segunda-feira, 31 de março de 2025

A ETIMOLOGIA DA PALAVRA TIPIA, UMA PALAVRA DE ORIGEM ARAWAK


Notem a palavra que está sendo comparada com o Kariri tsambu 'cabeça', esse tipia é a palavra 'cabeça' do Xokó, documentada por Loukotka em 1963, finalmente, após horas e horas de pesquisa e comparação de evolução semântica e fonética, tenho total certeza de sua etimologia, comparem as seguintes palavras:


Baniwa de Maroa: tsipana 'cabelo'

Xokó: tipia 'cabeça'


Agora, entendo que para alguns talvez haja uma confusão sobre o porquê de 'cabelo' e 'cabeça' estarem sendo comparados, na cultura herdada dos europeus e de seus padrões linguísticos, não há confusão entre as palavras 'cabelo' e 'cabeça', certo ?


É aí que está, as palavras cabelo e cabeça compartilham o mesmo morfema *cab-, que no latim eram *cap-, como em caput 'cabeça' e capillus 'cabeça', que afirma-se na academia, que esse segundo, trata-se de um diminutivo do morfema de *cap-(ut) 'cabeça'. Ou seja, até os romanos tratavam esses dois conceitos como o mesmo.


Aqui vemos também duas evoluções muito interessantes, primeiro é uma que é compartilhada com o Otxukayana, que é a evolução de antigas africadas *ts e *tx para um simples *t, assim *tsi 'cabelo' virou ti 'cabelo'.


A segunda evolução é a de pana, reduzido para um monossílabo palatalizado, isto é, ganhou um -i- no meio da palavra por conta do ti- anterior, assim:


tsi-pana > tsi-pan > tsi-pa > ti-pa > ti-pia 'cabelo-folha'.


Concluo então com duas palavras novas para o Xokó, Natú e Wakonã: ti 'cabelo' e pia 'folha'.




Autor da matéria: Ari Llusan Kariri 



domingo, 30 de março de 2025

A DESCOBERTA DO GÊNERO GRAMATICAL DO XOKÓ



Comparem a imagem acima, derivada do vocabulário do Baniwa de Maroa, com o Xokó baxiú 'cachorro', os dois são praticamente idênticos, certo ? Como sabem, é comum nas línguas indígenas do Brasil haver a substituição da palavra 'onça' para criar o neologismo 'cachorro', isso ocorreu com o Tupi da seguinte forma:


îaûar-a 'onça' > îaûar-a 'cachorro'


Para compensar:


îaûar-a 'cachorro' > îaûar-eté 'onça', literalmente 'jaguar verdadeiro'


Aqui vemos que o termo baxiú foi fossilizado de sua forma original, que se referia à onça anteriormente, digo isso por conta desse -ú sem explicação no final, afinal o que justificaria ele ? Uma mudança sonora ? Eu não creio que seja o caso.


Vejam que o Baniwa de Maroa, a língua que comparo boa parte dos vocábulos do Xokó de origem Arawak, possui marcação de gênero: masculino e feminino, onde o masculino é o sufixo -i e o feminino é o sufixo -yu.


Notaram o que quero dizer ? Se juntarmos warsi + -yu, temos warsi-yu 'onça fêmea', e assim portanto, o ancestral direto de baxi-ú, indicando que o Xokó, muito semelhante ao Kariri e mais ainda ao Yaathê, possui marcação de gênero em sua gramática, julgando pela origem do sufixo -u, podemos dividí-las em duas partes:


Xokó: -i 'masculino' e -u 'feminino'





Autor da matéria: Ari Llusan Kariri 



sábado, 29 de março de 2025

PEÁKÁSINÁN - FRASES EM TERÊGÊ


O peixe foi comido = krár tám

O meu tio é velho = tún sá tôn sú tsiê bá yôn

O homem matou a onça = mí tsá múinán há basiú

Quero fumo = piánn barí tsiê bá

Deixe-me dormir! = kárátê nhô!

Eu estou dormindo = nhôt tsiê bá

Tu estás dormindo = nhôt (ká) ká

Ele(a) está dormindo = nhôt mán kê

Estou indo dormir = ká nhôt tsiê bás

Busque água! = kuê tá kás ba

Matamos muitos jacarés = nêmúmêpá kôsê kê

Plantei no jardim = krán bú tsiê kê tôn

Isso é uma planta = yábê akrán

Saudação = têháibêpá, háipórmêpá, pôháitê

Despedida = têháikuê

A casa é de Sunsé = krá yôn Sunsé

As antas se espantaram e dispararam no mato = yú tsiú, yú bê kê mán

Meu arco quebrou = kuá-sá sabuê bá yôn

Sou indígena = múinán-sá tsiê bá

Minha perna está doendo = sô sô bês

As estrelas brilham no céu = ká ká inkó sônsé tôn

A pedra está no caminho = tsiá-sá piú kê tôn 

Eu falo Natú/Xokó/Wakonã = bêr akô tsiê kê

Eu te escuto = pá pá tsiê ká.



BIBLIOGRAFIA


Queiroz, J. M. C. de. Um estudo gramatical da língua Dzubukuá, família Karirí. 2012. 427 f. Tese (Doutorado em Linguística) – Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Departamento de Letras, Universidade Federal da Paraíba. 2012.

Mamiani, L. V. Arte de grammatica da lingua brazilica da nação Kiriri. 2ª edição (com notas introdutórias de Batista Caetano de Almeida Nogueira). Rio de Janeiro: Bibliotheca Nacional, 1877 [1699].

Mattos, R. de. Fonêmica Xerente. Série Linguística. Brasília: Summer Institute of Linguistics. n. 1, p. 79-100, 1973. Disponível em: , p. 1-15.

Rodrigues, A. D. (2019). Karirí como família linguística Macro-Jê no Nordeste do Brasil. Revista Brasileira De Linguística Antropológica, 11(1), 47–52. https://doi.org/10.26512/rbla.v11i1.26441

Ribeiro, E. R. Tapuya connections: language contact in eastern Brazil. LIAMES, Campinas, v. 9, p. 61–76, primavera 2009.

Pompeu Sobrinho, Thomaz. 1958. Línguas Tapuias desconhecidas do Nordeste: Alguns vocabulários inéditos. Boletim de Antropologia (Fortaleza-Ceará) 2. 3-19.

 Loukotka, Čestmír (1968) Classification of South American Indian languages‎[1], Los Angeles: UCLA Latin American Center

 Loukotka, Čestmír (1968) Documents et vocabulaires inédites de langues et de dialectes sud-américains. Journal de la Société des Americanistes, Paris, n. 52, p. 7-60, 1963

 Meader, Robert E. (1978) Indios do Nordeste: Levantamento sobre os remanescentes tribais do nordeste brasileiro‎[2] (in Portuguese), Brasilia: SIL International

LACHNITT, G. Romnhitsiʼubumro aʼuwẽ mreme, waradzu mreme: Dicionário xavante-

português. Campo Grande: Missão Salesiana de Mato Grosso, 1987. 108 f.




Autor da matéria: Ari Llusan Kariri 



terça-feira, 25 de março de 2025

O SURGIMENTO DO MORFEMA IAI 'DISTANTE' NO JAIKÓ E KARIRI


Como comparei recentemente, o Jaikó possui muitas palavras cognatas do Boróro e Tarairiú, tornando-a uma língua parente da nossa. A palavra Jaikó também tem origem em vocábulos Boróro, sendo decomposto como jai 'distância' + -kó 'sufixo estativo', assim sendo jai-kó 'estar distante, estar longe', e por extensão, 'os que estão longe'.





Autor da matéria: Ari Llusan Kariri-Xocó 



A ETIMOLOGIA DE DZENNE 'POR RESPEITO, POR MEDO'


A palavra é uma forma possuída do substantivo não documentado -enne 'inclinação', marcado com dz- relacional para indicar que a inclinação pertence a alguma palavra da frase, é diretamente relacionada ao nosso anna 'querer, desejar', que também deriva de um cognato do Boróro ana 'inclinação'.


Sp-Km.: *tzennè* 'por respeito, por medo'

Sp-Km.: *ennè* 'inclinação, respeito, consideração, medo'.




Autor da matéria: Ari Llusan Kariri-Xocó 



sexta-feira, 21 de março de 2025

PARTE II: JAIKÓ COMO UMA LÍNGUA BORÓRO-TARAIRIÚ


 Como o título acima indica, argumentarei sobre a relação dos morfemas Jaikó com o Boróro e o Tarairiú, abaixo estará a lista de vocábulos do Jaikó e seus cognatos ao lado:

 

grang-blá cabeça, composto de grang 'cabeça' (cognato do Tarairiú kré 'cabeça' de kré-ka) + bla 'cabeça', do Bororo aora, por meio de: aora > ora > wra > bra > bla.

 

grang-shé cabelo/pelo, composto de grang 'cabeça' + she 'cabelo' (cognato do Tarairiú exek 'cabelo').

 

ai-she-ro orelha, possivelmente relacionado ao verbo u-shie-ko 'eu escuto', visto que ambos usam *sh(i)e 'orelha' em sua composição, cognato do Masakará xüex-go 'orelha' (lit.: orelha-buraco', x aqui representar um som aspirado, próximo do h do inglês, mas mais parecido com o ch alemão). A segunda parte da palavra provavelmente significa pele, derivada do Kariri ro 'pele, casca'.

 

alepuh olho, cognato do Tarairiú aloji + Kariri poh 'olho'.

 

ae-nekopiöh nariz, cognato do Tarairiú a-xéko 'nariz' + Kariri bidze 'rosto', como em na-bidze 'nariz'.

 

ainko  boca, cognato do Boróro (m)ako 'falar, dizer, fala, voz', do Baniwa de Maroa aako 'voz, idioma'.

 

ajante dente, do Pimenteira jari, através da mudança de /r/ e /l/ > /nt/ ~ /nd/, visto na próxima palavra e mandattu 'mulato'.

 

ae-netta língua, do Pimenteira nuri, mesma mudança que ocorreu acima.

 

ae-naenong-siaé unha, composto de ae- 'ele(a)' + naenong 'mão' + siae 'pele', cognato do Proto-Jê *kyj.

 

ae-paeno  pé, composto de ae- 'ele(a)' + paeno 'pé', cognato do Boróro bure 'pé'.

 

ae-kro coxa, composto de ae- 'ele(a)' + kro 'coxa', cognato do Boróro (po)gora 'coxa'.

 

ae-naenong mão, composto de ae- 'ele(a)' + naenong 'mão', Nikulin afirma ser derivado do morfema Jê *ñim- 'mão', mas não providencia argumentos para a segunda sílaba, sugiro que seja derivado do Boróro no 'ponta'.

 

ae-naenong-klang dedo, composto ae- 'ele(a)' + naenong 'mão' + klang 'osso', mesmo que o Jê *ñim-kra 'mão-osso'.

