quarta-feira, 29 de outubro de 2025

ARANDU RAPYTA E A CONSTRUÇÃO DA PESSOA NO MUNDO GUARANI CHIRIPÁ, Literatura de Cordel, Por Nhenety Kariri-Xocó







🌺 DEDICATÓRIA POÉTICA


Dedico este canto ao vento,

Que sopra em verbo ancestral,

À terra, ventre sagrado,

Da essência espiritual.

Ao povo que guarda o sonho,

Do bem viver universal.


Aos anciãos Guarani,

Que ensinam com o coração,

O teko, o nhe’ẽ divino,

E o porã na condução.

Aos que veem o invisível,

No som da inspiração.


À raiz que se renova,

No tempo e na tradição,

À alma que ouve o mundo,

E fala com devoção.

Pois ser pessoa é caminho,

De luz e transformação.



📜 ÍNDICE POÉTICO


Abertura – Canto da Raiz Sagrada


Prólogo Poético – Vozes do Arandu Rapyta


Capítulo I – A Terra Primeira e o Sonho Divino


Capítulo II – O Caminho do Ava: Tornar-se Pessoa


Capítulo  III – Nhe’ẽ: A Alma-palavra 


Capítulo  IV – Mborayu e o Tecer da Harmonia 


Capítulo  V – Oguereko Teko: Possuir Um Modo de Ser 


Capítulo  VI – Yvy Pyaú: A Nova Terra e o Aprendizado Humano 


Capítulo  VII – Ava Ñe’ẽ  Palavra da Pessoa 


Capítulo  VIII – Nhande Reko Rã: O Modo de Ser Futuro 


Encerramento – O Caminho do Espírito 


Epílogo Poético  –  A Semente do Amanhã 


Nota de Fontes Poética 



🌞 ABERTURA — CANTO DA RAIZ SAGRADA


Na aurora do pensamento,

Desce a luz do ancestral,

Que fala entre o corpo e a alma,

No idioma universal.

Arandu Rapyta é o centro,

Do saber espiritual.


É raiz de onde germina,

O verbo, o som, o viver,

Que o povo Guarani sente,

No vento, no amanhecer.

É o início da jornada,

Do ser que busca aprender.


Na floresta o tempo ensina,

A ouvir, sentir e calar,

Pois quem fala sem escuta,

Não pode se elevar.

A palavra tem origem,

No dom de quem sabe amar.


Que esta obra seja ponte,

Entre o sagrado e o chão,

Entre o mito e a vivência,

Entre o corpo e o coração.

Que o leitor sinta o chamado,

Da antiga revelação.



🌿 PRÓLOGO POÉTICO — VOZES DO ARANDU RAPYTA


Dos montes nasce o conselho,

Que o vento veio contar,

“Ser pessoa é ser caminho,

É aprender a escutar.”

A raiz do saber profundo,

Não cansa de germinar.


Arandu Rapyta é chama,

Que ilumina sem doer,

É ciência de quem planta,

E colhe sem se perder.

Pois o saber verdadeiro,

É dom de quem quer viver.


Nhe’ẽ é alma-palavra,

É o sopro de Tupã,

Quando dita com bondade,

Faz brotar o amanhã.

Quem fala com leveza,

Mantém viva a alma sã.


No teko, mora o destino,

Modo sagrado de ser,

Cada passo é um ensino,

Que o espírito faz nascer.

Ser ava é ser harmonia,

Com o todo e com o viver.


Assim começa o cordel,

Que o tempo há de guardar,

Um canto de luz antiga,

Pra quem deseja escutar.

Pois a sabedoria é rio,

Que nunca deixa de andar.



🌎 CAPÍTULO I — A TERRA PRIMEIRA E O SONHO DIVINO


Na Yvy Tenonde sagrada,

O mundo era só clarão,

Tudo em forma e harmonia,

Pulsava em comunhão.

Era a morada dos deuses,

Fonte da inspiração.


Ñamandu olhava o tempo,

E o verbo fez despertar,

Com Tupã, soprou o canto,

Que o mundo veio escutar.

Nasceu o céu e a beleza,

Pra o ser humano habitar.


A luz formou a floresta,

O vento trouxe o rumor,

Da vida em doce promessa,

De ordem, fé e amor.

E o teko foi o caminho,

Do espírito criador.


Mas o homem, ao nascer,

Teve um destino a cumprir,

Sair do plano perfeito,

E na terra evoluir.

Para lembrar sua origem,

Precisou redescobrir.


