domingo, 30 de junho de 2013

I TORÉ JUNINO KARIRI-XOCO Parte (2)

Toré na Oca do Grupo Sabucá

     
Toré em Circulo


Toré em Pares



Participação feminina no Toré
Comidas Típicas
Toré do Maruanda
Dança do Passarinho
Dança em Fileira
Público no Toré
Toré do Buzo
     
  


 No dia 28 Junho de 2013 continuou na noite de São Pedro os cantos e danças indígenas Kariri-Xocó, com apresentação dos grupos Sabucá, Dzubukuá e Soyré, na Oca de Inurai. Iniciando o Toré Junino em São Pedro, com comidas típicas canjica, mungunzá, mocotó, amendoin, arroz doce, a fogueira acesa defronte a Oca e Palhoça enfeitada para receber a comunidade.  Teve a Dança do Passarinho, Maruanda, danças do Buzo, do Boi e Cantos do Piriquitinho Maracanã, Urubu de Serra Negra, Wonhé Eritorá. Na casa de Inurai foi servida a comida típica aos grupos de tore e ao público presente, encerrando a  noite com a união dos grupos de cantos e dançando juntos com a participação do povo. No dia 29 o Toré Junino foi na Oca do Grupo Sabucá Conjunto Novo da Aldeia, teve as apresentaçõe  seguindo a programação de 10:00 minutos  cada grupo , estabelecido em comum acordo anteriormente, também com comidas típicas, a rua ficou cheia com a presença da comunidade aplaudindo  cada apresentação ao redor das fogueiras, bandeirolas coloridas balançava ao vento. Logo em seguida o Toré saiu pelas ruas da aldeia até a Oca Soyré que estava preparada para festa ,  fazer as apresentações dos grupos mencionados na ordem . No encerramento os líderes dos grupos, coordenadores do evento , Natuyé, Nhenety, Soyré, Riakonã , Pawanã, agradeceram a presença de Todos  presentes, comunidade, prefeito do município de Porto Real do Colégio, o vereador  da aldeia , que no próximo ano faremos o Toré Junino novamente para  nossa cultura continuar cultura continuar.

Nhenety Kariri-Xocó


quarta-feira, 26 de junho de 2013

FESTAS JUNINAS KARIRI-XOCO II


Carroças enfeitadas para a Cavalgada
Jovens dos festejos Juninos
Toré do Maruanda
Na Fogueira do Pajé o Toré
Cantando Rojão no Quintal
O Grande Toré
Quadrilha Junina
Palhoça Eritoá Enfeitada esperando o Toré
A comunidade prestigiando o Toré Junino
Toré do Passarinho
Toré na Roça de Zé Milton
  Continuando com os festejos em 2013 os Kariri-Xocó fazem fogueiras, enfeitam as ruas da aldeia, fazem ensaios no inicio do mes para as Quadrilhas Juninas, fazem Toré na Roça, mutirões de limpeza, torneios de futebol com as equipes esportivas. Os pais e mães de famílias compram roupa nova para as crianças, fazem comidas típicas, uma animação bem agradável. As ruas da aldeia fica toda iluminada a noite, a fumaça incomoda um pouco os nossos olhos, mas estamos acostumados faz parte das tradições das Fogueiras de São José em 19 de Março, em Junho Santo Antonio dia 13, São João dia 23 e 24, São Pedro 28 e 29 . Os fogos de artifícios são utilizados nas festas juninas, ussando com cuidado para evitar acidentes. Cada casa faz sua fogueira, assamos milho, carne na brasa, peixe, comendo com farinha de mandioca, canjica, arroz doce, mungunzá. Alguns indígenas vai para o Forró Real, outros ficam na aldeia dançando o Toré, principamente na 1ª Noite de São João e na última noite de São Pedro, amanhecendo até o nascer do Sol. O Toré estava desmotivado desde 1997, mas este ano agora estamos realizando novamente com grande força da cultura indígena.

