quarta-feira, 20 de novembro de 2019

TORÉ COCÁ ANDERI ERÁ

TORÉ COCÁ ANDERI ERÁ
( Cocal Minha Casa )

Toré na Língua Indígena
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🍀O cocá anderi ery erá
🍀 o pawy anderi ery kerú
🍀buibú anderi badá
🍀badá ayby piwonhé
🍀bocuwyá wonhé
🍀Bocuwyá
🍀Bocuwyá wonhé
🍀Bocuwyá

Tradução em Português
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🌟O cocá é minha casa
🌟O cachimbo é meu coração
🌟A maracá e o instrumento
🌟Instrumento da união
🌟Vamos cantar

🌟Vamos

🌟Vamos cantar

🌟Vamos

ETÇÃMYÁ BOCUWIÁ WONHÉ

ETÇÃMYÁ WONHÉ
( Parentes Cantar )

Toré na Língua Indígena
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🔆 Etçãmyá Bocuwiá Wonhé
🔆 Etãmyá Bocuwiá Wonhé
🔆 Torá Subatekié Morochí Crodí

Tradução em Português
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- Parentes Vamos Cantar
- Parentes Vamos Cantar
- Dançar Conhecimento Forte.

FICHA ARTÍSTICA:
- Grupo: Soyré
- Componentes : Thkawanã, Geninho, Natã, Xaropinho, Joelton, Manoel, Kayory, Rufino,
- Texto : Nhenety
- Língua: Kariri-Xocó

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

VOCABULÁRIO NATÚ COLÉGIO


- Chuva   ( Dèhódz ).
- Fumo  ( Bazé ).
- Lua  ( Kriûavi ).
- Mandioca  ( Grïgo ).
- Menino  ( Sementiais ).
- Mulher  ( Pikwais ).
- Rio  ( Opara ).
- Sol  ( Kràsùtó ).
- Terra  ( Atsihi ).
- Vento  ( Mènúsi ).
- Batata  ( Dódsákà ).
- Cachimbo  ( Catoka ).
- Colégio, cidade ( Simido ).
- Deus  ( Sõseh ).
- Dinheiro ( Merekia ).
- Farinha  ( Nódsákà ).
- Gado  ( Krazo ).
- Galinha  ( Cáki ).
- Luz  ( Kápòèr ).
- Ovelha  ( Sábòèr ).
- Perú  ( Brefelia ).
- Porco ( Kore ).
- Soldado ( Òlófò ).
- Estrela   ( Iroinkó ).
- Fogo  ( Shakishá ).
- Rio São Francisco  ( Opára ).
- Cachimbo  ( Katuká ).
- Maracá  ( Shishiá ).
- Dinheiro  ( Meré ).
- Mulher  ( Pikwá ).
- Gente estranha  ( Zitók ).
- Boi   ( Crazó ).
- Ovelha  ( Sêprun ).
- Jacaré  ( Gozê ).
- Jaboti  ( Kati ).
- Mandioca  ( Grogó ).
- Feijão  ( Matsaká ).
- Fumo  ( Bazé ).

🔹 VOCABULÁRIO XOCÓ COLÉGIO
- Fogo  ( Atsá, tsá ).
- Cachimbo  ( Pupú ).
- Homem ( Mãjï ).
- Ritual  ( Jurupari ).

                  Bibliografia
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- SOBRINHO, TH. Pompeu. Línguas Tapuias Desconhecidas do Nordeste. Alguns vocabulários inéditos. Instituto de Antropologia - Universidade do Ceará . Bol. Antropologia, 2 (1): 3-20
Dezembro, 1958 - Fortaleza-Ceará.

