A frase não tem análise apropriada nem no Jê Setentrional e nem o Akuwẽ, como eu disse da última vez que traduzi-la. A frase kálice bêlêtsiê baskiô 'fale comigo' é uma frase que só pode ser analisada com uma língua do ramo Cerratense: O ramo Panará.
Note a frase Panará (Bardagil-Mas, 2018, p. 143)
Saankôra hẽ ka-ti-kjẽ-a-sõri ka inkjẽ mã
Saankôra ERG IRR-NFAL-1SG.DAT-2-dar tu eu DAT
Os termos técnicos não são muito importantes para esse argumento, peço para que olhe para a palavra que está cheia de prefixos (ka-ti-kjẽ-a-sõri). Reconhecem o padrão das três primeiras palavras ? Que são ka-ti-kjẽ.
Exatamente, a comparação aqui feita é com o kálicê da imagem acima, o paradigma gramatical do Panará parece ter sido o principal da língua Wakonã, o que explica seus morfemas monossilábicos e estrutura sintética, ao invés de ser majoritariamente analítica como a maioria das línguas Jê Orientais.
A segunda palavra também marca novamente o pronome dativo 'para mim', aqui pronunciado com a africada ao invés da fricativa (tsiê ao invés de cê de ka-li-cê), significando bêlê tsiê 'falar para mim'.
bas kiô demonstra um dos poucos aspectos do Jê Setentrional na língua, visto que bas pode ser comparado com o Apinajé paj 'eu (irrealis), junto com a posposição kot 'com', assim baj kot > bas kio 'comigo (irrealis)', reforçando o ka- irrealis do começo, indicando que essa frase não é uma afirmação do presente e nem do passado, mas sim uma afirmação ou do futuro ou do imperativo (de comando). Nesse caso, sabemos que é de comando (imperativo), visto que a pessoa diz 'fale comigo', demandando que o ouvinte fale com ela.A ETIMOLOGIA DA FRASE KÁLICEÊ BÊLÊTSIÊ BASKÍÔ, INDÍCIO DA MISTURA LINGUÍSTICA DO WAKONÃ
A frase não tem análise apropriada nem no Jê Setentrional e nem o Akuwẽ, como eu disse da última vez que traduzi-la. A frase kálice bêlêtsiê baskiô 'fale comigo' é uma frase que só pode ser analisada com uma língua do ramo Cerratense: O ramo Panará.
Note a frase Panará (Bardagil-Mas, 2018, p. 143)
Saankôra hẽ ka-ti-kjẽ-a-sõri ka inkjẽ mã
Saankôra ERG IRR-NFAL-1SG.DAT-2-dar tu eu DAT
Os termos técnicos não são muito importantes para esse argumento, peço para que olhe para a palavra que está cheia de prefixos (ka-ti-kjẽ-a-sõri). Reconhecem o padrão das três primeiras palavras ? Que são ka-ti-kjẽ.
Exatamente, a comparação aqui feita é com o kálicê da imagem acima, o paradigma gramatical do Panará parece ter sido o principal da língua Wakonã, o que explica seus morfemas monossilábicos e estrutura sintética, ao invés de ser majoritariamente analítica como a maioria das línguas Jê Orientais.
A segunda palavra também marca novamente o pronome dativo 'para mim', aqui pronunciado com a africada ao invés da fricativa (tsiê ao invés de cê de ka-li-cê), significando bêlê tsiê 'falar para mim'.
bas kiô demonstra um dos poucos aspectos do Jê Setentrional na língua, visto que bas pode ser comparado com o Apinajé paj 'eu (irrealis), junto com a posposição kot 'com', assim baj kot > bas kio 'comigo (irrealis)', reforçando o ka- irrealis do começo, indicando que essa frase não é uma afirmação do presente e nem do passado, mas sim uma afirmação ou do futuro ou do imperativo (de comando). Nesse caso, sabemos que é de comando (imperativo), visto que a pessoa diz 'fale comigo', demandando que o ouvinte fale com ela.
Autor da matéria: Ari Llusan
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