Nhenety Kariri-Xocó

FESTAS JUNINAS KARIRI-XOCO I


Alunos do 1º Ano "A"
Cavalgada dos Estudantes
Mutirão para Limpeza da Rua do Portão
Rainhas Juninas
Rua do Portão com Quadrilha Junina
Quadrilha Junina animando a rua
Toré Junino
Os indígenas dançando toré
Toré visitando a casa do Pajé
Comidas Típicas
Cantando Rojão
  Na Aldeia Kariri-Xocó no São João e São Pedro dias 23, 24, 28 e 29 de junho em 2013 na Rua do 1º Portão os indígenas Kariri-Xocó participam dos festejos do mes de Junho, com quadrilhas juninas, rainhas das festas, casamentos matutos, carroças enfeitadas com o apoio do público. Também sem esquecer nossas tradições indígenas cantamos o Toré pelas portas das casas, na roça, fazemos mutirão para limpar a grama da rua neste tempo, fazemos fogueiras a noite. Este ano fizemos o Toré Junino que muitos anos ficou parado, convidamos os Grupos de Toré Dzubukuá, Soyré, Opara Tinga e Sabucá para fazer apresentações nas palhoças defronte as casas. Nossa comunidade enfeitam as ruas com bandeirolas, palhas de coqueiro, tem até fogos de artifícios. Os jovens indígenas que estudam na cidade fazem seus trabalhos escolares com temas das Festas Juninas, com Cavalgadas de Carroças enfeitadas valorizando a cultura regional do Nordeste. Na cidade de Porto Real do Colégio tem o Forró Real que completou 20 anos estar no calendário municipal bastante esperado dura uma semana de festa. Os indígenas já estar em contato com a população circunvizinhas há bastante tempo, portanto participam dos festejos juninos, enfim somos todos brasileiros, moramos no Nordeste ao Sul de Alagoas somos integrantes de sua cultura, mas temos a nossas tradições indígenas que também faz parte de tudo isso.

Nhenety Kariri-Xocó

terça-feira, 25 de junho de 2013

I TORÉ JUNINO KARIRI-XOCO Parte (1)


Abertura do Toré Junino
Participação da Comunidade
Circulo dos Cantos e Danças do Toré

Apoio do Povo Kariri-Xocó
Tradicionalmente os Kariri-Xocó comemoravam as noites de São João e São Pedro com Cantos e Danças do Toré, os indígenas saiam pelas portas das casas dançando, ao redor das fogueiras, comidas típicas completavam a festa que duravam a noite inteira.
Presença das Mulheres no Toré
Nos últimos anos esta dança deixou de ser praticada , temos saudades de continuar com esta tradição tão antiga. Buscamos apoio e patrocínio daqueles que valorizam a cultura como patrimônio de todos nós. A parti de 1992 foi criado o Forró Real na cidade de Porto Real do Colégio, com este evento as atenções locais se voltaram para esta cultura regional do forró.
Toré de antigamente
O Toré foi criado por nossos antepassados á séculos para nossa alegria, comemorações, em festas, multirões, nascimentos, casamentos e falecimento de algum índio na comunidade. Com o enfraquecimento do Toré em nível local os indíos passaram a faze apresentações fora da aldeia por melhores condições de vida e divulgar a cultura indígena. Com a divulgação do Toré os Kariri-Xocó viajam para outros estados de AL.,SE, RN, BA, RJ, SP, DF e SC., fazendo Apresentações de Cantos e Danças Indígenas, em escolas, universidades e nas praças públicas. Agora queremos Cantar e Danças o Toré na nossa Aldeia porque estamos com saudade, mas os eventos culturais do município traz uma grande concorrencia cultural, as Bandas de Forró chegou como uma grande sucessso no Nordeste e conquistando o Brasil seguido pelo Sertanejo Universitário como um nova onda no momento.
Dança das Lanças
Temos que fazer alguma coisa para o Toré continuar, organizar nosso Evento Cultural do Toré nos moldes de resistir essa globalização, não vamos competir, mas estamos adaptando a uma nova realidade, aprendendo a sobreviver como povo indígena .Com a participação da comunidade continuaremos com nossas tradições do Toré nos períodos necessários de acordo com nossa cultura.
O Canto e Danças do Toré em São João e São Pedro será com a participação da população em geral. O Toré será realizado nas portas das casas previamente aceita pelo dono da mesma, como era de costume que será enfeitada com ocas ou palhoças, fogueiras e comidas típicas. Todos estarão valorizando o Grupo Mais Caracterizado, Grupo Mais Animado, Grupo Mais Entoado cumprindo os horários de cantos e danças, Casa Mais Enfeitada, Casa com Melhor Recepção. Vamos formar uma comissão observadora com 5 integrantes para julgar as categorias acima mencionadas no evento, que serão premiadas mediante sua colocação.  O evento será divulgado nos meios de comunicação, Rádios, Internet  e carros de som pelo Grupo Jovem Kariri-Xocó que registrará o evento com vídeo em formato de DVD, fotos para ficar como Memória da Cultura Kariri-Xocó. As casas ou palhoças pontos das apresentações do Toré Junino vai receber um incentivo do evento para os lanches e comidas típicas, mas os donos das casas poderão bancar sua palhoça ficando também como patrocinador da festa.
Nosso Povo tem Tradição


