Suspeito que os idiomas do Sub-médio Rio Opará estivessem dentro de sua própria área de convergência, aponto como evidência algumas evoluções que denotam uma aversão, seja ela proposital ou não, do fonema /s/, optando-se por fonemas aproximados deste, quando muitas línguas repetem tal processo em torno de uma área, isso aponta para uma influência confluente entre os povos.
Aponto primeiro para o Dzubukuá, que não possui nativamente o som de /s/, apenas /ð/ (dh) e /h/ (h) em seu lugar, é possível ver isso nas palavras comparadas entre ele e o Kipeá:
Dz.: ha 'nascer' vs Kp.: sa 'nascer'
Dz.: dapuca 'galinha' vs Kp.: sabucà 'galinha'
Segundo, aponto para o Masakará, que em comparação ao seus irmãos, opta normalmente pelos fonemas /ʃ/ (sch) /tʃ/ (tsch) e /x/ (kh):
Masakara: ga khang 'lua', lit.: 'pele queimar' vs Menien: yé 'lua', lit.: 'queimar'
Masakará: thüó 'dente' vs Kamakã txo 'dente'
O Terceiro ponto é a presença de tal mudança também em línguas pós-sãofranciscanas, como o Xukurú, que mudou no passado seu fonema *c e o fonema *s > t (cf.: tapuka 'galinha' do Tupi gûyrássapucaia), o que talvez indique que essa área de efeito era maior.
Autor da matéria: Suã Ari Llusan
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