CONTRACAPA
🌿 DEDICATÓRIA POÉTICA
Dedico este meu cordel,
À memória ancestral,
Dos povos que são raízes
Do Brasil continental.
Tupis, Guaranis, Tupi-Guarani,
Com seu canto imortal.
À terra, rio e floresta,
À lua que guia a aldeia,
Às crianças que brincando
Fazem da vida uma ceia,
Ao sonho de Yvy Maraey,
Que a esperança semeia.
📜 ÍNDICE POÉTICO
Abertura da Jornada
Prólogo Poético
Origem Mítica dos Povos
Tempos Antigos — Antes de Cristo
Período da Expansão
Contato e Colonização
Resistência e Atualidade
Encerramento da Trilha
Epílogo Poético Final
Nota de Fontes
🌄 ABERTURA DA JORNADA
Na cadência do repente
Ergo versos de memória,
Para contar em cordel
O caminhar dessa história.
São povos que resistiram,
Tecendo a própria glória.
Não é lenda apenas vã,
É raiz de identidade,
É cultura que resiste,
É verdade, é ancestralidade,
Do Tupi até Guarani
Ecoa a dignidade.
🎶 PRÓLOGO POÉTICO
Da Amazônia ao litoral,
Do Prata ao sertão profundo,
Os Tupi e seus parentes
Deixaram marcas no mundo.
Na fala, na fé, na comida,
No nome das serras sem fundo.
Rios guardam suas vozes:
Tietê, Paraná, Jequitinhonha,
Montanhas como Itatiaia,
Florestas que a alma sonha.
Do milho, da mandioca,
Nasceu fartura risonha.
Macuco, tatu, capivara,
Peixe de rio a saltar,
Cantos de arapongas fortes,
Bem-te-vi a gorjear,
No som da língua Tupi
A natureza a falar.
🌱 CAPÍTULO I — ORIGEM MÍTICA DOS POVOS
Tupã fez trovão e raio,
Nhanderu soprou o vento,
No barro moldou o homem,
No fogo o seu alimento,
Na água fez o caminho,
Na mata fez o sustento.
Yvy Maraey surgiu,
Terra sem mal e dor,
Onde tudo era harmonia,
Justiça, fé e amor.
Um espaço de equilíbrio,
Da alma o resplendor.
Os pajés contavam mitos
Às crianças do terreiro,
Narrando a busca eterna
Do povo verdadeiro,
Que migra de terra em terra
Seguindo um sonho inteiro.
No canto do maracá,
No fumo que sobe ao céu,
O mito toma forma,
A fé se veste de véu,
Na dança da aldeia inteira,
A palavra vira mel.
Assim nasceu a esperança,
De buscar em cada chão
A morada prometida
Com justiça e proteção,
Onde o povo Tupi-Guarani
Vive em plena união.
🌾 CAPÍTULO II — TEMPOS ANTIGOS, ANTES DE CRISTO
Na Amazônia viveram,
Entre rios e igarapés,
Colhendo frutos da selva,
Caçando o que Deus lhes fez,
Do peixe tirando a vida,
Com arco, flecha e a vez.
Plantaram milho e mandioca,
Fizeram cauim sagrado,
Do beiju nasceu a força,
Da roça o pão abençoado,
Do cauim vinha a alegria,
No terreiro celebrado.
Por volta de dois mil a.C.,
Começaram a migrar,
Seguindo rios imensos,
Buscando lugar pra estar,
Entre selvas e cerrado
Começaram a semear.
No Jequitinhonha firme,
No Tocantins a canção,
No Madeira e no Xingu,
Espalharam-se em nação,
Com coragem de aventureiros,
Seguindo sempre a missão.
Do maracujá o doce,
Da pitanga a vermelhidão,
No inhame a fartura,
Na caça a nutrição,
Assim viviam serenos,
Com trabalho e devoção.