Nhenety Kariri-Xocó

domingo, 16 de junho de 2013

MENDIGANDO


   Não podemos esconder uma realidade, que aconteceu em nossa tribo, referindo só as coisas boas positivas, temos problemas como qualquer sociedade. Quando chegou a civilização em nossa tribo, veio com seus problemas, mazelas, doenças desigualdade social, mal distribuição de renda. A mendicância nas aldeias, começaram em 1873 na época da extinção dos aldeiamentos pela Província de Alagoas.Tivemos notícia de indígenas de Colégio que saíram para o litoral, pedir esmolas, nas cidades e povoados, mais prósperas.Na seca de 1877 muitos índios abandonaram os aldeamentos sem assistência. Foi um impacto muito grande, desamparados pelo Império, sem terra, sem proteção. A população indígena aos poucos foi se estabilizando para tomar rumo de novo como povo. Ainda no século XX , tivemos indígenas mendigando no interior do município de Porto Real do Colégio : Povoado Maraba, Flexeiras, Barra e Girau do Itiúba. Mendigar nos tempos mais velhos era quase uma coisa que estavamos acostumados a obsevar nas cidade de Propriá-SE, Colégio-AL. e na aldeia.Temos vários indígenas que pediam esmolas pelo interior, até na cidade e  povoados passando dias até semana, voltando para a aldeia quando estava munidos de alimentos . Na Quinta-feira Maior na Semana Santa era o período onde mais acontecia as esmolas conhecidas por Jejum. Quando os brancos começaram a encomendar aos índios, seus produtos para trocar por farinha, feijão, acabou a mendicância. Outra coisa que fez acabar com a mendicancia foi a aposentadoria dos idosos, a partir do final dos anos 70 aqui na aldeia. Com as coisas melhorando os índios levaram para o interior, potes, panelas, trocavam por produtos dos sítios e fazendas, retornando as aldeias com mais alimentos.  http://www.indiosonline.net/mendigando/   .

Nhenety Kariri-Xocó.

D. PEDRO II NA ALDEIA

Placa Comemorativa da visita de D. Pedro II
    Em 16 de outubro de 1859, o Imperador D. Pedro II, em viagem a cachoeira de Paulo Afonso, passou por Propriá e na Aldeia de Colégio. O Chefe Tribal era Manoel Baltazar, que recebeu a comitiva imperial armado de arco e flecha. Indagado por D. Pedro porque portava arco e flecha, respondeu-lhe que era para defender Vossa Majestade. O Rei pediu que lançasse uma flecha para ele ver, satisfeito e disse:” Viva os índios de Porto Real do Colégio”. Mas na verdade a situação dos indígenas era precária, tanto em Colégio, Alagoas, quanto na Ilha de São Pedro dos Xocós de Sergipe. Nove anos antes de empreender esta viagem pelo Rio São Francisco, o Imperador publicou as leis das terras para domínio público. Já anos depois mandou os indígenas de Alagoas para a “Guerra do Paraguai”, no Batalhão Voluntários da Paz. Nosso pagamento depois foi que o Imperador ordenou os presidentes de províncias acabar com os aldeiamentos indígena. O Império do Brasil foi implacável com os povos indígenas. Nem os relevantes serviços prestados a nação, em vários momentos da história, nem comoveu o Imperador, em reconhece-los como verdadeiros “donos da terra”. O herdeiro da família real brasileira, o Príncipe Dom João Orleans e Bragança esteve em Porto Real do Colégio em outubro de 2009 participando da expedição "caminhos do Imperador", que comemorou os 150 anos do percurso realizado pelo Imperador D.Pedro II, em outubro de 1859, percorrendo os estados de alagoas, Pernambuco, Sergipe e Bahia. Os indígenas Kariri-Xocó recebeu novamente o bisneto do Imperador, deram presentes borduna e arco e flecha , como forma de recepção. Os índios dançaram Toré Dança Tradicional com o principe, visitaram a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, na comitiva vieram o Secretário da Cultura de Alagoas e mais autoridades . http://worduww.indiosonline.net/d_pedro_ii_na_aldeia/   .

