Este artigo convida você a mergulhar no universo espiritual e mitológico do Xintoísmo Japonês, onde deuses criadores moldam os mundos e a memória dos ancestrais ecoa nos santuários do tempo. Com base em fontes clássicas e respeito à tradição oriental, o estudo revela a riqueza de um politeísmo que ainda pulsa nas raízes culturais do Japão.
O Universo Politeísta do Xintoísmo
Resumo
Este trabalho apresenta a cosmologia do Xintoísmo, religião nativa do Japão, destacando a origem do universo, sua estrutura cósmica, as entidades hierárquicas (kami) e a interligação entre o mundo físico e espiritual. Por meio de uma abordagem cronológica, expõem-se os principais fatos históricos desde a formação dos mitos criacionistas até a evolução do Xintoísmo nos períodos históricos do Japão, consolidando seu papel como tradição cultural e religiosa.
Introdução
O Xintoísmo é uma tradição espiritual politeísta que surgiu no Japão em tempos imemoriais, antes da escrita e da chegada do budismo. Sua cosmogonia está centrada na criação do universo a partir do Caos primordial, no surgimento dos deuses criadores (Izanagi e Izanami) e na estrutura tripartida do mundo: o plano celeste (Takamagahara), o mundo físico (Ashihara no Nakatsukuni) e o mundo dos mortos (Yomi). Os mitos registrados no Kojiki (712 d.C.) e Nihon Shoki (720 d.C.) fundamentaram a religião oficial do Japão, unificando crenças locais e fortalecendo a identidade cultural japonesa.
"Quando os deuses giraram a lança sobre o caos, nasceu a terra. Quando o espírito gira o saber sobre a memória, nasce a sabedoria."
1. Estrutura Cósmica e Origem do Universo
O Xintoísmo é uma religião nativa do Japão, de caráter politeísta e animista, que acredita na existência de incontáveis divindades chamadas kami. Sua cosmologia apresenta um universo dividido em mundos interligados:
Mundos do Xintoísmo:
Takamagahara — O Plano Celestial, morada dos Kami celestes.
Ashihara no Nakatsukuni — O mundo terrestre, o Japão e os seres humanos.
Yomi — O mundo dos mortos, subterrâneo e escuro.
Mito da Criação:
Narrado no Kojiki (712 d.C.) e Nihon Shoki (720 d.C.), os textos mais antigos do Japão.
No princípio existia o Caos (Ame-no-Minakanushi).
Surgem os primeiros Kami Primordiais.
O casal criador Izanagi e Izanami gera as ilhas do Japão e muitas divindades.
Após a morte de Izanami, Izanagi purifica-se e gera três grandes Kami:
Amaterasu (Deusa do Sol)
Tsukuyomi (Deus da Lua)
Susanoo (Deus das Tempestades)
Esses deuses estruturam o equilíbrio entre céu, terra e submundo.
2. Cronologia Histórica do Xintoísmo
Período Pré-Histórico (antes de 300 a.C.)
Práticas animistas e cultos aos espíritos da natureza (kami).
Ausência de organização religiosa formal.
Período Yayoi (300 a.C. – 300 d.C.)
Agricultura fortalece o culto às divindades da fertilidade e natureza.
Xamanismo e rituais de purificação.
Período Kofun (300 – 538 d.C.)
Primeiras formas organizadas de culto aos kami.
Construção de túmulos monumentais (kofun) com símbolos xintoístas.
Período Asuka e Nara (538 – 794 d.C.)
Introdução do Budismo no Japão.
Criação dos textos Kojiki (712) e Nihon Shoki (720), unificando mitologia e legitimando o imperador como descendente de Amaterasu.
Período Heian (794 – 1185 d.C.)
Sincretismo entre Xintoísmo e Budismo (Shinbutsu-shūgō).
Desenvolvimento de ritos de corte e cultos locais.
Período Kamakura e Muromachi (1185 – 1573 d.C.)
Fortalecimento do culto a divindades guerreiras (kami protetores dos samurais).
Xintoísmo absorvido em práticas budistas.
Período Edo (1603 – 1868 d.C.)
Restauração dos rituais puros xintoístas.
Consolidação dos santuários (jinja).
Período Meiji (1868 – 1912 d.C.)
Xintoísmo transformado em religião de Estado (State Shinto).
Imperador reconhecido como ser divino.
Século XX (1912 – 1945 d.C.)
Xintoísmo usado como instrumento de nacionalismo japonês.
Após a Segunda Guerra Mundial (1945), separação do Estado e Religião — Xintoísmo retorna às práticas tradicionais.
Século XXI — Atualidade
O Xintoísmo continua como tradição espiritual viva no Japão.
Prática de ritos de purificação, festivais (matsuri), respeito aos kami da natureza.
Não possui fundador nem doutrina fixa.
Integra o cotidiano japonês, coexistindo com o Budismo e o secularismo moderno.
Considerações Finais
O Xintoísmo permanece como elemento essencial da cultura japonesa, preservando a relação harmoniosa entre humanidade, natureza e espiritualidade. Sua visão de universo integrado valoriza a purificação, o culto aos antepassados e o respeito pelos kami. Ao longo dos séculos, o Xintoísmo adaptou-se a diferentes contextos históricos, mantendo sua essência nas práticas cotidianas e cerimônias tradicionais do Japão até os dias atuais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Kojiki: Crônicas dos Assuntos Antigos do Japão. Tradução de Gustav Heldt. Columbia University Press, 2014.
NIHON SHOKI. The Chronicles of Japan from the Earliest Times to A.D. 697. Tradução de W. G. Aston. Tuttle Publishing, 2010.
MATSUMOTO, Shigeru. A Mitologia do Japão. São Paulo: Editora Pensamento, 2001.
KITAGAWA, Joseph. Religions of Japan in Practice. Princeton: Princeton University Press, 1999.
Autor: Nhenety KX
Utilizando a ferramenta Gemini ( Google ), inteligência artificial para análise da temática e Consultado por meio da ferramenta ChatGPT (OpenAI), inteligência artificial como apoio para elaboração do trabalho, em 11 de abril de 2025 e as imagens capa e contracapa do artigo dia 8 de maio de 2025.
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