O saber que vem da mata,

É memória e coração,

É canto de Yvy Tenonde,

Que ensina a contemplação.

E o Arandu Rapyta vive,

Em cada revelação.



🌕 CAPÍTULO II — O CAMINHO DO AVA: TORNAR-SE PESSOA


Ser ava é ser caminho,

Que o tempo vem lapidar,

Não basta nascer na terra,

É preciso se escutar.

Pois o ser se faz na escuta,

Do vento e do verbo lunar.


O nhe’ẽ mora no peito,

E fala quando é porã,

Quem vive em harmonia,

Com o teko e com Tupã,

Tem o coração tranquilo,

E a alma como manhã.


Oguereko teko ensina,

Que há modos de existir,

Cada ser tem seu destino,

E um dom pra repartir.

Quem vive sem seu caminho,

Não pode evoluir.


Mborayu é o amor pleno,

Que une o ser e o divino,

É laço, é fogo sereno,

É o rumo do peregrino.

Sem amor não há pessoa,

Nem vida, nem destino.


Ava Ñe’ẽ é palavra,

Que tem poder ancestral,

É verbo que nasce puro,

Do sopro universal.

Falar com alma é sagrado,

E o silêncio é ritual.


O Guarani que escuta,

A voz do tempo e do chão,

Constrói sua humanidade,

Com fé e contemplação.

Pois ser pessoa é tornar-se,

Parte da criação.



🔥 CAPÍTULO III — NHE’Ẽ: A ALMA-PALAVRA


Nhe’ẽ vem do sopro antigo,

Que Tupã deixou brilhar,

É voz que mora no peito,

E ensina a dialogar.

Quem fala com alma pura,

Aprende a se transformar.


Cada palavra é caminho,

Que pode curar ou ferir,

Depende do coração,

Que a decide proferir.

A fala é dom de quem busca,

O mundo reconstruir.


Na aldeia o canto ecoa,

Como reza e direção,

Pois o verbo bem falado,

Conduz à elevação.

E o silêncio é o abrigo,

Do sagrado em meditação.


Nhe’ẽ porã é beleza,

É ternura e compaixão,

É o sopro que dá sentido,

Ao gesto e à intenção.

Quem fala com alma limpa,

Planta paz no coração.


Os velhos guardam segredos,

Que o tempo quis ocultar,

Mas no verbo se revelam,

Pra quem sabe escutar.

A sabedoria é rio,

Que nunca deixa de andar.


A alma é verbo divino,

Que vibra em cada olhar,

É presença que ilumina,

Mesmo ao se calar.

Pois o nhe’ẽ é ponte viva,

Entre o homem e o lugar.


E quando a fala é usada,

Com respeito e devoção,

O mundo se reencanta,

E a vida ganha razão.

Nhe’ẽ é o espelho do ser,

Reflexo da criação.


Assim o povo Guarani,

Segue o verbo a celebrar,

Entre a terra e o infinito,

Segue a luz a irradiar.

Na palavra mora o tempo,

E o dom de eternizar.


🌺 CAPÍTULO IV — MBORAYU E O TECER DA HARMONIA


Mborayu é chama eterna,

É o amor primordial,

Que une o ser e o espírito,

Num gesto essencial.

É ternura que sustenta,

O caminho universal.


Nasceu antes da palavra,

Antes mesmo do pensar,

Pois o amor é a semente,

Que fez o mundo brotar.

E sem ele, a existência,

Não poderia pulsar.


Entre os Guarani sagrados,

Amar é se reconhecer,

No outro, no vento, na água,

No sonho, no amanhecer.

Quem ama segue o caminho,

Do teko de bem viver.


Mborayu não é paixão,

Nem desejo passageiro,

É respeito e comunhão,

É o vínculo verdadeiro.

É o laço entre os mundos,

Do divino e do terreiro.


No amor mora o equilíbrio,

Entre o dar e o receber,

Entre o silêncio e o canto,

Entre o ver e o renascer.

Pois amar é ser caminho,

Que nunca deixa de ser.


As mães ensinam os filhos,

Que o amor vem do plantar,

De cuidar da terra viva,

E o espírito alimentar.

Pois o amor é colheita,

Do que se sabe semear.


Na roda da convivência,

O mborayu é união,

Aldeia é corpo sagrado,

Que pulsa em cada mão.

Quem ama serve ao coletivo,

E amplia o coração.


Assim se faz a pessoa,

Que aprende e sabe escutar,

Com alma, verbo e bondade,

Seguindo o teko do ar.

