segunda-feira, 14 de abril de 2025

ENCERRAMENTO DA SÉRIE PERNAMBUCO TRADIÇÃO, RESISTÊNCIA E FUTURO VIVO DA CULTURA POPULAR









Resumo



O texto percorre os caminhos das manifestações culturais e religiosas populares de Pernambuco, desde o século XVI até o XXI, revelando como essas expressões resistem, se transformam e se mantêm vivas através dos tempos. Com destaque para a força das tradições indígenas, africanas e ibéricas, são abordados momentos de embate, reinvenção e celebração que reafirmam a identidade do povo pernambucano. A valorização da ancestralidade, dos mestres populares e das novas formas de expressão digital compõe um panorama que exalta a continuidade e a potência da cultura popular.



Introdução



Este texto encerra a série “Pernambuco: Tradição, Resistência e Futuro Vivo da Cultura Popular”, com o propósito de refletir sobre a riqueza histórica, simbólica e social das manifestações culturais e religiosas que marcam a trajetória do povo pernambucano. Através de um percurso cronológico entre os séculos XVI e XXI, busca-se reconhecer os processos de resistência, recriação e afirmação de identidade vivenciados por comunidades tradicionais, mestres da cultura popular e novas gerações. Trata-se de um convite à valorização da memória coletiva e da continuidade dos saberes ancestrais em diálogo com o presente.



Encerramento da Série Pernambuco Tradição, Resistência e Futuro Vivo da Cultura Popular 



Ao longo dos séculos, o território de Pernambuco revelou-se um berço de encontros, choques e reinvenções culturais. Das primeiras chegadas portuguesas no século XVI às complexas dinâmicas do século XXI, as manifestações culturais e religiosas populares mostraram-se como expressões profundas da alma coletiva de um povo que resiste, recria e afirma sua identidade.


No século XVI, o chão da Capitania foi semeado com as sementes de tradições africanas, indígenas e ibéricas, muitas vezes à força, outras por necessidade de sobrevivência espiritual. Nas feiras, nas festas religiosas e nas senzalas, surgiram práticas que, mesmo diante da violência da colonização e da escravidão, ecoaram como cânticos de liberdade e fé.


No século XVII, em meio a invasões estrangeiras, rebeliões e expansão do sertão, o povo nordestino forjou suas tradições nos embates e na resistência. Os batuques do quilombo dos Palmares, as procissões de santos e os toques de terreiro deram continuidade ao que não podia morrer: a memória dos ancestrais e a esperança nos ritos.


Já no século XX, entre os desafios da modernização e o surgimento dos meios de comunicação de massa, os brincantes, mestres e mestras da cultura popular transformaram a dor em arte e a marginalização em espetáculo de beleza e sabedoria. O cordel, o maracatu, a capoeira e os afoxés passaram a habitar o rádio, a televisão, os palcos e os livros, reivindicando espaço na história oficial.


Finalmente, no século XXI, a cultura popular de Pernambuco ressurge com novos rostos, linguagens e territórios. Jovens de terreiro, poetas urbanos, educadores populares e mestres da tradição se unem em redes digitais e coletivos, recriando o antigo sem abrir mão do novo. São vozes que, mesmo diante de pandemias, preconceitos ou apagamentos, continuam entoando cantos de cura, justiça e pertencimento.


Essa série — que percorre os caminhos das manifestações culturais e religiosas de Pernambuco entre os séculos XVI e XXI — é, acima de tudo, um tributo àqueles que mantêm viva a chama da ancestralidade, da alegria e da fé. Um chamado para que nunca esqueçamos que cada dança, cada tambor, cada cordel e cada oferenda carregam histórias de luta, sabedoria e transformação.


Pernambuco não é apenas cenário: é sujeito histórico, terra sagrada e território simbólico, onde o sagrado e o profano, o passado e o presente, o visível e o invisível caminham lado a lado, formando um mosaico cultural de rara beleza e potência.


Considerações Finais


A cultura popular de Pernambuco não apenas resiste ao tempo, mas se reinventa continuamente por meio da força criadora de seu povo. Ao revisitarmos essa trajetória entre séculos de opressão, celebração e transformação, somos lembrados de que a memória cultural é também um ato político e vital. Cabe a todos nós preservar, valorizar e transmitir esses saberes como herança viva que pulsa nas ladeiras, nos terreiros, nas redes e nos corações. O futuro da cultura popular se constrói hoje — com reverência ao passado e coragem diante do novo.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:



BARROS, Edson. Pernambuco: cultura e tradição no século XXI. Recife: Cepe Editora, 2022.


CARVALHO, Suely. Patrimônio vivo: políticas culturais e transmissão de saberes. São Paulo: Cortez, 2019.


COSTA, Ana Lúcia. Entre o terreiro e o Instagram: religiões afro-brasileiras e mídias sociais. Recife: Editora UFPE, 2021.


FRANÇA, Marcelo. Carnaval e mercado: cultura popular e indústria cultural em Pernambuco. Olinda: Edições Libertas, 2018.


SILVA, Jurema. Digitalização da cultura popular: desafios e resistências. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2023.


HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.


HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.



Autor: Nhenety KX



Consultado por meio da ferramenta ChatGPT (OpenAI), inteligência artificial como apoio para elaboração do trabalho, em 14 de abril de 2025 e a capa do artigo dia 4 de maio de 2025.









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