Durante a Reconquista (711–1492), vários reinos cristãos surgiram na Península Ibérica, alguns originados de condados, outros absorvidos por reinos maiores. Aqui está uma visão geral:
Principais Reinos Cristãos e suas Datas
1. Reino das Astúrias (718–924) → Tornou-se Reino de Leão.
2. Reino de Pamplona (824–1162) → Tornou-se Reino de Navarra.
3. Reino de Leão (910–1230) → Fundiu-se com Castela.
4. Reino de Castela (1065–1230) → Unido a Leão e formou a Coroa de Castela.
5. Reino de Navarra (1162–1620) → Parcialmente incorporado por Castela em 1512.
6. Condado de Barcelona → Reino de Aragão (1137–1716) → Tornou-se parte da Espanha.
7. Reino de Portugal (1139–1910) → Tornou-se independente da Galiza e Leão.
8. Reino de Aragão (1035–1716) → Formou a Coroa de Aragão.
9. Coroa de Castela (1230–1715) → Uniu-se a Aragão para formar a Espanha.
Condados Transformados em Reinos
Condado de Castela (850–1065) → Tornou-se Reino de Castela.
Condado de Aragão (c. 802–1035) → Tornou-se Reino de Aragão.
Condado de Barcelona (801–1137) → Tornou-se parte da Coroa de Aragão.
Condado Portucalense ( 868 - 1139 ) ) →
Tornou-se Reino de Portugal.
Relação com a Identidade Ibérica e os Visigodos
Os reinos cristãos da Reconquista se viam como herdeiros do Reino Visigótico (507–711), justificando sua luta contra os muçulmanos como uma restauração da antiga Hispânia cristã. A identidade ibérica foi marcada por essa herança visigótica, que influenciou leis, cultura e a organização da nobreza.
Os Judeus na Reconquista
Os judeus tiveram um papel essencial na sociedade ibérica medieval, atuando como intelectuais, médicos, comerciantes e conselheiros dos reis cristãos. No entanto, com o avanço cristão, a situação dos judeus variou:
Em alguns períodos, reinos como Leão e Aragão garantiram proteção.
No século XIV, começaram perseguições e massacres, como os de 1391.
Em 1492, os Reis Católicos decretaram a expulsão dos judeus da Espanha (Edicto de Granada).
O Condado Portucalense foi criado pela primeira vez em 868, durante o Reino das Astúrias, por Vímara Peres, um nobre galego a serviço do rei Afonso III. Esse condado foi estabelecido para reforçar a defesa contra os muçulmanos e consolidar a Reconquista na região entre os rios Minho e Douro.
Com a fragmentação do Reino das Astúrias no início do século X, o Condado Portucalense tornou-se parte do Reino de Leão. Durante os séculos seguintes, sua autonomia variou, sendo frequentemente governado por condes que tinham laços estreitos com a nobreza leonesa e galega.
A forma mais conhecida do Condado Portucalense surgiu em 1096, quando o rei Afonso VI de Leão e Castela concedeu o território a Henrique de Borgonha. Esse novo condado manteve vassalagem ao Reino de Leão até que Afonso Henriques, filho de Henrique, rompeu essa relação e proclamou o Reino de Portugal em 1139, consolidando a independência com o Tratado de Zamora em 1143.
Portanto, o Condado Portucalense teve duas fases principais:
a) 868–1071: Criado no Reino das Astúrias e depois vassalo de Leão. Foi temporariamente absorvido por Leão em 1071.
b) 1096–1139: Reconcedido por Afonso VI a Henrique de Borgonha, tornando-se a base para a independência de Portugal.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
FERNÁNDEZ, Luis Suárez. Historia de la Reconquista. Madrid: Ediciones Rialp, 1986.
LIMA, António. A história de Portugal: dos primórdios à formação do Reino. 4. ed. Lisboa: Edições 70, 2015.
PEREIRA, Manuel. "O Condado Portucalense: Da Criação à Independência". In: OLIVEIRA, Maria (org.). Estudos sobre a Idade Média Ibérica. Porto: Livraria Universidade, 2008. p. 87-112.
SÁNCHEZ-ALBORNOZ, Claudio. A formação dos reinos cristãos na Península Ibérica. Revista Hispânica de História Medieval, v. 8, n. 2, p. 123-145, 1992.
SILVA, João da. "O Condado Portucalense: Formação e Autonomia". Revista Portuguesa de História Medieval, v. 12, n. 2, p. 123-145, 2009.
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