O Xokó preserva um prefixo das línguas Jê Setentrionais, que é o prefixo de argumento genérico a(w)-, tal prefixo surge no Apãniekrá para criar formas genéricas de certos substantivos, significando algo como ‘qualquer’, é desse prefixo que surge a palavra a-tse ‘natureza, indígena Kariri’ no Dzubukuá (Queiroz, 2012, p. 399), por meio do Mehime a-kêt ‘mato, floresta’ (Pompeu Sobrinho, 1931, p. 14), que no Apãniekrá é aʔ-kêt ‘mato (genérico)’ (Alves, 2004, p. 78).
Esse prefixo surge na palavra ‘fogo’, que surge na primeira forma como tsa ‘fogo’, e depois na forma a-tsa ‘fogo (genérico)’, não havendo uma grande diferença entre os dois. Esse prefixo me foi de grande confusão na época que eu associava o Terejê ao Akuwẽ, pois no Akroá-Mirim, a- codifica o argumento humano ao invés de genérico, o que daria o sentido de ‘fogo de gente’, como o sufixo -à no Kariri (Mamiani, 1877, p. 94), o que semanticamente não faria muito sentido do fogo ser algo exclusivamente marcado com o argumento humano, agora que sei que se trata do argumento genérico, isso facilita descobrir a etimologia de algumas palavras aqui e no Kariri.
No etnônimo Xokó e Xukuru é preciso observar que os Xokó já foram denominados Siocoses e Xukuru tem a Varuanre Sukuru.
Isso abre precedente para que a pronuncia do X ou Ch tenha se originado num fonema próprio da Língua. Si ou Tsi, Tsiokó - Tchiokó - Txokó - Xokó. Tsihö > seó (queda do h) seó > sió > xó (palatalização). E o X ser pronunciado como Si ou Tsi ou Tchi.
Julgando pelo fato de que os Xokó pronuncia 'fogo' como tsá enquanto os Natú como shá (xá). Indica que o Xokó melhor preservou os sons africados (tx, dj, ts e dz).
Pode se introduzir o grafema Ć para substituir Tx e Tch sem perda fonética.
Autor da matéria: Ari Llusan
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