🌾 Dedicatória Poética
Dedico ao vento ancestral,
Que sopra em terras antigas,
Aos povos de fé real,
De montanhas e cantigas.
Nos reinos da Galécia e Galícia,
Habita a voz das relíquias.
📖 Índice Poético
Abertura – A Península e a Lenda
Prólogo Poético – O Canto dos Povos Germânicos
Capítulo I – O Reino da Galécia e o Nascimento Suevo
Capítulo II – Braga, a Capital Sagrada
Capítulo III – Da Fé Cristã à Conquista Visigoda
Capítulo IV – O Surgir do Reino da Galícia
Capítulo V – Santiago e o Caminho da Luz
Capítulo VI – Reis, Guerras e Alianças
Capítulo VII – Da Monarquia à História Viva
Encerramento e Epílogo Poético
Nota de Fontes Rimada
Ficha Técnica e Sobre o Autor
🌅 Abertura – A Península e a Lenda
Na península encantada,
Entre mares e cordilheiras,
Ergueu-se a história sagrada
Das terras verdadeiras.
Galécia, mãe da bravura,
Galícia, fé e ternura.
Dois nomes, uma herança,
Que o tempo não separou,
Entre guerras e esperança,
Seu destino se firmou.
Nasceu da força germana,
E do cristão que se irmana.
🛡️ Prólogo Poético – O Canto dos Povos Germânicos
Vieram do norte distante,
Os povos de espada em punho,
E o Império, vacilante,
Tremeu diante do cunho.
Dos suevos, filhos do gelo,
Nasceu um novo desvelo.
Cruzaram rios e terras,
O Reno, o Douro, o Minho,
Em meio a fogo e guerras,
Plantaram seu próprio ninho.
E em Braga fincou-se o trono,
Com fé, poder e dono.
O Império Romano em ruína,
Curvou-se à nova bandeira,
A Galécia se destina
A ser chama verdadeira.
No ocaso da velha era,
Surge a alma que impera.
🏰 CAPÍTULO I – O REINO DA GALÉCIA E O NASCIMENTO SUEVO
I
No ano quatrocentos e nove,
Surgiu no chão lusitano,
Um povo firme e mais nobre,
Com destino soberano.
E sob o sol do ocidente,
Nasceu o reino eloquente.
II
Os suevos, filhos do norte,
Trouxeram a lei e a coragem,
E a fé serviu-lhes de sorte,
Nas trilhas da antiga viagem.
De Roma herdaram cultura,
E ergueram nova estrutura.
III
Braga tornou-se o centro,
De um poder que se expandia,
Entre o Atlântico e o vento,
A Galécia renascia.
Sob brasões e conselhos,
Erguia-se um povo espelho.
IV
Os rios marcavam fronteiras,
Minho, Douro e seu cantar,
Das florestas altaneiras,
O novo reino a brilhar.
E o povo, unido e cristão,
Seguia com devoção.
V
Foi o primeiro cristão reino,
Da Europa ocidental,
Com fervor puro e ameno,
Fundamento espiritual.
Entre bárbaros e santos,
Ecoaram novos cantos.
VI
O tempo erguia colunas,
De fé, lei e tradição,
E Braga, nas suas dunas,
Era altar e inspiração.
Do romano ao germânico,
Surgia o ibérico místico.
VII
Mas o destino é mudança,
E os visigodos chegaram,
Com espada e esperança,
Os suevos derrotaram.
A Galécia foi unida,
Mas não ficou esquecida.
VIII
Pois de sua antiga chama,
Nasceu a herança divina,
E o cristianismo proclama
A força que ilumina.
Na queda, brotou semente,
Que floresceu novamente.
🕊️ CAPÍTULO II – BRAGA, A CAPITAL SAGRADA
I
Oh Braga de reis e altares,
Do saber e da oração,
Guardas entre teus lugares
O início da cristandade e união.
Teu solo guarda os segredos
Dos séculos e seus enredos.
II
Ali a fé se erguia,
Entre mármore e pergaminho,
A Igreja se fortalecia,
Guiando o sagrado caminho.
Os concílios e doutrinas,
Ergueram luzes divinas.
III
Foi centro de conversão,
E exemplo a todo ocidente,
Com pureza e devoção,
Ergueu-se nobre e prudente.
Braga, templo da memória,
Fundamento da história.
IV
Da Galécia à Galícia,
O nome ecoou distante,
Como eterna profecia,
De um povo perseverante.
Sagrado é o teu destino,
Ó berço do amor divino.
V
Mesmo após ser conquistada,
Por reis de espada visigoda,
A tua alma consagrada
Permaneceu firme e toda.
Teu nome, entre rezas e cantos,
Ecoou por todos os santos.
VI
E quando o império ruiu,
Do norte ergueu-se a chama,
Que o Reino cristão construiu,
E a Galícia se proclama.
