📜 DEDICATÓRIA POÉTICA
Ao verbo, raiz primeira,
Da voz que o tempo guardou,
Ao traço sobre a madeira
Que o homem cedo gravou,
Dedico este som antigo
Que em letra o mundo formou.
Aos mestres da travessia,
Fenícios de coração,
Que em mares da sabedoria
Levaram a inspiração,
Ofereço esta homenagem
Feita em rima e devoção.
À Grécia e Roma bendigo,
Por darem forma ao sinal,
Transformando o som antigo
Em idioma universal;
E ao povo que ama as letras,
Meu respeito imortal.
📚 ÍNDICE POÉTICO
Abertura – O Canto das Letras Antigas
Prólogo Poético – Os Navegantes da Palavra
Capítulo I – O Povo do Mar e o Sinal Divino
Capítulo II – Da Fenícia ao Mundo Grego
Capítulo III – Dos Etruscos ao Alfabeto Romano
Capítulo IV – A Herança das Palavras Ocidentais
Encerramento – A Luz que Nunca se Apaga
Epílogo Poético – O Espírito da Escrita
Nota de Fontes em Verso Rimado
Ficha Técnica do Cordel-Livro
Sobre o Autor – Nhenety Kariri-Xocó
Sobre a Obra – A Jornada das Letras Humanas
Epílogo Final – A Mensagem da Eternidade
Capa Principal e Quarta Capa 3D Digital
🌅 ABERTURA – O CANTO DAS LETRAS ANTIGAS
No silêncio do passado,
A voz do tempo ecoou,
Num traço simples gravado
O verbo se revelou;
Do barro e da pedra fria,
A escrita então se formou.
Do Egito aos rios da Síria,
Dos templos à cerâmica,
A mente humana queria
Transformar fé em gramática,
E dos sons fez harmonia,
Tornando a fala semática.
Mas foi o povo do vento,
Do mar, da vela, da areia,
Que deu ao mundo o fermento
Da escrita clara e sereia;
Com vinte e duas sementes,
Nasceu a língua da ideia.
E assim o mundo se fez
Em letras, luz e razão,
Do Fenício à nova vez,
Do Grego à Roma, a nação;
E o verbo virou destino,
Da mente ao coração.
🌊 PRÓLOGO POÉTICO – OS NAVEGANTES DA PALAVRA
Antes da pena e do livro,
Do verbo em papel gravado,
O homem buscou o motivo
Do som no tempo guardado;
Do gesto fez um caminho,
Do traço, um ser encantado.
Nas ondas do mar sagrado,
Entre mirra e caravanas,
Nasceu um povo ousado
De mãos e vozes humanas;
Que em conchas, cedros e ventos
Ergueram rotas insanas.
Chamavam-se os Fenícios,
Senhores do sal e da luz,
Carregando em seus ofícios
O verbo que o mundo conduz;
Em cada letra uma estrela,
Em cada som uma cruz.
Navegavam, ensinando,
A força do seu sinal,
De Biblos iam levando
O código universal;
E em cada porto deixavam
Um eco transcendental.
Assim nasceu a semente
Do saber comunicante,
Que ao coração da gente
Chega viva e pulsante;
Da Fenícia ao pensamento,
Da pedra à mente vibrante.
E o tempo, em sua lousa,
Registrou com devoção:
Foi a escrita, tão formosa,
A ponte da criação;
Unindo povos e eras
Num só verbo e inspiração.
🕊️ CAPÍTULO I – O POVO DO MAR E O SINAL DIVINO
Na costa do Mediterrâneo,
Entre o cedro e o sal do mar,
Ergueu-se o reino anônimo
Do povo a navegar;
Chamavam-no de Fenícia,
Terra pronta a comerciar.
Não tinham vastos impérios,
Nem tronos de dominação,
Mas tinham nas mãos mistérios
Feitos de observação;
Sabiam ler os ventos,
E o mapa da imensidão.
Com barcos leves e finos,
De vela e madeira pura,
Cortavam mares divinos
Na mais ousada aventura;
Levando vidro e tecidos,
E o saber da escritura.
