A palavra para tambor em Dzubukuá, de acordo com Martinho de Nantes em sua relação, seria wrara, derivada do Tupinambá gûarará. A palavra possui uma mudança sonora em que a sílaba wa- se achata perante uma rótica (o som de r), assim wa-ra se torna w-ra, essa mudança sonora é bastante típica do grupo Jê Central, principalmente de seu grupo oriental, que consiste no Xerente, Xakriabá e Akroá, se comparadas as seguintes palavras com o Xavante, que é do ramo ocidental, vemos a diferença:
Xavante: warazu 'branco'
Xerente: wrazu 'branco'
Xakriabá: orazu 'branco'
Akroá: urazu 'branco'
A três últimas línguas reduzem a sílaba, argumento que um membro, especificamente os Akroá, tenham influenciado a fonética do Dzubukuá, pois membros deste grupo, os Okrens, viviam há algumas horas de distância dos Dzubukuá, no rio Salitre (COELHO SILVA, 2003, p. 168). Argumentei no passado sobre a relação extremamente próxima do Terejê (Xokó-Natú-Wakonã) com o Akroá especificamente, especialmente pelo seu uso exclusivo do prefixo a- ao invés de da- para marcar a terceira pessoa humana, assim, creio que os Okren sejam uma quarta derivação do povo Terejê, sendo eles, assim como os Natú para os Kipeá, os principais doadores das palavras Macro-Jê dentro da língua de Aracapá.
Fontes:
Nantes, Relação de uma missão no Rio São Francisco, p. 37
Coelho Silva, Arqueologia no médio São Francisco. Indígenas, vaqueiros e missionários, 2003, p. 168
http://linguistica.museu-goeldi.br/wp-content/uploads/53.J%C3%AA.L%C3%A9xicoB%C3%A1sicoClassifica%C3%A7%C3%A3o.pdf
Autor da matéria: Suã Ari Llusan
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