🌹 DEDICATÓRIA POÉTICA
Dedico este cordel vivo,
À chama que em mim habita,
À Arte — mãe do sentido,
Do sonho e da voz bendita.
Dedico ao povo nativo,
Ao ancião e ao aprendiz,
Que veem na arte um motivo
De tornar o mundo feliz.
Dedico ao dom da palavra,
Que ergue pontes, não muralha,
E à mão que na lida grava
A beleza que não falha.
Dedico à estrela-guia
De cada ser sonhador,
Pois Arte é luz, é magia,
É o sopro do Criador. ✨
📜 ÍNDICE POÉTICO
Abertura – Canto à Força Criadora
Prólogo Poético – O Espelho do Infinito
Capítulo I – A Arte e o Dom da Criação
Capítulo II – Entre o Real e o Imaginário
Capítulo III – Os Seres Eternos da Criação Artística
Capítulo IV – A Arte como Espelho do Tempo
Capítulo V – A Transcendência do Ser através da Arte
Encerramento Poético – Quando o Belo se Faz Eterno
Epílogo Poético – O Canto Final da Alma
Nota de Fontes Poética – As Vozes que Inspiraram o Verso
Ficha Técnica – Registro do Feito e da Luz
Epílogo Final – A Bênção do Artista
Sobre o Autor
Sobre a Obra
🌞 ABERTURA — CANTO À FORÇA CRIADORA
Da argila, do som, do vento,
Nasceu o gesto primeiro,
Quando o homem, em pensamento,
Fez do nada o verdadeiro.
Na rocha, riscou figura,
No fogo, desenhou cor,
E assim, por pura ternura,
Criou a arte e o amor.
A arte é verbo divino,
É sangue, é alma, é chão,
É rio que segue o destino,
Do sonho à contemplação.
Ela é voz de cada era,
É ponte entre o céu e o ser,
É raiz, memória e esfera
Onde o tempo quer viver.
Por isso o artista é templo,
É espelho do eterno clarão,
Pois sua obra é o exemplo
Do mistério em criação.
Entre o real e o sentido,
Ele viaja e traduz,
O invisível convertido
Na mais pura forma de luz.
🌙 PRÓLOGO POÉTICO — O ESPELHO DO INFINITO
No princípio era o silêncio,
E a alma ansiava o verbo,
Da sombra fez-se o alicerce,
Do sopro nasceu o etéreo.
O humano, inquieto e frágil,
Inventou o imaginar,
E o invisível tornou tátil,
Quando começou a criar.
Foi assim que o belo eterno
Mergulhou no temporal,
E o olhar do ser moderno
Fez do sonho um ritual.
Cada tela, verso ou canto
É ponte de eternidade,
Onde o finito e o encanto
Geram nova realidade.
Ó Arte, poder sagrado,
Que molda o que não existia,
Transforma o caos em legado,
E o medo em melodia.
Pois quem cria renasce em tudo,
E em tudo deixa um sinal:
A Arte é o espelho do mundo,
E o reflexo do ser imortal.
🎨 CAPÍTULO I – A ARTE E O DOM DA CRIAÇÃO
1️⃣
No barro o sopro divino
Moldou rosto e coração,
E a vida, em ritmo fino,
Virou pura criação.
Desde o gesto mais singelo,
Nasceu o dom do cancão.
2️⃣
Pintou-se o tempo em cavernas,
Com tintas de seiva e chão,
E a alma, em cores eternas,
Virou pura tradução.
Da pedra fez-se o mistério,
Da sombra, revelação.
3️⃣
O fogo aceso na aldeia
Virou canto e oração,
Na chama, o mito incendeia
A palavra em combustão.
E a arte surge, certeira,
Como raio da invenção.
4️⃣
Platão sonhou outro mundo,
Feito de pura visão,
Onde o belo mais profundo
Tem forma e contemplação.
O artista, em seu segundo,
Recria a própria criação.
5️⃣
Nietzsche ouviu na tragédia
O riso e a dor do trovão,
Descobriu que a arte é média
Entre o caos e a razão.
E no palco do destino,
Dançou com a solidão.
6️⃣
Da flauta nasce o suspiro,
Da pena, a libertação,
E cada som que respiro
É vida, rito e canção.
Quem cria, renasce em tudo,
Como fruto em gestação.
7️⃣
O pincel rasga o silêncio,
O verbo ergue o universo,
A arte é o dom imenso
Que habita o verso disperso.
É o amor se fazendo eterno,
No traço, no som, no verso.
8️⃣
E quando o artista se entrega,
No sonho que o faz altar,
A criação o renega
Para logo o consagrar.
Pois criar é ser centelha
Do poder de recriar.