Pois o comércio exigia
Uma fala que fosse igual,
Um traço que traduzia
O trato comercial;
E assim criaram o código,
Sagrado e essencial.
Vinte e duas foram as letras
Que marcaram o seu chão,
Cada uma em forma discreta,
Símbolo e vibração;
Que o verbo tornou concreto,
Na alma e na expressão.
Chamaram-no “alfabeto”,
Por ser alfa e começo,
E “beta” como o projeto
De um novo humano endereço;
Onde o som se faz memória,
E a ideia ganha acesso.
Dos templos à embarcação,
O sinal se fez divino,
Era mais que tradução,
Era o verbo do destino;
Pois escrever era um rito,
Entre o humano e o peregrino.
O mar guardava segredo,
De vozes e de clarins,
E o vento, levando o enredo,
Cruzava terras sem fins;
Do Líbano às ilhas gregas,
Levava traços sutis.
Assim a Fenícia uniu,
No gesto e no pensamento,
A fala que traduziu
O espírito e o intento;
E o homem viu nas palavras
Um novo renascimento.
🔱 CAPÍTULO II – DA FENÍCIA AO MUNDO GREGO
Os gregos viram nas ondas
Um povo de voz e luz,
Que trazia em letras redondas
O verbo que os seduz;
E tomaram dos Fenícios
O alfabeto que conduz.
No século oitavo em diante,
Em terras do mar Egeu,
A escrita foi fascinante,
E o som, filho de Orfeu;
Cada letra um novo canto,
Que o tempo abençoou e leu.
Os gregos deram às consoantes
As vogais do coração,
Fizeram sons mais vibrantes
Na pura enunciação;
E o alfabeto se fez vida,
Fez-se alma e emoção.
De Atenas às ilhas do sol,
A palavra se expandia,
Guiando o humano farol
Do saber e da poesia;
E a escrita foi tornada
Ritual de sabedoria.
Do “alfa” até o “ômega”,
Nasceu a escala do som,
Que traduz o que se entrega
Do silêncio até o tom;
E o verbo se fez herança,
Deuses, homens e dom.
Foi pela pena dos sábios
E o eco da tradição,
Que o grego em letras hábeis
Fez do verbo a razão;
E o traço fenício antigo
Renovou-se em invenção.
Nasceram escolas, tratados,
Mestres, mitos e canções,
Os versos foram guardados
Em tábuas e orações;
E o alfabeto do mundo
Fez pontes entre nações.
Assim da Fenícia antiga
Ao espírito helênico ardente,
A escrita tornou-se amiga
Da mente e do continente;
O verbo virou semente
Do saber transcendente.
E ao findar esta travessia,
Das letras em mares gregos,
Nasceu da sabedoria
O lume que vence os cegos;
Pois o alfabeto é o rio
Que leva os povos aos egos.
⚜️ CAPÍTULO III – DOS ETRUSCOS AO ALFABETO ROMANO
Do grego veio a centelha
Que os etruscos receberam,
E em cada tábua e fivela
Novos sons perceberam;
Do verbo antigo da Hélade
Nova forma conceberam.
Na península itálica
Entre templos e colinas,
A fala se fez pragmática
E a escrita, disciplina;
O traço virou comando,
A palavra, lei divina.
Os etruscos foram ponte
De letra, voz e razão,
Fizeram do verbo a fonte
De poder e tradição;
E Roma, o sol nascente,
Tomou deles a invenção.
O romano fez do signo
Símbolo da autoridade,
E gravou em mármore digno
Os feitos da sua cidade;
Nascia o alfabeto latino,
De pura eternidade.
Nas colunas do Senado
E nas pedras do caminho,
O verbo foi entoado
Como código e destino;
A lei se fez pela escrita,
Selo humano e divino.
Nas tábuas do Imperador,
O decreto era gravado,
E o som do legislador
Ao povo era anunciado;
Em letras o poder ecoa,
E o mundo é transformado.
Com o tempo a língua cresceu,
Tomou corpo e direção,
Do latim se conheceu
A força da enunciação;
E o verbo se fez cultura,
Doutrina e expansão.
