O pajé lendário entre os Terejê que foi registrado em um conto do povo Wakonã foi Pissôrê, sua importância foi tanta, que ele tem uma história que equivale diretamente com o Grande Pai Dzubukuá e o Sumé Tupi, ele era um civilizador, aquele que trouxe o conhecimento vasto para o povo Wakonã no passado.
Em sua história, esse pajé surge com uma tendência forte de ser decisivo, com o uso da palavra 'pôfô', o verbo 'fazer', sua frase se torna realidade de imediato, como quando ele transformou a mulher que o serviu uma muqueca estragada na Maria Cururu, ou quando transformou as crianças pesadas em coroas de frade e mandacarus após a reclamação dos pais. Seu nome parece indicar essa determinação da realidade, o cognato mais aproximado de pissô é:
Xavante: pitsudu ~ pitsutu 'escolher, determinar, indicar, marcar'
Xavante: ré 'cheio de, contendo, com'
Portanto, Pissô-rê 'cheio de determinação'
Aproveito também para sugerir uma visão alternativa do nome Menerurú, se levarmos em consideração a possibilidade dessa palavra ter sido emprestado de alguma língua Terejê, existe a possibilidade de serem morfemas cognatos de:
Xavante: höimana 'vida, existência, existir, viver'
Xavante: ro 'luz, energia elétrica'
Assim formando Mene-ruru 'luz da vida', reconstruído como:
Terejê *mana 'vida, existência, existir, viver'
Xocó: mana
Natú: mene
Wakonã: mênê
Terejê *ro 'luz, energia elétrica'
Xocó: ro
Natú: ro
Wakonã: rô
Autor da matéria: Suã Ari Llusan
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