 

ae-pang braço, composto de ae- 'ele(a)' + pang 'braço', derivado de algum cognato do Proto-Transanfranciscano *-mãk 'asa, galho'.

 

arandi-she ramo/folha, composto de arandi 'folha', cognato do Boróro r-ari/r-aru 'folha' + she 'pelo, cabelo'.

 

ae-pu barriga, composto de ae- 'ele(a)' + pu 'barriga, ventre', cognato do Kariri muddu 'ventre'.

 

ae-pur-gkó pescoço, derivado do Jê Cerratense (provavelmente o Timbira ?) *mbut 'pescoço' + go 'buraco', visto em u-shie-go 'eu escuto' (shie 'orelha' + gko 'buraco').

 

ae-jusi peito/mama, composto de ae- 'ele(a)' + jusi 'peito, seio', Ramirez argumenta ser cognato do Cayapó do Sul çunce 'seio'.

 

aereng pênis, cognato do Pimenteira aring 'pênis'.

 

ae-waénu vagina, composto de wae 'coisa, natureza, indígena', cognato do Boróro boe 'coisa, natureza, indígena' + nu 'buraco', cognato do classificador Kariri nu- 'classificador de buracos, vales e espaços abertos'.

 

ae-kwakrueng umbigo, composto de ae- 'ele(a)' + kwa 'boca', cognato do Boróro kwa 'boca' + krueng 'ventre', cognato do Masakará txiugrüng 'ventre'.

 

ae-mantaelä costela/lado, composto de ae- 'ele(a)' + mantae 'peito', cognato do Boróro mo(no) 'peito' + lae 'osso', cognato do Boróro ra 'osso'.

 

ti-piaeung homem branco, composto de ti- 'ele(a)' + piaeung 'branco', cognato do Boróro bara 'branco'.

 

tikah homem negro, cognato do Tarairiú taka 'preto', ambos seguindo uma estrutura comum com o Proto-Transanfranciscano *tak 'preto'.

 

takajo mulher negra, mesmo que de cima + -jo 'sufixo do feminino', talvez tenha relação com o sufixo Masakará -tozo 'sufixo do feminino'.

 

já pai, cognato do Kariri dzu e do Pimenteira juju, possivelmente indicando uma origem no Caribe.

 

ná mãe, de origem Jê, reconstruído como *nə̃.

 

ikwa-té tio, composto de ikwa 'tio', cognato do Boróro ogwa 'tio' + -te 'sufixo do masculino'.

 

ʃarré-té filho, composto de sha-re 'filho', cognato do Boróro ore 'filho' + -te 'sufixo do masculino'.

 

ʃarre-piú filha, composto de sha-re 'filho', cognato do Boróro ore 'filho' + -piú 'sufixo do feminino'.

 

oopáung jovem, talvez do Boróro iparedu 'jovem'.

 

ju(e)kk(w)é moça, cognato do Boróro áka 'mocidade, juventude, novidade, frescor'.

 

nempiae-piú irmã, julgando pela mudança de nuri > netta, creio que nem seja cognato do Boróro  

i-tuie 'minha irmã' + piae 'velho(a)', cognato do Boróro pega 'velhice' + -piú 'sufixo do feminino'.

 

shue-gkrá sol, composto de shue 'fogo', cognato do Boróro joru 'fogo' + kra 'suar', cognato do Boróro karu 'suar'.

 

fipiako dia, composto de fi 'seco', cognato do Boróro bi 'seco' +piako 'vento', cognato do Boróro bakuru 'vento'.

 

maeko céu, cognato do Proto-Macro-Jê *mbeñ-kuñ 'céu', possivelmente através do Proto-Transanfranciscano.

 

paang lua, muito provavelmente de algum cognato do Proto-Transanfranciscano *mõñṼt 'astro'.

 

braeklue estrela, cognato direto do Umutina barukudo 'estrela'.

 

ongtue vento, cognato do Umutina adobo 'vento'.

 

wuetue floresta, cognato do Boróro itura 'floresta, mato'.

 

uerouró / uelouró casa, significa originalmente 'pátio, praça', cognato do Boróro boróro 'praça', do Kariri woro 'adro, pátio' e do Pankararú pôrô 'praça de festas'.

 

x(ue)-kue terra, do Boróro kugaru 'areia'.

 

ping fogo, do Proto-Jê pĩm 'madeira, lenha', possivelmente através do Timbira.

 

koko noite, do Pimenteira gonggong 'noite'.

 

ijahú quente, de origem Arawak da Bolívia, cognato do Ignaciano (t)ihʊ-re.

 

ohntü(hl) frio, Ramirez compara com o Karajá e o Maxakali, mas não o vejo. Comparo com o Boróro aku 'frio', com alteração de /k/ > /t/ que será vista mais abaixo.

 

noh-rä-nihe / noh-lä-nihe bonito, derivado do Boróro rai 'comprido'.

 

noh-mele-nihe feio, derivado do Boróro meréke 'feiura'.

 

noh-riäh-niheng comprido, derivado do Boróro rai 'comprido'.

 

noh-tutudaeng curto, cognato do Boróro kuguri 'pequenez', com as alterações discutidas antes, como /k/ > /t/ e /r/ > /(n)d/, além do /i/ > /ɛ/, assim: kukuri > tutudi > tutudae > tutudaeng.

 

noh-npütü(hl) magro, cognato do Boróro pitóri 'pequenez'.

 

noh-to-niheh gordo, cognato do Boróro tori 'pedra', visto que é usado em ku-tori 'ventre de pedra' > 'gordo'.

 

ti(-)kwa comer, cognato do Boróro o-kwa 'boca' e o-kwa-ge 'comer'.

 

u-(l)epú ver, cognato do alepuh, mesma etimologia + u- 'eu', assim 'eu olho, meu olhar'.

 

u-shegkó ouvir, cognato do she-ro 'orelha', literalmente u- 'eu' + she 'orelha' + gko 'buraco'.

 

uhliong dormi, do Jê *ũr, fora do grupo Cerratense.

 

nong(e)roh morrer, cognato do Puri-Coroado tagran e ndran 'morrer'.

 

ti-uing matar, cognato do Boróro bi 'morrer' e bi-do 'matar'.

 

ti-loʃung assar, do Pimenteira taratshiu, com a primeira sílaba reinterpretada como prefixo de terceira pessoa de verbos ti- 'ele(a)'.

 

namblú lavar, possivelmente através da redução equivocada do Masakará a-xar namu, sendo que o verbo 'lavar' é a-xar e namu é o bloco de conjugação do Masakará.

 

ae-(e)ru / kará cuia/vaso, ae-ru não tem uma etimologia clara, mas kará possivelmente é cognato do Kamakã kerächka e do Masakará krö.

 

pàeih  tabaco, cognato do Kariri badze, do Tarairiú mãjé, do Pankararú põi e do Proto-Jabuti paji, todos com significado de 'tabaco'.

 

poklaeʃü aqälé diabo, a etimologia deste ainda está sendo estudada.





Autor da matéria: Ari Llusan Kariri-Xocó 



PARTE I: O QUE É A LÍNGUA JAIKÓ ?


 Falada ao sul do Estado do Piauí, homenageado no nome da cidade de Jaicós-PI, o povo deste mesmo nome hoje se encontra sem uma unidade coesa que saibamos, consequência da colonização e aculturação causada pelos europeus. Antes disso ter acontecido, no entanto, o Jaikó já havia tido outros contatos, na verdade, é mais acurado dizer que o Jaikó é o primordial exemplo dos contatos linguísticos que ocorreram no Nordeste Brasileiro.

 

A língua Jaikó apresenta cognatos diretos com o Boróro e o Tarairiú, além também do Kamakã, Pimenteira, Timbira, Akuwẽ e Kariri, ou, como Ramirez (2015 p. 260) descreve: "Na realidade, só temos um vocabulário jaikó de 67 palavras (Martius 1863: 143), que parece ser uma mistura de todas as línguas do Piauí". O Jaikó é o que é chamado na linguistica de uma língua criola, possivelmente o que vemos registrado é a consolidação de um antigo pidgin da transição geográfica entre o sul do Piauí, a região do São Francisco, o oeste de Pernambuco e o sul do Ceará, por definição, assim, sendo uma língua de encruzilhadas.

 

Por seu status e posição geográfica, os Jaikó possivelmente são, um povo resultado das múltiplas migrações rumo ao Piauí, causados pela expulsão dos povos nativos do São Francisco.




Autor da matéria: Ari Llusan Kariri-Xocó 



domingo, 16 de março de 2025

ABRANGÊNCIA TERRITORIAL DA VILA DE PENEDO


A Vila de Penedo, fundada oficialmente em 1636, teve uma abrangência territorial bastante significativa nos períodos colonial e imperial. Situada às margens do Rio São Francisco, no atual estado de Alagoas, Penedo foi um dos principais núcleos urbanos da região e teve sua jurisdição estendida sobre vastas áreas.


Período Colonial


Durante o domínio português, a Vila de Penedo fazia parte da Capitania de Pernambuco e, posteriormente, da Capitania de Alagoas (criada em 1817). No período colonial, a vila administrava uma grande extensão territorial, incluindo:


Regiões ribeirinhas do Rio São Francisco: sua posição estratégica no rio a tornava um centro de escoamento de produção agrícola, pecuária e comercial.


Sertão Alagoano e Baixo São Francisco: abrangia áreas que hoje pertencem a diversos municípios do interior de Alagoas e até partes de Sergipe.


Povoados e freguesias: com o crescimento econômico e populacional, várias localidades que estavam sob a jurisdição da Vila de Penedo posteriormente se emanciparam.


Período Imperial


No século XIX, com a elevação de Alagoas à condição de província, a importância de Penedo se manteve, embora Maceió tenha se tornado a capital provincial em 1839. Durante o Império, a Vila de Penedo:


Continuou sendo um dos principais centros administrativos e comerciais do interior alagoano.


Teve parte de seu território desmembrado com a criação de novas vilas e cidades, como Porto Real do Colégio e Traipu.


Manteve sua influência no comércio do Rio São Francisco, sendo um elo entre a economia sertaneja e o litoral.



A Vila de Penedo foi elevada à categoria de cidade em 1842, consolidando sua importância regional, mas seu território original continuou a se fragmentar com o crescimento de novas localidades.


Porto Real do Colégio foi desmembrado da Vila de Penedo quando foi elevado à categoria de vila em 7 de julho de 1876. Antes disso, essa região estava sob a jurisdição administrativa de Penedo, o que era comum no período colonial e imperial, quando vilas maiores administravam povoados e freguesias que, com o tempo, se tornavam independentes.


