Como falei há 2 anos atrás, KRA-BU é um composto de duas palavras, a primeira tendo relação com o *krat do Proto-Cerrado, que entrou no Kariri através das línguas Terejê, juntando essa raiz com BU 'pele, casca'. A descoberta não é mais sobre sua etimologia, e sim sobre sua conexão com um termo Kamakã:
KMK: kraká 'peito de homem'
kraká-iê 'peito de mulher'
KRA-KA está composto com duas palavras, uma que conhecemos, que é KRA 'peito' e KA, a palavra Kamakã para 'pele' (cf.: LOUKOTKA, 1932, p. 505) , uma construção identica e parcialmente nativizada do termo visto no Kariri. Argumento que KRA aqui não seja nativo do Kamakã, e sim seja um empréstimo das línguas Kariri através da interação constante das duas nações, visto que a construção do termo é identica nos dois. Além desse argumento, Nikulin em seu artigo na reconstrói *krat no ramo Transfranciscano, pois nenhuma família (Maxakalí, Krenák e Kamakã) herdou esse termo, com o Kamakã posteriormente interagindo com os Kariri e importando a palavra.
Autor da matéria: Suã Ari Llusan
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