domingo, 7 de janeiro de 2024

NOVA DESCOBERTA SOBRE A EVOLUÇÃO DO TEREJÊ E SUA CONEXÃO COM O AKUWẼ


 Sabe-se através dos Natú de Colégio que os Akuwẽ eram considerados um povo a parte, os Peagaxinã chamam eles também de Kôbê, e na língua Natú significa 'estrangeiro' e não 'povo', indicando a separação étnica Terejê. Mesmo que não exista um laço direto entre os dois povos, pode-se notar que eles estão muito conectados ao analisar a língua deles.


 Veja bem, uma característica muito importante do Jê Central (mesmo que Akuwẽ) é que a sílaba KA átona, isto é, em uma posição onde ela não é a sílaba tônica, torna-se WA, isso só acontece (de acordo com a pesquisa de Andrey Nikulin de 2020) no ramo Central, um exemplo disso é *karên 'fumo' do Proto-Cerratense, que surge no Xavante como warĩ e no Xerente como warĩ, mas essa palavra não é exclusiva deste grupo, o Natú também a herdou de sua língua ancestral, e nela surge como barí, o uso de /b/ ao invés de /k/ (hipotético *karí) indica que o Natú, e por extensão o subramo Terejê, passou pela evolução específica do ramo Central de *ka > wa, onde wa sofreu betacismo (cf. betacismo do espanhol de v pronunciado como b) e virou ba, esta é a prova definitiva da conexão destes dois grupos culturais e linguísticos, eles compartilharam de um aspecto muito importante no desenvolver de suas línguas, indicando que eles formam membros separados de um único ramo Central que se divide em subramos Ocidental (Akuwẽ) e Oriental (Terejê). Reconstruo a palavra para as outras línguas Terejê como:


Xokó: warî, varî

Natú: barî, bari

Wakonã: barí





Autor da matéria: Suã Ari Llusan 




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