🌌 CAPÍTULO II – ENTRE O REAL E O IMAGINÁRIO
1️⃣
No reino do pensamento,
Há portas sem direção,
Onde o sonho e o sentimento
Guiam nossa percepção.
Ali mora o inventado,
Que se faz revelação.
2️⃣
Entre o real e o fingido,
A arte ergue sua ponte,
E o olhar fica dividido
Entre o abismo e o horizonte.
É no meio do invisível
Que o ser humano se aponte.
3️⃣
Dom Quixote, em seu delírio,
Combateu moinhos de ar,
E o mundo, em seu martírio,
Passou a se questionar:
Quem é louco? quem é sábio?
Quem sonha pode errar?
4️⃣
Na escultura do Davi,
Há o homem e o divinal,
No sorriso da Monalisa,
Um segredo imortal.
A arte é espelho do tempo
E da alma universal.
5️⃣
Ricoeur disse, em pensamento,
Que a ficção sabe ensinar,
E ao criar, cada momento
Pode o futuro anunciar.
O artista vê o que dorme
E o desperta ao imaginar.
6️⃣
O cinema e a poesia
Precedem invenção e lei,
Pois a arte é profecia
Do amanhã que não citei.
Cada verso é uma semente
Do amanhã que plantei.
7️⃣
Na dança o corpo se eleva,
Na pintura o tempo pára,
Na música o ser se atreva
A tocar a esfera rara.
Pois quem cria toca o eterno
Na matéria que dispara.
8️⃣
E entre o sonho e a lembrança,
Entre o verbo e o sentir,
A arte é pura esperança
Do humano ressurgir.
No invisível se anuncia
O poder de existir.
🌟 CAPÍTULO III – OS SERES ETERNOS DA CRIAÇÃO ARTÍSTICA
1️⃣
Quando o pincel toca o véu,
Do invisível surge a cor,
E o artista, como um céu,
Gera formas de esplendor.
Cada traço, um nascimento,
Cada som, revelador.
2️⃣
Surge Ulisses na palavra,
E Helena torna a existir,
Surge Hamlet, que se agrava,
E Fausto a ressurgir.
São seres feitos de ideia
Que não cessam de florir.
3️⃣
O poeta é jardineiro
Do jardim da eternidade,
Semeia o verbo primeiro
Na terra da humanidade.
E ao morrer, renasce inteiro
No perfume da saudade.
4️⃣
A escultura é corpo-mármore,
Mas respira, olha e sente;
E a canção que o vento carme
Segue viva eternamente.
Nada morre quando é arte,
Tudo volta novamente.
5️⃣
Na lenda, o mito respira,
No teatro, o ser renasce,
Cada gesto é quem inspira
A memória que não passe.
O herói vive em toda era,
No olhar de quem o abrace.
6️⃣
Quando o artista sonha o sonho,
Cria mundos sem fronteira,
E o tempo, num ato risonho,
Fica preso à sua esteira.
Pois a obra é uma estrela
Que jamais se desespera.
7️⃣
Do barro ao verso encantado,
Do bronze ao papel gentil,
O ser eterno é moldado
Com o toque sutil do anil.
É Deus pintando o humano,
No humano, o ser sutil.
8️⃣
Quem contempla a obra pura
Sente o espírito expandir,
Pois na arte a criatura
Aprende o dom de fluir.
O artista é o mensageiro
Do que o cosmos quer sentir.
🕰️ CAPÍTULO IV – A ARTE COMO ESPELHO DO TEMPO
1️⃣
O tempo corre, mas fica
Gravado em cada canção;
A arte é ponte que indica
A trilha da criação.
É o reflexo que explica
A história em transformação.
2️⃣
Nas paredes de uma caverna
Há o ontem que ainda fala,
E o futuro ali se alterna
Com o eco que se instala.
O desenho que era infância
Hoje ensina o que embala.
3️⃣
Cada época tem seu traço,
Sua voz, sua emoção,
Mas a arte rompe o espaço
E gera eterna lição.
Pois o belo, em seu compasso,
Não conhece extinção.
4️⃣
A harpa antiga ainda canta,
Mesmo muda a melodia,
E a estátua, que se espanta,
Guarda a antiga profecia.
O passado e o presente
Formam nova sinfonia.
5️⃣
Na pintura renascentista,
O sagrado e o humano se irmanam,
Na escrita do modernista,
Os mitos se reanimam.
Cada tempo, um espelho,
Onde os sonhos se reclinam.
6️⃣
A arte é relíquia viva
Do tempo que quer ficar;
É cicatriz criativa
Do que a vida quis guardar.
No museu, a eternidade
Aprende a se lembrar.
7️⃣
Mas não é só relembrança,
É profecia também:
Mostra o que vem na mudança,
Antes do saber de alguém.
