Fiquei com algumas dúvidas se o Xokó e Natú formavam mesmo um grupo com o Wakonã por um certo tempo (após a descoberta da relação Wakonã-Cayapó do Sul), essas publicações em seguida são resultado de minha busca para ver o que posso encontrar que possa reforçar o argumento dessa relação. Além do substantivo a-ti-’a ‘incêndio’ (lit.: ‘AG.GEN-3-queimar’), cujo só existe nessa forma no Cayapó do Sul, como tikaa ‘queimar’, também existe outra palavra desse grupo linguístico que também passou por processos de palatalização.
A palavra é tipîà ‘cabeça’, composta de duas palavras vistas no ramo Panará: ti ‘grande’ e piə ‘grande’ (esse último sendo um cognato do Tarairiú pró ‘velho, chefe’, que preserva o -r- medial). Isso comprova que o Xokó está diretamente ligado ao Wakonã, como uma língua de caráter misto entre Jê Setentrional, Panará e Akuwẽ, e julgando pela frase “kalicê bêlêtsiê”, é muito provável que os elementos mais fortes e mais presentes na gramática fosse primeiramente o Cayapó do Sul, depois o Jê Setentrional e por último, o Akuwẽ.
Autor da matéria: Ari Llusan
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