A pronúncia correta do verbo *nhinho* 'criar' do Dzubukuá
Recentemente fiz uma correção na pronúncia do dígrafo ny da Ortografia de Nantes, após descobrir que o n tinha função de marcador de nasalidade da vogal anterior, ajudando a corrigir a pronúncia de várias palavras dentro dessa língua. Isso também quebrou a hipótese anterior de que o som nh /ɲ/ teria se tornando y /j/ no Kipeá.
Com isso dito, agora me vejo obrigado a reconsiderar a pronúncia do verbo 'criar', cujo qualquer que compreende a ortografia portuguesa iria ler como se fosse ni-nho /niɲo/, porém a variante Kipeá possui *niò* como seu cognato direto, o que lança dúvidas sobre esse nh ser o nosso encontro consonantal para o n palatalizado, deixe me explicar usando outras palavras como exemplo:
Dzubukuá Kipeá
*habuihan* *sambýye*
Vejam que nessas duas palavras, o som da terceira sílaba muda entre as duas línguas, sendo que no Dzubukuá o som velar /ɣ/ surge como /j/ no Kipeá, o mesmo ocorre com hemui e yemý, usando essas palavras como exemplo e notando que Mamiani propositalmente registrou niò assim e não assim: *nho*, sabemos agora que havia uma consoante entre o ni- e o -o, a fricativa velar sonora.
Portanto o que eu quero dizer é que o segundo n de nhinho está na verdade representando o som nasal da vogal i, e a sílaba ho seria pronunciada separadamente, concluindo então que a pronúncia seria /ɲĩ'ɣo/.
Autor da matéria: Ari Loussant
Nenhum comentário:
Postar um comentário