Nhenety Kariri-Xocó.

sábado, 15 de junho de 2013

NA FEIRA DA CIDADE

Feira de Porto Real do Colégio
     Moramos na Aldeia Kariri-Xocó, na Fazenda Sementeira 1 km da cidade de Porto Real do Colégio, para chegar lá atravessamos uma ponte sobre o Riacho da Lagoa Grande. Na sesta-feira de manhã, os índios vai á feira no centro comercial, fazer suas compras para passar a semana. Na Praça Ademário Vieira Dantas, fica cheia de barracas dos camelôs, vende de tudo um pouco: roupa, farinha, feijão, açúcar, verdura, foice,faca, lençól, rede, sapato, brinquedo, galinha, bode,ovelha, mel, rapadura, jaca, cajú, melancia, laranja e bujigangas. Os feirantes vêm do interior do município e das cidades circunvizinhas Propriá e Cedro de São João. Chegam com seus produtos do sítios e fazendas da região, outros compram para revender da Feira de Caruaru de Pernambuco. A Banca do Peixe fica próximo ao Rio São Francisco, na rampa do quartel, canoas ancoradas no porto.
Os consumidores compram vários tipos de peixes: Traíra, piranha, bambá, crumatá, piau, tambaqui, tilápia, corvina e robalo. No meio da feira estar os índios comprando seus produtos, no Açougue Municipal, tem carne de boi e bode, carne de porco e ovelha, galinha e miúdo; tripa, língua, bofe, passarinha e fusura, buchada, toucinho e fígado. Temos carroças de burro para transportar, temos carros, motos táxi indígenas, que pegam fretes conoscos. Levamos nossa sesta básica: Café, açúcar,carne, farinha, óleo, verdura e fumo. Outros índios mais remunerados, compram roupas,elétro-domésticos, bicicletas, traz muita coisa na bagagem. Aqueles mais arrastados em condições financeiras, trás pouca coisa na mão, mochilas de plásticos, bananas, andam á pé pelo chão. A feira agora, tem produtos industrializados, roupas de nilon, café empacotado, enlatados, com ingredientes químicos, que ofendem nossa saúde. Antigamente na feira, os índios vendiam potes panelas de barro, brinquedos de argila: bonecas de barro, boi, vaca, cama feita pelo velho Pedro, indígena Xocó. Tinha moringa, balaio de cipó, abano, vassoura de palha de ouricuri, esteiras de junco. As vezes encontramos na feira, cantadores de embolada, violeiros desafiando o outro, curadores com cobras valentes. Ouvimos curandeiros afamados, com banha de teiú, de baleia, óleo de jaborandi, que cura reumatismos, úcera, dor de cabeça, encombro e ussura. Esfarrapados mendigos, pedindo a moeda corrente. A estrada fica cheia de gente, indo e voltando da feira, índios, matutos, fazendeiros, dos povoados Sampaios e Tibiri, quando chega as 13:00 horas da tarde, tudo estar terminado. As bancas e barracas, parecem um deserto, o povo estão em casa, comendo o que comprou na feira.   http://www.indiosonline.net/na_feira_da_cidade/    .