A localização estratégica de Porto Real do Colégio, às margens do Rio São Francisco, contribuiu para seu crescimento e autonomia. Seu desmembramento ocorreu dentro de um movimento mais amplo de reorganização administrativa no Brasil Império, que buscava descentralizar a administração e criar novas unidades políticas à medida que as populações cresciam e as economias locais se desenvolviam.




REFERÊNCIA: 



CHATGPT. Abrangência territorial da Vila de Penedo. OpenAI, 2025. Disponível em: https://chat.openai.com/. Acesso em: 16 mar. 2025.

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IMPORTÂNCIA DE PENEDO PARA O BAIXO SÃO FRANCISCO


Penedo é a cidade mais emblemática do Baixo São Francisco, desempenhando um papel fundamental na história, economia e cultura da região. Sua importância pode ser destacada em vários aspectos:


1. Centro Histórico e Cultural


Penedo preserva um dos mais ricos conjuntos arquitetônicos coloniais do Brasil, com igrejas, casarões e monumentos que testemunham sua relevância desde o século XVII. A cidade é um dos principais destinos turísticos do Baixo São Francisco, atraindo visitantes interessados em história, arte e cultura.


2. Eixo Comercial e Econômico


Desde o período colonial, Penedo tem sido um polo comercial estratégico. Sua localização privilegiada na margem do rio São Francisco favoreceu o escoamento da produção de açúcar, gado e outros produtos, conectando o interior com o litoral. Hoje, a cidade mantém sua importância econômica com comércio, turismo e pesca.


3. Polo Religioso


A cidade abriga igrejas históricas, como a Igreja de São Gonçalo Garcia, fundada pelos franciscanos, e a Catedral de Nossa Senhora do Rosário. Além disso, eventos religiosos, como a festa do Bom Jesus dos Navegantes, são de grande importância para a identidade cultural da região.


4. Atividade Pesqueira e Relação com o Rio São Francisco


O rio São Francisco é essencial para a economia e o modo de vida da população local, e Penedo se destaca como um dos principais centros pesqueiros da região. A pesca artesanal e a navegação no rio são atividades fundamentais para a subsistência de muitas famílias.


5. Educação e Cultura


Penedo também é um polo educacional, com instituições que promovem a preservação da história e da cultura local. Eventos, festivais e manifestações culturais fortalecem sua identidade regional.


6. Turismo Sustentável e Ecológico


Com sua posição estratégica no Baixo São Francisco, Penedo é ponto de partida para passeios ecológicos, incluindo roteiros para os Cânions do São Francisco e áreas de preservação ambiental. O turismo vem se consolidando como uma alternativa econômica sustentável para a cidade e a região.


Conclusão


Penedo é o coração do Baixo São Francisco, unindo história, cultura e economia em um só lugar. Sua influência ultrapassa as fronteiras municipais, tornando-se uma referência para toda a região.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 




ALMEIDA, José Américo de. A Pecuária no Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1957.


SILVA, Serafim Leite. História da Companhia de Jesus no Brasil. Lisboa/Rio de Janeiro: Livraria Portugália, 1943.


MONTEIRO, John Manuel. Negros da Terra: Índios e Bandeirantes nas Origens de São Paulo. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.




A IMPORTÂNCIA DA VILA DE PENEDO NA CAPITANIA DE PERNAMBUCO


A Vila de Penedo, localizada na foz do rio São Francisco, teve uma importância estratégica e econômica significativa na Capitania de Pernambuco durante o período colonial. Originalmente pertencente à Capitania de Pernambuco, Penedo foi posteriormente integrada à Capitania de Sergipe e, por fim, à de Alagoas. Seu papel foi crucial por vários motivos:


1. Ponto estratégico de defesa – Sua localização às margens do rio São Francisco fazia de Penedo um ponto essencial para a defesa do interior contra invasões estrangeiras, ataques indígenas e incursões de corsários. Durante o domínio holandês (1630-1654), os neerlandeses ocuparam a vila devido à sua posição privilegiada.


2. Centro de comércio e navegação – Penedo servia como entreposto comercial para o escoamento da produção de açúcar, gado e outros produtos da região do São Francisco, conectando o interior nordestino ao litoral e às rotas atlânticas.


3. Expansão da pecuária – A vila teve um papel fundamental na pecuária nordestina, que se expandiu ao longo do vale do São Francisco para abastecer os engenhos de açúcar e outras regiões da colônia com carne e couro.


4. Centro religioso e cultural – Durante o período colonial, Penedo também se destacou como um polo religioso, abrigando missões jesuíticas e igrejas que reforçavam a presença da Igreja Católica na região.


5. Administração colonial – Como vila, Penedo possuía instituições administrativas que organizavam a ocupação territorial, a cobrança de impostos e a aplicação das leis da Coroa Portuguesa.


A importância da vila permaneceu ao longo do período colonial, consolidando-se como uma das cidades históricas mais relevantes do Nordeste brasileiro.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 




ALMEIDA, José Américo de. A Pecuária no Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1957.


SILVA, Serafim Leite. História da Companhia de Jesus no Brasil. Lisboa/Rio de Janeiro: Livraria Portugália, 1943.


MONTEIRO, John Manuel. Negros da Terra: Índios e Bandeirantes nas Origens de São Paulo. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.




INFLUÊNCIA DA CAPITANIA DE PERNAMBUCO EM ALAGOAS






Resumo



Este artigo apresenta uma análise da influência exercida pela Capitania de Pernambuco sobre o território que hoje corresponde ao estado de Alagoas, abrangendo aspectos administrativos, econômicos, culturais e políticos. Destaca-se a importância do modelo colonial pernambucano na formação da identidade e das estruturas fundamentais de Alagoas, antes e após sua emancipação em 1817. O estudo visa compreender como as relações entre as duas regiões moldaram o desenvolvimento alagoano e deixaram marcas duradouras.


Palavras-chave: Capitania de Pernambuco; Alagoas; colonialismo; influência cultural; emancipação.


Introdução


A história de Alagoas, enquanto unidade territorial, está profundamente ligada à Capitania de Pernambuco, da qual fez parte até o início do século XIX. Durante o período colonial, Pernambuco foi um dos centros econômicos e administrativos mais importantes do Brasil, exercendo ampla influência sobre as regiões vizinhas. Este artigo visa analisar de que forma essa influência se manifestou no território alagoano, contribuindo para a formação de suas estruturas sociais, econômicas e políticas.


Desenvolvimento


1. O papel de Olinda e Recife na Capitania de Pernambuco


Fundada em 1535 por Duarte Coelho, Olinda foi a capital da Capitania de Pernambuco e um dos principais centros administrativos do Nordeste. Em 1711, após a Guerra dos Mascates, Recife assumiu oficialmente o papel de capital, consolidando-se como polo comercial e portuário, enquanto Olinda manteve relevância religiosa e cultural.


2. Alagoas sob administração pernambucana


Durante grande parte do período colonial, Alagoas esteve sob domínio administrativo de Pernambuco, sendo governada a partir de Recife. Apenas em 1817, após a Revolução Pernambucana, o território foi desmembrado e elevado à condição de capitania autônoma, como parte da estratégia da Coroa Portuguesa de enfraquecer Pernambuco.


3. Influência econômica e expansão dos engenhos


A economia de Alagoas foi estruturada segundo o modelo açucareiro adotado em Pernambuco. Os engenhos pernambucanos expandiram-se para o território alagoano, aproveitando a fertilidade do solo e a disponibilidade hídrica, consolidando o ciclo do açúcar na região.


4. Aspectos culturais e sociais


A migração de famílias pernambucanas para Alagoas promoveu a circulação de costumes, práticas religiosas e modelos de organização social. Essa influência cultural estabeleceu semelhanças significativas entre os dois territórios, visíveis nas festas populares, tradições e estruturas comunitárias.


5. Conflitos e transformações políticas


A Revolução Pernambucana teve impacto direto em Alagoas, que participou ativamente do movimento. A emancipação política alagoana foi, portanto, consequência de um contexto mais amplo de insatisfação e luta contra o domínio colonial português.


6. Urbanização e infraestrutura


A formação dos núcleos urbanos em Alagoas seguiu o padrão das vilas pernambucanas, com destaque para a construção de igrejas, praças e engenhos como elementos centrais da vida urbana. Recife continuou sendo um eixo comercial essencial para Alagoas mesmo após sua autonomia.


Conclusão


A influência da Capitania de Pernambuco em Alagoas foi ampla e profunda, determinando aspectos fundamentais da estrutura econômica, política e cultural do território. A formação de Alagoas como unidade política autônoma não significou o rompimento com essas influências, mas sim a reconfiguração de um legado que ainda hoje pode ser observado.


Considerações finais


Compreender a história de Alagoas a partir de sua relação com Pernambuco é essencial para reconhecer as raízes coloniais que moldaram o Nordeste brasileiro. As conexões entre os dois territórios evidenciam a complexidade das formações sociais e políticas regionais, e revelam como os processos históricos de dominação, resistência e adaptação contribuíram para a identidade atual de Alagoas.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 



ARAÚJO, Ulysses Lins de. História de Alagoas. Maceió: EDUFAL, 2000.


CARVALHO, José Murilo de. A construção da ordem: a elite política imperial. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.


CHATGPT. Influência da Capitania de Pernambuco em Alagoas. OpenAI, 2025. Disponível em: https://chat.openai.com/. Acesso em: 16 mar. 2025.


FRAGOSO, João; GOUVÊA, Maria de Fátima. O Brasil colonial. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014.


MATTOS, Hebe. Das cores do silêncio: os significados da liberdade no sudeste escravista (Brasil, século XIX). Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998.


MELLO, José Antônio Gonsalves de. Tempo dos Flamengos: influência da ocupação holandesa na vida e na cultura do Norte do Brasil. 3. ed. Recife: Massangana, 1987.


SILVA, Alberto da Costa e. A enxada e a lança: a África antes dos Portugueses. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1992.



Autor: Nhenety KX



Consultado por meio da ferramenta ChatGPT (OpenAI), inteligência artificial como apoio para elaboração do trabalho, em 16 de março de 2025 e a capa do artigo dia 26 de abril de 2025.






sábado, 15 de março de 2025

INFLUÊNCIA AFRICANA NO BRASIL






Na Formação Cultural Brasileira



Resumo



Este artigo apresenta um panorama da influência africana no Brasil, destacando a contribuição dos povos africanos trazidos durante o período escravocrata. A herança cultural africana está presente em diversos aspectos da sociedade brasileira, como religião, música, culinária, linguagem, tradições e resistência social. Por meio de uma análise descritiva, busca-se evidenciar como essa influência se tornou elemento constitutivo da identidade nacional.


Palavras-chave: cultura afro-brasileira, escravidão, influência africana, identidade nacional, resistência.