Das ruínas do passado,
Nasceu o reino sagrado.
VII
Assim, a fé se expandiu,
Entre cruz e espada forte,
E o mundo então se uniu,
Entre destino e sorte.
A Galécia foi raiz,
Do que o cristão sempre quis.
VIII
Entre Celtas e Germânicos,
Entre Roma e o Céu,
A história dos ibéricos
Gravou um novo papel.
Braga, centro e coração,
Da primeira cristã nação.
⚔️ CAPÍTULO III – DA FÉ CRISTÃ À CONQUISTA VISIGODA
I
A fé cresceu como o trigo,
Nos campos da Galécia,
E o povo, em paz e abrigo,
Seguia a luz que o guia.
O Cristo era o estandarte,
Que unia fé e arte.
II
Os bispos eram conselheiros,
Do trono e da devoção,
E os reis, com gestos primeiros,
Benzidos pela unção,
Juravam sob a cruz santa,
Servir com alma e garganta.
III
Mas os tempos são mutáveis,
E o poder nunca descansa,
Os ventos inconstantes e instáveis
Trazem guerras e mudança.
Dos visigodos, vem o aço,
Que rompe a lei e o espaço.
IV
Em quinhentos e oitenta e cinco,
Chegaram sob bandeira,
O rei Leovigildo, rico,
Trouxe guerra verdadeira.
E o reino suevo então cai,
Mas sua luz não se vai.
V
Pois mesmo sob domínio,
Do novo império visigodo,
A Galécia, em seu caminho,
Guardou cultura e modo.
Sua fé permaneceu,
Na alma de quem nasceu.
VI
As igrejas, nas montanhas,
Foram abrigo e canto,
Onde o tempo faz as manhas
E a fé vence o pranto.
O cristão que ali morava,
Rezava e esperava.
VII
E do sangue e da lembrança,
Surgiu a semente pura,
De uma antiga esperança
Que moldou nova estrutura.
Pois da queda e da dor,
Nasce sempre o novo amor.
VIII
Assim, findou-se um reinado,
Mas não sua inspiração,
Do império fragmentado,
Brota outra geração.
E o nome Galécia ecoa,
Como estrela que abençoa.
🕊️ CAPÍTULO IV – O SURGIR DO REINO DA GALÍCIA
I
Passaram séculos sombrios,
De mouros e invasores,
Mas dos vales e dos rios
Renasceram novos amores.
Do norte ergue-se o brado,
De um povo iluminado.
II
Nas Astúrias, lá no monte,
A fé cristã resistiu,
E o reino fez seu horizonte
Quando Afonso o conduziu.
E a Galícia se ergueu,
No destino que Deus deu.
III
O sol da reconquista ardia,
Do mar às serras distantes,
E a cruz, que o céu erguia,
Guiava os reis triunfantes.
A espada, ao lado da fé,
Abriu o caminho até.
IV
Por volta de setecentos e cinquenta,
A Galícia é proclamada,
Com fé firme e vida isenta,
De honra abençoada.
Foi reino e foi oração,
No coração da nação.
V
E quando o tempo avança,
Nasce o brilho compostelano,
Santiago, fé e esperança,
Protege o povo cristão.
Com o cajado e a estrela,
Todo o ocidente o revela.
VI
O caminho do peregrino,
Cruzava serras e mares,
E o santo, em seu destino,
Abençoava os altares.
Galícia tornou-se o centro,
Do sagrado e seu epicentro.
VII
De Leão veio o abraço,
De Castela, a união,
Mas a Galícia, no espaço,
Guardou sua tradição.
Mesmo sob outros tronos,
Manteve antigos dons.
VIII
E assim, no século oitavo,
O reino se consagrou,
Entre guerras, sangue e cravo,
Seu nome se perpetuou.
Galícia, mãe e guerreira,
Herança viva e inteira.
🌟 CAPÍTULO V – SANTIAGO E O CAMINHO DA LUZ
I
Entre os montes e vales frios,
De névoa e de oração,
Sopra o vento dos bramidos
Da antiga revelação.
Santiago, o Apóstolo amado,
Surge ao povo consagrado.
II
Conta a lenda que seu corpo
Em Compostela dormia,
Sob estrelas, em conforto,
Que o céu mesmo acendia.
Nasceu então o caminho,
Guia do humano destino.
III
De toda a Europa vieram
Peregrinos a rezar,
E nas pedras que pisaram,
A fé voltou a brotar.
O mundo se ajoelhou,
E a Galícia se iluminou.
IV
Ergueram-se templos santos,
De pedra, arte e poder,
E nos sinos ecoam cantos
Que o tempo não faz morrer.
Santiago, em tua chama,
Toda a cristandade se inflama.
