terça-feira, 1 de abril de 2025

DOMÍNIO SOBRE ISRAEL E A QUEDA DE JUDÁ



Resumo 



O presente estudo analisa o domínio estrangeiro sobre os antigos reinos de Israel e Judá, destacando os eventos que culminaram na queda de Samaria (722 a.C.) e, posteriormente, de Jerusalém (586 a.C.), bem como os impactos culturais, políticos e religiosos da diáspora israelita e judaica. A pesquisa descreve, em ordem cronológica, a sucessão de impérios que governaram a terra de Israel, desde os assírios até os romanos, com ênfase nas consequências da política de deportação assíria e nas revoltas judaicas durante o domínio romano. O texto baseia-se em fontes bíblicas, historiográficas e arqueológicas, oferecendo uma síntese crítica da desintegração do Reino de Israel e da posterior submissão do Reino de Judá a diferentes potências do Antigo Oriente Próximo e do mundo greco-romano.


Palavras-chave: Israel, Judá, Assíria, Babilônia, Roma, deportações, dominação estrangeira.



Introdução 


A trajetória histórica dos reinos de Israel e Judá está profundamente marcada por sucessivos períodos de dominação estrangeira, que deixaram impactos duradouros na identidade religiosa, cultural e política do povo hebreu. O presente trabalho tem como objetivo analisar os principais eventos que envolveram a conquista do Reino do Norte (Israel) pelos assírios em 722 a.C., a posterior queda de Jerusalém em 586 a.C. pelos babilônios, e os ciclos de dominação que se seguiram até a destruição do Segundo Templo em 70 d.C., sob o Império Romano. A abordagem adota um olhar cronológico e descritivo, apoiando-se em fontes bíblicas e historiográficas, bem como em pesquisas arqueológicas contemporâneas, com o intuito de compreender os mecanismos de dominação, as políticas de reassentamento populacional e os movimentos de resistência hebraica ao longo dos séculos. Além disso, busca-se refletir sobre a importância desses eventos para a formação da identidade judaica e para a compreensão do contexto histórico do Oriente Médio Antigo.



Domínio Sobre o Reino de Israel ( 722 a.C. ).


O domínio assírio sobre o Reino de Israel ocorreu em 722 a.C., quando os assírios, sob o rei Sargão II, conquistaram a capital Samaria. Esse evento marcou o fim do Reino do Norte (Israel) e a dispersão das Dez Tribos Perdidas.


Após a conquista, os assírios implementaram sua política de deportação em massa para evitar revoltas. As dez tribos do Reino de Israel foram levadas para várias regiões do império assírio, especialmente para:


Halah


Habor, junto ao rio Gozã


Cidades da Média (atual Irã)


As tribos foram assimiladas pelas populações locais e perderam sua identidade como grupo coeso. Diferente do Reino de Judá, que foi exilado na Babilônia e retornou 70 anos depois, os israelitas do Norte não tiveram uma restauração oficial. Fatores que impediram o retorno:


1. Mistura cultural e religiosa – Ao longo dos séculos, os descendentes dessas tribos adotaram costumes dos povos assírios e babilônicos.


2. Falta de uma liderança unificada – Não havia uma figura como Esdras ou Neemias para organizá-los.


3. Política assíria de reassentamento – Os assírios também trouxeram povos estrangeiros para a região de Samaria, criando os samaritanos, que eram uma mistura de israelitas remanescentes e estrangeiros.


Até hoje, há diversas teorias e lendas sobre o paradeiro das Dez Tribos Perdidas, com algumas tradições associando-as a grupos judaicos na Ásia Central, na África e até mesmo na Índia e China.


A terra de Israel (ou Reino de Judá) foi dominada por vários impérios entre 586 a.C. e 70 d.C. Veja a sequência:


1. Império Babilônico (586–539 a.C.) – Em 586 a.C., o rei Nabucodonosor II destruiu Jerusalém e o Templo de Salomão, exilando grande parte da população para a Babilônia.


2. Império Persa (539–332 a.C.) – Ciro, o Grande, conquistou a Babilônia em 539 a.C. e permitiu que os judeus retornassem a Jerusalém e reconstruíssem o Templo (o Segundo Templo foi concluído em 516 a.C.).


3. Império Macedônico (332–301 a.C.) – Alexandre, o Grande, conquistou a região em 332 a.C., trazendo a cultura helenística.


4. Império Selêucida (301–164 a.C.) – Após a morte de Alexandre, seu império foi dividido, e os selêucidas dominaram a Judeia. Esse período teve forte influência helenística e levou à Revolta dos Macabeus.


5. Dinastia Hasmoniana (164–63 a.C.) – Os judeus, liderados pelos Macabeus, conquistaram a independência dos selêucidas e estabeleceram um reino judaico autônomo.