Introdução


A história do Brasil está profundamente entrelaçada com a presença africana. Desde o início do tráfico transatlântico de escravizados no século XVI até os dias atuais, os povos africanos e seus descendentes desempenharam um papel crucial na construção da cultura brasileira. Este artigo propõe um olhar sobre as múltiplas manifestações dessa influência, abordando aspectos religiosos, artísticos, linguísticos, gastronômicos, sociais e políticos que foram integrados ao cotidiano brasileiro, tornando-se parte indissociável da identidade nacional.


Desenvolvimento


1. Religião e Espiritualidade


As religiões afro-brasileiras, como o Candomblé e a Umbanda, expressam um forte vínculo com os orixás e os ancestrais africanos. A prática do sincretismo religioso, associando santos católicos a divindades africanas, é uma marca da adaptação cultural forçada durante a escravidão.


2. Música, Dança e Luta


O samba, um dos maiores símbolos nacionais, tem raízes nos ritmos africanos. Outras expressões musicais como o maracatu e o afoxé também provêm das tradições africanas. A capoeira, por sua vez, combina elementos de luta, dança e música como forma de resistência e preservação cultural.


3. Gastronomia


A presença africana na culinária brasileira é marcante. Pratos como o acarajé, vatapá, caruru e moqueca utilizam ingredientes típicos como o azeite de dendê e o leite de coco, evidenciando a permanência de técnicas e sabores trazidos da África.


4. Linguagem e Expressões


O vocabulário cotidiano brasileiro inclui diversas palavras de origem africana. A musicalidade e o ritmo do português falado no Brasil também foram influenciados por línguas africanas, contribuindo para a singularidade do idioma nacional.


5. Costumes e Tradições


Práticas como o uso de turbantes, os penteados trançados e o respeito aos mais velhos fazem parte da tradição cultural africana preservada entre os afrodescendentes no Brasil. Esses elementos reafirmam a identidade afro-brasileira.


6. Resistência e Luta Social


Os quilombos, como o emblemático Quilombo dos Palmares, representaram formas de resistência contra a escravidão. Atualmente, o movimento negro continua a luta por reconhecimento, igualdade e valorização da cultura afro-brasileira.


Conclusão


A presença africana no Brasil não se restringe a uma contribuição cultural, mas à base sobre a qual muitos dos traços mais marcantes da identidade brasileira foram construídos. A valorização dessa herança é essencial para o reconhecimento histórico e para a promoção da justiça social e do respeito à diversidade.


Considerações Finais


O Brasil moderno é resultado de uma confluência de culturas, e a africana se destaca como uma das mais importantes. Reconhecer e celebrar essa herança é também um ato de reparação histórica. É fundamental que essa influência seja ensinada, respeitada e preservada como parte integrante do patrimônio cultural brasileiro.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:


CHATGPT. Influência africana no Brasil. OpenAI, 2025. Disponível em: https://chat.openai.com/. Acesso em: 15 mar. 2025.


FREYRE, Gilberto. Casa-grande & senzala. 48. ed. São Paulo: Global, 2006.


MUNANGA, Kabengele. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional versus identidade negra. Petrópolis: Vozes, 2004.


SANTOS, Jocélio Teles dos. O poder da cultura e a cultura no poder: a disputa simbólica da herança cultural afro-brasileira. Salvador: EDUFBA, 2002.


SODRÉ, Muniz. A raça como questão: ensaios sobre identidade, alteridade, mídia e racismo. Petrópolis: Vozes, 2002.




Autor: Nhenety KX


Consultado por meio da ferramenta ChatGPT (OpenAI), inteligência artificial como apoio para elaboração do trabalho, em 15 de março de 2025 e a capa do artigo dia 25 de abril de 2025.




INFLUÊNCIA DOS POVOS INDÍGENAS NO BRASIL






Resumo



Os povos indígenas do Brasil contribuíram significativamente para a formação da identidade nacional brasileira, influenciando aspectos como a língua, a culinária, a medicina tradicional, a organização social e o modo de relação com o meio ambiente. Este artigo tem como objetivo destacar as principais heranças culturais, linguísticas e práticas dos povos originários, reforçando sua importância na construção do Brasil contemporâneo.


Palavras-chave: Povos indígenas; cultura brasileira; línguas indígenas; culinária; medicina tradicional; sustentabilidade.


Introdução


A presença indígena no Brasil antecede a chegada dos colonizadores europeus e moldou, de maneira profunda, a sociedade brasileira em múltiplos aspectos. Embora muitas vezes invisibilizados nos discursos oficiais, os povos indígenas deixaram marcas indeléveis na língua, nos hábitos alimentares, na medicina natural, nas festas populares e na relação com o meio ambiente. Este artigo propõe um olhar panorâmico sobre essas influências, valorizando os saberes e práticas que seguem vivos em diversas regiões do país.


Desenvolvimento


1. Língua


A língua portuguesa falada no Brasil possui influências marcantes das línguas indígenas, sobretudo do tronco tupi-guarani. Termos como abacaxi, pipoca, mandioca, tatu, capim e tucano têm origem indígena, assim como inúmeros topônimos nacionais: Paraná, Pernambuco, Goiás, Ibirapuera, Tijuca e Itaipu. Essa contribuição demonstra a integração dos povos originários na construção linguística do país.


2. Culinária


A alimentação brasileira é profundamente marcada por ingredientes e técnicas indígenas. Alimentos como mandioca, milho, açaí, caju, guaraná e peixes de rio fazem parte da dieta nacional. Preparações como o beiju, a tapioca, o pirão e o moquém são de origem indígena, demonstrando a permanência desses saberes alimentares.


3. Medicina tradicional e plantas medicinais


A sabedoria indígena quanto ao uso de plantas medicinais resultou em práticas de cura que ainda hoje influenciam a fitoterapia. Entre os exemplos estão o uso do guaraná como estimulante, da andiroba como anti-inflamatório e do boldo para distúrbios digestivos. Esse conhecimento ancestral é reconhecido por pesquisadores da medicina natural e farmacologia.


4. Cultura e festas populares


Expressões culturais como o Toré, praticado pelos povos do Nordeste, e o Boi-Bumbá, típico da região Norte, carregam a influência indígena em sua música, dança e simbolismo. As pinturas corporais, os adornos de penas e sementes, e os cantos rituais são manifestações vivas dessa herança.


5. Organização social e sustentabilidade


Os povos indígenas praticam formas de organização comunitária que priorizam o bem comum e o equilíbrio com a natureza. Técnicas agrícolas como o sistema de rotação de culturas e o uso da "terra preta de índio" revelam uma compreensão avançada de sustentabilidade, inspirando inclusive práticas agroecológicas contemporâneas.


6. Influência na formação do povo brasileiro


A miscigenação entre indígenas, africanos e europeus resultou em um povo plural e diverso. A identidade nacional brasileira é marcada por essa fusão, presente não apenas na genética, mas também nos costumes, crenças e práticas cotidianas.


Conclusão


A influência indígena na formação do Brasil transcende o passado e continua relevante na atualidade. Valorizar essa herança é fundamental para reconhecer a diversidade cultural que compõe a nação brasileira. É também um convite ao respeito e à preservação dos direitos dos povos originários, cuja sabedoria continua a oferecer caminhos para uma vida mais equilibrada e sustentável.


Considerações finais


Diante dos desafios contemporâneos enfrentados pelos povos indígenas — como o avanço do agronegócio sobre seus territórios e a invisibilidade social —, é essencial promover o reconhecimento de sua contribuição histórica e atual. A cultura indígena não é resquício do passado, mas um legado vivo que continua a enriquecer o Brasil em todos os seus aspectos.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 



CUNHA, Manuela Carneiro da (Org.). História dos índios no Brasil. 3. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.


NIMUENDAJÚ, Curt. Os índios e a civilização: a integração das populações indígenas no Brasil moderno. São Paulo: Editora UNESP, 2000.


RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.


SOUZA, Márcia Regina Barros de. Saberes e práticas dos povos indígenas. São Paulo: Moderna, 2019.




Autor: Nhenety KX



Consultado por meio da ferramenta ChatGPT (OpenAI), inteligência artificial como apoio para elaboração do trabalho, em 15 de março de 2025 e a capa do artigo dia 24 de abril de 2025.






A MARCA DA INFLUÊNCIA PORTUGUESA NO BRASIL






Uma Herança Que Ainda Vive



Resumo



A história do Brasil está profundamente ligada a Portugal. Neste artigo, vamos explorar como a presença portuguesa deixou marcas que vão muito além do período colonial. Da língua falada às festas populares, da comida ao modo de viver, a herança lusa continua viva e presente na nossa identidade.


Introdução


Quando falamos sobre a colonização do Brasil, é comum pensar que a influência portuguesa acabou com a independência, lá em 1822. Mas será que foi assim mesmo? A verdade é que os traços deixados por Portugal permanecem até hoje nos nossos costumes, tradições e formas de organização. Este artigo convida você a fazer uma viagem por essas influências que nos cercam, muitas vezes sem que a gente perceba.


Língua: o português do nosso jeito


É impossível falar da influência portuguesa sem começar pela língua. O português é o idioma oficial do Brasil e uma das maiores conexões com nossa história colonial. Com o tempo, criamos nosso próprio jeito de falar, com expressões e sotaques bem brasileiros, mas a base veio diretamente de Portugal.


Direito e administração: raízes do nosso sistema


Muita coisa na nossa forma de governar e fazer leis veio de Portugal. Nosso sistema jurídico é baseado no modelo romano-germânico, que os portugueses trouxeram para cá. Até alguns nomes e estruturas políticas atuais nasceram nesse tempo.


Cultura e religiosidade: fé e festa com sotaque luso


As festas juninas, as procissões de santos e até o sincretismo religioso (mistura de crenças) têm muito da tradição portuguesa. A fé católica chegou com os colonizadores e foi se misturando com as culturas indígenas e africanas, criando um jeito bem brasileiro de viver a religião.


Gastronomia: sabores com tempero português


A feijoada tem influência dos cozidos portugueses. O bacalhau, o azeite, os vinhos e muitas sobremesas vêm direto das mesas lusas. Nossa culinária é um grande caldeirão onde os temperos de Portugal ainda brilham.


Arquitetura e cidades: um pedaço de Portugal no Brasil


Quem já andou pelas ruas de cidades como Ouro Preto, Salvador ou Olinda sabe do que estamos falando. Os casarões, igrejas e ladeiras de pedra seguem o estilo das vilas portuguesas dos séculos passados. É como se o tempo tivesse parado em alguns cantinhos do Brasil.


Sobrenomes: a marca da família portuguesa


Sobrenomes como Silva, Souza, Oliveira e muitos outros são heranças diretas da colonização. Eles mostram como as famílias portuguesas deixaram descendentes por todo o território brasileiro.


Economia e laços atuais: parceria que continua


Mesmo depois da independência, os laços entre Brasil e Portugal não se romperam. Hoje, os dois países mantêm acordos comerciais, culturais e educacionais. E fazem parte da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), reforçando essa relação.