V
As estradas eram repletas
De cruzes e devoção,
Entre colinas discretas,
Surgia a inspiração.
E os reis, sob o teu véu,
Juravam lealdade ao Céu.
VI
As conchas do teu caminho,
Símbolos de peregrinos,
Marcavam com doce carinho
Os passos e seus destinos.
E a estrela de Compostela,
Fazia a noite mais bela.
VII
Assim nasceu o legado,
Da Galícia peregrina,
Reino santo e abençoado,
De alma pura e divina.
Onde a fé e o saber,
Fizeram o homem renascer.
VIII
E até hoje o caminheiro,
Com cajado e coração,
Segue o trilho verdadeiro
Na mesma peregrinação.
Pois a luz de Compostela,
Brilha eterna e singela.
⚜️ CAPÍTULO VI – REIS, GUERRAS E ALIANÇAS
I
Nos tempos de espada e cruz,
A coroa era destino,
E o sangue que a terra infunde
Era o selo divino.
O rei servia e reinava,
Mas o povo também orava.
II
Galícia, de reis e mares,
De nobres e trovadores,
Guardava em seus altares
As vitórias e os amores.
Seu trono, de fé e luta,
Nunca se fez em labuta.
III
Sob Leão, em união,
E sob Castela, irmã,
A Galícia teve a missão
De ser guardiã cristã.
Foi espada e foi abrigo,
Contra o invasor inimigo.
IV
Em cada guerra travada,
Brilhou o escudo galiciano,
Com bravura consagrada,
Do povo hispano e humano.
Na cruz, no campo e no canto,
Erguia-se o mesmo encanto.
V
Os séculos se entrelaçaram,
Com pactos e coroações,
E os reis se consagraram
Entre rezas e paixões.
Mas o nome da Galícia
Permaneceu na justiça.
VI
Reis, condes e bispos santos,
Governaram e ensinaram,
Com leis, conselhos e mantos,
Os povos que ali ficaram.
E o reino, mesmo em união,
Nunca perdeu sua razão.
VII
Com Castela compartilhou,
Glórias e triste memória,
Mas sua alma não mudou,
Seguiu viva na história.
Pois quem nasce sob este céu,
Tem no peito o próprio véu.
VIII
E quando os tempos mudaram,
E os tronos se dissolveram,
Os reis, que tanto lutaram,
Em lembrança permaneceram.
Galícia, eterna e fiel,
É o verso do mesmo papel.
👑 CAPÍTULO VII – DA MONARQUIA À HISTÓRIA VIVA
I
Findaram-se as coroações,
Mas não findou o seu nome,
Pois reina nas gerações
O espírito que consome.
A Galícia, além dos tronos,
Vive em sonhos e entronos.
II
Dos reis ficaram memórias,
Nas pedras e nas canções,
Nas cruzes e nas vitórias,
Nos versos e tradições.
Pois quem ergue o coração,
Cria eterna monarquia e chão.
III
O tempo apagou os mantos,
Mas não a fé verdadeira,
Que vive em altares santos
E na alma galgueira.
O povo herdou o destino
De ser templo e peregrino.
IV
Da coroa fez-se o saber,
Do cetro, a consciência,
E o poder se fez crescer
Em nova magnificência.
Agora o trono é memória,
E o povo, guardião da história.
V
Em Compostela, o caminho
É o reino redivivo,
Pois o santo e o peregrino
Mantêm o verbo ativo.
A fé tornou-se bandeira,
De uma luz que não é passageira.
VI
A Galícia não é passado,
Mas raiz em flor aberta,
Um legado consagrado
Que o coração desperta.
Entre o campo e o altar,
O tempo não pode apagar.
VII
Das guerras nasceram pontes,
Dos reis, nasceram valores,
E nas terras e horizontes,
Brota o fruto de amores.
Pois a história que se escuta
É chama que nunca se oculta.
VIII
Hoje, quem pisa esse chão
Sente o eco milenar,
De fé, sangue e oração,
De um povo a perseverar.
Galícia é viva escritura,
Do humano e da ternura.
IX
Os trovadores da memória
Cantam reis e labradores,
E o fio sutil da história
Une sábios e sonhadores.
No tear da tradição,
Vive eterna criação.
X
Assim finda o reinado,
Mas não finda a sua vida,
Pois cada verso entoado
É herança renascida.
A monarquia foi humana,
Mas a história... é soberana.
XI
E o poeta, em gratidão,
Recolhe o som e a chama,
Das eras, a inspiração,
Das almas, o que proclama.
Da Galécia à Galícia, o ser,
É o verbo que faz renascer.
🌿 NOTA DE FONTES RIMADA
Da memória e da raiz,
Das histórias do meu chão,
Busquei saberes antigos,
Guardados na tradição.
E também nos livros sábios,
Achei luz e inspiração.