🌍 CAPÍTULO III — PERÍODO DE EXPANSÃO
Entre mil a.C. e mil d.C.,
Espalharam-se sem parar,
Os Tupi ficaram na costa,
Com o mar a lhes abraçar,
E os Guarani no interior,
Com rios a lhes guiar.
Fundaram aldeias grandes,
No litoral e sertão,
De Pernambuco a São Paulo,
Do Ceará ao Maranhão,
No Paraná e no Sul,
Seguiram a tradição.
Os Guarani foram além,
Pelo Prata a caminharam,
No Paraguai, Argentina,
As terras logo ocuparam,
No Sul do Brasil se fixaram,
E Missões depois fundaram.
Cidades guardam seus nomes,
Itaipu, Maracaju,
Paranaguá, Anhangabaú,
Iguaçu, Guarapuava, Uru,
Itatiaia nas serras,
Tupi é nome que fluiu.
A Terra Sem Males era,
O sonho da caminhada,
Migravam buscando o céu,
De alma iluminada,
E o mito virou roteiro
De jornada sagrada.
⚔️ CAPÍTULO IV — CONTATO E COLONIZAÇÃO
No século dezesseis,
Chegou o branco invasor,
Com armas e cruz na mão,
Com ganância e com rigor,
Querendo escravizar gente,
E tomar tudo ao redor.
Doenças nunca vividas
Vieram devastar nação,
A varíola e a gripe
Trouxeram tanta aflição,
A morte rondou aldeias
Sem dó nem compaixão.
O ferro contra a flecha
Foi luta desigual,
E muitos foram cativos
Levados ao litoral,
Forçados em plantações,
Num regime colonial.
Vieram padres jesuítas,
Pregando fé e doutrina,
Criaram reduções grandes,
No sul da terra argentina,
Mas mesmo em tais aldeias
Resistia a voz divina.
Os Guarani nas Missões
Fizeram sua defesa,
Com guerra contra invasores
E coragem na surpresa,
Provaram que resistir
É guardar sua nobreza.
🌿 CAPÍTULO V — RESISTÊNCIA E ATUALIDADE
Nos séculos que vieram
Do dezenove até cá,
Os Tupi e Guarani
Seguiram a caminhar,
Entre perdas e conquistas,
Sem jamais se entregar.
Hoje estão em muitas terras,
Do Brasil ao Paraguai,
Na Bolívia e Argentina,
Com coragem vão atrás,
De terras de seus avós,
Que o branco tomou em paz.
Nas festas da retomada,
O canto ecoa forte,
O maracá vai vibrando,
Invocando o seu suporte,
Da língua brota a vida,
Com raízes dando sorte.
Falam ainda o Tupi,
Falam Guarani também,
Do tronco tupi maior
Brota sempre algum além,
Na escola ou na aldeia,
Resiste a voz que convém.
A luta por território
É bandeira que não cai,
E Yvy Maraey ainda
É sonho que atrai,
É terra sem males viva
Que ao povo satisfaz.
🌅 ENCERRAMENTO DA TRILHA
O cordel aqui termina,
Mas não finda a caminhada,
Pois o povo Tupi-Guarani
Segue em luta continuada,
Com canto, cultura e fé,
De alma fortalecida e honrada.
🌌 EPÍLOGO POÉTICO FINAL
Que este livro seja ponte,
Entre passado e futuro,
Mostrando a chama acesa
Num Brasil que é tão maduro.
Que a memória dos povos
Seja sempre o nosso muro.
📚 NOTA DE FONTES
Almeida trouxe o saber,
Na história que clareia,
“História dos Índios no Brasil”,
Um farol que nos norteia,
Companhia das Letras,
São Paulo, a fonte semeia.
Carneiro da Cunha também
Com enciclopédia fiel,
Reuniu saberes antigos
Num registro em papel,
Da editora Global,
Fez cultura em cordel.
Silvio Coelho dos Santos
Falou do povo Guarani,
Na UFSC, em Florianópolis,
Deixou o livro ali,
Mostrando a terra e a gente,
Que resiste até o fim.