Nhenety Kariri-Xocó.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

TUDO NA TRIBO É NECESSÁRIO

Júlia Pires saudosa
Potes borjados
   Observando uma ceramista,perguntei minha avó Júlia,porque a senhora faz o pote mais feio da aldeia?Ela me respondeu: meu neto,é porque só sei fazer assim, meu pote de barro é mesmo o mais feio da aldeia,como todo mundo diz, mais este pote feio é o que mais esfria água,fresca e saudável que se conhece.Ela me falou os potes da velha Luiz são os mais bonitos da tribo, mais não esfria água,eles só enfeitam a casa.Os dois são necessários para nosso povo um por pela saúde o outro pela beleza visual que nos alegra. Não se preocupe em fazer o mais bonito ou feio,todos faz parte da cultura,uma semente feia talvez esconda o seu poder curativo, as aparências enganam.As cobras mais bonitas da floresta, de cores vivas são as mais venenosas, voçê não conhece, fique longe delas que elas poderão te morder,sua picadas causa grande risco de vida, mas elas comem os ratos que infestam as plantações das roças.O velha árvore feia e enrugada pelo tempo, como ela é tão linda,viveu muitos invernos,muitas gerações passaram por aqui,e ainda resiste até hoje. Por tudo isso imaginamos o mandacaru cheio de espinhos pontiagudos, é um cácto que armazena água no período da seca que se aproxima.   http://www.indiosonline.net/tudo_na_tribo_e_necessario/   .

Nhenety kariri-Xoco.

O SOL DA TRIBO

Por do Sol em Kariri-Xocó
   A ciência mostra que nosso astro maior, o Sol é uma estrela, ilumina toda a terra. Existe só um sol no sistema solar. Os nossos antepassados indígenas disseram em suas histórias: “Cada povo tem o seu Sol”. Isso depende da interpretação cultural, da sua visão de mundo. Para uns povos o Sol é Pai, para outros povos o Sol é Mãe.
O Sol tem muitas aparências. Aqui no Nordeste brasileiro é um “Sol Quente”, pelo calor natural que dele emana. Na região Sudeste o “Sol e Frio”, embaçado de garoa…lá em São Paulo.
Observando o Sol em Kariri-Xocó, ele nasce atrás do Morro da Lagoa da Enxada, no lado Leste de nossa terra e se põe no Morro de Jundiaí, do outro lado do Rio São Francisco. O Sol nestas condições naturais, geográficas e culturais, não existe em outro lugar assim, somente aqui em ele nasce e se põe atráz destes montes que não existe em nenhum lugar no mundo. Cada Sol é único para cada povo, os lugares são diferentes, os fenômenos naturais se apresentam de modo particular em cada região ou lugar. O Sol brilha de modo diferente para cada tribo, a sua luz cultural da vida. Em cada cultura dos povos da terra o Sol recebe um nome na língua daquele grupo étnico, mas na verdade é o mesmo Sol o que muda é a cultura .O Sol é o Pai dos animais da floresta e a Lua é a Mãe das plantas. Cada povo tem uma realidade cultural diferente.   http://www.indiosonline.net/o_sol_da_tribo/   .

