As três palavras citadas no título são conectadas entre si pela primeira parte que se assemelha (grï/gro/guli), o Wakonã parece ser mais conservador na pronúncia antiga da palavra, visto que manteve uma estrutura dissilábica (gu-li), enquanto o Xocó e o Wakonã tornaram essas duas sílabas em uma (grï e gro). Por meio de uma leve investigação nos dicionários Xerente e Xavante, rapidamente fui capaz de encontrar as palavras-irmãs do grupo Terejê:
Wakonã: gu- de gu-li, Xocó g- de grï e Natú g- de gro, cognatos de:
Xavante: 'upa 'mandioca'
Xerente: kupa 'mandioca'
Wakonã li, Xocó rï, Natú ro, cognatos de:
Xavante: rã 'branco, tornar branco'
Xerente: rã 'branco'
Wakonã jó, cognato de:
Xavante: dzö'rẽne 'comer'
Xerente: zêkrẽnẽ 'comer, morder'
Xocó gó e Natú gó, cognato de:
Xavante: 'a 'branco'
Xerente: ka 'branco'
Portanto a etimologia Proto-Terejê de 'mandioca' era *g(u)-rä-gó 'mandioca-branco-branco' e da bebida de mandioca era *gu-rä-dzâ 'mandioca-branco-beber', assim sendo possível reconstruir as seguintes palavras:
Terejê *gu 'mandioca'
Xocó: gu
Natú: gu
Wakonã: gu
Terejê *rä 'branco'
Xocó: rï
Natú: ro
Wakonã: li
Terejê *gó 'branco'
Xocó: gó
Natú: gó
Wakonã: gó
Terejê *dzâ 'beber'
Xocó: jó
Natú: zó
Wakonã: jó
Terejê *gu-rä-dzâ 'aluá'
Xocó: grïjó
Natú: grozó
Wakonã: gulijó
Autor da matéria: Suã Ari Llusan
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