O morfema -RÙ no final é possivelmente um descedente da mesma partícula que derivou lhu no Xocó tulhu-so 'dente' e tulhu-sô 'olho', sendo tu-lhu 'lugar do olho', portanto -lhu 'lugar, coisa'. Assim, fica fácil desvendar a palavra, cujo provavelmente se trata de um composto Natú que diz três coisas:
BA-DZU-RU 'lugar de jirau e folhas', literalmente 'jirau-folha-lugar'
BA 'jirau', descendente do Proto-Cerratense *par 'jirau'
DZU 'folha, queimar', cognato do Xavante tsu 'folha, suor' e do Xerente su 'queimar'
-RU 'lugar de, coisa de', cognato do Xavante ro 'lugar' e do Xerente ro 'coisa'
Sabendo da existência do KISHÁ 'madeira de fogo' no Natú e do ISÙ 'fogo, lenha' do Kipeá, o DZU 'folha, queimar' talvez esteja carregando o significado de 'folha' nesse contexto, referindo-se ao ato de embrulhar o alimento em uma folha para que ele seja preparado de forma efetiva e também por motivos de conservação, para que sirva de KOTÓ para a aldeia.
Autor da matéria: Suã Ari Llusan
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