domingo, 13 de abril de 2025

POVO KARIRI-XOCÓ RESUMO HISTÓRICO CRONOLÓGICO





Resumo



Este artigo apresenta um panorama histórico cronológico do povo Kariri-Xocó, localizado em Porto Real do Colégio, Alagoas. Através de uma abordagem descritiva, são analisados os principais momentos de sua formação, desde os aldeamentos missionários do século XVII, passando pela administração pombalina, o período das diretorias dos índios, a criação do município, até os marcos recentes de reorganização territorial e social. A narrativa evidencia a resistência e adaptação dos Kariri-Xocó ao longo dos séculos, destacando a importância de sua luta pela preservação da identidade, dos direitos e do território.


Introdução


O povo Kariri-Xocó, localizado no município de Porto Real do Colégio, no estado de Alagoas, é resultado de um processo histórico marcado por encontros, resistências e adaptações. Sua formação é fruto da junção de diferentes povos indígenas da região do Baixo São Francisco, reunidos inicialmente em aldeamentos missionários durante o período colonial. A história dos Kariri-Xocó envolve a presença jesuítica, a administração pombalina, as diretorias dos índios, a formação do município, a atuação do Serviço de Proteção aos Índios (SPI), até a sua reorganização territorial no final do século XX.


Desenvolvimento Cronológico


Século XVII ao XVIII — Grupos Formadores e Missão Jesuíta


Os povos indígenas Kariri e Xocó, habitantes das margens do rio São Francisco, juntamente com outros grupos menores, foram reunidos pelos jesuítas por volta de 1661, com a fundação da Missão de Nossa Senhora da Conceição de Porto do Colégio. Os jesuítas permaneceram administrando o aldeamento até 1759, quando foram expulsos por ordem do Marquês de Pombal.


- Diretório dos Índios e Freguesia ( 1763 )


Com a expulsão dos jesuítas, o Diretório dos Índios foi implementado para administrar os povos indígenas. Em 1763, o aldeamento foi elevado à categoria de Freguesia de Nossa Senhora do Rosário do Porto do Colégio, integrando-se à administração colonial portuguesa.


- Diretorias dos Índios ( Século XIX ) 


Após o fim oficial do Diretório dos Índios em 1798, os indígenas continuaram sendo administrados por diretorias civis e religiosas. A presença indígena resistiu mesmo diante das pressões da sociedade envolvente.


- Criação da Vila de Porto Real do Colégio ( 1876 )


Em 29 de junho de 1876, pela Lei Provincial nº 1.043, a freguesia foi elevada à Vila de Porto Real do Colégio, consolidando o núcleo urbano e administrativo da região.


- Criação do SPI e do Posto Indígena Padre Alfredo Dâmaso ( 1910 - 1944 ).


O Serviço de Proteção aos Índios (SPI) foi criado em 1910 com a missão de proteger e integrar os povos indígenas do Brasil. Em 1944, foi instalado em Porto Real do Colégio o Posto Indígena Padre Alfredo Dâmaso, ampliando a atuação do SPI junto aos Kariri-Xocó.


- Extinção do SPI e Criação da FUNAI ( 1967 )


Em 1967, o SPI foi extinto, dando lugar à Fundação Nacional do Índio (FUNAI), criada em 5 de dezembro de 1967, com o objetivo de promover e proteger os direitos dos povos indígenas.


- Ocupação da Fazenda Modelo ( 1978 )


Os Kariri-Xocó, que viviam em condições precárias na Rua São Vicente, periferia de Porto Real do Colégio, ocuparam em 31 de outubro de 1978 a Fazenda Modelo, onde se localiza hoje a Terra Indígena Kariri-Xocó, marcando um importante momento de reorganização territorial e social do povo.


Conclusão


A trajetória histórica do povo Kariri-Xocó reflete os processos de resistência e adaptação dos povos indígenas do Baixo São Francisco. Desde o período colonial até a atualidade, os Kariri-Xocó mantêm viva sua identidade cultural, enfrentando desafios históricos e contemporâneos na luta por seus direitos e território. A ocupação da Fazenda Modelo, em 1978, simboliza a continuidade de um processo de afirmação étnica e busca por autonomia, que ainda se desdobra nos dias atuais.


Considerações Finais


A história do povo Kariri-Xocó é marcada por contínuas transformações impostas por fatores externos, mas também por estratégias de resistência e reconfiguração cultural. A cronologia apresentada revela como esse povo, apesar das inúmeras adversidades, soube manter vivas suas tradições e reafirmar sua presença histórica no Baixo São Francisco. O reconhecimento territorial, com a ocupação da Fazenda Modelo em 1978, representa não apenas uma retomada física, mas simbólica, de autonomia e identidade. Valorizar e divulgar essa trajetória é contribuir para o fortalecimento das vozes indígenas e para a construção de uma sociedade mais justa e plural.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 



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MELO, Francisco Domingos de. Os Índios do Baixo São Francisco. Maceió: EDUFAL, 2005.


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Autor: Nhenety KX



Utilizando a ferramenta Gemini ( Google ), inteligência artificial para análise da temática e Consultado por meio da ferramenta ChatGPT (OpenAI), inteligência artificial como apoio para elaboração do trabalho, em 6 de abril de 2025 e a capa do artigo dia 1 de maio de 2025.








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