6. Império Romano (63 a.C.–70 d.C.) – O general Pompeu conquistou a Judeia em 63 a.C., transformando-a em um protetorado romano. Depois, Herodes, o Grande, governou como rei cliente de Roma (37–4 a.C.), e seus descendentes continuaram como governantes sob supervisão romana. Em 70 d.C., após a Grande Revolta Judaica, os romanos destruíram Jerusalém e o Segundo Templo.


Ou seja, a terra de Israel passou por domínios sucessivos de Assírios, Babilônios, Persas, Macedônicos, Selêucidas e Romanos, com um breve período de independência sob os Hasmoneus.


O domínio romano sobre a terra de Israel (Judeia) começou em 63 a.C. e continuou oficialmente até o século IV d.C., quando o Império Romano foi cristianizado e a região passou a fazer parte do Império Romano do Oriente (Bizantino).


Os eventos mais marcantes do domínio romano incluem:


70 d.C. – Destruição de Jerusalém e do Segundo Templo.


132-135 d.C. – Revolta de Bar Kokhba, após a qual o imperador Adriano transformou a Judeia na província romana da Síria Palestina, expulsando muitos judeus e proibindo sua presença em Jerusalém.


395 d.C. – Com a divisão do Império Romano, a região passou ao domínio do Império Bizantino, que durou até a conquista islâmica em 636 d.C..


Portanto, Roma dominou a terra de Israel diretamente até 395 d.C., quando a administração passou ao Império Bizantino, que era a continuação oriental de Roma.



Considerações Finais 


A análise histórica do domínio sobre os reinos de Israel e Judá evidencia a complexa teia de relações políticas, militares e culturais que moldaram a trajetória do povo hebreu na Antiguidade. A conquista de Samaria pelos assírios e a política de deportação que resultou na dispersão das Dez Tribos Perdidas marcam um ponto de ruptura irreversível na história de Israel. Por sua vez, a queda de Judá e os subsequentes ciclos de dominação por babilônios, persas, gregos, selêucidas e romanos reforçam a persistência de uma identidade religiosa e cultural mesmo diante da opressão. A breve autonomia sob a dinastia hasmoniana e a resistência frente à dominação romana demonstram a resiliência do povo judaico em preservar suas tradições. Ao reunir dados de fontes diversas, este estudo reforça a importância da análise interdisciplinar para a compreensão da história antiga e dos processos de resistência e assimilação vividos por comunidades subjugadas.




REFERÊNCIAS: 




Referências Bíblicas



1. Conquista de Israel pelos assírios e deportação das tribos:


2 Reis 17:5-6 – Relato da conquista de Samaria e exílio do povo de Israel.


2 Reis 17:22-23 – Explicação teológica sobre o fim do Reino de Israel.


2 Reis 18:9-12 – Confirmação da deportação sob Sargão II.


1 Crônicas 5:26 – Destino das tribos deportadas.


Isaías 10:5-11 – Referência ao uso da Assíria como instrumento de julgamento divino.



Livros e artigos acadêmicos sobre o tema:



BRIGHT, John. História de Israel. 3. ed. São Paulo: Paulus, 2003.


Uma das obras mais respeitadas sobre a história bíblica de Israel, cobrindo a queda do Reino do Norte e suas consequências.


CHATGPT. Domínio da terra de Israel por impérios de 586 a.C. a 70 d.C. OpenAI, 2025. Disponível em: https://chat.openai.com. Acesso em: [ 20 de março de 2025 ].


FINKELSTEIN, Israel; SILBERMAN, Neil Asher. A Bíblia Desenterrada: A nova visão da arqueologia sobre Israel e suas escrituras. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.


Aborda a destruição de Israel pelos assírios a partir da arqueologia.


KITCHEN, Kenneth A. On the Reliability of the Old Testament. Grand Rapids: Eerdmans, 2003.


Discute a confiabilidade histórica do relato da deportação assíria.


LIVERANI, Mario. Israel’s History and the History of Israel. London: Equinox, 2005.


Analisa a formação e destruição de Israel dentro do contexto do Oriente Médio Antigo.


GRANT, Michael. The History of Rome. New York: Scribner, 1978.


GOODMAN, Martin. Rome and Jerusalem: The Clash of Ancient Civilizations. New York: Knopf, 2007.


NADAV, Na’aman. Ancient Israel and its Neighbors: Interaction and Counteraction. Winona Lake: Eisenbrauns, 2005.


Estuda o impacto do domínio assírio sobre Israel e as deportações.


SCHÜRER, Emil. The History of the Jewish People in the Age of Jesus Christ (175 B.C.–A.D. 135). Edinburgh: T&T Clark, 1973.




Autor: Nhenety KX



Utilizando a ferramenta Gemini ( Google ), inteligência artificial para análise da temática e Consultado por meio da ferramenta ChatGPT (OpenAI), inteligência artificial como apoio para elaboração do trabalho, em 20 de março de 2025. 



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