Aqui falarei dos afixos derivacionais do Sapuyá, listando-os e explicando suas construções e funções:
-ba-heh 'adjetivizador', contém, em adição do sufixo predicativo -heh, o sufixo -ba, marcando possivelmente a forma do verbo 'haver', se não, marcando a polidez, como no sufixo -ba Dzubukuá.
-heh, -hih, -hüh 'predicativo', todos esses sufixos derivam de verbos cognatos do verbo ser do Puri-Coroado (hon, hi, hü, he), tem função predicativa, basicamente dizendo o verbo ser na terceira pessoa. Surge na maioria das palavras citadas nos próximos afixos, mas surge sozinho em:
hañe-heh 'breve, curto'
i-...-rü-hüh 'agentivo', como em i-tzoho-rü-hüh 'aquele que existe' > 'vivo', essa estrutura demonstra uma divergência da estrutura di-...-li/di-...-ri vista no Dzubukuá e Kipeá, até mesmo o Kamurú preservou-a em ti-koatschü-lü-lüh, essa estrutura se assemelha à estruturas de nomes inanimados descrito por Mamiani como i-...-te / si-/sa-/se-/su-...te, como em si-pa-te 'coisa de ser morto, lugar de ser morto'. Possivelmente tem como seu equivalente o Boróro -re 'sufixo neutro'. Ocorre no(s) ite(m/ns):
i-tzoho-rü-hüh 'vivo'
-li-hüh 'sufixo adjetivizador', esse sufixo é uma variante dos dois sufixos acima -rü-hüh, exercendo a mesma função agentiva, ou seja 'aquele que é X', mas é interessante que essa variante só surgiu em cores. Surgindo em:
kruhe-li-hüh 'amarelo', literalmente 'que é amarelo'
kotzo-li-hüh 'preto', literalmente 'que é preto'
krohe-li-hüh 'vermelho', literalmente 'que é vermelho'
-thah, -tha-heh, -theh 'sufixo predicativo', esse sufixo é equivalente do Puri-Coroado -tahin e do Dzubukuá -dehi, também é funcionalmente igual ao Puri-Coroado -kahon, servindo para afirmar como se fosse o verbo 'ser', é usado no adjetivo sorotze 'longo, comprido', cognato do Masakará atschirotsö, formando sorotze-tha-heh 'que é longo, que é comprido'. Surge em:
sorotse-tha-heh 'longo, comprido'
natzo-theh hiñoh 'eu vejo', lit.: 'é visto por mim'
huiña-ta-heh 'gordo'
Obs.: em natzo-theh hiñoh, veja que tem a marcação predicativa que não existe no Kipeá e Dzubukuá de forma obrigatória, nesses dois sendo nedso hiña.
Autor da matéria: Ari Suã Kariri
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