PARTEIRAS KARIRI-XOCÓ


 
    Os povos indígenas do Baixo São Francisco, tem seus costumes e tradições baseados na cultura do rio. As mulheres Kariri-Xocó tem  certos tabus na alimentação, gestação, parto, dieta , cuidado com a criança recém nascida na aldeia.
         Segundo nossas crenças, a mulher grávida não pode andar a noite na beira do rio, por causa da Mãe D'água, não pode comer peixe de couro, nem carne de jacaré, nem carne de veado ou coelho, porque é muito carregada para a criança. Geralmente uma mulher com grade experiência que aprendera com outra mulher para ser uma parteira da tribo.
          Quando alguma mulher sente dores para ter criança, a família diz logo, vai chamar a parteira. Aqui em nossa comunidade, lembro de Mãe Nenê uma parteira índia que atuou aqui na tribo entre os anos de 1945 até 1974. Uma parteira quando pega uma criança todo mundo a considera uma pessoa muito especial, chamam de Mãe.
         A partir dos meados dos anos 70 apareceu uma nova parteira, a jovem Maria Odete, que foi contratada pela FUNAI, ainda quando os indígenas moravam na Rua dos Índios, na periferia de Porto Real do Colégio, Alagoas. No ano 2000 Maria Odete já se aposentou . Temos agora a índia Vanda Avelino como parteira que já vem atuando a bastante tempo.
       Para ser parteira tem que conhecer os segredos das ervas que cura, saber das rezas para pedir a Deus proteção, confiar no ritual do Ouricuri com toda a sua força da espiritualidade nativa. Ser uma conhecedora das tradições indígenas, são estes conhecimentos que faz parte da arte de pegar crianças para vir ao mundo após o nascimento.
       Antigamente quando uma mulher estava gestante, a mãe procurava o cacique Otávio Nidé, para ele colocar o nome do futuro membro da tribo que viria nascer. O grande ancião dava um nome a criança que logo a gestante publicava para toda a comunidade o novo nome. Com a morte de Otávio eu Nhenety Contador de Histórias da tribo sou muito procurado pela mamães  gestantes , para dar um nome indígena em nossa língua Kariri-Xocó com seu significado.
        Atualmente quando nasce uma criança, a família é muito visitada pelas pessoas da tribo, a anciãs dar conselhos a nova mãe sobre os cuidados para com o pequeno indiozinho.
        No passado no dia do nascimento, todos tomava vinho de genipapo, dançava um Toré de nossa tradição , com grande alegria. Esta é a foto de meu primeiro neto de Nhenety , o nome  dele Kayromã flho de Rayane .

CAPITÃES MORES PORTO REAL

CAPITÃES MORES DE PORTO REAL
E ADJACÊNCIAS

       O aldeamento de Porto Real do Colégio abrangia a Missão de Índios e colonizadores e região adjacentes, locais que levava nome de rios, nomes de localidades que eram administradas pelos jesuítas que segundo MATA 2014 " Como já vimos, desde o século XVII, os inacianos se transformam em grandes
criadores de gado no Baixo São Francisco. Na ribeira dos Cabaços, ribeira do Panema,
do Itiúba, Traipú, do Boacica, Piauí todos afluentes do São Francisco no atual território
alagoano, achavam-se fazendas destinadas à pecuária..." (MATA, 2014: 48). Neste período eram nomeados capitães mores para no aldeamentos e povoações circunvizinhas. Analisando os Arquivos Ultramarino da Capitania de Pernambuco e Alagoas consegui levantar nomes de alguns deles.
       
      [ant. 1767, Outubro, 9, vila do Penedo] Requerimento de José de Sobral Pinto ao
rei [D. José] a pedir confirmação da carta patente do posto de Capitão de Infantaria da ordenança da barra da Boa Siqua e Tiuba do termo da vila do Penedo. Anexo: cartas
patentes. AHU-PERNAMBUCO. AHU_CU_004, Cx. 3, D. 187. (Pág. 38/109).
       [ant. 1800, Agosto, 19, vila do Penedo] REQUERIMENTO de Inácio Xavier Bezerra
ao príncipe regente [D. João] a pedir confirmação da carta patente do posto de Capitão
da Companhia de Porto Real, uma das da ordenança da vila do Penedo, de que é capitão-
mor José Gregório da Cruz, que se acha vago por baixa de Marcos Correia da Silva.
Anexo: carta patente. AHU-PERNAMBUCO. AHU_CU_004, Cx. 4, D. 290. (Pág. 60/109).
       
