segunda-feira, 5 de agosto de 2013

MANDIOCA PARA FARINHADA

Mandioca  ( Origem do oeste do Brasil (sudoeste da Amazônia) .
    Iniciamos os trabalhos agrícolas, logo no mês de fevereiro, na arrancação de tocos, vem março para preparação da terra. O termo " Mandiocada para Farinhada ", vem da atividade da roça de arrancar a mandioca, para fazer a farinha de forma tradicioanal. Mandiocada começa no arrancamento da planta até o raspamento da raíz. Da moagem , prenssagem, mexer a massa chama-se farinhada. Quando vem as chuvas no terceiro mês, plantamos milho, feijão e mandioca. Colhemos milho, feijão em junho e julho, ficando na roça só a mandioca para arranca-la em dezembro. Os índios criam porco, galinha ou bode, para comer na farinhada, no dia de arrancar a mandioca, vai muita gente participar. Na roça homens arranca mandioca a mão, outros de enxada em punho, escava o chão, os rapazes pegam as raízes, levam para as mulheres raspar. enquanto isto na casa de farinha, é rodado o caititú, espreme a massa na prensa, enxuta colocam no forno, aquele que mexe não para, fogo acesso faz torrar, a farinha estar pronta. Agora vai ensacando a farinha quentinha, no final da farinhada faz beijú, bolo ou tapioca. Quando a mandioca é muita, leva uns três dias mais ou menos, para terminar a farinhada. Alí parece festa, todos trabalhando no que mais gosta de fazer, naquilo que sempre viu, desde ao nascer. A farinhada é uma atividade muito cansativa, os homens trabalham em turnos, quem fica mexendo a massa e os que ficam no forno. Os que saíram para descansar, vai comer carne de porco, com feijão e farinha, a prova do bom gosto. Terminando a farinhada geralmente os indígenas faz um toré, comemorando a fartura, porque com farinha na mão, a fome vai embora da tribo. Em nossa aldeia tinha uma casa de farinha na Colonia Indígena construída pelo S.P.I. Serviço de Proteção ao Índio em 1960 desativada em 1993. Na Colonia o velho Zé Quirino era a pessoa que mais fazia farinha, os seus filhos e netos arracava a mandioca e transportava a produção até a casa de farinha, começava a raspar a raiz retirando a casca, logo depois era triturada no caititú, prensada e torrada no forno de lenha. Agora para fazer farinha os índios Kariri-Xocó vai até os brancos no Povoado Sampaio município de São Brás, temos que dar alguma coisa ao dono da casa para ter nosso produto tão essencial na alientação indígena . O ideal era ter uma casa de farinha na Terra Indígena para não sair á grande distancia na fazer esse trabalho de farinhada. http://www.indiosonline.net/mandiocada_para_farinhada/   .


Nhenety Kariri-Xocó.


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