Nhenety Kariri-Xocó.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

BOM JESUS DOS NAVEGANTES


Bom Jesus dos Navegantes Porto Real do Colégio-AL.
  Vivendo na beira do Rio São Francisco, convivendo com os barranqueiros, os Kariri-Xocó participam de suas tradições religiosas. No final do mês de janeiro, acontece a Procissão de Bom Jesus dos Navegantes, em canoas, lanchas e balsa, levando a imagem do santo, saindo de Propriá em direção a Porto Real do Colégio até São Brás. Há uma grande queima de fogos de artefícios, nos portos das cidades e povoados visitados pela frota de barcos. Na Rua Dr. Clementino Dumont defronte ao Rio São Francisco, em Porto Real do Colégio, temos uma vista magnífica do cortejo nas águas. O saudoso Joaquim Migué animava o barranco tinha uma Banda de Pífanos composta por : João Mendonça e Zé Limeira no pífano, Zé Vitoro na zabumba, Lorentino na caixa e Popó nos pratos. Na era erguido o Pau de Sebo, com um valioso premio para quem chegase ao topo. O cais do porto fica enfeitado com bandeirolas coloridas, com mastro de madeira asteado na beira do rio. Segundo falava os mais velhos da tribo antigamente os navios Encomendador Peixoto e Penedinho vinha para a procissão de Bom Jesus de Porto Real do Colégio, acompanhado por canoas de velas ao seu redor, animando a festa . A Festa de Bom Jesus dos Navegantes acontece em vários períodos, tem a de Penedo, Propriá e a de Porto Real do Colégio em datas diferentes Acontecimento muito aguardado pelos beradeiros do rio, os indígenas também participam da procissão de Bom Jesus dos Navegantes, na Lancha Nova Iraci Tononé, do índio Zé Gatinho. Também quando mudamos nossa aldeia para a Fazenda Modelo continuamos comemorando Bom Jesus dos Navegantes, compramos fogos de artifícios, a comunidade vem ao porto saudar o Santo protetor dos Navegantes do Rio .A comunidade indígena vai para a margem do rio, ver o santo passar, soltam fogos de artifícios, para também homenagear.   http://www.indiosonline.net/bom_jesus_dos_navegantes/   .

Nhenety Kariri-Xocó.

O SERVIÇO DA OLARIA


Caieira de Tijolos sendo queimada
   O serviço de confecção de tijolos artesanal, uma atividade da civilização foi trazida para os índios de Colégio pelos jesuítas. Para construir o Colégio, a Igreja Matriz e casas de portugueses, os jesuítas ensinaram os indígenas o trabalho de olaria no século XVII. No trabalho com barro, os índios aprenderam a fazer tijolos e telhas, para erguer a povoação do lugar. Os índios considerados uma população pobre, o ” Serviço da Olaria”, sempre recaia a eles. A maioria dos homens da tribo, trabalham na olaria, as mulheres ajudavam á raspar os tijolos, e na arrumação da caieira. Os índios foram utilizados pelo império no serviço de obras públicas, na construção da capital da Província de Alagoas no século XIX. Chegando ao século XX os donos de terras com lagoas, terras boas de argila, tinham sempre uma olaria, tendo o indígena como mão-de-obra. Entre os proprietários das olarias citamos: Os Srs., Tojal, Tutú, Pedro Nelson, Domingos e Santa Rosa. Os indígenas de Porto Real do Colégio, trabalharam até em outros municípios, como oleiros, em Igreja Nova, São Brás, Penedo, Escurial e nas usinas de canas nas olarias. Os índios Kariri-Xocó só vieram ter olarias próprias, a parti de 1978, quando ocuparam a Fazenda Modelo, com lagoas disponíveis de argila. A olaria dos índios fica na Lagoa Comprida na área indígena, chegando trabalhar até 150 homens. Produziam 450.000 tijolos semanal, uma média de 3.000 tijolos por oleiro. Os tijolos eram vendidos aos municípios da região do Baixo São Francisco. Para confeccionar o tijolo temos os seguintes serviços : faz o lastro, cava o barro, quebra os torrões, agoa a argila, traça o barro, bota o barro para fora do barreiro, bate o tijolo, raspa, engaiola, empinha, encaieira e queima por fim o tijo, por último vende. Este é o processo de confecção de tijolo artesanal. A confecção de tijolos aqui na Fazenda Sementeira atualmente Aldeia Kariri-Xocó atingiu seu maior produção entre 1980 a 1990, a partir daí o tijolo manual perdeu espaço para os blocos produzidos pelas indústrias ceramicas.Com as indústrias de Tijolos em Blocos, o tijolo artesanal entrou em decadência na aldeia Kariri-Xocó, existe poucos oleiros em atividade os índios  a Família Caciano.   http://www.indiosonline.net/o_servico_da_olaria/   .