Considerações finais


A presença portuguesa no Brasil vai muito além dos livros de História. Ela vive no nosso modo de falar, comer, festejar e até de rezar. Reconhecer essa herança é entender melhor quem somos como povo e como nação. Afinal, conhecer o passado é uma forma de valorizar o presente e projetar o futuro com mais consciência.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 



BASTOS, Rafael. História da Colonização Portuguesa no Brasil. São Paulo: Contexto, 2012.


HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.


PRADO JÚNIOR, Caio. Formação do Brasil Contemporâneo. São Paulo: Brasiliense, 2000.


SERRÃO, Joel. História de Portugal. Lisboa: Verbo, 1980.


SCHWARCZ, Lilia M.; STARLING, Heloisa M. Brasil: Uma Biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.




Autor: Nhenety KX



Consultado por meio da ferramenta ChatGPT (OpenAI), inteligência artificial como apoio para elaboração do trabalho, em 15 de março de 2025 e a capa do artigo dia 24 de abril de 2025.




INFLUÊNCIA DA CAPITANIA DE PERNAMBUCO NO BRASIL COLONIAL






Resumo



A Capitania de Pernambuco foi uma das mais relevantes unidades administrativas do Brasil colonial, destacando-se por sua economia açucareira, sua posição estratégica no comércio atlântico e seu papel nas disputas políticas e militares do período. Este artigo analisa a trajetória da capitania desde sua fundação por Duarte Coelho em 1535 até seu papel como centro de resistência, riqueza e influência sociopolítica na história colonial brasileira.


Palavras-chave: Capitania de Pernambuco; açúcar; Brasil colonial; Duarte Coelho; economia colonial.


Introdução


A colonização portuguesa no Brasil estruturou-se inicialmente por meio do sistema de Capitanias Hereditárias, entre as quais Pernambuco se destacou como uma das mais bem-sucedidas. Concedida a Duarte Coelho em 1534, a capitania desenvolveu-se rapidamente, com a fundação de Olinda e o início da produção de açúcar, inserindo-se de maneira estratégica na economia colonial portuguesa. Este artigo propõe uma análise descritiva e interpretativa sobre os fatores que garantiram a influência de Pernambuco durante o Brasil colonial.


Desenvolvimento


A chegada de Duarte Coelho ao Brasil em 1535 marcou o início de uma fase de organização territorial e administrativa que resultaria na fundação de Olinda em 1537. A denominação "Nova Lusitânia", conferida por Coelho à capitania, sinalizava a intenção de reproduzir, em solo americano, os padrões culturais e administrativos portugueses.


A produção açucareira foi o principal motor da economia pernambucana. As condições naturais favoráveis — solo fértil, clima adequado e proximidade do litoral — facilitaram a instalação de engenhos e a intensificação da monocultura do açúcar. Pernambuco tornou-se, no século XVII, o maior produtor de açúcar da colônia, elemento central no comércio atlântico e nas finanças da Coroa portuguesa.


Esse desenvolvimento atraiu investimentos e novos colonos, além de fomentar uma urbanização precoce, especialmente em Olinda e, posteriormente, no Recife. No entanto, a riqueza da capitania também a tornou alvo de cobiça estrangeira. Entre 1630 e 1654, Pernambuco foi ocupada pelos holandeses, episódio que evidenciou sua importância econômica e estratégica. A resistência luso-brasileira que culminou na expulsão dos invasores fortaleceu o sentimento de identidade local.


Outro pilar da economia pernambucana foi o tráfico de pessoas escravizadas da África, essencial para a manutenção da lavoura canavieira. Pernambuco tornou-se, assim, um dos principais centros do tráfico negreiro da colônia, com consequências profundas na formação de sua estrutura social.


Além da importância econômica, Pernambuco desempenhou papel de destaque nas revoltas coloniais e movimentos pela autonomia. A Revolução Pernambucana de 1817 é um exemplo emblemático, revelando a consciência política e a insatisfação com o domínio português.


Conclusão


A Capitania de Pernambuco foi central no projeto colonial português no Brasil. Sua economia açucareira, sustentada pela escravidão, garantiu riqueza ao reino, mas também colocou a região no centro de disputas internas e externas. Sua resistência às invasões e seu protagonismo político nas lutas contra o domínio colonial revelam uma trajetória marcada por dinamismo, conflitos e grande influência social.


Considerações finais


O legado da Capitania de Pernambuco ultrapassa o período colonial. Sua importância econômica, cultural e política moldou parte significativa da história do Brasil, sendo referência em estudos sobre a colonização, a formação da sociedade brasileira e os movimentos emancipatórios. Estudar Pernambuco é, portanto, compreender um capítulo essencial da construção do Brasil.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 



CHATGPT. Capitania de Pernambuco. OpenAI, 2025. Disponível em: https://chat.openai.com/. Acesso em: 15 mar. 2025.

FREYRE, Gilberto. Casa-grande & senzala. 51. ed. São Paulo: Global, 2003.

SOUZA, E. A economia açucareira em Pernambuco no período colonial. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 23, n. 45, p. 101-120, 2003.




Autor: Nhenety KX



Consultado por meio da ferramenta ChatGPT (OpenAI), inteligência artificial como apoio para elaboração do trabalho, em 15 de março de 2025 e a capa do artigo dia 24 de abril de 2025.








INFLUÊNCIA QUE LEVOU A CRIAÇÃO DO ESTADO PORTUGUÊS






RESUMO



A formação do Estado português foi resultado de múltiplas influências históricas, políticas, culturais e religiosas ao longo da Idade Média. Este artigo analisa os principais fatores que contribuíram para a constituição de Portugal como um dos primeiros Estados-nação da Europa, destacando o papel da Reconquista Cristã, do Condado Portucalense, da influência feudal francesa, do apoio da Igreja Católica, da centralização monárquica e da vocação marítima e econômica.


Palavras-chave: Portugal medieval; formação do Estado; Reconquista; Afonso Henriques; Igreja Católica.


INTRODUÇÃO


A criação do Estado português é um marco relevante na história europeia medieval. O processo de formação de Portugal como entidade política independente se deu por meio de diversas influências que se consolidaram ao longo de séculos. Este artigo busca apresentar de forma descritiva e cronológica os principais elementos que contribuíram para a constituição do reino de Portugal, evidenciando os aspectos militares, religiosos, culturais e políticos que moldaram sua estrutura enquanto Estado-nação.


DESENVOLVIMENTO


1. A Reconquista Cristã


O território correspondente ao atual Portugal foi ocupado pelos mouros em 711. A partir dos reinos cristãos do norte da Península Ibérica, iniciou-se um processo de reconquista que culminou na formação do Condado Portucalense em 868. Esta reconquista foi crucial para a consolidação da identidade cristã e territorial do futuro reino.


2. Condado Portucalense e a Independência


No século XI, o rei Afonso VI de Leão e Castela concedeu a Henrique de Borgonha o Condado Portucalense. Seu filho, Afonso Henriques, proclamou-se rei após a vitória na Batalha de Ourique, em 1139. A independência de Portugal foi oficialmente reconhecida pelo rei de Leão em 1143 e confirmada pelo papa em 1179.


3. Influência Feudal e Francesa


Henrique de Borgonha e sua nobreza trouxeram modelos feudais e administrativos da Europa Ocidental. Essa influência moldou a organização social e militar do reino nascente, garantindo-lhe bases estruturais sólidas.


4. Apoio da Igreja Católica


O reconhecimento papal teve papel central na legitimação da monarquia portuguesa. A Igreja reforçou a autoridade dos reis e ajudou a consolidar a identidade cristã e europeia de Portugal.


5. Centralização do Poder Monárquico


Portugal destacou-se entre os reinos ibéricos por consolidar rapidamente um governo centralizado, sob o domínio da dinastia de Borgonha, evitando fragmentações internas e fortalecendo a unidade territorial e política.


6. Expansão Marítima e Econômica


A posição atlântica favoreceu o desenvolvimento de uma vocação marítima desde cedo. O comércio e a exploração oceânica fortaleceram a economia e o prestígio do reino, preparando o cenário para as futuras navegações portuguesas.


CONCLUSÃO


A formação do Estado português não foi um evento isolado, mas resultado de um processo contínuo de lutas militares, alianças políticas, influências culturais e legitimação religiosa. Ao reunir esses elementos, Portugal se tornou um dos primeiros Estados-nação da Europa, com identidade própria e coesão territorial desde a Idade Média.


CONSIDERAÇÕES FINAIS


A análise das influências que moldaram a criação do Estado português revela um contexto complexo e multifacetado. A compreensão desses fatores não só ilumina a origem de Portugal, como também ajuda a entender a formação dos Estados europeus medievais. Estudar esses processos contribui para reconhecer os mecanismos de construção de identidade e soberania que ainda repercutem nas nações contemporâneas.



REFERÊNCIAS



CHATGPT. Influências que levaram à criação do Estado português. OpenAI, 2025. Disponível em: https://chat.openai.com/. Acesso em: 15 mar. 2025.


MATTOSO, José. História de Portugal – O Primeiro Reino. Lisboa: Editorial Estampa, 1993.


SARAIVA, José Hermano. História Concisa de Portugal. Publicações Europa-América, 1978.


OLIVEIRA MARQUES, A. H. de. História de Portugal. Lisboa: Bertrand Editora, 1972.




Autor: Nhenety KX



Consultado por meio da ferramenta ChatGPT (OpenAI), inteligência artificial como apoio para elaboração do trabalho, em 15 de março de 2025 e a capa do artigo dia 24 de abril de 2025.











INFLUÊNCIA MUÇULMANA NA PENÍNSULA IBÉRICA






Resumo



A presença muçulmana na Península Ibérica, entre os anos de 711 e 1492, resultou em profundas transformações culturais, científicas, arquitetônicas e sociais. Este artigo analisa, em estrutura descritiva, as principais contribuições dessa ocupação, que ainda ressoam na cultura ibérica contemporânea. Destacam-se os avanços nas ciências, agricultura, urbanismo, artes, língua e convivência inter-religiosa. A permanência desses elementos após a Reconquista Cristã demonstra a duradoura influência muçulmana na configuração histórica da região.


Palavras-chave: Península Ibérica, muçulmanos, influência cultural, Al-Andalus, Reconquista.


Introdução


A conquista muçulmana da Península Ibérica em 711 marcou o início de um dos períodos mais ricos e complexos da história europeia medieval. Sob o domínio islâmico, especialmente durante o período do Al-Andalus, a península tornou-se um espaço de intercâmbio cultural, científico e artístico entre muçulmanos, cristãos e judeus. Este artigo tem por objetivo apresentar, de forma estruturada e didática, as diversas áreas em que a presença muçulmana deixou legados profundos, demonstrando como essa influência moldou aspectos fundamentais da cultura ibérica.


