terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

HISTÓRIA DO CIPÓ CURURÚ

    A nossa terra era coberta com imensa floresta verde, o Rio São Francisco corria livre sem barragens para represar suas águas, as nascentes dos afluentes permanecia correndo para o imenso vale, alimentanto muitas aldeias, foi assim durante muitos invernos. As lagoas ao longo do rio enchia em períodos esperados pelos indígenas antigos habitantes do lugar, certo dia chegou o povo branco vindo do oceano, a cada ano mais e mais foram ocupando as duas margens, escravisando, matando, expulsando,evangelizando, muitas tribos guerrearam, outros fugiram para o Norte. Os índios que sobreviveram ficou sofrendo vendo toda as lagoas sendo represadas pelos agora proprietários, construíram comportas para aprissionar os peixes, deixando o rio mais pobre de pescado. As lagoas são viveiros naturais de crescimento dos pequenos peixes, que ali cresciam em período mais tarde retornavam ao rio para reproduzir e novamente continuar o ciclo da natureza. Na Lagoa Coité o homem branco conhecido por Machado também fez comporta,  aprissionando os peixes vindo do rio. O índio Giló acostumado com a liberdade, na lagoa foi pescar, o proprietário não gostou, deu uma surra no velho nativo, expulsando do lugar, dizendo que agora ali tinha dono, não queria ver ninguém pescando, ameacando-o . Bastante constrangido Giló retornou para a aldeia para tratar os ferimentos, depois alguns luas se passaram, ficou recuperando. Giló sabia dos segredos das plantas da floresta, conhecia do Cipó Cururú, muito venenoso que o Tinguí, esta planta afugentava os peixes das lagoas, tem um leite como aquele que o sapo tem em glandulas na cabeça, sua casca parece o couro do anfíbio. Dizia o velho Nidé que Giló fez uma rodilha do Cipó Cururú, enterrou na lama , no meio da Lagoa Coité, os peixes fugiram os que ficaram morreram. A lagoa ficou sem peixe durante sete anos, o proprietário ficou desesperado com tanta desgraça, arrependeu de ter dado a surra no índio por pescar na lagoa. O branco arrependido mandou chamar Giló, prometeu ao índio se os peixes voltar a lagoa, ele poderia pescar novamente. Assim foi feito meia noite sem ninguém ver Giló foi mergulhou e retirou a rodilha do Cipó Cururú, os peixes voltaram ao ambiente, mais Giló gostaria mesmo era a lagoa livre para o rio. Nhenety Kariri-Xocó.



































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