    [ant. 1800, Agosto, 19, vila do Penedo] REQUERIMENTO de António dos Santos e Castro
ao príncipe regente [D. João] a pedir confirmação da carta patente do posto de Capitão da
Companhia dos Portos de Cima Real, uma das de Infantaria da ordenança da vila do Penedo, de
que é capitão-mor José Gregório da Cruz, que se acha vago por morte de Manuel Ferreira de
Melo. Anexo: carta patente. AHU-PERNAMBUCO. AHU_CU_004, Cx. 4, D. 291. (Pág. 60/109).
        [ant. 1800, Setembro, 22, vila do Penedo] REQUERIMENTO de José de Oliveira Reis ao
príncipe regente [D. João] a pedir confirmação da carta patente do posto de Capitão de
Infantaria de ordenança da Companhia de Boacica e Utiuba, termo da vila do Penedo, de que é
capitão-mor José Gregório da Cruz. Anexo: carta patente. AHU-PERNAMBUCO. AHU_CU_004,
Cx. 4, D. 296. (Pág. 61/109).
     
       [ant. 1801, Novembro, 9, vila do Penedo] REQUERIMENTO de José Durães
Sampaio ao príncipe regente [D. João] a pedir confirmação da carta patente do posto
de Capitão da Companhia do distrito da povoação do Porto Real, entre o rio da Itiuba e
Rabelo, uma das de Infantaria da ordenança do termo da vila do Penedo, de que é
capitão-mor José Gregório da Cruz, que se acha vago por morte de Inácio Xavier Bezerra.
Anexo: carta patente. AHU-PERNAMBUCO. AHU_CU_004, Cx. 4, D. 323. (Pág. 66/109).
        [ant. 1803, Junho, 7, vila do Penedo] REQUERIMENTO de João Baptista Passos ao
príncipe regente [D. João] a pedir confirmação da carta patente do posto de Capitão da
Companhia de Infantaria de ordenanças dos Homens Pardos, do distrito de Boasica e
Oitiuba, termo da vila do Penedo, de que é capitão-mor José Gregório da Cruz, que se
acha vago por morte de Manuel José de Sousa. Anexo: carta patente. AHU-
PERNAMBUCO, cx. 21. AHU_CU_004, Cx. 5, D. 360. (Pág. 74/109).
      [ant. 1805, Agosto, 8, vila do Penedo] REQUERIMENTO de Pedro José Gomes
Ferrão Castelo Branco, natural da Bahia e morador na freguesia do Colégio, termo da
vila do Penedo, ao príncipe regente [D. João] a pedir carta de legitimação para suceder
ao seu pai o padre Pedro Ferrão Castelo Branco, vigário da dita freguesia, em todos os
seus bens, direitos, acções, honras e privilégios. Anexo: cópia de escritura de
perfilhação. AHU-ALAGOAS, cx. 4, doc. 5.AHU_CU_004, Cx. 5, D. 409. (Pág. 84/109).
         [ant. 1806, Janeiro, 8, vila do Penedo] REQUERIMENTO de Joaquim da Fonseca
ao príncipe regente [D. João] a pedir confirmação da carta patente do posto de Alferes
da Companhia do capitão José Durães de Sampaio, uma das de Infantaria da ordenança
da povoação de Porto Real, termo da vila do Penedo, de que é capitão-mor José
Gregório da Cruz, que se acha vago por incapacidade de Manuel Ferreira Guimarães.
Anexo: carta patente. AHU-PERNAMBUCO. AHU_CU_004, Cx. 6, D. 424. (Pág. 87/109).
      A expressão “capitão” foi empregada entre os índios de Porto Real do Colégio,
provavelmente até a criação do Posto Indígena pelo Serviço de Proteção aos Índios.
Nesta ocasião o agente do Posto introduziu as designações “cacique” e “pajé” para
identificar as autoridades do grupo. (MATA, 2014: 53).