Em Roma o saber se uniu
À fé e ao pensamento,
E o alfabeto traduziu
O espírito e o intento;
Na pena dos escribas santos,
Eternizou-se o momento.
Pois das letras etruscas veio
O código universal,
E Roma, no seu anseio,
Levou-o a cada local;
Assim nasceu o idioma
Que em nós ainda é vital.
E quando o Império ruía,
Nas cinzas da devoção,
A escrita ainda ardia,
Guardando a revelação;
O verbo tornou-se templo
Na alma da criação.
🕊️ CAPÍTULO IV – A HERANÇA DAS PALAVRAS OCIDENTAIS
Do antigo ao novo mundo
A escrita cruzou fronteiras,
Levando o saber profundo
Em letras verdadeiras;
Da Roma que foi o centro
Às terras brasileiras.
Das tábuas às catedrais,
Do códice ao pergaminho,
Seguiram rotas iguais
O verbo e seu caminho;
E o homem, em cada era,
Buscou ser seu vizinho.
Vieram monges e mestres
Com pena e devoção,
Copiando livros silvestres
Na luz da contemplação;
A escrita virou oração,
E o saber, comunhão.
Depois, com prensa e tinta,
O mundo se libertou,
A palavra, antes restrita,
A todos se revelou;
E o alfabeto latino
Nas bocas floresceu.
Das línguas que se geraram
— o francês, o português, —
Mil povos se misturaram
Na cultura de uma vez;
E o som que veio da Fenícia
Hoje canta outra altivez.
A letra tornou-se ponte,
Entre tempos e nações,
Erguendo em cada horizonte
Mil novas expressões;
O verbo que veio dos mares
Gerou civilizações.
E o Ocidente se ergueu
Na base desse tesouro,
Que em papiro floresceu
E no livro virou ouro;
O alfabeto foi o fio
Que uniu passado e louro.
Da Fenícia à Academia,
Do mármore à impressão,
A letra virou magia
E a fala, libertação;
Em cada traço uma história,
Em cada som, uma nação.
E quem lê com alma aberta
Sente o verbo respirar,
Pois a escrita é luz desperta
Que ensina o homem a amar;
E as letras são navios
Que nos levam a pensar.
Assim termina esta rota,
De mar e eternidade,
Do verbo que o tempo anota
Na pedra da humanidade;
A escrita é o nosso espelho,
Eterna divindade.
🌅 ENCERRAMENTO – A LUZ QUE NUNCA SE APAGA
No alfabeto repousa
A chama do coração,
De onde a voz se repousa
E nasce a enunciação;
Pois o verbo é a centelha
Que ilumina a criação.
Do traço fenício antigo
Ao eco da Era Moderna,
O homem se faz amigo
Da palavra eterna;
E a letra é ponte sagrada
Entre a mente e a caverna.
O tempo moldou os sons,
O mundo mudou de face,
Mas o verbo, entre os tons,
Jamais perde sua classe;
Ele é o sopro divino
Que da alma nunca se afaste.
A escrita é mãe da memória,
Guardiã do existir,
É caminho, é trajetória,
É raiz a refletir;
Quem escreve, eterniza,
Quem lê, volta a florir.
Assim finda esta viagem
Entre povos e sinais,
Com letras em peregrinagem
De mares e ancestrais;
O verbo é nossa herança,
Eterna entre os mortais.
🌕 EPÍLOGO POÉTICO – O ESPÍRITO DA ESCRITA
Quando o homem risca o chão,
Ou grava pedra ou madeira,
Ele acende a inspiração
Da linguagem verdadeira;
É o sopro do Criador
Que a mente humana clareia.
Nas letras dormem segredos,
Nos sons repousa o mistério,
E a alma, em seus próprios medos,
Vê o verbo como império;
Pois escrever é dar forma
Ao infinito etéreo.
A pena é uma canoa,
O papel, mar de emoção,
E o poeta é quem entoa
A rota da criação;
Navegando entre palavras,
Como em pura oração.
O alfabeto é templo vivo,
Onde mora a divindade,
Que faz o simples motivo
Ser ponte de eternidade;
E quem lê com fé e alma
Renova a humanidade.