Desenvolvimento


Arquitetura e Urbanismo


A arquitetura muçulmana introduziu elementos únicos, como os arcos em ferradura, pátios internos com fontes e o uso ornamental dos azulejos. Exemplos notáveis incluem o complexo palaciano da Alhambra (Granada), a Mesquita-Catedral de Córdoba e o Alcázar de Sevilha. Tais construções revelam um refinamento estético aliado a conhecimentos avançados de engenharia e hidráulica.


Ciência e Educação


Durante o domínio muçulmano, cidades como Córdoba e Toledo tornaram-se centros do saber. O legado inclui traduções de textos greco-romanos, avanços em astronomia, matemática (introdução do zero e do sistema decimal), medicina e filosofia. Esses saberes influenciaram o Renascimento europeu.


Agricultura e Engenharia Hidráulica


Técnicas de irrigação como noras, açudes e canais foram amplamente empregadas, o que permitiu a expansão de culturas como arroz, laranja, algodão, açúcar e açafrão. O aproveitamento racional da água contribuiu para o desenvolvimento agrícola sustentável.


Língua e Cultura Literária


A influência árabe deixou marcas profundas no vocabulário do espanhol e do português, com milhares de palavras herdadas. Além disso, a literatura e a poesia ibérica absorveram formas, temas e estilos da tradição árabe-andaluza.


Música e Arte Decorativa


A música flamenca, entre outros gêneros, revela traços de escalas e ritmos árabes. Na arte, o uso de padrões geométricos, arabescos e caligrafias se espalhou, influenciando também a arte sacra cristã na região.


Organização Social e Política


Os muçulmanos introduziram sistemas administrativos complexos, modelos de governança locais e regionais e práticas jurídicas inspiradas na Sharia. A convivência entre diferentes povos e religiões, embora nem sempre pacífica, possibilitou rica troca cultural e tecnológica.


Conclusão


A presença muçulmana na Península Ibérica foi um dos episódios mais significativos da história do continente europeu. Sua influência transcende os oito séculos de domínio político e permanece viva nas formas de expressão artística, no vocabulário, na arquitetura e até mesmo nos costumes ibéricos. O período do Al-Andalus representa um raro exemplo de confluência de saberes e culturas no contexto medieval, cujo impacto moldou aspectos importantes do mundo moderno.


Considerações Finais


A abordagem da influência muçulmana na Península Ibérica permite uma melhor compreensão das raízes da diversidade cultural europeia. O reconhecimento dessas contribuições promove uma visão mais integrada da história e favorece o diálogo intercultural. Estudos contínuos sobre o tema são fundamentais para preservar esse legado e ampliar o conhecimento sobre os processos históricos de intercâmbio entre civilizações.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 



FERREIRA, Jorge. História da Península Ibérica. São Paulo: Contexto, 2015.


GARCÍA SANZ, Ángel. La herencia árabe en España. Madrid: Ediciones Akal, 2004.


LOPEZ, María Rosa Menocal. The Ornament of the World: How Muslims, Jews, and Christians Created a Culture of Tolerance in Medieval Spain. Boston: Back Bay Books, 2003.


MATTOSO, José. História de Portugal – A Idade Média. Lisboa: Círculo de Leitores, 1993.


WATT, W. Montgomery. A History of Islamic Spain. Edinburgh: Edinburgh University Press, 1992.




Autor: Nhenety KX



Consultado por meio da ferramenta ChatGPT (OpenAI), inteligência artificial como apoio para elaboração do trabalho, em 15 de março de 2025 e a capa do artigo dia 24 de abril de 2025.






A INFLUÊNCIA DOS VISIGODOS NA PENÍNSULA IBÉRICA





Legado Jurídico, Religioso e Cultural entre os Séculos V e VIII



RESUMO



A presença visigótica na Península Ibérica entre os séculos V e VIII foi determinante para a formação das estruturas políticas, jurídicas, religiosas e culturais que moldaram os reinos cristãos medievais ibéricos. Este artigo propõe uma análise descritiva da herança deixada pelos visigodos, destacando seus principais legados: o direito, a administração, a religião, a arte, a estrutura social e a continuidade de sua influência após a invasão muçulmana de 711. Ao abordar esses aspectos, busca-se compreender como a civilização visigótica contribuiu para os alicerces de Portugal e Espanha.


Palavras-chave: Visigodos, Península Ibérica, direito, religião, cultura, herança medieval.


1. INTRODUÇÃO


O período de domínio visigodo na Península Ibérica, entre os séculos V e VIII, foi um dos mais significativos no processo de transição da Antiguidade para a Idade Média no contexto ibérico. Após a queda do Império Romano do Ocidente, os visigodos, um povo de origem germânica, estabeleceram-se no território ibérico e fundaram um reino que, apesar de relativamente curto, deixou profundas marcas nas estruturas sociais, religiosas e políticas da região. Este artigo propõe uma abordagem panorâmica da influência visigótica, ressaltando seus legados mais duradouros e sua importância na constituição das identidades culturais ibéricas.


2. DESENVOLVIMENTO


2.1 Direito e Administração


Um dos legados mais expressivos dos visigodos foi o desenvolvimento de um sistema jurídico que conciliava tradições germânicas e romanas. Destacam-se o Código de Leovigildo, no final do século VI, e o Liber Iudiciorum, compilado em 654 sob o reinado de Recesvinto. Este último tornou-se a base do direito visigótico e influenciou profundamente o direito medieval ibérico, pois unificava normas para visigodos e hispano-romanos, fortalecendo a centralização do poder régio.


2.2 Religião e Igreja


Inicialmente adeptos do arianismo, os visigodos converteram-se ao catolicismo em 589, durante o reinado de Recaredo I. Essa conversão teve profundo impacto político e social, fortalecendo a aliança entre a Igreja e a monarquia. Os Concílios de Toledo, assembleias que reuniam reis e bispos, tornaram-se centros de poder e deliberação sobre questões doutrinárias, civis e políticas, integrando a Igreja ao funcionamento do Estado visigótico.


2.3 Arquitetura e Arte


A arte visigótica, influenciada pelas tradições romanas e bizantinas, revelou-se principalmente na arquitetura religiosa. Exemplos notáveis são as igrejas de San Juan de Baños (Espanha) e São Frutuoso de Montélios (Portugal), com suas plantas basilicais e arcos em ferradura. Além disso, o requinte da ourivesaria visigoda pode ser observado nas coroas votivas do Tesouro de Guarrazar, que demonstram o alto grau de sofisticação artística.


2.4 Língua e Cultura


Apesar de o latim ter permanecido como língua dominante, os visigodos introduziram elementos do léxico germânico, especialmente relacionados à guerra e à administração. A influência cultural também se deu na onomástica, com a popularização de nomes germânicos. Contudo, sua contribuição para a formação de uma cultura híbrida germano-romana foi mais perceptível nos costumes e estruturas sociais.


2.5 Estrutura Social e Política


Os visigodos estabeleceram uma monarquia eletiva, que frequentemente gerava disputas internas, mas também criou um modelo de aristocracia que mesclava elites germânicas e hispano-romanas. Essa fusão consolidou a base social que sustentaria os reinos cristãos da Idade Média. O ideal de realeza visigótica influenciaria diretamente os modelos monárquicos ibéricos posteriores.


2.6 Influência no Período Pós-Visigótico


Mesmo após a conquista muçulmana de 711, a cultura visigótica não desapareceu. Ela sobreviveu nos reinos cristãos do norte, como Astúrias e Leão, sendo resgatada como símbolo de resistência e identidade. Durante a Reconquista, o legado visigótico foi reinterpretado como herança legítima dos reinos cristãos em luta contra o domínio islâmico, contribuindo para a formação de uma memória coletiva medieval.


3. CONSIDERAÇÕES FINAIS


O domínio visigodo na Península Ibérica foi um período de síntese entre tradições germânicas e romanas, cujo legado perdura na cultura ibérica. A codificação do direito, a organização da Igreja, a produção artística, a estrutura social e o modelo político adotado influenciaram de maneira decisiva a formação dos reinos medievais de Portugal e Espanha. Mesmo após o fim do reino visigodo, sua memória permaneceu viva, sendo ressignificada no contexto da Reconquista e da construção das identidades nacionais ibéricas. Compreender essa influência é essencial para entender os alicerces da história medieval da Península.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



BARCELÓ, Miquel. A Alta Idade Média: Ocidente Cristão e Mundo Islâmico. Lisboa: Edições 70, 2000.


DÍEZ, José Ignacio de la Iglesia. Historia de los visigodos. Madrid: Ediciones Akal, 2003.


FLETCHER, Richard. The Visigoths in the Time of Ulfila. London: Methuen & Co., 1980.


GONZÁLEZ, Julio. El reino visigodo. Madrid: Historia 16, 1993.


LE GOFF, Jacques. A Civilização do Ocidente Medieval. São Paulo: Edições Loyola, 2001.


SÁNCHEZ-ALBORNOZ, Claudio. España: un enigma histórico. Buenos Aires: Editorial Sudamericana, 1973.




Autor: Nhenety KX



Consultado por meio da ferramenta ChatGPT (OpenAI), inteligência artificial como apoio para elaboração do trabalho, em 15 de março de 2025 e da imagem dia 23 de abril de 2025.





INFLUÊNCIA ROMANA NA PENÍNSULA IBÉRICA





Os Ecos de Império na Alma Ibérica 



Resumo



A ocupação romana na Península Ibérica, iniciada em 218 a.C., foi determinante para a formação histórica, cultural, política e econômica da região. A romanização promoveu transformações profundas, cujos reflexos ainda são visíveis nas sociedades contemporâneas de Espanha e Portugal. Este artigo tem como objetivo descrever os principais aspectos dessa influência, abordando a cultura, o sistema político-administrativo, as estruturas econômicas e o legado jurídico, com base em fontes históricas e arqueológicas.


Palavras-chave: Roma Antiga; Península Ibérica; Romanização; Cultura; História Ibérica.


Introdução


A Península Ibérica, localizada no extremo sudoeste da Europa, foi palco de diversas civilizações ao longo da Antiguidade. Entre elas, a presença romana foi a que mais profundamente impactou a formação identitária dos povos locais, incluindo os iberos, lusitanos, celtiberos e outros grupos autóctones. A partir de 218 a.C., com a Segunda Guerra Púnica, Roma iniciou sua conquista da região, que se estenderia por quase dois séculos. O objetivo deste artigo é apresentar uma análise das principais influências romanas na Península Ibérica, com ênfase nas dimensões cultural, política, econômica e social.