Li Suárez Fernández, mestre,
Que a Espanha soube narrar,
Na Idade Média profunda,
Onde o tempo a se revelar,
Mostrou reis e cruzamentos,
Que a fé veio iluminar.
Com Fletcher, Richard A.,
Vi os bárbaros em transição,
E o império que tombava,
Na força da mutação.
Roma finda, mas renasce,
No verbo e no coração.
De Rogero, o fiel guia,
Os Reinos da Cristandade,
Da Ibéria medieval
Brota a nova identidade,
Onde povos e fronteiras
Desenham humanidade.
Nos escritos de Torres, Henrique,
Achei nobre fundamento:
O Reino Suevo da Galécia
E seu vivo pensamento.
A política dos antigos,
Em eterno movimento.
E nas páginas de García,
Senti o sopro da lenda,
De Compostela e seu brilho,
Que a Galícia reverenda,
Fez templo da caminhada,
Da fé que não se desvenda.
Mas foi Isidoro de Sevilha,
Com seu verbo ancestral,
Que dos Godos e Suevos
Revelou o tribunal:
Raízes que se misturam,
Num só cântico imortal.
Assim o cordel se ergue,
Entre a terra e o saber,
Com as fontes da memória
E a alma a florescer.
Da História nasce o mito,
E do mito, o renascer.
📜 FICHA TÉCNICA EDITORIAL
Título: Reinos da Galécia e Reino da Galícia da Península Ibérica, Literatura de Cordel
Autor: Nhenety Kariri-Xocó
Gênero: Cordel Místico e Filosófico
Tema Central: História dos Reinos Ibéricos Galécia e Galícia
Formato: Digital e Impresso — Estilo Editorial A5
Edição Literária e Diagramação: ChatGPT – Assistente Virtual
Publicação Digital: KXNHENETY.BLOGSPOT.COM
Revisão e Curadoria: Nhenety Kariri-Xocó
Local e Ano: Porto Real do Colégio (AL) – 2025
Direitos Autorais: Reservados conforme Lei nº 9.610/1998
Produção Cultural: Inspirada na Tradição Oral e Espiritual dos Povos Originários do Brasil
Produção Literária: Inspirada e fundamentada no artigo publicado no blog mencionado Sobre a Obra.
🌺 EPÍLOGO FINAL – O CANTO DA ETERNIDADE
E quando o ciclo termina,
Recomeça a vibração,
Pois cada verso é um templo,
De memória e devoção.
Nada morre na poesia,
Tudo é pura ascensão.
Do barro nasce a palavra,
Do fogo, a iluminação,
Do vento, vem o destino,
Da água, a consagração.
E o poeta, em sua prece,
É parte dessa união.
Que este cordel seja ponte,
Entre o humano e o divino,
Entre o ontem e o amanhã,
Entre o caos e o destino.
Pois a Terra é quem ensina
Que o amor é o maior hino.
🌞 QUARTA CAPA POÉTICA
Neste cordel, o leitor
Verá a Vida em seu altar,
Os quatro ventos da Alma,
Em harmonia a soprar.
Fogo, Terra, Água e Ar —
Um só Ser a pulsar.
A capa é um espelho do tempo,
Onde Sol e Lua são pais,
Que em brilho dourado-azul
Se refletem pelos canais.
E do centro do Universo,
O Espírito surge em paz.
Aqui termina a escrita,
Mas o canto não tem fim,
Pois nas páginas do vento,
O Sagrado mora em mim.
E o cordel segue cantando,
Na alma de quem ler assim.
🌿 SOBRE O AUTOR
Nhenety Kariri-Xocó é contador de histórias oral e escrita, poeta, pesquisador da tradição indígena e guardião das memórias do seu povo.
Filho espiritual da Terra, dedica-se a unir o saber ancestral dos povos originários à poesia contemporânea, transformando o verbo em ponte entre mundos.
Seu trabalho ecoa a força do Rio São Francisco e o chamado dos Encantados, mantendo viva a herança cultural Kariri-Xocó em cada verso, símbolo e canção.
🌎 SOBRE A OBRA
Reinos da Galécia e Reino da Galícia – Cordel da Tradição Ibérica uma jornada poética pelos tempos da Idade Média , a filosofia e fé no espírito cristão .
Inspirado nas forças fundamentais da vida dos
cristãos ibéricos na luta pela independência do poder mouros.
Esta obra foi inspirada e fundamentada no artigo publicado no blog “KXNHENETY.BLOGSPOT.COM", disponível em:
https://kxnhenety.blogspot.com/2025/04/reinos-da-galecia-e-reino-da-galicia-da.html?m=0 , seguindo uma estrutura acadêmica nos moldes da ABNT e respaldada em referenciais históricos e culturais que unem a tradição oral ao conhecimento erudito.
Autor: Nhenety Kariri-Xocó



