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| Pescando na Lagoa na seca com rede de arrasto | 
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| Pescar de mão é uma tradição entre nós | 
  Nesta lagoa o Rio São Francisco enche em novembro, logo bota água 
inundando toda a depressão natural. Os peixes entram em cardumes : 
bambas, mandins, traíras, piranhas, piaus até surubins. Em setembro os 
peixes já estão crescidos, os pescadores, tecem seu cuvús ( artifício de
 pesca ) dos Kariri-Xocó, feito de vara do arbusto maçâzeira, tipo funil
 com uma abertura em cima para colocar a mão e capturar o peixe. Homens 
pescadores começam a tecer o artifício, com cipó de rego, amarrado com 
embira de mororó,as cordas de caroá é para tecer a boca do cuvú, 
terminado o tecimento estar pronto para pescar.Os pescadores combinam-se
 para a pescar, já foram feita várias pescaria no local, mas foi de 
outras categorias : pescaria de tarrafa, pescaria de anzol, pescaria de 
rede, agora chegou a hora da pescaria de cuvú. Esta pesca consiste 
quando a lagoa está com águas rasas, para facilitar a técnica de captura
 dos peixes de lama : traíra, mamdim, cará e piranha. Algumas pessoas 
saem mordidos de piranha, são ferimentos horríveis pelos dentes 
cortantes do peixe carnívoro. A técnica de pescar com o cuvú é o 
seguinte: ‘’ o pescador coloca o artifício na água, o peixe que estiver 
dentro da armadilha é capturado pelo pescador “. Entre os pescadores que
 mais se destacaram neste tipo de pescaria temos os Srs. Tuninho, Zeca, 
Elpídio, Antônio Tinga e Zé Pôô. Os peixes era colocados numa corda 
denominada enfieira, onde o pescado ficava pendurado pela cabeça, muitos
 pescadores pegavam dez, quinze , vinte quilos de peixes. A pesca é uma 
arte de sobrevivência muito ussada pelos Kariri-Xocó, por serem povos de
 cultura do Rio São Francisco, desenvolveram técnicas de captura do 
peixe , sua principal fonte de alimento. As lagoas existente na área 
indígena facilita essa atividade, feita por pessoas do sexo feminino, as
 mulheres pegam suas panelas de barro, amarra uma corda na boca da 
vasilha e vam pescar de mão. Elas entram na lagoa com águas rasas, se 
abaixa e começam a procurar o peixe na lama, loca, ou no mato aquático 
orelha de burro. Ao encontrar o peixe pega-o na parte da cabeça , 
enfiando os dedos nas guerra para não escapar a pressa, coloca na panela
 e continua pescando. Os peixes capturados na pesca de mão pelas 
mulheres, são geralmente de espécies pequenas : cará, mandim, traíra , 
piaba, esporapé, etc. As mulheres faz essa pescaria quando a lagoa já 
foi pescada pelos homens, com outros tipos de pesca como : pesca de 
cuvú, pesca de jereré, pesca de anzol, pesca de tarrafa, e de rede. 
Chamam os pequeno peixes de moqueca ( peixes miúdos) que restaram na 
lagoa, que os pescadores não poderam pegar com seus artifícios. Entre as
 mulheres indígenas que mais se destacaram na pescaria de mão, foi a 
finada Laudilina, irmã do Pajé Francisco Queiroz Suíra. Nossas lagoas: 
Lagoa Comprida, Lagoa dos Porcos, Lagoa dos Tijolos, Cordeiro, Lagoa 
Grande, e outras que estão nas mãos de posseiros. Todas essas lagoas as 
mulheres indígenas quando estava sem nada para comer, saiam rapidinho 
atrás de casa e diziam uma para as outras: “ mulher vamos pescar de mão”
 para pegar uma moqueca. Nhenety Kariri-Xocó .
http://www.thydewa.org/livros/memoria/kariri-xoco/
 
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