 BIBLIOGRAFIA

- MATA, Vera Lucia Calheiros. A semente da terra: identidade e conquista territorial por
um grupo indígena integrado – Maceió : EDUFAL, 2014. 389.: Il.

- SIQUEIRA, Baptista. Os Cariris do Nordeste. Livraria Editora Cátedra, 351 p .Rio de
Janeiro 1978.
- AHU-PERNAMBUCO. AHU_CU_004, Cx. 6, D. 424. (Pág. 87/109).

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

AINDHÊÁ WODZOÁ NUNÚ KARIRI-XOCÓ


( Plantas Medicinais na Língua Kariri-Xocó )

       Na medicina tradicional os indígenas do Brasil usam uma grande variedade da flora nativa de suas florestas, cerrados , caatinga e de outros ecossistemas. Durante o processo civilizatório  os portugueses, africanos e outros povos que vieram para a América trouxeram muitas espécies de plantas , que os indígenas adotaram para a cura de muitas doenças desconhecidas pelos índios.
          Nesse trabalho de coleta de palavras das ervas medicinais na Língua Indígena Kariri-Xocó foi para conhecer a dimensão linguística das plantas para elaboração de um dicionário, mas reconheço que precisa publicar as propriedade curativas das plantas e sua utilidades na saúde, em outras publicações no blog.

1 - Alcachofra ( Aindhêjû , do Kariri Aindhê = planta + ubacaiá ) = planta + jû = espinho do Tupi ).
2 - Arruda  ( Ainpeân, do Kariri  aindhê = planta + Aipeâ do Tupi afastar + an = alma ).
3 - Beldroega ( Aindonga,  do Kariri  aindhê = planta + Caaponga do Tupi ).
4 - Cana-do-brejo ( Dzícaiá,  do Kariri  Dzícuá = macaco + ubacaiá ,do Tupi ).
5 - Cânfora  ( Hémãnutim , do Kariri hé = árvore + mãnuci do Natú = vento + tim do Tupi = branco puro ).
6 - Cavalinha ( Kabacrúpí , rabo de cavalo pequeno, do Kariri ).
7 - Chapéu-de-couro ( Akãoba , chapéu de couro, do Kariri ).
8 - Colônia ( Vindecaá" se originou da junção da palavra "vinho" (uma referência à cor vermelha das flores) com a palavra Tupi ka'a, "folha, planta" ).
9 - Erva-de-bicho  ( Kigyndzú , pimenta-dágua , do Tupi Quigynha + Dzú água do Kariri ).
10 - Espinheira-santa  ( Jûtoádé , espinheira santa , do Tupi jû espinho + santoádé = santa do Kariri ).
11 - Gengibre ( Niútáia , raíz amarga do Kariri niú [raiz] + áia [amargo, azedo] do Tupi mangarataia ).
12 - Gervão ( Aguarapongá, do Tupi , planta verbena silvestre ).
13 - Guanxuma ( Ainhêpeir , planta de varrer , vassourinha de botão, do Kariri Aindhê planta + Aipeir do Tupi varrer ).
14 - Guaco ( Ainhiéní , erva de cobra, do Kariri Ainhê = a erva + nhiéní = cobra ).
15 - Louro ( Hérãmy , árvore de folha comestível , vem do Kariri  hé = árvore + erã = folha + amy = alimento ).
16 - Manjericão anis ( Ainxeverã , planta de folha verde  cheirosa ).
17 - Macela  ( Mybusãytoá , planta conhecida como sexta-feira santa , do Kariri ).
18 - Melissa ( Jpâkuaçû, nome indígena da erva- cidreira ).
19 - Mentrasto ( Ainrahedé , erva de São João, do Kariri ).
20 - Mirra ( Tiningatã, palavra Tupi que significa coisa muito seca ).
21 - Picão ( Goambú ou Cuambú, nome indígena, carrapicho-de-agulha ).
22 - Rubim ( Macaé, nome indígena da planta cordão de São Francisco ).
23 - Sálvia  ( Jecotiaçadé , planta amiga das mulheres ).
24 - Tomilho ( Aincrãdí , planta que combate doenças fortes ).