terça-feira, 1 de abril de 2025

DOMÍNIO MUÇULMANO NA PENÍNSULA IBÉRICA


O domínio muçulmano na Península Ibérica começou em 711 com a invasão dos exércitos islâmicos liderados por Táriq ibn Ziyad e terminou oficialmente em 1492, com a tomada de Granada pelos Reis Católicos, Fernando de Aragão e Isabel de Castela. Esse período foi marcado por profundas transformações políticas, culturais e sociais.

Reinos Criados e Desenvolvimento Político

1. Emirado de Córdoba (756-929) – Inicialmente, a Península estava sob controle do Califado Omíada de Damasco, mas em 756, Abd ar-Rahman I estabeleceu um emirado independente em Córdoba.

2. Califado de Córdoba (929-1031) – Em 929, Abd ar-Rahman III proclamou-se califa, tornando Córdoba um dos mais avançados centros culturais e políticos da Europa.

3. Reinos de Taifas (1031-1090 e 1145-1212) – Após a fragmentação do califado, surgiram pequenos reinos independentes chamados "taifas", que frequentemente guerreavam entre si.

4. Domínio Almorávida (1090-1147) e Almóada (1147-1212) – Dinastias do Norte da África intervieram para tentar restaurar a unidade islâmica na Península.

5. Reino Nacérida de Granada (1238-1492) – Último bastião muçulmano na Península, caiu para os cristãos em 1492.

Mudanças Culturais e Políticas

Influência Islâmica na Cultura: A Península tornou-se um dos grandes centros de conhecimento da Idade Média. Os muçulmanos trouxeram avanços em matemática, astronomia, medicina e filosofia, preservando e traduzindo textos clássicos gregos e romanos.

Arquitetura: Surgiram estilos marcantes como o mudéjar e o islâmico-andaluz. Exemplos notáveis incluem:

Mesquita-Catedral de Córdoba

Alhambra de Granada

Alcázar de Sevilha

Administração e Sociedade: A sociedade era dividida entre muçulmanos, cristãos e judeus, com um sistema de impostos para não-muçulmanos (jizya). Os judeus e cristãos, chamados "dhimmis", podiam praticar sua religião, mas tinham status inferior aos muçulmanos.

Relação com a População, Inclusive Judeus

Os judeus tiveram um período de grande florescimento cultural sob domínio muçulmano, especialmente em Córdoba, com figuras como Maimônides.

Durante os reinos cristãos, após a Reconquista, houve perseguições, culminando com a Expulsão dos Judeus de 1492 e a Inquisição Espanhola.

Cristãos que permaneceram sob domínio islâmico eram chamados "moçárabes" e mantinham sua fé, embora muitos adotassem costumes islâmicos.


O período islâmico na Península Ibérica deixou um legado duradouro, influenciando a língua, a arquitetura, a ciência e a cultura da região.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 


Aqui estão algumas referências nos moldes da ABNT para citar em trabalhos acadêmicos sobre o domínio muçulmano na Península Ibérica:


Livros


FERNÁNDEZ-MORERA, Darío. O mito do paraíso andaluz: Muçulmanos, cristãos e judeus na Espanha medieval. São Paulo: É Realizações, 2018.

GARCÍA FITZ, Francisco. La conquista de al-Ándalus y la expansión feudal (siglos XI-XIII). Madrid: Sílex, 2021.

MENOCAL, Maria Rosa. O ornamento do mundo: Como muçulmanos, judeus e cristãos criaram uma cultura de tolerância na Espanha medieval. Rio de Janeiro: Record, 2004.


Artigos acadêmicos


CAMPOS, André Luiz. A influência islâmica na arquitetura da Península Ibérica. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 30, n. 60, p. 125-145, 2010.

LOPEZ, María del Mar. A comunidade judaica sob domínio islâmico na Península Ibérica. Hispanic Studies Journal, Madri, v. 25, n. 2, p. 45-67, 2019.


Capítulos de livros


BOSWORTH, Clifford Edmund. A fragmentação do califado de Córdoba e as Taifas. In: HOLT, P. M.; LAMBTON, Ann; LEWIS, Bernard. História do Islã medieval. Lisboa: Editorial Presença, 2007. p. 205-230.



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