Desenvolvimento


1. Influência Cultural


A romanização da cultura ibérica manifestou-se sobretudo pela difusão da língua latina, que se tornaria a base dos idiomas românicos — como o espanhol, o português e o catalão. No campo urbano, Roma implantou seu modelo de cidade, com fórum, templos, termas, teatros e aquedutos, como se observa em cidades como Mérida (Emerita Augusta) e Tarragona (Tarraco). A religião politeísta romana foi introduzida e muitas vezes sincretizada com cultos locais, antecedendo a adoção do cristianismo nos séculos posteriores.


2. Influência Política e Jurídica


O direito romano influenciou de forma duradoura as estruturas legais da Península. A organização administrativa imposta por Roma integrava a região como província do Império, sob o nome de Hispânia. As elites locais foram incorporadas à administração romana, passando a exercer funções no governo provincial. Com o Édito de Caracala, em 212 d.C., todos os habitantes livres do Império passaram a ser cidadãos romanos, ampliando o sentimento de pertencimento e lealdade à estrutura imperial.


3. Infraestrutura e Integração Territorial


A construção de estradas, pontes e aquedutos foi essencial para a integração da Península ao Império Romano. Essas vias não apenas facilitavam o deslocamento de tropas e a administração, como também impulsionavam o comércio regional e interprovincial.


4. Economia e Produção


A economia da Hispânia romana baseava-se na mineração (ouro, prata, estanho) e na agricultura (vinho, azeite e cereais). A produção agrícola era voltada tanto para o consumo local quanto para o abastecimento do restante do Império. A Península Ibérica tornou-se um dos centros comerciais mais importantes do mundo romano, com portos ativos no Mediterrâneo e no Atlântico.


Considerações Finais


A presença romana na Península Ibérica deixou um legado que perdura até os dias atuais. As línguas, o direito, a urbanização, as tradições religiosas e os sistemas econômicos contemporâneos carregam elementos romanos profundamente enraizados. A compreensão desse processo de romanização é fundamental para entender a formação histórica da identidade ibérica e sua integração ao contexto europeu.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 



CAMPOS, J. M. Gonçalves. A romanização da Península Ibérica. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1990.


GARCÍA Y BELLIDO, Antonio. España y los españoles hace dos mil años. Madrid: Espasa-Calpe, 1968.


LEÃO, Dulce. A Herança Romana em Portugal. Lisboa: Editorial Presença, 2002.


WOOLF, Greg. Rome: An Empire’s Story. Oxford: Oxford University Press, 2012.



Autor: Nhenety KX



Consultado por meio da ferramenta ChatGPT (OpenAI), inteligência artificial como apoio para elaboração do trabalho, em 15 de março de 2025 e da imagem dia 23 de abril de 2025.





INFLUÊNCIA ROMANA NO NORTE DE PORTUGAL






Resumo



O presente artigo analisa a influência romana no norte de Portugal, destacando sua predominância em relação à influência muçulmana. A chegada dos romanos no século II a.C. resultou na fundação de cidades, construção de vias e disseminação do latim vulgar, deixando marcas profundas e duradouras na cultura e na organização territorial da região. A presença muçulmana, por sua vez, foi efêmera e restrita, principalmente devido à resistência local e à geografia acidentada. O estudo foca particularmente nas cidades de Braga e Guimarães como exemplos da continuidade da herança romana e cristã.

Palavras-chave: Romanização; Norte de Portugal; Braga; Muçulmanos; Gallaecia.


1. Introdução


O território que hoje compõe o norte de Portugal foi historicamente marcado por diversas influências culturais, com destaque especial para o domínio romano, que se sobrepôs significativamente a outras ocupações, como a muçulmana. A importância da herança romana se reflete não apenas nas estruturas físicas, como estradas e cidades, mas também na formação linguística, cultural e religiosa da região. Este artigo busca analisar de forma sintética e descritiva como o processo de romanização moldou profundamente o norte português, em contraste com a presença efêmera dos mouros.


2. Desenvolvimento


2.1 A presença romana e a formação da Gallaecia


Os romanos chegaram à Península Ibérica no contexto das Guerras Púnicas e consolidaram seu domínio sobre o noroeste peninsular por volta do século II a.C. A região foi incorporada à província da Gallaecia, e Bracara Augusta (atual Braga) tornou-se um importante centro administrativo, comercial e cultural. A romanização implicou a construção de vias como a Via XVII, termas, aquedutos, templos e a implementação de uma organização política e social de base latina.

A língua portuguesa, derivada do latim vulgar, é uma das heranças mais duradouras desse processo, além dos elementos arquitetônicos, urbanísticos e até mesmo práticas agrícolas introduzidas pelos romanos. A continuidade dessas estruturas foi fundamental para a formação das futuras unidades políticas medievais, como o Reino de Leão e o Condado Portucalense.


2.2 A resistência à ocupação muçulmana


A invasão muçulmana da Península Ibérica, iniciada em 711, teve um impacto mais profundo nas regiões sul e centro, como o Alentejo e o Algarve. No norte, porém, os mouros enfrentaram forte resistência por parte dos cristãos locais. A geografia acidentada, composta por montanhas e vales, favoreceu a organização de focos de resistência, como o Reino das Astúrias e, posteriormente, o Condado Portucalense.

Cidades como Braga e Guimarães, longe de serem islamizadas, tornaram-se bastiões do cristianismo medieval. Essa resistência precoce permitiu que a herança romana e cristã permanecesse praticamente intacta, o que ajuda a explicar a forte identidade cultural dessas regiões, notadamente visível nas tradições religiosas, nas estruturas medievais e na própria paisagem urbana.


3. Considerações Finais


A influência romana no norte de Portugal revelou-se mais duradoura e profunda do que a muçulmana. Enquanto o sul do país foi amplamente moldado pela presença islâmica durante séculos, o norte manteve-se como um centro de continuidade da cultura romana e da fé cristã. A cidade de Braga, herdeira direta de Bracara Augusta, é um exemplo eloquente da permanência desta herança, tanto em sua estrutura urbana quanto em seu papel religioso. Guimarães, berço da nacionalidade portuguesa, também reflete esse legado. A análise histórica reforça, assim, a importância da romanização na formação da identidade cultural e histórica do norte de Portugal.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 



DIAS, Jorge de Alarcão. Romanização do Noroeste da Península Ibérica. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2009.

FERNANDES, Hermenegildo. História de Portugal: das origens à atualidade. Lisboa: Esfera dos Livros, 2010.

MATTOSO, José. A Identidade Nacional: Formação e Transmissão. Lisboa: Círculo de Leitores, 1998.

TEIXEIRA, Carlos Alberto. Braga Romana: História e Arqueologia. Braga: Edições Colibri, 2003.

VASCONCELOS, Carolina Michaelis de. Estudos sobre o Dialeto Português de Bragança. Coimbra: Universidade de Coimbra, 1900.



Autor: Nhenety KX


Consultado por meio da ferramenta ChatGPT (OpenAI), inteligência artificial como apoio para elaboração do trabalho, em 15 de março de 2025. 





INFLUÊNCIA DOS CASTROS





Aldeias Fortificadas do Norte de Portugal 



Resumo



Este artigo analisa a influência das aldeias fortificadas conhecidas como castros, especialmente na região do noroeste da Península Ibérica, e seu papel na formação cultural e histórica do norte de Portugal. Aborda-se a origem e a localização dos castros, com destaque para o Castro de Santa Trega, e as conexões entre essas estruturas e a toponímia portuguesa, como o nome “Portugal”, derivado de “Portus Cale”. O estudo também apresenta uma breve análise dos povos celtas, galaicos e lusitanos, discutindo a herança castreja no território português.


Palavras-chave: castros; cultura castreja; celtas; Portus Cale; norte de Portugal.


1. Introdução


As origens da identidade cultural portuguesa estão profundamente enraizadas nos antigos povos que habitaram a Península Ibérica antes da chegada dos romanos. Dentre essas populações, destacam-se os celtas e os galaicos, que construíram aldeias fortificadas conhecidas como castros, especialmente nas regiões montanhosas do noroeste da península. Tais estruturas não apenas serviam como habitações e pontos de defesa, mas também simbolizam uma organização social e cultural sofisticada. Este artigo busca investigar a influência dessas aldeias fortificadas na formação cultural do norte de Portugal, destacando o papel dos castros na construção da identidade territorial e toponímica portuguesa.


2. Desenvolvimento


2.1. Os castros e a cultura castreja


Os castros eram povoados fortificados, normalmente situados no topo de colinas, característicos da Idade do Ferro e da fase de romanização no noroeste da Península Ibérica. Faziam parte da chamada cultura castreja, cujas comunidades tinham um modelo social tribal, com estruturas defensivas de pedra e planta circular. Estes assentamentos foram ocupados por povos celtas e pré-romanos, como os Callaeci (ou galaicos), estabelecidos na atual Galiza, norte de Portugal, Astúrias e Leão (GARCÍA QUINTELA, 2001).


2.2. O Castro de Santa Trega


Um dos exemplos mais emblemáticos da cultura castreja é o Castro de Santa Trega, localizado em A Guarda, na província de Pontevedra, Galícia (Espanha). Este sítio arqueológico encontra-se a apenas 3 km da fronteira com Portugal, no distrito de Viana do Castelo. A proximidade do castro com o território português revela fortes vínculos culturais entre as populações galaicas e as do norte de Portugal, evidenciando a extensão da cultura castreja para além das fronteiras políticas modernas (REIMERS, 2004).


2.3. A origem do nome “Portugal” e o castro de Cale


A origem do nome “Portugal” remonta à antiga cidade de Portus Cale, localizada na foz do rio Douro, onde hoje se encontram o Porto e Vila Nova de Gaia. Acredita-se que Cale tenha sido um castro situado na margem sul do rio Douro, habitado por povos galaicos (MATTOSO, 1997). O termo Portus foi adicionado durante a ocupação romana, designando o porto de Cale (Portus Cale), que com o tempo evoluiu para Portucale, e posteriormente Portugal. Embora a teoria de que Cale tenha origem celta seja amplamente aceita, ainda há debates entre historiadores e linguistas sobre a exata etimologia do termo.


2.4. Celtas, lusitanos e galaicos


Os celtas chegaram à Península Ibérica por volta do século IX a.C., misturando-se com os povos ibéricos e originando os chamados celtiberos. No noroeste da península, formaram-se os galaicos, um grupo celta ou celtizado. Os lusitanos, povo celta de forte influência ibérica, habitaram a região central do atual território português e são considerados antepassados diretos dos portugueses. Todos esses povos contribuíram para a construção da identidade cultural de Portugal, cujas raízes se encontram entrelaçadas com a cultura castreja (SILVA, 2011).


3. Considerações Finais


A presença de castros em regiões próximas ao atual território português, como o Castro de Santa Trega, demonstra que a cultura castreja exerceu forte influência no norte de Portugal. Além do aspecto material, representado pelas construções fortificadas, há também um legado cultural, social e simbólico que perdura na identidade portuguesa. A cidade de Portus Cale, possível herança de um castro celta, não só originou o nome do país, como evidencia a profunda conexão entre a cultura castreja e o nascimento de Portugal. Portanto, compreender os castros é essencial para entender as bases históricas e culturais do país.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 



GARCÍA QUINTELA, Marco V. La cultura castreña: el mundo de los castros galaicos. Madrid: Síntesis, 2001.


