico


1. A origem nos Estados Unidos (1940–1950)


O rock nasceu como uma fusão cultural em um contexto de transformações sociais e tecnológicas. Pioneiros como Chuck Berry, Little Richard, Elvis Presley e Buddy Holly introduziram sonoridades que misturavam ritmos afro-americanos e elementos da música country. O termo "rock and roll" popularizou-se nesse período, simbolizando energia, rebeldia e juventude.


2. Expansão e consolidação internacional (1960)


Na década de 1960, o rock se consolidou como fenômeno cultural global. Destacam-se dois movimentos:


Rock britânico: com The Beatles, The Rolling Stones, The Who e The Kinks, que dominaram o mercado internacional.


Rock psicodélico e movimentos experimentais: artistas como Jimi Hendrix, The Doors e Pink Floyd trouxeram novas sonoridades.


Brasil: surgem The Fivers e Renato e Seus Blue Caps, parte do movimento iê-iê-iê, inspirado diretamente na sonoridade britânica da Jovem Guarda.


3. Diversificação e peso do som (1970)


A década de 1970 foi marcada pela fragmentação em subgêneros:


Hard rock e heavy metal: Led Zeppelin, Deep Purple, Black Sabbath e Scorpions (Alemanha, hard rock melódico).


Rock progressivo: Genesis, Yes e Emerson, Lake & Palmer.


Rock melódico: Nazareth, com forte presença no hard rock europeu.


Pop rock internacional: ABBA, da Suécia, combinando elementos do pop e do rock, conquistou fama global.


Brasil: surgem Os Mutantes, Secos & Molhados e Pholhas, este último destacando-se por cantar em inglês e difundir o soft rock romântico no país.


4. Novas vertentes e a era das mídias (1980)


O rock se adaptou às novas tecnologias e à MTV:


Rock de arena e hard rock: Queen, Bon Jovi, AC/DC (Austrália, consolidado como ícone do hard rock mundial).


Heavy metal e thrash metal: Metallica, Iron Maiden.


Pop rock e new wave: The Cure, U2, A-ha (Noruega, com forte presença no synth-pop e pop rock).


Brasil: o rock nacional atingiu seu auge com Barão Vermelho, Legião Urbana, Titãs e Paralamas do Sucesso, que se tornaram porta-vozes de uma juventude urbana em transformação.


5. A revolução do grunge e alternativas (1990)


Na década de 1990, o grunge despontou com Nirvana, Pearl Jam e Soundgarden, trazendo sonoridades cruas e reflexivas. O rock alternativo ganhou força com Radiohead, Oasis e Red Hot Chili Peppers.

No Brasil, bandas como Raimundos e Planet Hemp renovaram a cena ao misturar rock com punk, rap e regionalismos.


6. O rock no século XXI (2000–2020)


Embora tenha perdido espaço para o pop e o hip-hop, o rock manteve relevância cultural com bandas como Coldplay, Muse, Arctic Monkeys, além da permanência de ícones clássicos como AC/DC, Scorpions e A-ha.

No Brasil, nomes como Charlie Brown Jr., CPM 22 e Pitty mantiveram o espírito contestador, enquanto o movimento Manguebeat, com Chico Science & Nação Zumbi, trouxe uma fusão inovadora entre rock, ritmos nordestinos e música eletrônica.


7. Gêneros nascidos a partir do rock


O rock originou inúmeros estilos e subgêneros, tais como:


Heavy metal


Punk rock


Grunge


Glam rock


Indie rock


Progressivo


Hardcore


Pop rock e synth-pop





Fusões com música brasileira, como o Manguebeat e o rock nacional da década de 1980.


Conclusão


O rock, surgido como expressão musical nos Estados Unidos, transformou-se em um fenômeno global que atravessou gerações, estilos e fronteiras. Sua força está não apenas em sua musicalidade, marcada pela guitarra elétrica e pela energia vibrante, mas também em sua capacidade de refletir e influenciar contextos sociais, políticos e culturais. No Brasil, sua chegada foi adaptada às realidades locais, desde o iê-iê-iê até o rock dos anos 1980, o Manguebeat e novas fusões contemporâneas. Dessa forma, o rock permanece como um dos gêneros mais influentes da história da música, sendo continuamente reinventado pelas novas gerações, tanto no cenário internacional quanto brasileiro.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 



FRITH, Simon. Rock and its History. Cambridge: Polity Press, 2007.


GURALNICK, Peter. Sam Phillips: The Man Who Invented Rock ‘n’ Roll. New York: Little, Brown and Company, 2015.


MARCONDES, Marcos Antônio (org.). Enciclopédia da Música Brasileira. 3. ed. São Paulo: Art Editora, 2003.


NAPOLITANO, Marcos. Seguindo a canção: Engajamento político e indústria cultural na MPB (1959–1969). São Paulo: Annablume, 2001.


PERRONE, Charles A. Brazilian Popular Music and Globalization. New York: Routledge, 2011.


STARR, Larry; WATERMAN, Christopher. American Popular Music: From Minstrelsy to MP3. New York: Oxford University Press, 2017.




Autor: Nhenety Kariri-Xocó 





Nenhum comentário: