Faltando apenas um elemento para concluir essa palavra, aqui falarei das duas primeiras sílabas ku-zi, cujo foram herdadas do Proto-Jê Central, seus cognatos são facilmente encontrados no dicionário de Lachnitt de 1984 da língua Xavante:
'u = 'chifre' < derivado de um antigo *ku
dzidi = 'brilhar, cintilar'
Assim formando 'u-dzi, cujo no Xavante adquiriu o sentido de lanterna, para traduzir esse objeto civilizado, aqui no entanto ele adquiriu um sentido que traduz um conceito nativo, que é 'cachimbo', sendo chamado de ku-zi 'chifre que brilha', referindo possivelmente à antiga forma que esses cachimbos eram feitos.
Aproveito também, visto que o Xavante derivou essa palavra para 'lanterna', para também trazer a interpretação Kariri-Xocó desse conceito, graças a Nhenety, a palavra Natú para lanterna é um composto que se fala assim:
Natú: zishabari nó kuzi 'brilha com o fogo e fumo no cachimbo'
Tradução de cada palavra:
zi-sha-bari 'brilhar-fogo-fumo'
nó 'dentro de' (da mesma raiz que o Kipeá NÒ)
ku-zi 'chifre-brilhar', ou seja, 'cachimbo'
Autor da matéria: Suã Ari Llusan
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