Resumo
O alfabeto fenício, criado por volta de 1050 a.C., constituiu um marco decisivo na história da escrita, ao simplificar os sistemas existentes e criar um método funcional para o comércio e comunicação. Sua transmissão para os gregos, que introduziram as vogais, e posteriormente para os romanos, que o adaptaram ao latim, evidencia um processo de transformação cultural e linguística de grande importância. Este percurso histórico mostra a relevância dos fenícios não apenas como comerciantes e navegadores, mas também como agentes fundamentais na formação do alfabeto que sustenta a comunicação escrita ocidental.
Introdução
A escrita representa um dos maiores avanços da civilização humana. Diversos sistemas de escrita surgiram em diferentes regiões do mundo antigo, mas foi o alfabeto fenício que desempenhou um papel central na formação dos alfabetos grego e latino, fundamentos das línguas ocidentais modernas. Este texto apresenta uma descrição cronológica do processo histórico que levou da criação do alfabeto fenício à sua evolução nos sistemas gregos e latinos, destacando os elementos culturais e técnicos que possibilitaram essa transformação.
Descrição Cronológica do Processo Histórico
A Civilização Fenícia (c. 1200 a.C. – 539 a.C.)
Os fenícios eram um povo semita estabelecido no litoral oriental do Mar Mediterrâneo, na região correspondente ao atual Líbano. Desenvolveram-se a partir de cerca de 1200 a.C., tornando-se exímios comerciantes e navegadores. Sua necessidade de comunicação prática e eficiente nos negócios levou, por volta de 1050 a.C., à criação do alfabeto fenício. Este sistema de escrita era baseado em sinais que representavam sons consonantais — um abjad — e contava com 22 sinais simples, o que facilitava o aprendizado e a disseminação.
A Transmissão do Alfabeto para os Gregos (c. 800 a.C.)
O contato entre fenícios e gregos ocorreu principalmente através do comércio marítimo e das colônias estabelecidas no Mediterrâneo. Os gregos, ao tomarem conhecimento do alfabeto fenício, adaptaram-no às suas necessidades linguísticas por volta do século VIII a.C. A principal inovação dos gregos foi a criação de sinais específicos para representar as vogais — elemento fundamental da língua grega. Essa adaptação transformou o abjad fenício em um verdadeiro alfabeto fonético.
Da Grécia à Roma: A Influência Sobre o Alfabeto Latino (c. 700 a.C. – 100 a.C.)
O alfabeto grego foi transmitido aos povos da Península Itálica, em especial aos etruscos, por volta do século VII a.C. Os etruscos adaptaram o modelo grego, ajustando-o à sua própria fonologia. Posteriormente, os romanos, herdeiros culturais dos etruscos, absorveram e modificaram esse sistema, desenvolvendo o alfabeto latino, consolidado por volta do século I a.C. Este alfabeto se expandiu com o Império Romano e tornou-se a base das línguas românicas e das línguas ocidentais modernas.
Considerações Finais
A trajetória do alfabeto fenício até sua transformação nos sistemas grego e latino revela um processo profundo de intercâmbio cultural e adaptação linguística no mundo antigo. A criação de um sistema de escrita simplificado e eficiente pelos fenícios não apenas atendeu às suas necessidades comerciais, mas também influenciou decisivamente o desenvolvimento das formas de comunicação escritas que sustentam grande parte das sociedades ocidentais modernas. A apropriação e modificação do alfabeto pelos gregos, com a introdução das vogais, e posteriormente pelos romanos, com o aperfeiçoamento do alfabeto latino, evidenciam a continuidade e a transformação de um legado milenar. Reconhecer esse percurso histórico é fundamental para compreender como a escrita se tornou uma ferramenta universal de expressão, registro e identidade cultural.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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Autor: Nhenety KX
Utilizando a ferramenta Gemini ( Google ), inteligência artificial para análise da temática e Consultado por meio da ferramenta ChatGPT (OpenAI), inteligência artificial como apoio para elaboração do trabalho, em 7 de abril de 2025 e a capa dia 2 de maio de 2025.

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