quinta-feira, 11 de abril de 2013

CONTO DO PIRAPOTI


   Nas águas do São Francisco antes do represamento das grandes barragens, tinha peixes de todo o tamanho, histórias com as peripércias dos pescadores do rio não faltava nas aldeias, em cidades e povoados. Faz muito tempo que ocorreu uma notícia de um grande peixe assombrava os ribeirinhos do Baixo São Francisco, atacava qualquer pessoa que fosse ao rio . Numa manhã uma índia foi de nossa tribo foi encher seu poti no rio, um peixe enorme engoliu o vasilhame, a mulher deu um grito que chamou ateção de toda a tribo. Os indígenas desceram o barranco do rio, ela contou o ocorrido, o grande peixe engoliu o poti achando que era eu, estou aqui tremendo de medo escapei por pouco. A notícia correu na aldeia, ninguém queria mais ir ao rio, com medo daquele monstro descomunal . Passou vários dias os pescadores de uma cidade distante, acharam um grande peixe morto, boiando no rio, levaram até as margens, suas escamas era do tamanho de um prato, sua barriga era enorma. Quando abriram o peixe, encontraram um poti de barro, assim como falaram, os pescadores dizeram que o peixe morreu  de fome. Pelo que contaram o poti que o peixe engoliu, ficou com a boca para a frente, a comida que ele comia ficava no vasilhame de barro. O tempo foi passando o peixe enfraquecendo sem alimentar-se, toda comida ficava retida no poti, o peixe terminou morrendo. Pirá na linguagen nativa é peixe, poti nós chamamos o vaso ceramico feito pelas mulheres Kariri-xocó. Assim ficou a história do Pirapoti o peixe vaso que engoliu o poti, nunca mais apareceu outro peixe desse não, o rio estar secando, o homem fez barragens em todo São Francisco.

Nhenety Kariri-Xocó

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