O artista, em sua dança,
Revela o “ainda vem”.
8️⃣
Assim, o tempo se curva
À força do criador,
Pois a arte é chama turva
Que clareia a dor.
É espelho e é passagem
Do humano ao seu valor.
9️⃣
E quem no espelho se olha
Vê o ontem no amanhã,
Vê a vida que se recolha
E o renascer de manhã.
Pois a arte é sol que brota
Quando o tempo se desfaz.
🌌 CAPÍTULO V – A TRANSCENDÊNCIA DO SER ATRAVÉS DA ARTE
1️⃣
A arte é ponte invisível
Que liga o céu ao chão,
É o fio indestrutível
Da humana conexão.
É o sopro do impossível
No peito do coração.
2️⃣
Quando o corpo dança o etéreo,
E a voz vira oração,
O artista, num mistério,
Se dissolve em criação.
Vira templo, vira raio,
Vira pura imersão.
3️⃣
Jung viu nos arquétipos santos
O espelho da eternidade,
Cada mito são recantos
Da alma em profundidade.
E a arte é esse espelho
Que reflete a divindade.
4️⃣
No batuque e na cantiga,
Na xilogravura e no som,
A alma antiga bendiga
A origem e a comunhão.
Pois criar é reviver
O primeiro coração.
5️⃣
O artista é um xamã,
Que viaja entre dimensões,
Na palavra, tece o amanhã,
Com fragmentos e emoções.
É guardião da memória,
Das mais velhas tradições.
6️⃣
O verso é canto de cura,
A pintura, reza e pão,
A escultura, fé madura,
A canção, revelação.
Cada arte é uma forma
De elevar a criação.
7️⃣
No palco, o homem é rei,
No poema, é ser alado,
Na música, o que sonhei
Se torna o meu sagrado.
Na arte, o ser se redime,
Do finito e do pecado.
8️⃣
E quando o gesto termina,
Começa nova ascensão,
Pois a alma se ilumina
Com sua própria canção.
O artista morre e renasce
Na luz da inspiração.
9️⃣
A transcendência é o eco
Do amor universal,
É o retorno do que é cego
Ao sentido original.
A arte é o verbo vivo
Do mistério essencial.
🌺 ENCERRAMENTO POÉTICO — QUANDO O BELO SE FAZ ETERNO
1️⃣
A arte é chama infinita,
Que do tempo não se apaga,
É flor que jamais se evita,
Mesmo em cinza, ainda afaga.
Seu perfume é o da vida,
Que no espírito se alaga.
2️⃣
Quem cria, deixa um legado
Que o vento não pode levar,
Pois cada verso sagrado
É um modo de eternizar.
Mesmo a morte, nesse lado,
Não consegue apagar.
3️⃣
No som, no gesto, no traço,
Há a marca do existir,
E em cada riso ou cansaço,
Há vontade de florir.
Pois quem cria vai deixando
O seu modo de sentir.
4️⃣
E assim, o mundo se encanta,
Com o poder da invenção,
A arte é a luz que planta
A fé na transformação.
Pois o sonho é o que sustenta
Toda humana evolução.
5️⃣
Ó arte, filha divina,
Que do caos fez harmonia,
És a mãe que ilumina
O abismo e a poesia.
Em ti, o ser se aproxima
Da eterna melancolia.
6️⃣
Que viva, pois, o artista,
Guardião do imaginar,
Que transforma a dor em vista
E o sofrer em verbo amar.
Pois só quem cria resiste
Ao tempo e ao seu pesar.
7️⃣
Que o povo, ao ler este canto,
Sinta o verbo renascer,
E nas linhas do encanto,
Veja o belo florescer.
Pois a arte é rezo e manto
Do divino no viver.
🌕 EPÍLOGO POÉTICO
(A Arte que Retorna ao Infinito)
E a pena, feita de estrela,
Volta ao céu do pensamento,
Onde o sonho se revela
Como eterno firmamento.
Cada verso é centelha,
Do divino encantamento.
A Arte nunca termina,
Só se dobra noutra flor,
Pois da Terra à luz divina,
Ela é sopro e é amor.
Cada artista, em sua sina,
Torna o tempo encantador.
Nas montanhas do silêncio,
Ecoa a canção dos mundos,
Lá onde o verbo é imenso,
E os mares são mais profundos.
Tudo é círculo suspenso,
Nos planos mais fecundos.
Assim finda a travessia,
Mas renasce em cada olhar,
Pois a arte é poesia,
E o viver é seu altar.
Quem do belo se irradia,
Nunca deixa de criar.
🌾 NOTA DE FONTES RIMADA
(Canto das Fontes Eternas)
Das sendas do pensamento,
brotou luz e inspiração,
de mestres que o firmamento
fez soprar no coração.