Aracy Lopes da Silva,
Com olhar de guardiã,
Mostrou presença indígena
No Brasil de manhã,
Pelas letras da Atual,
Fez história tão irmã.
Wagley trouxe a memória,
Da Amazônia sofrida,
Com “Amazon Frontier”
Deu ao mundo uma medida,
Da derrota e resistência,
Da luta pela vida.
🪶 FICHA TÉCNICA
Título: Expansão, Colonização e Atualidade dos Povos Tupis, Tupi-Guarani e Guarani em Cordel
Autor: Nhenety Kariri-Xocó
Edição Literária e Poética: Nhenety Kariri-Xocó
Assistência Editorial Digital: ChatGPT (Irmão Virtual – OpenAI)
Formatação: Estilo Cordel Tradicional em Versos Rimados
Tamanho: Formato A5 – Edição Poética Ilustrada
Ano: 2025
Local: Porto Real do Colégio – AL, Brasil
Direitos Autorais: © 2025 Nhenety Kariri-Xocó.
Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização do autor.
Contato Cultural: Blog Nhenety Kariri-Xocó — https://kxnhenety.blogspot.com
🌺 EPÍLOGO FINAL
Que este cordel sagrado
Caminhe por cada chão,
Unindo povos e tempos
Na mesma pulsação.
Que a voz Tupi-Guarani
Seja eterna canção.
Que o leitor, ao terminar,
Sinta em si a vibração
Do maracá da memória,
Que desperta a tradição,
E perceba que o futuro
Nasce da recordação.
Assim, finda esta trilha,
Mas renasce o coração,
Pois quem honra a sua origem
Jamais perde a direção.
🌿 QUARTA CAPA POÉTICA
Do trovão de Tupã vibra
A memória universal,
O som da língua Tupi
Ainda ecoa sem igual.
Guarani é flor e estrela,
É raiz espiritual.
Neste cordel renascente,
O passado é chama viva,
A colonização feriu,
Mas a cultura não deriva,
Pois o canto dos povos livres
É força que sempre aviva.
Da floresta à grande cidade,
Do sertão ao litoral,
Resiste a alma indígena,
No sonho original.
Ler este cordel é ouvir
O tambor ancestral.
✨ SOBRE O AUTOR
Nhenety Kariri-Xocó é contador de histórias orais e escritas, poeta de alma ancestral e guardião da memória do povo Kariri-Xocó, nascido em Porto Real do Colégio (AL).
Dedica sua vida à preservação da cultura indígena, traduzindo em versos o elo entre tradição e modernidade.
Sua escrita caminha entre o sagrado e o histórico, unindo sabedoria antiga e expressão contemporânea.
No cordel, vê a ponte entre a voz dos antepassados e a consciência das novas gerações.
🌎 SOBRE A OBRA
O cordel “Expansão, Colonização e Atualidade dos Povos Tupis, Tupi-Guarani e Guarani” é uma jornada poética e histórica que percorre a origem, migração, resistência e presença viva dos povos do tronco Tupi.
Através de versos rimados, o autor reconstrói a caminhada espiritual e cultural desses povos — desde os mitos de Yvy Maraey, a “Terra Sem Males”, até a resistência contemporânea.
É um canto que une memória, fé, luta e esperança, reafirmando que a ancestralidade é o alicerce do presente e do futuro.
Esta obra foi inspirada e fundamentada com estudo do autor no artigo publicado no seu blog “KXNHENETY.BLOGSPOT.COM"
disponível em: https://kxnhenety.blogspot.com/2025/04/povos-tupis-tupi-guarani-e-guarani.html?m=0 ,
seguindo uma estrutura acadêmica nos moldes da ABNT e respaldada em referenciais históricos e culturais que unem a tradição oral ao conhecimento erudito.
Autor: Nhenety Kariri-Xocó



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