Nhenety Kariri-Xocó.

terça-feira, 11 de junho de 2013

LEMBRANÇAS DO TEMPO

Poste ainda da Época utilizado
    Temos a responsabilidade de ficar-mos consciente em nosso meio, porque são essas lembranças que construímos nossa memória. A energia elétrica chegou aqui na Sementeira em 1966 colocada pela Companhia do Vale do São Francisco. Esta Fazenda não estava ainda em nossa posse, quando a energia fora colocada, esta rede elétrica ainda é utilizada pelos índios, logo depois que retomamos esta área em 1978, corremos grande risco os cabos quebra diaramente. Lembro muito bem quando era criança chegou a energia elétrica na aldeia, localizada na ” Rua dos Índios”, em 1968. Os trabalhadores chegou na aldeia começou a cavar os buracos dos postes, dias depois começaram a colocar os fios elétricos, foi uma grande mudança na tribo. A antiga Rua iluminada por fogueiras nos tempos de outrora, agora estava toda iluminada com luzes brilhantes. O funcionário da companhia conhecido por Nem da Luz pelas crianças chegava todo o final de tarde, os meninos chamava " Nem, Nem, Nem, ele respondia " Oi, Oi, Oi ", assim foi passando o tempo. Chega na Aldeia de Colégio a COENG-S/A Companhia de Engenharia Civil para a construção da BR-101, e da ponte sobre o Rio São Francisco em 1970, muitos indígenas foram trabalhar nesta firma ao longo de sua cosntrução. Uma revolução cultural foi a televisão quando chegou na tribo em 1972, conhecemos a cara do Brasil, notícias, novelas, programas e esportes, modas e muito mais. Pela primeira vez tomei Coca-Cola com o meu primo César Giri em 1973, neste mesmo ano fizemos uma apresentação da dança do Toré, pela TV Sergipe. Na escola indígena foi introduzida a Quadrilha Junina, o jogo de volley no qual fiz parte como aluno. Os adultos criaram o primeiro time de futebol da tribo em 1975, o Kariri Esporte Clube. Em 1981 chega o trator Ford da tribo doado pela Funai, para arar as terras dos índios. Estes são alguns exemplos de fatos importantes para registrar acontecimentos, como lembranças do tempo, assim construiremos nossa memória social.   http://www.indiosonline.net/lembrancas_do_tempo/   .

Nhenety Kariri-Xocó.

QUEIMAÇÃO DE LOUÇAS


Forno Queimando Louças


Vou contar o que vi com os meu próprios olhos e ouvi dos mais velhos da tribo, principalmente de minha mãe Maria de Lourdes Indaiá da família Poité. Quando nós morava-mos na Rua dos Índios em Porto Real do Colégio na década de 70, as índias Kariri-Xocó, trabalhavam na cerâmica utilitária, faziam potes, panelas, frigideiras, e outros objetos. A pobreza era geral naquela pequena rua estreita, as mulheres trabalhavam no barro, cada uma tinha em sua casa uma oficina de cerâmica , eram conhecidas como as “ Louceiras”. Atrás das casas das principais louceiras tinha um forno, o que me lembro existia forno nos quintais da Velha Antônia de Gringo, Júlia Pires, Maria Tinga, Maria das Doures e outras que não me lembro. O queimador pessoa responsável para queimar as peças cerâmicas, organizava a arrumação das louças, para formar uma fornada era necessário 120 objetos. As louceiras quando não tinham o número total de formar uma fornada, ajuntava com as outras louceiras para completar o forno, chamava o queimador e acertava a queimação. No meu tempo de menino lembro dos queimadores de potes, o finado Otávio, Velho Gringo, Antônio Preto, José de Ouro e outros mais. As crianças carregava os potes para o forno, passando pela rua, era uma alegria total, porque com as peças queimadas era a certeza de ter o alimento. A cerâmica era vendida ou trocada por feijão ou farinha nas cidades circunvizinhas. Para queimar uma fornada de pote, era necessário uma carroçada de lenha seca tirada na mata. O forno era arrudiado de esteiras de junco para proteger contra o vento. A queimação dos potes consiste na estuquiagem, colocar lenha na boca do forno, e na boca dos potes, colocar os cacos de potes quebrados, cobrindo a fornada. Durava mais ou menos três horas de duração a queima. Quando as peças estavam frias era tiradas as peças do forno, com uma estaca própria de tirar louças. Estava pronta a queimação das louças.   http://www.indiosonline.net/queimacao_de_loucas/    .

Nhenety Kariri-Xocó.