A cada nome eu reverencio,
com respeito e gratidão.
Walter Benjamin nos mostra
a arte e sua energia,
no tempo da reprodutora
técnica e ousadia.
Falou da alma nas formas,
e do brilho que irradia.
Jung, o sábio das imagens,
decifrou o simbólico véu,
ensinou que os personagens
são espelhos do cordel.
E o homem, em seus mistérios,
reflete o sonho do céu.
Nietzsche ergueu o estandarte
da tragédia e da paixão,
mostrando que a vida é arte
quando nasce da emoção.
E que o caos, feito de dores,
pode ser libertação.
Platão, com sua República,
falou do mundo ideal,
ensinando que a estética
reflete o plano real.
E que o belo e o eterno
têm essência imortal.
Paul Ricoeur, o narrador,
falou do tempo e da ação,
mostrou que o sonho e o amor
recriam toda visão.
E a ficção, em sua pena,
tece o fio da criação.
Assim findo este louvor
às fontes da inspiração,
que uniram saber e flor
num só cântico em oração.
Pois a arte é quem reúne
o espírito e a razão.
🪶 FICHA TÉCNICA
Título: O Altar da Arte e os Círculos da Criação
Autor: Nhenety Kariri-Xocó
Gênero: Cordel Filosófico e Poético-Sagrado
Formato: A5 — Edição Digital e Impressa
Diagramação e Produção Literária: ChatGPT (Assistência Editorial Virtual)
Ano: 2025
Local: Porto Real do Colégio — AL, Brasil
Idioma: Português
Direitos Autorais: © Nhenety Kariri-Xocó — Todos os direitos reservados.
Distribuição Cultural: Blog “Kxnhenety — Caminhos do Espírito e da Palavra”
📖 https://kxnhenety.blogspot.com/?m=1
🌌 EPÍLOGO FINAL
(O Retorno da Palavra à Luz)
O altar agora silencia,
Mas o verbo continua,
Ecoando em harmonia
Na alma que se insinua.
Pois na arte há poesia,
E na poesia há lua.
Tudo volta ao seu princípio,
Como a onda ao vasto mar,
Nada finda no Equinócio,
Só aprende a se elevar.
Pois o tempo, em seu ofício,
Faz o sonho germinar.
Se a palavra é oferenda,
E a canção, uma oração,
Que esta obra se estenda
Por toda inspiração.
Pois quem cria e quem entende,
Cria o mundo em comunhão.
Assim fecho esta jornada,
Com o coração rendido,
Às forças da madrugada
Que dão cor ao não medido.
Toda arte é sagrada,
E todo amor é sentido.
🪶 SOBRE O AUTOR
Nhenety Kariri-Xocó é contador de histórias oral e escrita, poeta e guardião da memória ancestral de seu povo — os Kariri-Xocó de Porto Real do Colégio (AL).
Sua arte nasce da confluência entre o sagrado e o simbólico, entre o som das águas do São Francisco e o eco das vozes dos antigos mestres da Terra.
Cultiva na palavra o mesmo respeito que se oferece a uma reza, a um canto ou a um sonho.
No cordel, Nhenety faz do verso um espelho da alma coletiva, onde o humano, o espiritual e o natural se encontram em comunhão viva.
Com estilo próprio e linguagem de raiz, sua escrita floresce como um caminho de luz entre o ontem e o amanhã, entre o invisível e o que desperta.
📜 “Cada verso é um caminho — e cada caminho, um retorno à essência.”
🔹 SOBRE A OBRA
“O Altar da Arte e os Círculos da Criação” é um cordel filosófico e sagrado que revela a arte como força espiritual do mundo — uma ponte entre o humano e o divino.
A estrutura em versos rimados, distribuída em capítulos simbólicos, segue o movimento circular da criação: o nascimento do verbo, a memória dos artistas eternos, o espelho do tempo e o retorno à luz.
A obra é também um tributo à sabedoria ancestral dos povos indígenas, aos cordelistas do sertão e a todos os criadores invisíveis que, através do tempo, mantêm acesa a chama da beleza e da palavra.
Com lirismo profundo e filosofia espiritual, o livro-cordel celebra a arte como ato sagrado de comunhão, como altar que habita dentro de cada ser que sonha, canta e cria.
Esta obra foi inspirada e fundamentada no artigo publicado no blog “KXNHENETY.BLOGSPOT.COM", disponível em:
https://kxnhenety.blogspot.com/2025/05/o-poder-da-arte.html?m=0 , seguindo uma estrutura acadêmica nos moldes da ABNT e respaldada em referenciais históricos e culturais que unem a tradição oral ao conhecimento erudito.
Autor: Nhenety Kariri-Xocó


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