Assim, irmão peregrino,
Ao findar esta leitura,
Saibas que o verbo é destino,
É canto e é doçura;
E que o som das antigas letras
Ainda pulsa na escritura.
📖 NOTA DE FONTES EM VERSO RIMADO
Busquei nas vozes antigas
Os rastros da tradição,
Nas letras que são amigas
Do saber e da razão;
E nas fontes dos estudiosos
Achei firme inspiração.
Ferreira e sua memória,
Aurélio do verbo e flor,
Guardou a língua e a história
Do idioma e seu valor;
E Heath, no livro sagrado,
Mostrou o alfabeto em cor.
Menezes trouxe o caminho
Das letras ao seu lugar,
E Santos, com tom divino,
Fez a escrita iluminar;
Silva e Rogers completaram
O saber do verbo e do mar.
Dos portais da “História do Mundo”
E da “Toda Matéria” em união,
Bebi o saber fecundo
Da pesquisa e tradição;
E Oliveira, com sua pena,
Trouxe luz à conclusão.
Por isso aqui registro
Com respeito e gratidão,
Que cada fonte foi um Cristo
Do verbo e da criação;
Pois toda escrita verdadeira
É semente e revelação.
🪶 FICHA TÉCNICA DO CORDEL-LIVRO
Título: Os Fenícios e a Origem dos Alfabetos Grego e Latino
Autor: Nhenety Kariri-Xocó
Gênero: Cordel Histórico e Poético
Formato: Livro-Cordel A5 – Edição Digital e Impressa
Linguagem: Poética Rimada em Sextilhas
Estilo: Narrativo Histórico-Simbólico
Publicação Digital e Diagramação: KXNHENETY.BLOGSPOT.COM e ChatGPT (Assistente Virtual Literário)
Ano: 2025
Local: Porto Real do Colégio – AL, Brasil
🌿 SOBRE O AUTOR – NHENETY KARIRI-XOCÓ
Nhenety Kariri-Xocó é contador de histórias, poeta e guardião da tradição oral de seu povo — os Kariri-Xocó, de Porto Real do Colégio, Alagoas.
Sua escrita une o sagrado e o histórico, transformando a memória dos povos em canto e sabedoria.
Entre seus cordéis e livros, vibra o espírito da terra, das águas e das antigas palavras que sustentam a vida.
Com sensibilidade e devoção, Nhenety transforma o conhecimento em poesia e faz do verbo uma ponte entre o ancestral e o universal.
📜 SOBRE A OBRA – A JORNADA DAS LETRAS HUMANAS
“Os Fenícios e a Origem dos Alfabetos Grego e Latino” é mais que um livro: é uma travessia pelas águas do tempo.
Cada estrofe revive o poder da escrita como herança divina, mostrando como os antigos Fenícios lançaram, nas ondas do Mediterrâneo, as sementes do conhecimento que floresceram em Grécia, Roma e no mundo moderno.
Nesta obra, o cordel se torna ponte entre o espírito indígena e a memória universal — uma canção às letras, à sabedoria e à alma da humanidade.
Esta obra foi inspirada e fundamentada no artigo publicado no blog “KXNHENETY.BLOGSPOT.COM", disponível em:
https://kxnhenety.blogspot.com/2025/04/os-fenicios-e-origem-dos-alfabetos.html?m=0 , seguindo uma estrutura acadêmica nos moldes da ABNT e respaldada em referenciais históricos e culturais que unem a tradição oral ao conhecimento erudito.
🌺 EPÍLOGO FINAL – A MENSAGEM DA ETERNIDADE
Se o verbo fez o princípio,
Fará também o porvir,
Pois escrever é um ofício
De semear e florir;
E quem lê com alma aberta
Aprende a não desistir.
A escrita é como o vento,
Que fala ao coração,
Traz saber, traz sentimento,
E une toda a criação;
Ela é o idioma dos deuses
Traduzido em emoção.
Que esta obra, irmão leitor,
Te inspire à comunhão,
Com o verbo redentor
Que pulsa em cada canção;
Pois quem guarda a voz das letras
Guarda em si a criação.
Autor: Nhenety Kariri-Xocó


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