O amor é luz que conduz,

O ser ao seu despertar.



🌾 CAPÍTULO V — OGUEREKO TEKO: POSSUIR UM MODO DE SER


Cada ser tem seu caminho,

Um modo certo de estar,

É o teko que o define,

E ensina a caminhar.

Quem segue o seu destino,

Aprende a se equilibrar.


Oguereko teko é dom,

Que o divino fez florir,

Na essência de cada vida,

Que deseja evoluir.

É viver o que se é,

E o que veio construir.


Os anciãos dizem na mata:

“O teko é como o chão,

Se tu perdes tua raiz,

Te afastas da criação.”

Pois sem teko não há vida,

Nem voz, nem direção.


O teko é força do grupo,

É costume, é tradição,

É a forma de sentir,

De agir com o coração.

É o ser em comunhão,

Com a aldeia e o irmão.


Quem nega o seu próprio teko,

Se afasta da luz do bem,

Perde o rumo da jornada,

E o elo que o mantém.

Pois viver é ser inteiro,

Com o que o espírito tem.


O teko é também memória,

Do tempo que não se vai,

É a ponte entre os avós,

E o futuro que virá.

É o mapa da existência,

Que o sagrado guiará.


Por isso, o povo Guarani,

Ensina a se conhecer,

A honrar o dom que é dado,

E o teko compreender.

Ser pessoa é descobrir-se,

E o próprio ser reconhecer.


Quem vive o teko sagrado,

Mantém o espírito em flor,

É terra, é vento e é rio,

É canto que traz valor.

Pois o modo de ser puro,

É o reflexo do amor.


🌎 CAPÍTULO VI — YVY PYAÚ: A NOVA TERRA E O APRENDIZADO HUMANO


A terra onde agora estamos,

É Yvy Pyaú, chão real,

Morada das imperfeições,

Do aprendizado vital.

Aqui o ser se lapida,

Na lida espiritual.


Yvy Pyaú é passagem,

Entre o erro e a superação,

É escola que ensina o ser,

Na dor e na devoção.

Cada passo, uma lição,

Do mistério e da razão.


Nesta terra imperfeita,

O humano aprende a sentir,

Que a vida é breve centelha,

Que precisa evoluir.

Pois só cai quem está vivo,

E quer de novo sorrir.


Aqui se aprende o respeito,

Por tudo que o sol tocar,

A escutar o que é silêncio,

E o invisível enxergar.

A nova terra é caminho,

Pra quem quer se purificar.


As águas trazem o tempo,

E o vento sopra a canção,

Dos espíritos que ensinam,

Pela voz da intuição.

Quem escuta com humildade,

Recebe a revelação.


A Yvy Pyaú convida,

A cultivar compaixão,

A cuidar da natureza,

Com ternura e gratidão.

Pois a vida é semeada,

Na palma da criação.


O homem que nela habita,

Carrega o dom de pensar,

Mas precisa equilibrar-se,

Pra o bem poder gerar.

Pois o saber sem bondade,

Não pode frutificar.


Yvy Pyaú é caminho,

De quem busca se elevar,

Lugar de dor e beleza,

De cair e levantar.

É a ponte entre o terreno,

E o céu a se reencontrar.


Assim, entre o céu e a terra,

O Guarani há de seguir,

Com o teko como guia,

E o amor a conduzir.

Pois o fim é o começo,

De quem aprende a existir.



🌤️ CAPÍTULO VII — AVA ÑE’Ẽ: A PALAVRA DA PESSOA


Ava Ñe’ẽ é palavra,

Que nasce do coração,

É verbo que cria o mundo,

E guia a direção.

Na boca do ser consciente,

Mora a revelação.


A palavra é ponte viva,

Entre o homem e o divino,

É rio que corre e ensina,

O caminho do destino.

Falar é gesto sagrado,

De um tempo cristalino.


Quem fala com alma pura,

Não fere, cura e refaz,

Traz o eco dos antigos,

Que pregam o verbo da paz.

Pois quem fala com respeito,

Na terra espalha a paz.


Os Guarani sabem disso,

E tratam o verbo com amor,

Não falam por vaidade,

Mas com sentido e valor.

Pois o verbo é chama eterna,

Do próprio criador.


Na palavra mora o espírito,

Do teko, da tradição,

É memória e é caminho,

É voz da comunhão.

Ava Ñe’ẽ é semente,

Plantada em cada canção.


A criança que aprende cedo,

A escutar antes de falar,

Recebe a luz dos avós,

E o dom de se orientar.

