quinta-feira, 4 de abril de 2013

BAGRE DA FARTURA

    A pescaria do caniço era muito utilizada pelos índígenas Kariri-Xocó nas margens do Rio São Francisco. Caniço é um capim da mata ciliar dos barrancos do Velho Chico, foi numa pescaria desta que a índia Maria de Lourdes Ferreira, conhecida como Indaiá, pegou um grande bagre que mudou o destino de sua família. Naquele tempo difíceis, os índios trabalhavam de alugados como mão-de-obra para fazendeiros, no plantio das roças de algodão, pela demanda da indústria  xteis da região, que estava em expansão. O índio Alírio Nunes casado com Maria de Lourdes Ferreira, também trabalhava alugado. Com o bagre que Maria de Lourdes pegou na Pescaria do Caniço, entregou a seu esposo Alírio Nunes, que vendeu o peixe ao Grande Hotel da Ferrovia, com o dinheiro apurado voltou para a casa alegre e satisfeito. Alírio perguntou a Lourdes o que fazemos agora com este dinheiro? Ela respondeu Home pegue este dinheiro vá na Lagoa Grande, fale com Tojal e compre muito peixe para vender na cidade de Colégio. Assim Alírio fez como sua esposa orientou, comprou três balaios de peixes, dai começou sua vida de comerciante . A vida do casal indígena mudou, Alírio e Maria de Lourdes criou o seus filhos com muita fartura, não faltava nada, eles ajudava até a comunidade nos momentos mais difíceis da tribo. Alírio cansou de ser explorado como mão-de-obra barata trabalhando para fazendeiros, começou um negócio próprio, deu tudo certo, os pescadores do Baixo São Francisco, todo o peixe que pegavam vendiam a Alírio Nunes, que ficou conhecido na região. Tudo começou com um peixe o "Bagre da Fartura " que trouxe a felicidade da Família Nunes Ferreira. Para esta família não faltava nada na casa, tinha o alimento em abundancia, roupa nova para as crianças, Alírio Nunes ficou muito respeitado na cidade de Porto Real do Colégio como um homem de bem. Com a construção das hidrelétricas do Sobradinho, Xingó, Tres Marias e Paulo Afonso, a pesca entrou em decadencia, principalmente no Baixo São Francisco. As lagoas situadas ao longo das margens do rio agora não enchem como antes. Mas todos juntos devemos defender nosso Rio São Francisco, vamos plantar árvores nas nascentes dos afluentes, cada pessoa faça sua parte, não jogue lixo nas águas, não poluir,  cada pequena ação de todos termos uma grande realização. O Rio São Francisco Somos Todos Nós.

Nhenety Kariri-Xocó








































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