domingo, 4 de fevereiro de 2024

ETIMOLOGIA DE GRÏGÓ DO XOCÓ, GROGÓ DO NATÚ E GULIJÓ DO WAKONÃ


 As três palavras citadas no título são conectadas entre si pela primeira parte que se assemelha (grï/gro/guli), o Wakonã parece ser mais conservador na pronúncia antiga da palavra, visto que manteve uma estrutura dissilábica (gu-li), enquanto o Xocó e o Wakonã tornaram essas duas sílabas em uma (grï e gro). Por meio de uma leve investigação nos dicionários Xerente e Xavante, rapidamente fui capaz de encontrar as palavras-irmãs do grupo Terejê:


Wakonã: gu- de gu-li, Xocó g- de grï e Natú g- de gro, cognatos de:


Xavante: 'upa 'mandioca'

Xerente: kupa 'mandioca'


Wakonã li, Xocó rï, Natú ro, cognatos de:


Xavante: rã 'branco, tornar branco'

Xerente: rã 'branco'


Wakonã jó, cognato de:


Xavante: dzö'rẽne 'comer'

Xerente: zêkrẽnẽ 'comer, morder'


Xocó gó e Natú gó, cognato de:


Xavante: 'a 'branco'

Xerente: ka 'branco'



Portanto a etimologia Proto-Terejê de 'mandioca' era *g(u)-rä-gó 'mandioca-branco-branco' e da bebida de mandioca era *gu-rä-dzâ 'mandioca-branco-beber', assim sendo possível reconstruir as seguintes palavras:



Terejê *gu 'mandioca'


Xocó: gu

Natú: gu

Wakonã: gu



Terejê *rä 'branco'


Xocó: rï

Natú: ro

Wakonã: li


Terejê *gó 'branco'


Xocó: gó

Natú: gó

Wakonã: gó



Terejê *dzâ 'beber'


Xocó: jó

Natú: zó

Wakonã: jó



Terejê *gu-rä-dzâ 'aluá'


Xocó: grïjó

Natú: grozó

Wakonã: gulijó




Autor da matéria: Suã Ari Llusan 



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