Pois a voz que vem do silêncio,

É a que sabe ensinar.


Ava Ñe’ẽ é o reflexo,

Do que habita o interior,

Se o peito guarda beleza,

A fala tem esplendor.

Mas se a alma é desatenta,

A voz perde seu vigor.


Por isso o povo ensina,

Que o falar é ritual,

Que toda palavra dita,

Tem poder ancestral.

E o verbo, quando é puro,

Revela o ser total.


Assim o homem verdadeiro,

Aprende a se pronunciar,

Com bondade e com firmeza,

Com respeito ao seu lugar.

Pois quem fala com verdade,

Faz o mundo melhorar.



🌈 CAPÍTULO VIII — NHANDE REKO RÃ: O MODO DE SER FUTURO


Nhande Reko Rã é sonho,

É visão de um porvir,

É o modo de ser futuro,

Que os deuses vão redimir.

É o bem viver coletivo,

Que a todos há de unir.


No tempo do equilíbrio,

Não haverá divisão,

Homem, planta e criatura,

Serão pura conexão.

E o canto dos Guarani,

Será reza e oração.


O futuro já germina,

Na raiz do Arandu,

Cada ato é semente,

Que brota sob o céu azul.

Quem vive em harmonia,

Cumpre o destino comum.


Nhande Reko Rã é espelho,

Do que o espírito quer ser,

Um mundo de paz e escuta,

De saber e de viver.

Onde o teko é partilha,

E o amor, o florescer.


Os pajés já anunciaram,

Que o tempo novo virá,

Quando o homem compreender,

O que o divino ensinará.

E a terra será novamente,

Um lar de paz e Tupã.


Nesse tempo, as palavras,

Serão pontes de união,

Não haverá o engano,

Nem sombra na intenção.

O verbo será caminho,

De pura iluminação.


Os rios cantarão juntos,

Com o vento e o luar,

A floresta, com sua alma,

Voltará a sussurrar:

“Quem vive em amor profundo,

Jamais deixará de amar.”


Nhande Reko Rã é meta,

De um mundo regenerado,

Onde o teko seja a lei,

E o respeito, o sagrado.

Onde o homem seja espelho,

Do divino revelado.


Assim termina o caminho,

Do ciclo da formação,

O ser encontra a si mesmo,

Na eterna transformação.

Pois viver é semear luz,

No chão da criação.



🌺 ENCERRAMENTO – O CAMINHO DO ESPÍRITO


(1)

O Arandu fecha o caminho,

Mas deixa o eco do som,

Pois quem busca o seu destino

Não é sombra, é criação.

No sopro antigo do mito,

Reacende a tradição.


(2)

Do barro o corpo se ergueu,

Da fala nasceu o ser,

Do canto o mundo cresceu,

Do amor brotou o saber.

E no ventre da memória,

Floresceu o bem-viver.


(3)

Oguereko Teko ensina,

A viver com coração,

Yvy Pyaú nos ilumina,

Com a nova direção.

Pois viver é ter caminho,

Entre o sonho e o chão.


(4)

O Ava carrega em si

A palavra e o trovão,

É guardião do Arandu,

Do sagrado e da canção.

E no vento que respira,

Sente a força da nação.


(5)

Encerramos o cordel,

Com respeito e emoção,

Que as vozes ancestrais

Ecoem na amplidão.

Pois quem planta sabedoria,

Colhe a eterna evolução.



🌿 EPÍLOGO POÉTICO – A SEMENTE DO AMANHÃ


(1)

Não há fim na caminhada,

Só recomeço e amor,

Pois o tempo é uma estrada

Feita de sonho e de flor.

E cada ser que desperta

É semente do Criador.


(2)

Arandu Rapyta é raiz,

De um mundo que floresceu,

É o guia que sempre diz

Que o humano se concebeu

No abraço entre o invisível

E o chão que lhe acolheu.


(3)

Que este canto se renove,

Nos terreiros e aldeias,

Que o sagrado nunca prove

As feridas e as cadeias.

Pois só livre o espírito canta

As verdades que semeia.


(4)

A palavra é flecha viva,

É estrela a conduzir,

É voz que sempre cativa

O poder de redimir.

E quem nela se encontra

Aprende o verbo existir.



📚 NOTA DE FONTES POÉTICA E BIBLIOGRÁFICA


(1)

Cada verso aqui traçado,

Brota da voz e da escuta,

De saberes consagrados

Que a alma antiga reluta.