MATTOSO, José. História de Portugal: A formação da nacionalidade (vol. 1). Lisboa: Editorial Estampa, 1997.


REIMERS, E. Santa Trega: arqueología y cultura castreña. Vigo: Ediciones Xerais, 2004.


SILVA, Armando Coelho Ferreira da. Povos Pré-Romanos de Portugal. Lisboa: Editorial Presença, 2011.



Autor: Nhenety KX



Consultado por meio da ferramenta ChatGPT (OpenAI), inteligência artificial como apoio para elaboração do trabalho, em 15 de março de 2025. 







quarta-feira, 12 de março de 2025

DIGLOSSIA DO TEREJÊ

 


Recentemente falei sobre uma teoria sobre a palavra pikwa 'homem', significando 'aqueles que vieram' e a palavra para 'mulher' sendo cognata dessa palavra circulada do Cayapó do Sul:


C. do Sul insipiá vs Xokó: aspikiá


Percebo que a língua faz uma distinção na fala entre homem e mulher, como os Karajá fazem, onde as mulheres preservaram a língua e sua gramática, de origem do Cayapó do Sul e os homens preservaram o léxico Arawak. 


Isso explica porque temos a palavra ati'a 'fogo' e xaki-xa/atsá 'fogo' do Baure jaki- 'fogo, lenha', as palavras estavam sendo faladas por gêneros diferentes, isso também explicaria o porquê de termos a documentação no Wakonã de três pronomes de origem Arawak diferentes: w- 'nós' (w-ako-nan), j- 'ele' (j-ako-nan) e (i)n- 'eles' (n-ako-nan, in-aka-nan), mas ao mesmo tempo tendo um pronome que não corresponde com esses, que é do Cayapó do Sul, que é preservado em a-ti-'a como ti- 'ele(a)', que forma verbos no Cayapó.


Assim concluo que as línguas Xokó e Natú possuíam diglossia com base no gênero, assim como o Garifuna moderno e o Karajá possuem, e o Sumério possuía.





Autor da matéria: Suan Kariri



ROJÃO NA LÍNGUA MÃE DA LUA


- *De Kayãmé Netsobá*

- *Netsobá Dé Kayãmé*

 - *Dé Kayãmé Netsobá*


             TRADUÇÃO


- Mãe da Lua fala você viu .

- Vemos Mãe da Lua Falar .

- Mãe da Lua falar você viu.




Autor da matéria: Nhenety Kariri-Xocó 



terça-feira, 11 de março de 2025

POR QUE FAZEMOS O WAYUKA ? A ORIGEM EM CANTOS TUPINAMBÁ


No mapa de Nimuendajú, ele nos mostra a presença do povo Tupinambá no São Francisco, poucas léguas de distância dos Dzubukuá no mapa (Marcado pelas listras vermelhas), o povo Tupinambá teve forte interação com nosso povo, visto que temos palavras como Tupi como wrara 'tambor' (guarará), wracappa 'escudo' (guaracapá) e porfim, wajwca 'Wayuká' (guaiú 'canto usado quando alguém visita a aldeia').





Autor da matéria: Ari Llusan Kariri-Xocó 



domingo, 9 de março de 2025

GRUPO ARAWAK (18 MORFEMAS)


manusi ‘vento’: cognato do Baure manʊ ‘frio’, provavelmente sufixado com -ti ‘independentizador’


ba sîu ‘cachorro’: possivelmente do Xavante watsihu ‘desamarrar’, ou do Trinitario (Arawak da Bolívia) pakʊ ‘cachorro’.


sîakisîa ‘fogo’ (Natú): cognato do Proto-Bolívia *jʊkʊ ‘fogo’, compare o Baure jaki ‘fogo’


kra ‘água, rio’: Possível cognato do Tuxá kale-shi ‘rio São Francisco’ e do Yaathê txhale ‘mar’, cognatos do Proto-Bolívia


unà ‘água’ (Natú kra-unà): cognato do Proto-Bolívia *ʊne ‘água’, a qualidade da vogal final corresponde com o Baure ina ‘água’


nanà ‘úmido’ (Xokó: kra-nanà): cognato do Proto-Bolívia *nana ‘úmido’, a qualidade da vogal é preservada no Ignaciano, enquanto em outros ocorre /a/ > /o/.


adsa ‘fogo’ (Xokó): cognato do Proto-Bolívia *jʊkʊ ‘fogo’, compare o Baure jaki ‘fogo’


sabwe ‘arco’: Potencial cognato do Yaathê otxhaweka ‘atirar’ e do Baniwa de Maroa tsawi-ta ‘flechar’.


wèsirè ‘pé’: Cognato do Baniwa de Maroa tsipala ‘pé’, por meio de tsipala > patsila (metátese) > watsira > wêsirê


gandi-lla ‘casa’: Compare Yavitero (língua irmã do Baniwa de Maroa)  katsi-tsia ‘andar’ e -l̥á ‘ir’


kra-wawe, kri-wawi ‘lua’: Compare Yavitero (língua irmã do Baniwa de Maroa) keri ‘lua’ + wíwinali ‘estrela’


kra-ssulo ‘sol’: Compare Yavitero (língua irmã do Baniwa de Maroa) keri ‘lua’ + Baniwa de Maroa -aʂa-le ‘suor’ e Yavitero -hál̥a ‘suor’


atisere, adsihi ‘terra’: Compare Baniwa de Maroa jatsi-pe ‘terra’, compare o sufixo -hi ‘coletivo’ do das línguas Arawak da Bolívia *mote-hi ‘terra’, -sere provavelmente corresponde ao Ignaciano sereca ‘cavar’.




Autor da matéria: Ari Llusan Kariri-Xocó 



GRUPO JÊ SETENTRIONAL (5 PALAVRAS)


ikrâ ‘machado’: Cognato do Jê Setentrional krã-mẽ ‘cabeça-arremesar’ > ‘machado’, a palavra sofreu redução silábica, possivelmente por intermeio de: krã-mẽ > krã-m > krã > kraː (krâ) > i-kraː (ikrâ) ‘3-machado’


a-wèr ‘boca’: Composto entre o prefixo Jê Setentrional a- ‘argumento genérico’ + wẽr ‘dizer, falar’, cognato do Wakonã bêlê ‘dizer’


màji’èò ‘homem’: Essa palavra também é mista, primeiro surge a palavra mà ‘gente, PL’, cognato do Jê Setentrional mẽ ‘gente, PL’, seguido por uma descrição a partir de um verbo Akuwẽ zi’èò, cognato do Xavante tsi’ahöri ‘combater’ (< *tsi-kahö-ri lit.: ‘bater entre si’). Palavra de aspecto misto


atisèrè ‘terra’: Cognata direta do Xavante ti’a ‘terra’ (< *tika), parece que havia uma ênfase na descrição da terra como local dos camotins, pois o verbo sêrê ‘colocar, meter’ é diretamente cognato do Xavante tsẽrẽ ‘colocar, meter’, mas existe a possibilidade de ser uma expressão antiga que significa ‘colocar os pés’ ou ‘viver’. O a- inicial é cognato do Jê Setentrional *a- ‘terra’ (usado em compostos), assim a-ti-sêrê ‘terra-terra-colocar’. Palavra de aspecto misto.


ati’a ‘fogo’: essa palavra, já em sua forma documentada, é mista, pois utiliza de um prefixo que não existe nas línguas do grupo do Panará, que é o prefixo a- ‘argumento genérico’, sendo este do Jê Setentrional. A palavra, no entanto, parece ter entrado na língua sem a remoção do prefixo de terceira pessoa ti-, que marca que esse lexema é um verbo (cf.: Cayapó do Sul: tikaa ‘queimar’), ou talvez, tal fosse a forma de nominalização de verbos nessa língua mista. Palavra de aspecto misto.




Autor da matéria: Ari Llusan Kariri-Xocó 



GRUPO AKUWẼ (12 PALAVRAS)


màji’èò ‘homem’: Essa palavra também é mista, primeiro surge a palavra mà ‘gente, PL’, cognato do Jê Setentrional mẽ ‘gente, PL’, seguido por uma descrição a partir de um verbo Akuwẽ zi’èò, cognato do Xavante tsi’ahöri ‘combater’ (< *tsi-kahö-ri lit.: ‘bater entre si’). Palavra de aspecto misto


aspikia ‘mulher’: Mais uma palavra que sofreu fusão, nesse caso, parece que os falantes confudiram pikwa ‘mulher’, um cognato do Xavante pi’õ (< *pikõ) com um cognato do Cayapó do Sul insipiá ‘mulher’, gerando as formas aspikiá e spikwais (-is ‘plural’ provavelmente do português), demonstrando a característica mista da língua Terejê.


pikwa ‘homem’: Essa forma provavelmente surgiu por processos similares ao de cima, a palavra Cayapó do Sul para ‘homem’ é impuaria ou puara, cujo nesse caso sofreu influências fonéticas de pikwa ‘mulher’.


atisèrè ‘terra’: Cognata direta do Xavante ti’a ‘terra’ (< *tika), parece que havia uma ênfase na descrição da terra como local dos camotins, pois o verbo sêrê ‘colocar, meter’ é diretamente cognato do Xavante tsẽrẽ ‘colocar, meter’, mas existe a possibilidade de ser uma expressão antiga que significa ‘colocar os pés’ ou ‘viver’. O a- inicial é cognato do Jê Setentrional *a- ‘terra’ (usado em compostos), assim a-ti-sèrè ‘terra-terra-colocar’.


bari ‘fumo, tabaco’: Cognato direto do Akuwẽ warῖ ‘fumo, tabaco’, note que a língua Xokó modificou o /w/ para /b/, isso é um aspecto típico das línguas Jê Setentrional, que transformaram todos os seus antigos /w/ em /b/.


a-koma ‘grande’: Composto entre o prefixo Jê Setentrional a- ‘argumento genérico’ + koma ‘afastado de’, cognato do Xavante ‘ãma ‘afastado de’, assim a-koma ‘coisa afastada, grande’.


turso ‘dente’: Composto de tulîu ‘rosto’, este provavelmente sendo uma verbalização de tu ‘olho, rosto’, na forma não-finita, assim tu-r > tu-lîu ‘olhando, vendo, observando’ + so ‘morder’, cognato do Xavante tsa ‘morder’.


tursò ‘olho’: Composto de tulîu ‘rosto’ + sò ‘olhar, ver’, cognato do Xavante tsãmri ‘ver’.



Autor da matéria: Ari Llusan Kariri-Xocó