terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

ETIMOLOGIA DE PISSÔRÊ E MENERURÚ

 

O pajé lendário entre os Terejê que foi registrado em um conto do povo Wakonã foi Pissôrê, sua importância foi tanta, que ele tem uma história que equivale diretamente com o Grande Pai Dzubukuá e o Sumé Tupi, ele era um civilizador, aquele que trouxe o conhecimento vasto para o povo Wakonã no passado.


 Em sua história, esse pajé surge com uma tendência forte de ser decisivo, com o uso da palavra 'pôfô', o verbo 'fazer', sua frase se torna realidade de imediato, como quando ele transformou a mulher que o serviu uma muqueca estragada na Maria Cururu, ou quando transformou as crianças pesadas em coroas de frade e mandacarus após a reclamação dos pais. Seu nome parece indicar essa determinação da realidade, o cognato mais aproximado de pissô é:


Xavante: pitsudu ~ pitsutu 'escolher, determinar, indicar, marcar'

Xavante: ré 'cheio de, contendo, com'


Portanto, Pissô-rê 'cheio de determinação'


 Aproveito também para sugerir uma visão alternativa do nome Menerurú, se levarmos em consideração a possibilidade dessa palavra ter sido emprestado de alguma língua Terejê, existe a possibilidade de serem morfemas cognatos de:


Xavante: höimana 'vida, existência, existir, viver'

Xavante: ro 'luz, energia elétrica'


Assim formando Mene-ruru 'luz da vida', reconstruído como:


Terejê *mana 'vida, existência, existir, viver'


Xocó: mana

Natú: mene

Wakonã: mênê


Terejê *ro 'luz, energia elétrica'


Xocó: ro

Natú: ro

Wakonã: rô




Autor da matéria: Suã Ari Llusan 






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