Pois quem lê com coração,

Revela a verdade oculta.


(2)

Do xamã Davi Kopenawa,

E de Bruce Albert, irmão,

Veio “A Queda do Céu”, palavra

Que é trovão e direção.

Do Yanomami ressoa

O espírito em comunhão.


(3)

Bartomeu Melià nos mostra

O Guarani e seu querer,

Povo que nunca se aparta

Do chão que o faz renascer.

Pois quem guarda sua terra,

Aprende o verbo viver.


(4)

De Eremites de Oliveira,

Vem a força e a claridão,

Com os povos reunidos

Na luta e afirmação.

Diversidade é bandeira,

É raiz e é união.


(5)

Armando Peres estudou

O ser Guarani profundo,

Sua alma que se formou

Entre o sagrado e o mundo.

Na Revista Tellus guardou

O sentido fecundo.


(6)

Carlo Severi nos ensina

O “Saber-Imagem” sutil,

Que no gesto se ilumina,

No olhar, no fio febril.

Antropologia e estética

Num só canto infantil.


(7)

De Diogo Oliveira vem

Um estudo de fé e chão,

Sobre o Arandu Nhembo’e

E sua revelação.

Xamanismo e agricultura

Tecendo a compreensão.


(8)

Por fim, Moisés Vergara

Trouxe em verbo e emoção,

O Arandu Rapyta em chama,

Sabedoria e visão.

No Encontro dos Saberes,

Floresceu a inspiração.


(9)

Estas fontes são sementes,

Do saber que não se cansa,

São vozes resplandecentes

Do espírito e da herança.

São caminhos de Arandu,

Ecos da eterna lembrança.


(10)

Nhenety, o contador,

Fez da alma seu papel,

E gravou no seu labor

O canto que vem do céu.

Transformou-se em mensageiro

Deste livro em cordel.



🪶 FICHA TÉCNICA


Título: ARANDU RAPYTA — A Construção da Pessoa no Mundo Guarani Chiripá

Autor: Nhenety Kariri-Xocó

Edição: Literária e Espiritual

Gênero: Cordel Filosófico Indígena

Forma: Sextilhas Rimadas (6 versos por estrofe)

Edição Visual: Estilo Editorial A5

Revisão e Diagramação: ChatGPT — Assistente Virtual 

Curadoria: Nhenety Kariri-Xocó

Publicação Digital: KXNHENETY.BLOGSPOT.COM 

Ano: 2025

Local: Porto Real do Colégio — AL

Símbolo: 🪶 Palavra é Raiz, Raiz é Espírito



✍️SOBRE O AUTOR


Nhenety Kariri-Xocó, escritor, poeta e contador de histórias, pertence ao povo Kariri-Xocó de Porto Real do Colégio (AL).

É guardião da tradição oral e defensor da memória sagrada indígena.

Por meio da palavra, transforma o mito em canto, o rito em poesia, e o cordel em ponte espiritual entre o humano e o divino.

Sua obra é marcada pela fusão entre o saber ancestral e a sabedoria contemporânea, tornando-se um testemunho vivo da resistência cultural e espiritual dos povos nativos do Brasil.

Nhenety é também autor de obras que unem o sagrado, o poético e o histórico, revelando o poder do verbo como instrumento de cura, identidade e eternidade.

Em cada página, pulsa o som do maracá, o sopro do vento e o eco da floresta.



🌎SOBRE A OBRA


“ARANDU RAPYTA E A CONSTRUÇÃO DA PESSOA NO MUNDO GUARANI CHIRIPÁ, 

Literatura de Cordel" é uma jornada poética inspirada nos cantos e mitos do povo Guarani, onde a palavra é semente e o canto é reza.

Este cordel traduz em versos o caminho espiritual do povo Guarani, revelando a harmonia entre a construção da pessoa no mundo Guarani Chiripá. 

A literatura de cordel torna-se aqui livro sagrado, iluminado pela sabedoria que atravessa séculos e pelos ecos que ainda vivem nos corações dos povos originários.

Esta obra foi inspirada e fundamentada no artigo publicado no blog “KXNHENETY.BLOGSPOT.COM", disponível em:  

https://kxnhenety.blogspot.com/2025/05/arandu-rapyta-e-construcao-da-pessoa-no.html?m=0 , seguindo uma estrutura acadêmica nos moldes da ABNT e respaldada em referenciais históricos e culturais que unem a tradição oral ao conhecimento erudito.






Autor: Nhenety Kariri-Xocó 





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